A Volta à Hogwarts
O clima na casa de Rony não poderia estar pior. Todos pareciam engolir o choro, seja por que seus esforços na campanha não tenham dado em nada, seja porque perderam as eleições ou porque temiam os novos tempos, provavelmente bastante obscuros.
A casa permaneceu em uma profunda melancolia até as quatro horas da manhã, quando Rony, ainda incrédulo – e agora desempregado – resolveu ir deitar-se. Cho acompanhou-o, e Hermione disse num sussurro que era hora de eles partirem, pois na manhã seguinte Harry teria de ir até Hogwarts, acertar os detalhes para já começar a lecionar na segunda-feira, dali a dois dias.
Com dois fortes estampidos, Harry e Mione Desaparataram, e em poucos segundos estavam em casa. Ainda bastante desanimados, trocaram de roupa e foram se deitar.
- Harry, por mais que seja duro, esqueça isso tudo e tente relaxar, por que você ainda terá de preparar suas aulas – Alertou Hermione.
Era verdade. Harry havia esquecido desse pequeno detalhe. Não havia preparado nenhuma aula, tamanho eram os esforços empregados na campanha de Rony. “Esforços em vão”, era o pensamento de Harry.
Com mais aquilo a pesar-lhe sobre os ombros, Harry não conseguiu grudar os olhos. Lembrava-se das reuniões da AD, e imaginava se aulas de Defesa seriam iguais. Quando deu cinco horas da manhã, Hermione, que também não havia dormido, falou com Harry, afim de quebrar o gelo, porém assustando-lhe.
- Harry... Nossa filha é menina! Qual o nome você sugere?
Harry pensou um momento. Por um curto espaço de tempo, esqueceu-se de todos os problemas, pensando em seu filho. Pensava em um nome, enquanto passava a mão por trás da cabeça de Sirius, que dormia debaixo da cama.
- Poderia ser Bellatriz... – Disse Harry distraído.
- Não! Harry! Bellatriz matou seu padrinho! Eu gosto de Lílian... Fora que seria uma homenagem à sua mãe, que te salvou de Voldemort!
- Gostei! Lílian... Lílian Tiago Granger?
- Não! Cruz credo! Se for Lílian, pode ser Lílian Granger Potter!
- Sim... Minha filha... “Lílian Granger Potter!” “Grifinória”! – brincou Harry, e por uns segundos, os dois gargalharam brevemente, mas logo caíram no sono.
Harry acordou em meio a gritos de Hermione
- HARRY! VOCÊ TEM NOÇÃO DE QUE HORAS SÃO? UMA DA TARDE! VOCÊ DEVERIA ESTAR EM HOGWARTS NESSE EXATO MOMENTO! – Vociferou Hermione.
- Meu Deus! Disse Harry, já tirando a roupa, e tentando enfiar a meia na cabeça e a cueca no braço. Quando conseguiu colocar cada coisa em seu devido lugar, ele desceu até a cozinha e pegou uma torrada, deu um beijo de despedida em Mione e desaparatou, rumo a Hogsmeade.
Ele correu até o castelo de Hogwarts, e quando estava quase na porta lembrou que havia esquecido seus pertences todos em casa. Furioso consigo mesmo, ele entrou em Hogwarts após pouco mais de 12 anos, pisando fundo, e pensando que deveria enviar uma coruja para casa para que Hermione enviasse seu malão.
Subiu as escadas até a entrada da sala de Dumbledore. Pelo que deu para ver, Hogwarts não havia mudado nada. Até Filch, agora com 85 anos, podia ser visto, ainda fazendo medo nos alunos, e não se agüentando em si, visivelmente louco para voltar a distribuir detenções para todos os lados.
Harry percebeu também que o Pequeno Flitwick e a Profª. Minerva estavam trabalhando na decoração do Salão Principal para a festa do início do ano letivo. Quando viram Harry, ambos acenaram freneticamente, mas logo recomeçaram a organizar a festa.
Com muitos momentos de reminiscências, Harry nem acreditou quando se viu de pé em frente à gárgula de entrada ao escritório de Dumbledore. Quantas vezes estivera ali... Mas de repente veio-lhe à memória: Não tinha a senha! Por um momento, passou-lhe pela cabeça a idéia de fazer como no passado, quando chutou diversos nomes de doces, até que, por coincidência, acertou. Mas quando resolveu fazer o mesmo, Dumbledore apareceu por trás dele.
- Ainda bem que você veio! – Disse Dumbledore, com um sorriso na boca e um brilho no olhar, transparecendo pelos óculos de meia lua.
Após ter acertado tudo com Dumbledore em seu escritório, Harry desceu novamente as escadas circulares até o salão principal, onde foi ajudar seus antigos professores de Feitiços e Transfiguração, Flitwick e Minerva McGonagall a fazer os preparativos da festa.
Tiveram momentos engraçados, principalmente quando Flitwick contava casos de alunos que executaram feitiços errados e tiveram a cara transformada em uma abóbora.
Chegado o fim dos preparativos, ocorreu a Harry que ele nunca havia visto onde os professores dormiam. Ficou com vergonha de perguntar algo tão idiota, então ficou calado e apenas seguiu Flitwick. Chegando ao 7° andar, o professor de feitiços percebeu que era seguido por Harry.
- Não vai para o 2° andar? Já está tarde! E ainda tenho que preparar a 1ª aula... Boa noite, Harry!
Harry ficou estático por dois motivos. Um que não sabia onde dormiria, uma vez que Flitwick entrou e fechou seu dormitório, embora soubesse que era em algum lugar no 2° andar. Dois por que se lembrou que ainda teria de preparar suas aulas. Decidiu que iria se preocupar apenas com o problema iminente: aonde iria dormir.
Desceu 5 andares até chegar ao 2°, onde tentou raciocinar, embora o sono atrapalhasse. Onde, quando era estudante, via uma porta onde não entrasse? Ele sabia que aquele era o andar da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas e do banheiro da Murta-Que-Geme, mas na pressa do dia-a-dia ele não havia notado nas outras portas. Ficou parado um instante, lembrando de outro problema: Não tinha sua bagagem, o que implicava que, mesmo que achasse sua sala não dormiria com suficiente conforto.
Resolveu começar a se mexer. Saiu andando através de todo o andar, a procura de algo que lembrasse um dormitório de professor. Nunca percebera como era grande o segundo andar, quantas portas existiam, sendo que nenhuma lembrava o tal dormitório. Depois de o que pareceram horas, ele decidiu voltar para a sala de DCAT, onde juntaria algumas carteiras e dormiria ali mesmo, tamanho era seu sono. No dia seguinte ele deixaria o orgulho de lado e perguntaria a Dumbledore onde era seu dormitório.
Quase se arrastando, ele entrou chegou à porta da sala, que estava trancada por magia.
- Alorromora! – Disse um Harry bastante cansado. Entrou na sala. Já buscava as cadeiras menos duras quando se deu conta da existência de uma porta ao fundo do aposento. Nunca havia percebido naquela porta, em 8 anos usando a sala. Aproximou-se cautelosamente e abriu-a.
Havia um quarto bastante grande, com alguns utensílios mágicos, uma cama e – Seus pertences. Sobre eles havia um bilhete bastante cínico de Hermione:
“Como um desmiolado vai dar aulas?”
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