A invasão da mansão dos Malfoy

A invasão da mansão dos Malfoy



Flora chega aos portões da frente da mansão por meio de aparatação acompanhada de Harry Potter, escondido sob sua capa da invisibilidade. Quase vomita, não sabe se por ansiedade ou por causa do repuxo no estomago que sente com a aparatação – desconfia que nunca irá se acostumar. Os dois avançam e os portões da mansão se abrem para eles. Segue pelo caminho ladeado pelas cercas vivas cuidadosamente aparadas, a varinha em punho, a capa farfalhando nas folhas secas, com a brisa do anoitecer. O tio parece esperar por ela na entrada da casa. O olhar mais demente que antes.


- Você retornou, como eu havia previsto. Sempre soube.


- Não tenho como fugir do meu destino. Chame os outros.... Como é mesmo que meu pai fazia?


Lúcio estende o braço e mostra a marca negra, faz menção de tocar com sua varinha, mas Flora segura sua mão e ela mesma o faz. Sente algo estranho percorrer seu braço, um tremor não visível, como se uma grande quantidade de magia se deslocasse por suas veias e saísse pela mão da varinha. Lúcio deve ter sentido dor, pois estremecera um pouco. Imediatamente a marca ficou mais intensa e um a um os seguidores de Voldemort foram chegando. Flora lhes dá as costas e entra vagarosamente para a sala de jantar onde os aguardaria. Desta vez, senta-se à cabeceira da mesa e aguarda, enquanto brinca com a cobra entre os dedos. Harry fica imediatamente atrás dela, de prontidão.


Aguarda todos sentarem, Lúcio a seu lado. Narcisa entra na sala e assusta-se com sua presença. Flora indica sua esquerda para a tia sentar-se. A tia segue, quando se aproxima, sussurra:


- E eu que acreditei em você... O poder corrompe até aqueles que parecem ter bom coração. Meu filho está se arriscando por sua causa!!!


Flora segura seu braço e sussurra:


- Observe. Costumo honrar minhas palavras.


O que ela pensa que estaria tranqüilizando a tia, sem avisar os outros de sua encenação, acaba por deixar Narcisa ainda mais temerosa, pelo modo estranho como Flora havia escolhido as palavras. “Tudo nela lembra o Lord das Trevas, como pude me enganar?” - pensou Narcisa. Volta-se para os outros, a mesa lotada, alguns comensais em pé, ao redor. Todos olham atentamente. Fala pausadamente, com a serenidade de quem dita uma profecia:


- Demorei a aceitar minha sina. Porém agora sei que meu pai deixou uma obra inacabada, a qual pretendo finalizar. O mundo, infelizmente, está tomado por trouxas imbecis e burros. Eles precisam saber o seu lugar. Quero que entendam que não sou igual ao Lord Voldemort, meu pai. Ele não soube reconhecer o valor de vocês, era um fraco e por isso foi abatido por um menino de 17 anos.... (Aproveita a deixa para fazer uma cara de desprezo). Eu vim para vencer, quem estiver ao meu lado será também vencedor.


Ela sorri. Olha ao redor, alguns cochicham. Ela os fita:


- Alguma coisa que eu deveria saber? O que fizeram em minha ausência?


- Bem, seguindo as ordens de Lúcio, minha senhora, trouxemos Draco de volta e...


- Meu filho demonstrou ser um traidor, tentando evitar o estabelecimento da ordem natural das coisas, ordem essa que irá prevalecer com a sua volta e...


Flora olha no fundo de seus olhos e, para o seu horror, vê que não foi só Draco que Sr. Malfoy trouxe de volta, mas sua família e os mantinha todos presos no porão. Tanto Draco, quanto Felipe, seu marido, haviam sido torturados através da maldição cruciatus, a fim de que falassem qual era seu paradeiro. Consegue ver também que Sr Malfoy mentira, não estava interessado em se submeter ao seu mando, mas subjugá-la para usar seus poderes para dominar o mundo bruxo. Vira isso no fundo do seu sub-consciente. Comenta com Harry, através de ofidioglossia, fazendo de conta que canta uma canção de ninar estranha para a cobra em sua mão:


- Faça meu tio esquecer o que vi em suas lembranças. Precisamos repensar nosso ataque. Draco e minha família estão no porão, sob tortura. Existem outros comensais lá, que virão assim que nós iniciarmos o ataque. Estamos em menor número.


Harry sussura em seu ouvido:


- Apagado. Estou tentando mandar a mensagem via galeão, mas não estou conseguindo, não respondem. Creio que a casa esteja sob algum tipo de proteção. Como estamos demorando, eles acabarão invadindo, pensando que fomos pegos. Conheço a Gina, ela não conseguirá esperar mais.


- Você tem como impedir que Draco sinta o efeito da cruciatus, se eu lançar a maldição? Vou chamá-lo. Avise-o para fingir que sofre. Precisamos atrair os outros comensais para cá. Aí teremos alguma chance de não sofrer uma emboscada.


- Tenho, claro. Parece uma boa idéia. Use também o levicorpus que lhe ensinei. Balance ele no ar, sempre causa uma “boa” impressão.


Flora concorda com a cabeça. Disfarça, sacudindo os cabelos. E pergunta:


- Onde está Draco?


Sr Malfoy manda Goyle buscá-lo. Para surpresa de Flora, Goyle traz, não só Draco como seu marido também. Alguns comensais que cuidavam do porão o acompanham, na esperança de ver alguma demonstração de força, já que Lúcio havia feito propaganda da habilidade da sobrinha. Harry percebe e, como já esteve preso no porão, tenta aparatar até lá. Mas como da outra vez, não é possível, o porão está protegido. Então segue até a escada, inicia a descida. Olha para trás e distrai-se vendo que esquecera de proteger Draco, tão preocupado que ficara em deixar os filhos de Flora presos no porão.


Volta, sussura no ouvido de Draco que finja e lança um feitiço escudo, protegendo também o marido de Flora. Draco pisca para o marido, sinalizando para fingir também.


Flora anuncia a suposta tortura aos “traidores que tentaram desviá-la de seu destino, evitar que assuma o poder”. O marido para ela como se não a reconhecesse. Isso ajuda muito no teatro.


Narcisa grita para que pare, Flora aparentemente a ignora. Mas seu grito fora alto demais, Gina e os outros invadem a casa. Não há mais o que fazer se não iniciar a batalha. Rony aproveita a confusão e pega Draco e o marido, que estão desarmados e os leva para longe da casa, em segurança. Imediatamente volta para ajudar. Flora se atrapalha com os feitiços, fazendo jorrar água de sua varinha, dando um banho em alguns combatentes de ambos os lados. A cena inusitada vem a calhar, Harry aproveita a distração de todos e consegue prender cinco comensais de uma só vez, enquanto abaixa-se, esquivando-se de uma maldição cruciatus. Um a um os comensais são estuporados, não sem lutar. Alguns têm dificuldade de compreender a traição e por vezes poupam Flora.


Hermione vai até o porão, surpreende dois comensais que ficaram de guarda e os estupora. Pega as crianças e as leva para a casa dos sogros. Arthur e Jorge pedem explicações do que acontece e reclamam por terem sido deixados de fora da brincadeira, retornam com ela para a casa dos Malfoy.  Algum tempo depois e muita mobília quebrada, os comensais estão completamente rendidos. Narcisa mantém o próprio marido sob sua varinha, o olhar severo e algumas lágrimas escorrendo no rosto.


- Onde está Draco? O que fez com ele?


- Está lá fora, Sra. Malfoy. Ele está bem.


Com a informação de Rony, ela relaxa sua guarda e Lúcio tenta roubar-lhe a varinha, mas é imediatamente petrificado por Neville, que chega a casa naquele instante. Informa:


- Os dementadores já estão sendo levados de volta para o norte pelos aurores.  Mclaggen já está a par do que aconteceu e agradece a você, Harry, se puder comandar outros aurores para cuidar que estes imbecis cheguem em Azcaban “em segurança”.


Flora ampara a tia, enquanto Lúcio é levado preso. Harry, na qualidade de chefe dos aurores, fala:


- Sra. Malfoy, sinto muito. Seu marido não está com o juízo perfeito. Não que eu ignore que ele almejava um suposto retorno de Voldemort através da figura da filha, mas o fato de ter torturado o próprio filho para isso já basta como prova de sua demência. Ele será levado ao Hospital St. Mungus para avaliação. Mas isso não significa que voltará para casa tão cedo, deve ser preso ou ficar internado.


- Compreendo, obrigada. Sei que Lúcio não está nada bem, percebi isso há muito tempo. Mas não acreditava que ele fosse fazer mal a ninguém. Como me enganei! Me desculpem...Me desculpe, Flora. Draco!


Então Rony retorna à mansão com Draco e o marido de Flora.


- Felipe, meu amor! Me perdoe o susto.


Flora abraça e beija demoradamente o marido. Draco se vira para Harry:


- Te devo mais essa.


Ron balança a cabeça:


- Eu é que levo ele em segurança para longe da confusão e Harry quem leva a fama...


Jorge passa a mão em sua cabeça:


- Roniquinho chorão, ainda com essa? Vamos embora para você chorar no colo da mamãe... Sem falar que Angelina deve estar enlouquecendo com os sobrinhos todos em cima dela além dos filhos da Flora, que estão devorando os bolinhos da vovó Weasley.


- Meus filhos! Preciso vê-los.


Gina rapidamente oferece-se para buscá-los e logo retornam à mansão, através da rede de flu.


Todos se despedem. Flora e Felipe recebem os filhos, abraçam e os beijam. Depois fazem menção de irem para um hotel. Mas Narcisa olha para os filhos de Flora com doçura de avó e pede que fiquem em sua casa, assim teria algo bom para lhe ocupar os pensamentos. Pede para Draco trazer Scorpio para passar os últimos dias das férias com ela, para que não se sinta tão só e conheça os primos em segundo grau. Convite aceito e todos vão descansar após o longo dia de batalha.

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