Capitulo 1



Capitulo 1



- Tio Albus??



Lílian abriu um pouco mais a porta do porão, tentando enxergar melhor o que acontecia no aposento abaixo. Uma fumaça azul aromática , cheia de faíscas, certamente devido a mistura de produtos químicos preparada por seu tio, invadiu o corredor. Ela balançou a mão na frente do rosto, tentando se livras da substância que ameaçava sufocá-la.



- Tio Albus?



- Espero que não tenha bebido uma de suas poções outra vez – Ammy, a amiga de Lílian, arregalou os olhos só de pensar na hipótese. – Você lembra o que aconteceu da última vez? Não gosto nem de tocar no assunto. Não sei por que suas tias permitem que o mestre Albus fique enfurnado nesse porão por tanto tempo.



- Ah, meu Deus! – Exclamou Lílian, recordando-se perfeitamente do incidente, bem como de todos os outros – Segure a porta para que eu possa descer.



Os degraus que levavam para o esconderijo subterrâneo eram estreitos e curtos, e Lílian tomava o Maximo cuidado para não cai, puxando a saia para cima.



- Tio Albus? Você ta bem? – Assim que os degraus terminaram, ela seguiu na direção da longa mesa onde o tio mantinha todos seus pós e poções. Empurrando vigorosamente a fumaça para longe do rosto, Lílian tentava enxergar algo. – Você prometeu que nunca mais ia beber uma de suas experiência . E, por sorte, dessa vez produziu apenas fumaça, não causando nenhuma explosão.



Quando conseguiu enxergar alguma coisa, Lílian deparou-se com seu tio deitado no chão de braços abertos, como se tivesse sido nocauteado.



- Tio!!! – Gritou Lílian, ajoelhando-se ao lado dele – Tio Albus fale comigo!!!



O velho tossiu e , com a ajuda dela, sentou-se no chão.



- Estou bem – insistiu- Não aconteceu nada. Foi só um susto.



- Fique sentado – ordenou Lílian , vendo que Albus queria se levantar- Vou buscar um copo de vinho. Descanse um pouco até conseguir se restabelecer.



Com movimento ágeis, Lílian ficou em pé, mas notou que a fumaça estava mais densa do que antes, e brilhando com mais intensidade. Algumas faíscas atingiram-lhe o rosto e as mãos, irritando a pele, porém sem machucá-la. Uma breve busca foi suficiente para revelar a fonte da travessura : um pequeno pote de vidro em cima da bancada de trabalho. Bem depressa, Lílian tampou o recipiente , acabando com a fonte de fumaça. Então, tateando a mesa ás cegas, ela procurou um pote do mesmo tamanho e o abriu. Pegando um pouco da mistura gelada e cristalina, a jovem deu um passo para trás e jogou-a no ar. Mais faíscas inundaram o porão, dessa vez vermelhas e brancas. Quase que imediatamente , a fumaça começou a se dissipar, e minutos depois havia desaparecido. Albus suspirou, aliviado.



- Cheguei tão perto dessa vez – ele disse – Gostaria de saber qual elemento ficou faltando. Já tentei tantas vezes...



Lílian já tinha ido até a outra mesa para servir uma taça de vinho ao tio.



- Quando você menos esperar a solução aparecerá, tio – falou ela ajoelhando-se – Tenha mais cuidado. Se alguém contar para o xerife que viu a fumaça colorida saindo da chaminé outra vez, nós enfrentaremos grandes problemas. Não sei se conseguirei convencê-lo mais uma vez.



O velho bebeu todo o vinho do copo e devolveu-o para a sobrinha.



- Você é uma garota tão boa Lily - disse ele, afagando-lhe a mão – Se não fosse por você, todos nós já teríamos sido queimados na fogueira como bruxos.



- Não, não é assim , tio – assegurou ela, mesmo sabendo, no fundo do coração, que Albus falava a verdade.



Aos dezenove anos de idade Lílian já salvara os tios e tias dos mais diversos apuros. Nenhum deles representava qualquer tipo de perigo, porém tinham costumes considerados estranhos para a sociedade , o suficiente para mandá-los para fogueira.



Gostaria de poder mantê-los durante todo o ano na propriedade da família em Gales, pois lá estavam sempre a salvo. Entretanto, eles insistiam em acompanhá-la a Londres nos seis meses que ficava na cidade cuidando dos inúmeros negócios dos Evans. E em Londres, seus tios e tias tornavam-se vulneráveis e hábeis falcões de caça com pequeninos coelhos recém nascidos.



Lílian tinha apenas duas defesas para mate-los a salvo em Metolius, a habitação palaciana da família em Londres. Em primeiro lugar, o Evans contribuíam financeiramente com a Igreja e a Coroa, o que lhes dava segurança diante de qualquer problema mais sério. Além disso, Daman , irmão dela, era um renomado cavaleiro do reino, e cavalgava pelo país com seu exército, angariando a simpatia do povo e propagando o sobrenome da família.



Enquanto a fama e os feitos de Daman continuassem a existir, os Evans estavam a salvo, mas a própria Lílian tinha de admitir que não era uma tarefa fácil. Sempre sonhava em poder se livrar desse fardo, mas sabia que isso jamais aconteceria. Fazia muito tempo que ela e o irmão se dedicavam ao bom nome da família, tendo abdicado de muitas outras coisas.



- Basta – disse Albus com a energia renovada – Não posso ficar sentado o dia inteiro – Apoiando-se no braço oferecido pela sobrinha , ele se levantou – Temos muito o que fazer antes de você partir. Ah, minha filha, será tão difícil e estranho para nós quando você se for...



Soltando-a Albus voltou para sua mesa de experimentos onde começou a arrumar seus frascos e potes.



- Metolius não será a mesma. Na verdade, nem sei como suportaremos. Entretanto, não há nada a fazer – falou ele, prático. E você minha filha, não precisa se preocupar conosco. Eu cuidarei para que Mim e Wynne se comportem bem enquanto você estiver em busca da Pedra da Graça. E proibirei terminantemente que seu tio Culain saia de Metolius, a não ser para ir a missa.



Lílian sorriu para o velho.



-Eu vou apenas até o banco falar com o sr. Fairchild, tio Albus, como faço todas as quintas-feiras. Quero acertar os últimos detalhes sobre nossa próxima aventura marítima, e voltarei para casa dentro de duas horas. Quanto a pedra da Graça, você sabe muito bem que não partirei para Gales enquanto Daman não retornar com seus homens. Já combinamos que ele me acompanhará.



- Sim, minha filha, eu sei que esta combinado – disse Albus, pegando um pouco de pó que ela utilizara para acabar com a fumaça e colocando-o em uma pequenina bolsa de couro – mas mesmo assim você precisa estar preparada. Amarre-a no seu cinto e tome o Maximo de cuidado para não perdê-la – Ele apertou as tiras de couro e entregou a bolsa à sobrinha.



Lily olhou para o tio franzindo a testa.



- Tio, eu não preciso desse pó para ir até a cidade. Você realmente acha que é seguro permitir que uma de suas experiências saia de nossa casa? Ainda mais esta? Sei que não é mágica, mas se, de alguma forma, a bolsa se perder e cair em mãos alheias... – O pensamento era muito desagradável para ser dito em voz alta.



- Não tenha medo, Lílian – falou ele, entregando-lhe o pequeno embrulho e sorrindo calorosamente – Você precisará desse pó no futuro. Confie em mim, querida. Agora camos subir. Faço questão de acompanhá-la até a porta.



Albus seguiu na frente pelos degraus estreitos, subindo com extrema graça. Como sempre, Lílian se admirou com a elegância com que seu tio mais velho se movia. Era um homem alto e magro, bem como seus outros irmãos e irmãs, lembrando-a não de um ser humano comum, mas sim de uma criatura semi-humana, semi-animal. O tipo de animal que Lilia não sabia especificar. Seus tios e tias eram ágeis como as cabras das montanhas, delicados e cuidadosos como os cervos e desobedientes como um bando de gatos independentes.



A cor da pele e as feições de todos também eram muito parecidas, embora não fosse altgo tão anormal, ainda mais por Mim e Wynne serem gêmeas. Todos tinham cabelos brancos como a neve e olhos azuis e continuavam lindos, sim, lindos. Algumas vezes aos observá-los, Lílian achava quase impossível ser parente de criaturas tão maravilhosas e incomuns quanto seus tios e tias. Nem ela nem o irmão possuíam características deles, Lilian era ruiva de olhos verdes esmeraldas.



- Vem minha filha – chamou Albus, apressando-a – Não demore tanto assim. Outra oportunidade como essa não surgirá tão cedo.



- Só vou me encontrar com o banqueiro – repetiu ela, seguindo-o.



- Aqui esta Ammy, segurando a porta para nós. –Albus sorriu e limpou os resquícios de pó do longo manto púrpura que vestia – Você precisará de um manto mais quente, minha querida – disse ele, segurando a porta para a sobrinha passar. – Vá pegar o mais pesado, e pegue um para Lílian também.



- Mas senhor... Não esta tão frio assim. Ainda estamos em maio.



- O frio chegará com a noite, quando menos se espera – insistiu ele, afagando-lhe o braço – Ba depressa. Pegue seu manto mais pesado e não seja teimosa.



Ammy olhou para Lílian, que suspirou e assentiu. Antes de sair correndo, a jovem fez uma breve mesura.



- Você também precisará de roupas mais quentes, Lily, só que Mim já cuidou disso. Vá até o grande salão despedir-se de todos. E amarre a bolsa de couro na cintura. Não quero que você corra o risco de perdê-la.



- Tio Albus, eu vou apenas ao banco. Não sei para que tantas recomendações. Você sabe que todas as quintas-feiras é assim.



- Sim, sim, claro que sim. O que também é muito bom. Gosto de ver você passeando por ai.



O grande salão de Metolius era um aposento espaçoso, aconchegante e convidativo. As paredes eram recobertas por cerejeira e o chão adornado com tapetes italianos coloridos. Em uma das paredes, janelas altas iluminavam o ambiente nos dias ensolarados , e uma série de luminárias dinamarquesas dispostas em intervalos nas outras paredes cumpriam a mesma função á noite. Seis fogões grandes e bonitos aqueciam o salão durante o ano todo, especialmente com a chegada do frio.



A família se reunia todas as noites no grande salão, e também ao longo do dia. Cada um tinha seu lugar predileto. Albus gostava de ficar ao lado de uma estante para ler seus manuscritos, que eram guardados ali. Lílian ficava ao lado da lareira bordando ou costurando qualquer roupa que precisasse de reparos. O tio Culain sentava-se bem perto da mesa, á mesa de xadrez, mudando de uma cadeira para outra, pois gostava de jogar xadrez consigo mesmo, como fazia naquele momento. Mim e Wynne se acomodavam próximas ás janelas, para poderem olhar para os jardins e o pátio enquanto conversavam. Entretanto, nunca perdiam de vista sua caixa especial, sempre rindo e discutindo cada descoberta. Agora as duas estavam sentadas em suas cadeiras, olhando dentro da caixa de madeira, para os objetos que apareciam.



- O que é isso? – perguntou Mim, pegando um pequeno e fino embrulho e segurando contra a luz – O que você acha Wynne?



A outra mulher observou o pedaço de papel com atenção, apertando os olhos para ler as letras vermelhas impressas ao longo do objeto.



- B-a-n-d-A-i-d – repetiu ela lentamente – tenho certeza que já vi isso antes;;; o que quer que seja esse pedaço de papel embrulhado.



- Não, minha querida – interveio Mim, devolvendo o objeto para a caixa e fechando-a – a caixa nunca mostra o mesmo objeto duas vezes. Você esta cansada de saber – Ela levantou a tampa outra vez – Olhe! Não são lindas??



- Sim Mim, são maravilhosas – concordou Wynne, pegando um belo colar de pérolas com sua mão delicada - é uma pena que não possamos dá-lo a Lilian. A pele dela tem a coloração perfeita para pérolas – Ela devolveu a jóia para a caixa e suspirou – Quando encontraremos a chave?



Mim e Wynne passavam horas e mais horas todos os dias procurando essa chave. A caixa de madeira oferecia mistérios nos quais Lílian não gostava nem de pensar. De todos os acontecimentos estranhos de Metolius, esse era o mais desconcertante, mas o verdadeiro propósito daquela caixa era revelar uma chave antiga que, como a Pedra da Graça, fora perdida pela família Evans. Havia centenas de anos que a chave fora colocada na caixa e enviada.... bem, tudo que entrava naquela caixa desaparecia, e fazia muito tempo que as duas tentavam encontrá-la.



A caixa era aberta e fechada inúmeras vezes por dia, mostrando pequenos e intrigantes objetos, mas nunca a chave. Lílian não fazia a menor idéia da utilidade daquela chave, ou o que deveria abrir, e também não tinha plena certeza de que seus tios e tias soubessem, mas a busca era uma maneira agradável de diverti-los durante a tarde, e a antecipação de um dia deparar-se com o objeto nunca desaparecia.



- Mim – disse Albus, quando a irmã levantou a tampa da caixa pela terceira vez – Lílian vai nos deixar.



Mim, Wynne e Culain pararam suas atividades e se levantaram ao mesmo tempo.



- Ah, Lílian, minha querida – choramingou Mim, caminhando na direção da sobrinha com os braços abertos. – Você precisa ir agora? Queria que você não demorasse tanto para votlar...



Lílian tomou a mão da tia entre as suas, sentindo, como sempre acontecia, a grande diferença entre sua robustez e a delicadeza de seus parentes.



- Não precisa se preocupar tanto assim, tia Mim. Vou apenas ao Banco, e Ammy me acompanhará. Devo voltar dentro de duas horas.



Wynne juntou-se as duas, com seus olhos azuis cheios de lágrimas. Não mãos, ela segurava um manto mais quente de Lily.



- Sentiremos tanto a sua falta – falou ela ajeitando o pesado manto nos ombros da jovem – Você precisa tomar o máximo cuidado, minha filha, e nunca se esqueça de que é uma Evans. Uma verdadeira Evans, mesmo que sua mãe tenha sido do povo do norte e, como é costume deles extremamente prática. Apesar disso, ela foi uma excelente esposa para o nosso Irmão Arian – Todos os tios assentiram, sustentando as palavras de Wynne.



- Mas... – começou Lílian, logo interrompida por Mim, que aproximou-se para ajeitar-lhe a gola do manto.



- Sua tia Wynne tem razão – afirmou ela enxugando uma lágrima no canto do olhos, esforçando-se para não chorar. – Não há a menor duvida que você e Daman tem o sangue dos Evans, apesar de você ser teimosa demais para aceitar essa fato – ralhou Mim, esticando o braço para ajeitar a tiara prateada que enfeitava os cabelos avermelhados da jovem - Porém você não pode fugir eternamente da verdade. Ah, Wynne, onde esta a pedra? Ela não deve partir sem a pedra.



- Aqui no meu bolso – respondeu a outra mulher tirando uma pedra branca do bolso do avental. Lílian a reconheceu na mesma hora.



- Ah não – murmurou ela – Eu não posso levá-la comigo. Por favor, não me peçam para fazer isso. Vou apenas ao banco, e assim que terminar a conversa com o sr. Fairhchild, volto para casa. Juro que estarei aqui na hora do jantar. Além disso, vocês sambem muito bem como me preocupa levar algo... especial... para fora de Metolius. Eu não me sinto nem um pouco a vontade.



Tudo que menos precisava era ter uma das pedras de Mim e Wynne reluzindo a sua volta. Apesar do tamanho reduzido, as pedras brancas produziam uma quantidade surpreendente de luz. Lílian até costumava revistar suas tias antes que elas saíssem de casa para se certificar se que as duas não as tinham escondido em algum lugar. Não gostava nem de imaginar o que poderia acontecer se um dos bolsos delas de repente começasse a brilhar no meio da Igreja St. Paul durante a missa.



- Eu jamais me perdoaria se perdesse uma pedra dessas.



- Nós não nos importamos – disse Wynne, sorridente, inclinando-se para guardar a pedra no bolso do manto de Lílian.- Temo varias. E você precisará dessa enquanto estiver longe – Em seguida, ela beijou a sobrinha na testa – Ah, minha querida, é um momento excitante, mas nós ficaremos tão preocupados! Volte logo para casa. E tome muito cuidado.



- Sim, filha – concordou Mim, beijando-a no rosto e abraçando-a – Volte o mais depressa possível.



- Estarei de volta daqui a duas horas no máximo – murmurou Lílian, envolvida pelo abraço – Talvez nem isso. Pretendo ser bem rápida no banco.



- Solte-a um pouco, Mim – reclamou Culain, aproximando-se da sobrinha – Lílian não pode partir sem meu presente.



Mais um regalo? O coração da jovem se contraiu no peito, ainda mais ao ver o que o tio pretendia lhe dar : seu bem mais precioso, uma pela de um antigo jogo de xadrez, a rainha.



Tratava-se de um jogo bastante antigo, a julgar pelo estado da peça. Era uma rainha de madeira vermelha , escura, e parecia muito mais uma deusa pagã do que uma verdadeira rainha, com os cabelos soltos combinando com o longos trajes druidas. Os pés estavam descalços e , na cabeça, havia uma coroa de flores e folhas entrelaçadas. Os olhos, feitos de âmbar, brilhavam como se houvesse uma ela acessa por trás. Era uma peça de extrema beleza.



Culain carregava a peça para todos os lados, conversando com a rainha como se ela pudesse escutá-lo. Durante o sono deixava-a sob seu travesseiro, o que impedia Lílian de acreditar que ele estivesse disposta a se separar do amuleto, mesmo que apenas por algumas horas.



- Não tio Culain – disse ela, quase desesperada – Eu jamais aceitaria levar a sua rainha. Em hipótese alguma. Tenho medo de pede-la. Sei o quanto essa peça é preciosa para você.



- Mas é preciso – insistiu ele – Ela é o único tesouro pelo qual Caswallan barganhará. Aquele homem não lhe entregará a Pedra da Graça por nada, mas quando vir a rainha... – Culain colocou a peça na mão da sobrinha e aperto os dedos relutantes em se fechar.



- Caswallan? – repetiu Lílian, confusa – Tio Culain, estou indo apenas ao banco. Eu não irei a Gales por pelos menos um mês. Combinei esperar por Daman e seus homens. Você sabe disso – Ela olhou para cada um dos rostos delicados de seus tios – Todos vocês sabem.



Eles assentiram e sorriram, então acompanharam até a entrada do grande salão, onde Ammy a aguardava. Depois de receber abraços e beijos de todos os quatro, ela saiu de casa acompanhada pela amiga . Com a ajuda de um dos empregados, subiu na carruagem que já a aguardava. Ao olhara para trás, viu seus tios chorando e acenando pela janela aberta.



Depois de tantos anos, Lílian achava que estava acostumada ao comportamento estranho dos familiares, mas cada dia era uma nova surpresa. Os itens que carregava consigo pareciam mais fardos do que mimos, embora no fundo de seu coração ela soubesse que lhe tinham sido confiados como regalos.



Ela olhou para a peça de xadrez que aquecia sua mão. Como de costume os olhos cor de âmbar brilhavam, fato que sempre a incomodara.



- Meu deus – exclamou ela, guardando depressa a rainha no bolso junto com a pedra da luz, rezando para que nenhum dos dois objetos lhe causasse problemas no banco – Talvez devamos esperar até amanhã cedo para ir ao encontro do sr. Fairchild, Ammy. Estou tão confusa...



- Não se preocupe Lily. As pedras da luz nunca brilham quando há tanta luminosidade. Quanto á outra peça, mantenha-a escondida. Tudo sairá bem – A convicção na voz da amiga era tamanha que Lily quase acreditou. Quase.



Elas atravessaram os portões que as levaria ao centro de Londres.



- Espero que você esteja certa Ammy – sussurou ela, encostando no assento. –Tenho a sensação de que devemos resolver nossos negócios bem depressa e voltar imediatamente para casa.



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N/A: Oiii e ai gostaram?? Bem esse capitulo eu fiz mais para vocês conhecerem melhor a estranha família da Lily... e para vcs entenderem o que esta por vir.. pq muitos fatos importantes para o futuro estão escritos nesse capitulo...



Escrevi esse capitulo rapido.. achu que esotu empolgada.. entaum.. para minha empolgação naum acabar comentemmm please!!!



Essi capitulo fico bem grandinho. mas acontece que eu naum sei a preferenciaa de vcs.. se vcs preferem capitulos longos... medios ou curtos... entaum escrevam nos comentarios a sua opinião ok??? BJOKS

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