Capítulo repostado 01/12
No dia anterior, na casa de Harry Potter
Gina e Harry ouvem um barulho no quarto que Rony ocupa, um barulho de algo se espatifando. Eles sabem que o ruivo anda bem chateado, mas nunca a esse ponto. O casal se entreolha.
- Eu vou falar com ele – Harry diz – deve ter acontecido alguma coisa.
- Vamos juntos – Gina diz e antes que o marido fale alguma coisa, ela completa – eu conheço meu irmão, ele não vai querer falar nada e eu sei como fazer nestes casos – ela suspira – eu não gosto de fazer isso, mas ele precisa desabafar.
- Que seja – Harry diz suspirando, ele sabe quando não deve argumentar com a esposa e esse definitivamente é um desses momentos – vamos lá antes que ele destrua nossa casa.
Harry bate na porta antes de entrar – hei cara, tudo bem com você? – ele vê o ruivo lhe dirigir um olhar furioso – já sei que não está, desculpe.
- Não – Rony diz evitando encarar o casal – não está nada bem. Eu fui conversar com a Pandora e vocês não imaginam o que aconteceu...
- Alguma coisa bem séria – Gina diz – pra você ficar descontrolado assim... – ela pega a varinha e conserta o vaso colocando-o de volta na cômoda.
- Sinto muito – Rony fala meio sem jeito – foi mais forte que eu.
- Não foi nada – a ruiva sorri – é o gênio Weasley, eu sei como são essas coisas – ela se senta ao lado do irmão – se você quiser contar o que aconteceu.
O ruivo respira fundo e murmura – eu sou um idiota, um tremendo idiota! – ele se levanta e passa a mão pelos cabelos, nessa hora um vaso se quebra – desculpe – ele fala desconcertado
- Sem nenhum dano – Gina diz – somos bruxos, esqueceu? Depois eu conserto – ela respira fundo – você não é idiota, Rony. Eu sei que já te chamei assim muitas vezes, mas nunca foi a sério. Você é um dos homens mais honestos e gentis que eu conheço agora se sente e nos conte o que aconteceu...
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Pouco depois
- E foi isso – Rony termina o seu relato – dá pra acreditar? Uma poção do amor? – ele abaixa a cabeça – tudo que eu vivi durante esse tempo foi uma mentira – ele olha para o amigo e a irmã. Harry abre e fecha a boca como um peixe fora d'água ao passo que Gina... Bem, a ruiva se encontra com as orelhas vermelhas e Rony não duvidaria se ela quebrasse um vaso ou dois agora.
- Aquela... – Gina não consegue concluir. Harry conhece muito bem a esposa pra saber que ela está muito próxima de ir atrás da sua cunhada para lançar a sua famosa azaração para rebater bicho papão – eu sabia! – ela diz – a Pandora nunca me enganou!
- Eu também deveria saber – Rony diz desanimado – uma mulher como ela se interessar por mim...
- Pode parar! – Gina diz – Rony, você não percebeu e está prestes a se autodepreciar. Você não percebeu que ela ficou tão interessada em você a ponto de usar uma poção do amor? Não se menospreze, nada disso é culpa sua.
- Mas eu deveria ter percebido – ele diz com a voz trêmula – eu sou um auror, droga! Como eu não percebi que era uma poção do amor? Eu devia ter parado e notado alguma coisa, eu já passei por isso antes. Mas não, eu não notei! Eu a pedi em casamento... – Rony para de falar e vai para a janela, ele não quer que seu amigo e a sua irmã vejam uma lágrima furtiva em seus olhos.
- Rony... – Gina caminha até o irmão – é praticamente impossível uma pessoa perceber que tomou uma poção do amor. Você sabe disso, é assim que elas funcionam. Olha pra mim – ela obriga o ruivo a encará-la – você não é o culpado, ela é a culpada. Você não fez nada errado, entendeu. E se a Pandora estava te dando a poção durante todo esse tempo, não vai ser difícil anular esse casamento.
- Ela me disse – o ruivo diz meio ressabiado – que havia alguns meses que ela não colocava nada... Ela jurou e disse que tomaria veritasserum se eu quisesse – ele abaixa os olhos – eu... Eu acho que gosto dela... – ele passa a mão pelo cabelo – eu já não sei de nada.
- Tudo bem cara – Harry interfere, ele olha para a esposa – você está confuso e isso é perfeitamente aceitável. Esfria a cabeça, pense com calma e seja qual for a sua decisão, nós estaremos aqui para apoiar.
- Sim – Gina concorda com o marido. Ela abraça o irmão – conte com a gente.
E dizendo isso, o casal sai deixando o ruivo sozinho com os seus pensamentos e aflições...
XXXXX
E assim os dias passam. Hermione se adaptou perfeitamente à convivência com Draco no dia-a-dia. Verdade seja dita ela dorme melhor quando estão juntos, o que vinha acontecendo esporadicamente até o momento em que o loiro disse que ele não conseguia dormir direito pensando que ela poderia entrar em trabalho de parto e não conseguir chamá-lo e ela finalmente se mudou para o seu quarto.
Não é preciso dizer que o loiro entrou no modo super protetor, o que lhe rende algumas discussões com Hermione, mas ele sinceramente não liga, ele vai aguentar tudo desde que não perca a hora do parto do seu filho, ela pode reclamar o quanto quiser, ele diz para si mesmo o tempo todo.
- Você vai me seguir o tempo todo, por falar nisso? – Hermione diz quando vê que o loiro vai atrás dela em direção à biblioteca.
- Estou pensando seriamente no caso – o loiro responde ironicamente sem se importar com o olhar que Hermione lhe dá – eu disse a você que não vou perder o nascimento do meu filho.
- Draco – Hermione suspira – não é como se essa criança fosse simplesmente escorregar pra fora de uma hora pra outra, não é assim que as coisas funcionam. Você já está me deixando irritada!
- Tudo bem – Draco sorri de maneira cínica – então eu vou dizer que quero a sua companhia, que eu estou sozinho e entediado e ir com você até a biblioteca, assim está melhor?
A morena rola os olhos e dá um suspiro derrotada, mas antes que eles se dirijam à biblioteca uma coruja pousa na janela. Draco olha intrigado, ele conhece muito bem aquela coruja.
- O que foi? – Hermione pergunta ao ver o semblante preocupado dele – aconteceu alguma coisa?
- Eu não sei... – Draco praticamente murmura – é do meu médico, o médico que me encaminhou para o tratamento trouxa – ele encara Hermione que o olha com curiosidade – ele está dizendo que a clínica de fertilização quer falar comigo.
- Será que utilizaram seu material novamente em outra pessoa? – Hermione diz boquiaberta – seria coincidência demais!
- Não, eles não fariam isso – Draco diz meio incerto – pelo menos eu acho que não – ele olha para Hermione – você acha que existe essa possibilidade?
- Não entendo muito disso – a morena responde pensativa – mas como você disse que havia pedido que seu material fosse destruído, acho que quando eles viram a confusão, eles devem ter inutilizado o restante, se é que havia algum – ele olha para o loiro e pergunta – e então, o que você vai fazer?
- Eu vou à clínica, é claro – Draco responde – e vou fazer isso o mais rápido possível, se houver algum problema, eu quero resolver logo.
- Eu acho que deveria ir com você – ela diz em um impulso.
- Nem pensar! – Draco rebate e diante da feição contrariada de Hermione, ele completa – não é por causa do bebê, nem nada do tipo. Lembra que eles não têm a mínima ideia que a gente se conhece, já imaginou se nós chegarmos juntos?
- É, visto por este lado, você tem uma certa razão – Hermione diz depois de pensar um momento. Então ela sorri – quer dizer então que eu terei alguns momentos de paz sem a minha sombra perseguidora me seguindo pela casa inteira?
O loiro olha para ela. Ele não havia pensado nisso e neste momento, ele fica sem saber o que dizer – você está gostando disso, não está? – ele finalmente diz contrariado
- Não posso dizer que não – Hermione diz sorrindo, então ela fica séria e olha para o loiro – eu sei que você está um tanto obcecado em não perder o nascimento do bebê, mas você precisa relaxar, Draco! Viver a sua vida normalmente, eu sou grata por você ficar aqui me fazendo companhia essas semanas, mas você só não me segue no banheiro porque eu não deixo. Você precisa viver a sua vida, seguir seus compromissos e caso aconteça alguma coisa você vai ser informado – ela suspira – eu também não quero que você perca o nascimento desta criança, mas a sua obsessão me deixa nervosa e você sabe quais são as consequências disso.
- A sua pressão – o loiro diz preocupado – você está bem? Quer se deitar? Quer que eu chame a Weasley? – ele pergunta enquanto faz com que ela se sente.
- Draco! – Hermione o interrompe – eu estou bem, pare! Eu já me acostumei com o seu jeito, só estou dizendo pra você parar de me perturbar. O seu modo super protetor não vai fazer a minha pressão subir, eu azaro você antes que isso aconteça. Mas agora voltando ao assunto da clínica, quando você pretende ir? Você vai esperar até o bebê nascer?
- Acho que eu não consigo esperar – o loiro diz passando a mão pelos cabelos – mas eu só irei se você disser que não tem nenhum problema, por que se houver...
- Claro que não há – Hermione o interrompe – eu estou bem e, além disso, eu também estou curiosa pra saber o que eles querem com você.
- Então eu vou mandar uma coruja dizendo que irei amanhã – Draco fala depois de pensar um minuto – vamos saber logo o que aconteceu e depois focar apenas no Junior
Sim – Hermione lança um olhar irritado – vamos saber logo o que aconteceu e focar apenas no nosso filho que corre um grande risco de nascer sem pai se o pai dele continuar chamando-o de Junior.
Draco sorri enquanto Hermione rola os olhos – você não ia à biblioteca? – ele pergunta tomando-a pelo braço – vou pedir para os elfos servirem um chá para nós, aí enquanto você procura algum livro que por milagre ainda não tenha lido eu aproveito pra escrever para o medibruxo dizendo que irei amanhã à clínica.
- Adiantaria eu dizer que não estou com fome? – Hermione diz enquanto se dirige com o loiro à biblioteca.
- Você sabe que não – Draco diz e sorri ao ver Hermione suspirar audivelmente. O casal se encaminha para a biblioteca conforme acontece várias vezes na rotina confortável do casal, nenhum dos dois vê o pequeno ponto esverdeado parado estrategicamente na cortina...
XXXXX
Na casa de Harry Potter
Harry e Gina comem em silêncio. Rony disse que não queria almoçar e se recolheu para seu quarto, o que preocupa muito o casal, afinal não é do feitio do ruivo recusar uma refeição, definitivamente não é!
Eles perceberam que Rony anda mais calado e raramente interage. Ele voltou a trabalhar, mas Harry já percebeu que seu cunhado faz isso de forma mecânica, é como se ele simplesmente estivesse fazendo as suas obrigações sem encontrar prazer ou propósito algum.
- Isso não pode ficar assim, Harry! – Gina diz para o marido, seu olhar se volta em direção ao quarto de Rony – eu não aguento ver meu irmão desse jeito, a gente precisa fazer alguma coisa. Se ele pelo menos ficasse furioso, gritasse ou quebrasse alguma coisa, eu até entenderia, mas eu não suporto esse silêncio, não é típico dele.
Harry olha para a esposa, ele sabe que a despeito das constantes desavenças na infância e adolescência, Gina e Rony são muito unidos e o sofrimento dele a afeta bastante.
- Ele vai superar – ele diz para a esposa. Harry está desconcertado, Gina está à beira das lágrimas e ele sabe que a ruiva raramente perde o controle – só o que a gente pode fazer é dar todo apoio a ele e esperar ele tomar uma decisão. Eu sei que é difícil...
- Não! – Gina o interrompe – não é só isso que eu posso fazer, eu ainda posso fazer uma coisinha...
E dizendo estas palavras a ruiva aparata deixando um Harry curioso e preocupado para trás...
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No outro dia
Draco acorda, ele não pode dizer que dormiu muito, a sua mente focada na coruja que recebeu no dia anterior fez com que ele não conseguisse pegar no sono mesmo com Hermione em seus braços.
Ele olha para a morena que dorme languidamente, a mão no ventre como se quisesse proteger o bebê. O loiro não pode deixar de sorrir em imaginar na loucura que a sua vida se tornou nos últimos meses, mesmo assim ele não mudaria nada.
- Você dormiu mal – Hermione murmura sonolenta – foi por causa das vezes que precisei levantar para ir ao banheiro?
- Não, eu já me acostumei com isso – Draco sorri. De fato o número de vezes que a morena precisa levantar por causa da criança que pressiona a sua bexiga muitas vezes o acorda, mas não foi o caso desta vez.
- É a sua ida à clínica? – Hermione pergunta e vê Draco assentir com a cabeça – você não precisa ir se não estiver se sentindo a vontade com isso. A gente esquece, você manda uma mensagem para o seu medibruxo dizendo que não tem interesse em comparecer.
- Eu não poderia – Draco suspira – se eu fizer isso vou passar muito tempo pensando no que seria, eu quero fechar logo essa parte da minha vida. Eu vou tomar café com você e depois eu irei – Draco diz mesmo sabendo que não conseguirá comer muito.
- Draco – Hermione diz e o loiro se volta pra ela – você tem que me prometer que se houver acontecido alguma coisa, qualquer coisa – ela frisa – você vai me contar. Nós estamos juntos nessa, lembra? Eu preciso mesmo saber – ela olha nos olhos dele – você promete?
- Eu prometo - ele diz sabendo que se for algo grave, ele não terá escrúpulo nenhum em esconder dela pelo menos até o bebê nascer. Nem no inferno Draco irá dar uma notícia que possa abalar Hermione nessa altura do campeonato Por sorte a mãe do seu filho não conhece tanto assim esse seu lado sonserino e nem pensa em confrontá-lo
- Vamos tomar café então – ela diz – seu filho está com fome e a mãe dele também...
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Enquanto isso, na casa de Rony Weasley
Pandora caminha pela casa, como acontece quase todos os dias. Ela olha pra o estado da sua residência e não pode deixar de torcer o nariz, a bruxa nunca imaginou que fosse capaz de deixar a sua amada casa ficar neste estado, mas agora é como se isso não importasse, desde que Rony saiu de casa é como se nada mais importasse, ela simplesmente perdeu o gosto, Pandora não tem coragem de fazer quase nada, a não ser andar pela casa e olhar várias vezes para a porta e para a lareira em uma vã esperança que seu ruivo retorne.
A espanhola ouve um barulho na porta e seu coração dispara – mi vida – ela murmura enquanto caminha até a entrada.
Mas não é Rony quem está lá...
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Na Londres trouxa
Draco olha para o prédio e respira fundo. Ele não pode dizer que tem lembranças boas do local, mas de uma forma meio torta, ele se sente grato, afinal foi a confusão que a clínica fez que lhe trouxe Hermione e seu filho para a sua vida.
Ele está apreensivo, mas está também muito curioso. O loiro não imagina o que a clínica pode querer com ele a esta altura, tirando a hipótese absurda de haver outro engano e eles terem usado o seu material novamente, nada mais passa pela sua cabeça.
Ele entra no prédio pensando no que pode acontecer. Draco respira fundo enquanto diz na recepção quem é. A secretária pede que ele entre e o loiro encontra figuras já conhecidas, o diretor da clínica e o advogado, as mesmas pessoas que ele encontrou da outra vez em que esteve no local. Draco é um sonserino e um homem bem sucedido, e ele sabe que um dos segredos é exalar confiança. Então ele diz:
- Não tenho muito tempo, então gostaria que fossem breves. O que vocês querem comigo?
O diretor pede que Draco se sente e eles começam a conversar, nenhum deles nota o pequeno ponto esverdeado na parte superior da porta...
NOTA DA AUTORA
Espero que todos e todas que aparecem por aqui estejam bem e se cuidando. Vocês devem ter notado que o capítulo demorou um pouco mais, mas veja o lado bom, pelo menos não foram meses como estava acontecendo antes. Eu já havia avisado que com o início das aulas remotas talvez isso fosse acontecer e eu digo uma coisa, estou trabalhando muito mais do que quando as aulas eram presenciais, tenho medo de abrir a geladeira e aparecer o link de uma reunião lá, rss.
Espero que tenham gostado. Já deu pra notar que vem coisa por aí, não é. O próximo vai sair em alguns dias, vou fazer o possível pra manter alguma regularidade. Obrigado a todo mundo que me acompanha e um super obrigado aqueles que deixam uma palavrinha.
Bjs. Se puderem fiquem em casa e não se esqueçam da máscara quando precisar sair.
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