6. Coisas demais pra um coraçã
N/A: SAIU? O CAPÍTULO SAIU? NEM ACREDITO QUE CONSEGUI ESCREVER =O sério mesmo, gente, eu não sabia que esse capítulo conseguiria sair antes do ano que vem. E eu demorei... É. Foi mal ,gente, sério, foi mal MESMO *-* É que esse mês foi muito conturbado pra mim: falta de criatividade, minha gata morreu, falta de criatividade, minha irmã chegou, falta de criativida, natal (aliás, Feliz Natal pra todo mundo, povo mais lindo que me lê e pra quem não lê também ;) ) falta de criatividade, viagem... UFA! Pois é, mas como vocês puderam perceber, a falta de criativida é o que mais me impediu de escrever esse capítulo pra vocês ): Mas para me redimir eu vou dar alguns presentes de Natal e de Ano-Novo pra vocês. O primeiro, que eu vou dar agora, é que eu vou poupar o tempo de vocês dando bronca em mim e eu mesma dou bronca em mim, ok?
"Nayara, olha aqui, você ta achando que é festa? Ta achando que as leitoras são o que?" "Mas é que..." "MAS NADA! VOCÊ ACHA QUE ELAS SÃO LEITORAS DE FICAAR ESPERANDO?! COMO ASSIM? UM MÊS DE ESPERA?! COMO VOCÊ FAZ ISSO COM ELAS?! E VOCÊ AINDA PROMETEU POSTAR RÁPIDO! ISSO NÃO É COISA QUE SE FAÇA" "Poxa, mas desculpa, é que..." "É QUE NADA! ELAS MERECEM U DRACO MALFOY SÓ PRA ELAS DEPOIS DESSE SEU DESLIZE, ENTENDEU? UM DRACO MALFOY!" "NÃÃÃO! P-por favor, meu Draquinho não!" "QUE SEU DRAQUINHO O QUE?! NEM ELE MAIS AGUENTA FICAR ESPERANDO PRA VOCÊ POSTAR O PRÓXIMO CAPÍTULO! VO TE CONTAR, VIU? É BOM VOCÊ COMEÇAR A POSTAR RÁPIDO DAQUI PRA FRENTE!" "*glup* tudo bem, eu vou postar mais rápido... Me desculpem... *Nayara abaixa a cabeça se snetindo derrotada por ter perdido numa discussão consigo mesma*"
E o outro presente eu vou falar no fim do capítulo, ok? Espero que gostem e, mais uma vez, desculpa pela demora...
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Me deu uma vontade súbita de rir.
Depois me deu uma vontade súbita de chorar.
Então me veio uma vontade muito tentadora de socar a cara dele naquele instante.
Mas, apesar de tudo, eu estava em choque.
Podia ser mentira o que ele havia falado, e era, mas não é todo o dia que alguém chega e fala que te ama.
Eu estava muito ofegante. Malfoy ainda me encarava, receoso, esperando uma resposta.
-Fala alguma coisa.
-O que você quer que eu te fale? – Ergui uma sobrancelha debochada, mas ainda em choque – “oh, Draco! Sério que você me ama?! Oh, eu te perdôo, ok?! E, olha que mágico, eu descobri que te amo também. E tudo de uma hora para outra!” – Falei numa voz infantil e irônica.
Ele continuou me encarando, então eu continuei.
-Para de ser mentiroso.
-Eu não to mentindo! Eu realmente te amo!
-Merda, você gosta mesmo de mentir, hein?! – Falei com a voz chateada – Até quando você vai ficar repetindo isso?
-Até você acreditar.
-E você acha que meu cérebro funciona como? Acha que forçando a informação nele ele vai começar a acreditar? – Ele respirou pesadamente, e de repente eu senti ele jogando todo o peso em cima de mim, como se tentasse aumentar a proximidade entre nós – Droga, Malfoy, sai de cima de mim! Você é pesado!
Ele trocou nossas posições novamente. Agora eu estava em cima.
-Eu pedi pra você sair de cima de mim, não pra você inverter as posições.
-Eu ainda estou em cima de você? – Ele perguntou sorrindo perigosamente. Eu apenas bufei.
-Malfoy, o que você está fazendo? – Perguntei num tom triste e furioso ao mesmo tempo.
-Não entendi.
-Desde quando você me ama, hein? – Ele deu um sorrisinho convencido – E nem vem com esse sorrisinho escroto porque eu não to acreditando em você, não! Mas qual é a sua, hein? É assim, eu saio andando e você percebe que me ama? É assim, então? Gruda que ele pisa, pisa que ele gruda? – Eu tinha ouvido a Gina falar essa frase uma vez, e na hora nem me fez sentido, eu fiquei tipo ‘ahn?’, mas é diferente quando acontece com você. Você começa a acreditar, a entender.
-Não, Hermione. – se ele repetir meu nome mais uma vez... – Quando você sumiu da minha vista pela primeira vez eu comecei a sentir algo doloroso. Uma sensação de perda. Foi horrível. Mas eu achei que não fosse nada demais, sabe? Que passaria.
-Daí você foi se consolar com a Parkinson? E foi me xingar mais?
-Eu fui ficar com a Parkinson para tentar tirar aquilo de mim. E eu te xinguei porque eu tinha começado a sentir algo estranho, e eu não queria sentir... Aquilo. Daí eu comecei a te xingar esperando acreditar que tudo aquilo que eu tava falando era verdade, quando na verdade não me eram nada mais do que palavras vindas de um estranho.
Eu fiquei encarando-o. Só isso, olho no olho. E ele ficou me encarando também, como se tentasse tirar alguma informação de mim. Como se fosse ficar sabendo o que eu estava sentindo.
Nem eu sabia o que eu estava sentindo.
-E quando você sumiu da minha vista pela segunda vez eu... Eu só consegui ficar pensando ‘você fez merda. Vocês estavam bem, e você fez merda. Você a perdeu’. E foi horrível, porque eu percebi que faria qualquer coisa pra poder só... Te ver de novo. Poder te tocar de novo, te sentir de novo. Eu percebi que dizer adeus para você, mesmo sem palavras explícitas, tava sendo impossível. Eu nunca tinha me sentido assim em relação a ninguém.
-Vamos supor que tudo o que você falou seja verdade. Você sentiu algo estranho e já deduziu que era amor? Já parou para pensar que era só o peso de bosta sobrecarregada dentro da sua cabeça que causou essa sensação estranha? E mais, você nunca sentiu isso. Como você sabe o que é?
Só agora que eu notara que amor era uma coisa estranha. Era uma coisinha como uma criança sapeca. A gente acha chata, mas a gente acha essencial na nossa vida. E mais, a gente se pergunta: como eu sei que é amor? Quer dizer, como você pode dar nome a algo que você não sabe o que é? Às vezes é só um ódio enorme que causava essa sensação, sabe? Que nem água muito quente que dá a entender que está gelada, ou gelo que nos queima. Como a gente dá nome ao desconhecido? Nós sentimos um pequeno formigamento na barriga e já chamamos de amor. Eu posso chegar para uma cadeira e falar que ela é o amor. Eu posso estar triste e falar que é o amor. Agora, eu acho que talvez amor fosse aquilo mesmo que todo mundo fala. Que é amor quando você não sabe explicar. Porque o amor é mais mutante que a AIDS. Ele aparece de uma forma diferente para cada pessoa. E ninguém sabe explicar. Ninguém pode. Principalmente porque você acha que ninguém vai entender, já que nem você entende o que ta passando dentro de você mesma. Então, como explicar algo que nem você sabe o que é? Então será que é assim? Você sente algo que não sabe o que é, vem um sentimento novo que você explicar e você o denomina de ‘amor’? Será que é por isso que ele é tão incerto? Tão difícil de ser expresso? Já que ninguém sabe o que é? Será que é por isso que existem milhares de corações quebrados pelo mundo? Milhares de pessoas iludidas por aí? Porque alguém arrisca e chama algo de amor quando na verdade é apenas um gostar? A verdade é que o amor se disfarça de tantas coisas diferentes, que ao primeiro sinal de qualquer coisa nós já chamamos de amor. Porque é algo desconhecido, estranho. Será que era isso que se passava na cabeça dele?
-Você já teve tanta certeza de algo na vida? – Ele respondeu com outra pergunta.
-Sim. A morte. E depois a certeza de que você é um idiota. – Ele ignorou totalmente essa última parte.
-É essa a certeza. A sensação de que quando eu falo isso eu sou a única pessoa que fala alguma verdade no mundo. É a certeza de que se eu tivesse errado eu não agüentaria mais.
-Eu pensei que você não me quisesse. – Falei lembrando daquelas palavras que me doeram tanto a serem ouvidas. “Numa coisa você tinha razão. Eu não te quero, mesmo” – E você pareceu tão certo das suas palavras quando disse aquilo.
-Hermione, eu tava fingindo. Mentindo para mim mesmo, fingindo só! Eu já te falei isso! Eu só fingi para tentar me convencer de que aquilo que eu estava sentindo era algo insignificante.
-É assim que funciona: se você consegue fingir que é alguma coisa, então você pode ser essa coisa.
Eu me ajoelhei. Era estranho ter aquela conversa com ele em cima dele. Mas o mais estranho mesmo era estar tendo uma conversa. Não era pra ter conversa. Não era pra eu olhar pra cara dele. Mas, infelizmente, Merlin tinha me feito boa demais. Nem com uma pessoa que nem o Malfoy eu conseguia ser assim. Eu não conseguia ser que nem ele, mas ás vezes eu desejava isso. Ser insuportável e desumana que nem ele. Parece tão mais fácil.
-Você não estava fingindo. – encarei o horizonte primeiro, depois o encarei – Você nunca me quis, mesmo. Porque você começou com isso de graça. Você começou a me xingar e a falar um monte de coisas primeiro. Falou sozinho. Isso não é querer alguém, muito menos amar.
-Hermione, você acha que eu fiz aquilo por querer? Porque eu não te queria? Eu só fiz aquilo porque eu vi onde eu tava pisando. Eu vi que tava começando a sentir algo que não queria sentir, e parei, como se ele nunca tivesse começado, sem nem mesmo saber que aquilo já tinha ido longe demais. Eu queria sair dali! Queria não sentir nada por você. Eu só tentei me convencer de coisas que já estavam comprovadas.
-Mesmo se você estivesse falando a verdade... Não justifica. Tudo bem, você errou. Errou agora, errou a vida inteira. Entenda Malfoy, você não simplesmente me mandou calar a boca ou me mandou para a put* que pariu. Você não colocou um pé na minha frente ou deu um soco na minha cara. Se fosse só isso é que claro que eu perdoaria. Mas não foi só um errinho básico, foi algo... – ‘Malfólico’ completei na minha mente – Você não queria se apaixonar e me machucou, agora que descobriu que já se apaixonou decide pedir desculpas já que terá que viver com isso por enquanto. Não funciona assim. Às vezes nós erramos, e tudo o que nós podemos fazer é viver com os nossos erros. Porque você não errou só com você. Você errou com mais de uma pessoa, errou comigo por ter feito tudo o que você fez, e você não pode esperar que eu te perdoe. Sabe, chega um momento que nós está mais nas suas mãos.
-Então será que você pode me dar uma segunda chance? – Ele perguntou depois de algo que me pareceu cinco minutos.
-Eu nunca te dei uma primeira chance para você ter uma segunda.
Então é o que aconteceu: eu comecei a chorar. Assim, de repente. Do nada parecia que as lágrimas eram a melhor opção para mim. Parecia que a única coisa que Merlin me oferecia era a opção de poder sofrer.
Mas eu não tinha chegado a chorar de soluçar. Só caíam lágrimas silenciosas. Malfoy acompanhava todas elas.
-Hermione, por favor... – Ele falou se aproximando de mim tentando limpar uma lágrima.
-Sai...
-Hermione, por favor, também não precisa reagir assim... – Ele falou meio culpado.
Eu fiquei encarando-o. Quer dizer que ele também queria controlar como eu ia reagir? Quer dizer que, além de tudo eu tinha que ficar quieta no meu canto?
-Ás vezes eu só queria fazer com você o que você fez comigo. Só pra você ver que a minha reação não foi exagero.
Eu o fitei por um instante e depois continuei com a voz chorosa.
-Olha... Escuta bem... – Eu me aproximei dele e ele pareceu receoso pela minha reação, mas mesmo assim ele parecia com um desejo enorme de me agarrar naquele momento e me fazer dele – Eu não te quero.
Eu suspirei pesadamente e o observei desviando o olhar para depois me encarar de novo.
-Dói, não dói? Mesmo que você não queira a pessoa de volta, dói. Porque ninguém quer se sentir indesejado. Ninguém quer se sentir assim.
-E qual foi o seu caso? – ele perguntou depois de uns cinco segundos e eu demorei um tempo para entender.
-Eu não te queria de volta. E ainda não quero.
Doeu. Eu não sei por que, mas doeu falar que eu não queria ele. Eu não queria ele, disso eu tinha certeza, mas... Eu não sei. Alguns machucados simplesmente doem e você nem sabe por quê.
-Quer ir com a Parkinson agora? Vá, fique a vontade. Porque ela te quer de volta.
Ele ficou me olhando como se eu tivesse falado um insulto.
Rá, e é claro que eu tinha falado um insulto. Fala sério, o sobrenome da menina é o nome de uma doença e ela tem cara de buldogue e se oferece para todos. O que você pode esperar de uma menina assim?
-Malfoy, me diga: o que você quer? – Perguntei tentando limpar as lágrimas.
-Você.
-Ok. Eu também quero você e ter lindos comensaizinhos com você. – Falei sarcástica – Conta outra.
-Eu quero você.
-Dá pra parar de mentir?
-Eu não to mentindo! – disse ele já estressado, mas depois ele se acalmou.
-Malfoy, você é um mentiroso. E não importa se você mente sobre coisas boas ou ruins, não importa se você teve intenções boas ou más. Você é um mentiroso.
-Hermione, eu quero que você me escute.
-Pra quê? Pra você mentir de novo? Pra você me machucar de novo? Malfoy, eu tenho os meus limites, e, acredite, eu passei deles no momento em que eu comecei a conversar normalmente com você.
-Eu quero que você me escute para eu provar o que eu sinto por você! – Ele insistiu já se estressando.
-Provar o que sente por mim? – Repeti – Amor é que não é! Malfoy, me diga uma coisa, você está vivendo o mesmo o dia que eu, por acaso? Pelo o que eu me lembre quem afastou alguém aqui foi você!
-Granger, você é lerda assim mesmo ou fingir que é assim é o seu novo passatempo? Eu te expliquei quantas vezes, hein? – Ele começou a se estressar e eu me assustei duas vezes. Da primeira vez eu me assustei porque ele tinha de repente mudado de novo, o que comprovava que ele sofria de uma síndrome bipolar muito raro. Da segunda vez eu me assustei por ter me assustado. O Malfoy já era assim, era de se esperar que ele ficaria estressado. Era tudo uma questão de tempo. Não era nada imprevisível.
Mas eu me recompus.
-Agora virou Granger, é? Você muda rápido, né? Até agora você estava jurando amor por mim e agora já mudou o rumo da conversa. Engraçado como as coisas funcionam aqui.
-Mas você é uma teimosa!
-Claro que sou teimosa! Ou você esperava que eu acreditasse em você?! Nós começamos a conversar normalmente sexta feira. E pelo o que eu sei, o amor não chega tão rápido. Principalmente quando o nosso relacionamento se baseava em ódio. Ou agora você virou um rebelde sem causa que quer revolucionar todos os padrões de vida? Malfoy, por favor, não fique por aí falando que ama as pessoas porque vai chegar uma hora em que alguém vai escutar e vai realmente acreditar! E torça para que não seja o Snape, se bem que... – me aproximei dele de jeito assassino – Vocês até que formariam um bom casal, sabe?
-Rá! – Ele falou irônico – É, verdade mesmo Granger! Sério, onde eu tava com a cabeça?! Desculpe-me por confundir seus sentimentos por mim, tudo bem? – Ele falou com falsa pena como se falasse com uma criança de cinco anos – Eu sei que você me ama e tals, mas olha, eu não amo você. Eu sei, é triste não ser amada por alguém como eu... Mas eu acho que você supera, sabe?
-Espero que eu supere, eu realmente não estava a fim de ter essa conversa com a minha terapeuta! – Gritei irônica - Eu? Amar você? Merlin me livre, Malfoy! – ah, se bem que se depender de Merlin eu já tava apaixonada por ele – Eu tenho é medo de ser amada por você! Você com as suas obsessões... Imagina se um dia você decide que quer me perseguir e chama os seus amiguinhos comensais, hein? – Falei venenosa – E, sabe, ser amada por você não está na minha lista de prioridades. Eu pretendo ser amada pelo Snape antes! Oh, ele é o meu sonho de consumo!
-Ah, não se preocupe porque os meus queridos comensaizinhos adorariam desgrudar essa cabeça gigante do resto do seu corpo!
-Os seus comensais? Poxa, você realmente está com muita influência no lado de Voldemort. Você pretende me matar também?! Por favor, não faça isso, ainda não fui amada pelo Draco! – ele deu algo parecido com um salto no lugar.
-Draco?- Ele perguntou meio confuso.
Merda!
-Esse é o seu nome, não é? Ou agora você mudou para ‘Princesinha dos Comensais’? – Eu o encarei por um momento – É, esse combina mais com você, mesmo.
Por sorte aquele olhar surpreso dele sumiu, dando um lugar a um olhar carrancudo, e eu dei graças a Merlin por isso ter acontecido porque... Merda, ele ficava fofo daquele jeito. Tentei tirar esses pensamentos da minha cabeça.
-Eaí? Já acabou de pagar paixão? Sabe, eu tenho muita coisa pra fazer.
-Ah, é? Tipo o que? Ir puxar o saco do Potter, é?
-Sabe, vale muito mais a pena puxar o saco dele do que ter que olhar pra sua cara. Olha, sabe o que eu percebi? Você se “apaixona” e se “desapaixona” pelas pessoas muito rápido. Eu quando eu digo rápido, é rápido mesmo. Quanto tempo você me amou, mesmo? – Fingi pensar por um momento – Algo como vinte minutos, não? E então, me conte. Como foi essa experiência extraordinária de amar alguém? – Perguntei erguendo as sobrancelhas, imitando o tom de repórteres curiosamente enxeridas, como a nojenta da Rita Skeeter – Ou pior, amar uma sangue ruim? Ah, ou pior ainda, amar a “Hermione”, ahn? Você vai publicar isso no seu próximo livro, antes do capítulo com seus lances amorosos com a Parkinson? E quem é a sua próxima vítima? Por favor, que não seja o Voldemort. Sabe, eu acho que ele tem uma paixãozinha pelo seu pai, então não se iluda assim. Aliás, como vai indo a vida dele na cadeia? – Perguntei fingindo interesse – Ele anda mandando muitas florzinhas pra você?
Sim, eu peguei pesado. Eu sabia como era meio difícil essa coisa de família para ele, mas, pelo amor de Merlin! Que menino escroto.
-Ah, não se preocupe com a vida do meu pai na cadeia que ele já saiu de lá faz muito tempo.
Meu sangue ferveu. Harry tinha colocado aquele projeto de Barbie na cadeia duas vezes. Eu não acho que ele conseguiria uma terceira.
-Ah, claro que ele fugiu. Ele queria te ver no seu vestidinho no Baile de Inverno, não é mesmo? – Perguntei tentando ser irônica, tentando camuflar a minha raiva, mas acabei falando entre dentes.
-Ah, vai cagar, Granger!
-Não estou muito a fim de produzir outros da sua espécie.
-Olha quem fala. Granger, você é a própria bosta falante!
-Pelo menos eu não fico falando que amo os outros.
-VOCÊ VAI FICA REPETINDO ISSO ATÉ QUANDO? – Malfoy se aproximou de mim. Nossos narizes quase se encostando.
-ATÉ VOCÊ PERCEBER QUE FAZER ISSO É INCRIVELMENTE IDIOTA!
-O QUE É QUE TA ACONTECENDO AQUI?! MALFOY DÁ PRA VOCÊ SAIR DE PERTO DA HERMIONE?!
O que o Harry fazia lá? Nojenta Parkinson estava parada ao lado dele, mas numa distância considerável. É claro que eles não queriam ficar perto um do outro.
Até que parte será que eles ouviram?
-Aaaah, o-oi Harry. Tudo bom? Desde quando você está aí? – Perguntei nervosa enquanto me levantava e andava para perto de Harry, mas não tão perto assim. Malfoy se levantou também e ficou na nossa frente.
-O suficiente pra ter vontade de esmagar a cara dele em bosta de hipogrifo.
-Precisa de proteção, Granger? – perguntou Malfoy debochado.
-Eu não preciso de proteção! – gritei para Malfoy e depois me virei para Harry – Eu não preciso de proteção! E o Malfoy não me é nenhuma ameaça.
-Claro que não sou! Não me atreveria chegar tão perto de uma sangue-ruim. – Ele falou com desprezo.
-Ah! Não chegaria? – Harry falou com ironia – E onde é que você estava agora?
-Então a minha proximidade com a Granger te irrita? – Ele perguntou de modo irritante vindo na minha direção – Se você soubesse quão perto eu já cheguei dela, começaria a sair bosta desse buraco na sua testa, Potter. – graças à pequena sorte que eu tenho, Harry não entendeu o que ele tinha falado. Ou apenas tinha entendido como uma provocação comum entre inimigos.
Pansy começou a rir escandalosamente quando ele disse isso, mas parou no momento em que Malfoy colocou aquelas mãos nojentas na minha cintura.
E o que eu fiz? Eu gelei. É, gelei. E o contato da sua pele com a minha não ajudou em nada, já que eu senti o já tão conhecido arrepio na espinha. Eu fiquei que nem uma idiota, encarando todos. E eu nem podia pedir para Merlin para que aquele momento acabasse, porque eu sabia que seria o mesmo de dizer ‘Merlin, por favor, deixe esse momento durar para sempre’. Então eu fiz o que eu faço de melhor. Me fiz de idiota. É, porque alguma dádiva Merlin tinha que me dar. Mesmo que fosse o estúpido ato de se fazer de idiota.
-Tira. A. Sua. Mão. Dela. – Disse Harry entre dentes.
-O que você vai fazer se eu não tirar minha mão dela? Vai chamar sua mamãe? – Malfoy riu maldosamente antes de continuar – Ah! É mesmo... Ela está morta. Como deve ser a vida de uma sangue-ruim finalmente morta? – Aquilo não ia acabar bem.
-E como deve ser a vida dos seus pais na prisão? – Ah, mas não ia acabar bem mesmo!
-Você quer dizer fora da prisão, não? Sabe, não é como se uma testa rachada ambulante conseguisse colocar meus pais em Azkaban.
-Seu filho da... – Harry avançou no Malfoy, que delicadamente me empurrou no chão antes de partir para cima de Harry.
Eu fiquei no chão observando a briga. Eu não sabia quem batia em quem, quem xingava o que. A minha única certeza era que eu não estava gostando daquela briga.
-Parem vocês dois! – Tentei gritar enquanto me levantava, mas nenhum deles me ouvia – Vocês parecem dois animais brigando! – Eles continuavam brigando, me ignorando totalmente – Vocês têm suas varinhas no bolso, sabe? –– Sabem? Uma varinha! – Gritei balançando a mão como uma idiota, tentando imitar o movimento de alguém usando uma varinha– Artefato mágico que executa feitiços que realmente podem doer e... Ah! A propósito vocês têm tal artefato mágico! – Eles não me escutavam – E vocês podiam usá-la para duelarem que nem bruxo de verdade! – não que eu quisesse uma briga entre os dois – Vocês querem fazer o favor de me ouvir?! – Me aproximei deles e entrei no meio da briga já estressada – É BOM VOCÊS PARAREM COM ESSA PORR* AGORA, SEUS DOIS ANIMAIS! E VOCÊS PODIAM SER CIVILIZADOS PELO MENOS DE VEZ EM QUAN...
Eu levei um soco na cara.
Sim. Um soco. Na minha cara. E eu não sei como eles faziam nos filmes, mas eu não via um jeito de ficar em pé sem ver uma apresentação de estrelas dançantes na minha frente. E eu só podia ser muito frágil mesmo – o que não devia acontecer, já que eu já tinha sofrido dores bem piores – porque estava doendo. E muito. Mas é óbvio que nos filmes é diferente. Tudo é diferente nos filmes. Tudo é mais fácil. Se eu quisesse fingir um machucado eu podia muito bem comprar um maldito sangue-falso. Mas, não. Nós não estávamos num filme. E, sim, eu realmente estava sentindo dor. E não era pouca, não.
Agora, quem tinha sido o filho da put* que tinha me acertado? Sério, quem me acertou estava com muitas minhocas cagantes cobrindo os olhos, porque é simplesmente impossível alguém não enxergar esse ninho que falam que tem em cima da minha cabeça. Então é assim, né? Quando é pra me xingar todo mundo fala do meu cabelo, mas quando é pra me acertar na cara ninguém vê esse meu “cabelinho”.
-Hermione, você ta bem? - Harry perguntou preocupado finalmente parando com aquela briga.
Ah, agora ele percebe a minha presença?
-Merd*... – murmurei num tom inaudível.
Por que estava doendo tanto? Sério, até o momento em que eu me lembre eu não fui feita de vidro, e minha pele tinha algo chamado resistência. Coisa que parecia ter se acabado no momento em que aquela mão pesada acertou o meu rosto, que já não era lindo.
-Olha, eu só queria que vocês não se matassem. – Continuei num tom um pouco mais alto e num mais leve – Se vocês não queriam ouvir a minha opinião... Ai... – Passei a mão na minha bochecha que tinha sido atingida – Pra mim não tem problema, mas também não precisavam dar um soco na minha cara.
-Hermione, desculpa! – Harry implorou – Eu ia acertar o idiota do Malfoy e acabei acertando você, mas não foi minha intenção, desculpa!
-Foi você?! – Perguntei surpresa – Bem, aqueles anos de quadribol te fizeram muito bem. – Murmurei comigo mesma.
E fizeram mesmo. Eu pensei que Malfoy tivesse me dado um soco. Tinha sido forte demais pra ter sido da autoria do menino outrora magricela.
-Por que a surpresa? – Ele perguntou levemente constrangido. É, pelo jeito ele tinha escutado a minha pequena confissão pessoal – Você acha que eu não consigo bater em ninguém?
-N-não, não é isso! – Falei envergonhada por ele ter ouvido o que eu tinha falado – É que eu não achei que você conseguisse bater em mim.
Ele ficou me encarando sorrindo meio envergonhado e eu o encarei também, tentando sorrir. De repente todo o meu esforço para sumir foi embora, mas eu não precisava daquilo mesmo.
-Eu vi o que você está fazendo aqui. – Falei com um tom totalmente diferente do tom antes usado.
-O que eu to fazendo? – Ele perguntou confuso.
-“Você está mudando para o lado do mal!” – Falei tentando numa tentativa inútil de inventar sua voz – “Malfoy está fazendo sua cabeça”
-Merlin me livre! – disse Malfoy se intrometendo. Como esse animal ainda tinha decência de continuar lá? – Tenho certeza que ninguém do lado do Voldemort gostaria da presença de algo tão sujo que nem você.
-Que coincidência! – Falei ironicamente sem encará-lo – Também falaram que não queriam algo tão nojento que nem você em Hogwarts, mas você continua com essa teimosa insistência de ainda pisar nesse terreno.
-Hermione, eu já pedi desculpas. – Falou Harry ignorando essa pequena discussão entre Malfoy e eu.
-Desculpas pelo soco na cara ou desculpas por aquela acusação? – Perguntei estressada levantando uma sobrancelha com dificuldade.
-Pelo soco... Pe- pela acusa... Por tudo. – Ele veio me dar um abraço, mas eu o afastei.
-Harry... O que você pensa que está fazendo? – Perguntei um pouco mais estressada – Você me pediu desculpas. Eu não tenho nenhuma obrigação de aceitar suas desculpas agora.
-Eu já ouvi isso antes... – Malfoy falou consigo mesmo, mas, infelizmente, todos nós ouvimos, o que me fez arregalar os olhos, e isso não foi uma das melhores coisas que eu podia ter feito no momento, já que Harry me encarou com um olhar acusador, mas mesmo assim ele respondeu ao Malfoy
-Se ouviu é porque estava se intrometendo onde não foi chamado, já que você nunca pediria desculpas para... Para ninguém. – Ele disse entre dentes.
-O que te faz pensar que sabe tanto sobre mim? – Malfoy perguntou desdenhoso.
-Ver a sua cara por todos esses anos e ver o jeitinho que você grita pedindo ajuda ao seu papaizinho foragido me dá uma pequena noção das suas atitudes.
-Olha, parem os dois. Malfoy, some.
-Olha como você fala com ele. – Disse Parkinson se pondo na frente de Malfoy.
-Eu realmente devo estar doente, porque eu já tinha parado de sentir esse seu cheiro de bosta e, graças a Merlin, já tinha esquecido da sua presença.
-E com certeza o Potter tinha esquecido de como a sua cabeça era gigante por ter conseguido acertar ela e falar que foi sem-querer.
-Parkinson, se você gosta da sua cara feia do jeito que ela é, aconselho que você cale a boca!
E não é que a vadia calou a boca?
-Então a sangue-ruim acha que tem moral sobre a minha pessoa? – Perguntou Malfoy naquele tom que eu odiava.
-Rá! Não é preciso ter tanta moral para isso. – Falei debochada e assassina.
-Hermione, eu quero falar com você. Sozinha. – pediu Harry.
-Vocês vão fazer o que sozinhos? Vão discutir a relação, por acaso? – perguntou Malfoy debochado, seguido de risadinhas de Parkinson.
-Menina, você tem algum problema na garganta ou você não consegue falar nossa língua e tenta demonstrar isso com essas risadinhas? – perguntei estressada me virando pra nojenta.
-Então, Hermione, vamos? – perguntou Harry tentando ignorar os comentários alheios.
-Você não vai a lugar nenhum sem a minha companhia. – falou Malfoy naquele tom que eu lembrava muito o Draco do primeiro ano. Draco? Eu quis dizer Malfoy. Por favor, Merlin, limpe minha mente de possíveis danos causados pela menção desse nome.
-Malfoy, se você não me quer, tem quem queira! – deixei escapar estressada.
Merlin, se você me colocou nesse mundo por engano, eu sugiro que você abra o chão agora mesmo e me deixe cair lá dentro. Sei lá, manda um hipogrifo passar por aqui para cagar em cima de mim, até que eu não seja mais visível a olhares mortais. Traga Voldemort pra mandar um crucio em mim até que todos se esqueçam do ocorrido. Mas POR FAVOR, não me deixe saindo por aí falando essas coisas. Eu não preciso de mais humilhação.
Ah, mais uma coisa que você podia ter feito era ter mandado amigos demasiado burros. Pff, “amigos”. Podia ter mandado pessoas mais lerdas, quero dizer, mais lerdas ainda, porque até a Nojenta Parkinson percebeu que algo não estava normal lá. Ah, quer saber?! Podia não ter me mandado ninguém. É, ou se você achasse que eu ficaria muito sozinha podia ter me mandado aqueles bichinhos invisíveis que a Luna tanto fala. Eles pelo menos não fariam essa cara confusa que Harry está fazendo, ou não estariam engolindo em seco fazendo olhares mesclando vergonha, espanto, raiva e censura, resultando num olhar um tanto engasgado para mim vindo de Malfoy, ou essa cara de put*desentendida que a Nojenta Parkinson ta fazendo.
E a minha cara de ‘put* que pariu, falei merda’ era, claro, a mais linda de todas.
-Ahn... É, quero dizer... – falei rapidamente tentando mudar de assunto, e depois simulando uma cara brava – Malfoy, desde quando você decide o que eu posso ou não fazer? Você não tem nenhuma autoridade sobre mim. – virei a cara para tentar simular exatamente uma briga. Talvez eles pararem de pensar na merda que eu tinha acabado de falar.
-Como assim “se você não me quer”? – Perguntou aquela doença ambulante.
Sério, qual a utilidade de um ser como esses na face da terra?! Como deixaram uma coisa nojenta como ela entrar aqui? Ela não faz exatamente porr* nenhuma, a não ser que considerem o escroto ato de passar maquiagem que nem aquelas put*s de esquina, agir que nem uma put* de esquina, e dar risadinhas que nem uma put* de esquina algo de ‘útil’ na Terra.
-Talvez eu não tenha autoridade por você, mas a diretoria tem, e eles adorariam tirar os seus 70% da nota. – eu fechei a cara de verdade dessa vez – Apesar de ser do meu total contragosto ter que passar todo esse tempo com você – ele completou enojado.
Me machucou, e era horrível saber que na nossa vida tudo podia mudar de uma hora para outra. Apesar de todo esse nosso pique-esconde não ter durado tanto tempo ainda, eu estava cansada. Cansada de passar do ódio à... Seja lá que merda de sentimento que nós sentíamos. Antes ele tinha um ódio especialmente dedicado a mim, de repente ele começa a querer passar o tempo comigo e diz coisas lindas demais para serem ditas por ele. Então ele se mostra o perfeito canalha que é, depois me pede desculpas e diz que me ama. Tudo no mesmo dia! Então, na mesma hora, diz que era tudo mentira e que nunca se apaixonaria por alguém como eu.
Alguém como eu.
Como seria alguém como eu?
E será que eu era tão difícil assim de se apaixonar?
Não que eu queria que Malfoy gostasse de mim.
É óbvio que eu não queria.
-Você fala como se eu estivesse adorando passar meu tempo com você! – falei com desgosto.
-Alguém pode me explicar a parte do “se você não me quer?” – indagou de novo aquele... Ser inutilmente aputeada.
Harry continuava confuso diante toda aquela situação. Isso só mostrava que Merlin não era de todo ruim.
-Quem não adoraria passar o tempo comigo?! – Malfoy tentou manter o tom confiante e convencido, mas eu, que sabia da situação que estávamos passando, percebi um pequeno desespero de sua voz, como se tentasse fazer Parkinson calar a boca.
-Por que Malfoy iria querer você? Por que alguém iria querer você?
-Porque eu não sou uma put* que nem você! – gritei já estressada – Agora dá pra você calar a boca? A gente já ouviu o seu comentário com direito a opinião três vezes! Eu, diferente de você, não tenho tanta bosta na cabeça que dificulta o maravilhoso ato de pensar, e o útil ato de escutar! Se alguém me quer ou deixa de me querer, suspeito que não seja da sua conta, certo? Ou até na vida alheia você quer se meter?
Todos ficaram em silêncio e eu senti todos os olhares em cima de mim. Infelizmente, também senti o meu rosto corar furiosamente. Como eu pude me expressar desse jeito? Eu falei como se nós fossemos namorados, e ele não me quisesse mais. Falei como se eu fosse uma ex-namorada tentando se iludir e mostrar autoconfiança usando o típico papo de “se você não me quer tem quem queira”. Falei como se me importasse.
Então Harry quebrou o silêncio com o que eu menos queria ouvir:
-Mas por que Malfoy iria te querer? – os olhos tinham um brilho estranho. O brilho de um menino de seis anos decepcionado e magoado – Não que o problema seja em você, mas o problema é o Malfoy. E o simples fato de ele nunca querer alguém de verdade.
-Ei! – protestou Parkinson numa mistura de orgulho e ofendida – Ele me quer, acho que isso quebra todas as suas teorias!
Todos nós seguramos o riso. Malfoy não me queria mesmo, mas ele também não queria a Nojenta Parkinson. Mas, na verdade, o tom que ela usou para falar aquelas palavras me deu pena. Porque, apesar de ser realmente tosco, o Malfoy conseguia causar essa merda nas meninas. Ele conseguia causar essa sensação de que realmente é desejada. Mas eu até que era esperta e não era oferecida como ela, então eu não caí tanto nessa. Para ela qualquer oportunidade seria algo realmente grandioso.
Malfoy me mandou um olhar totalmente significativo. Era muita coisa para eu identificar, mas eu tinha certeza que em parte o olhar queria mostrar a virilidade dele. Eu não sei, algo como se precisasse mostrar que ele sempre tinha meninas em volta dele, mas também levava uma certa demonstração do ciúmes que eu devia sentir. Mas eu não senti ciúmes, eu senti é muita raiva.
-Quer saber, Harry? Eu to cansada de toda essa conversa entre os dois. Realmente, Parkinson, o Malfoy deve mesmo te querer, mas eu não vejo isso como um motivo para ficar feliz. Vamos, Harry, eu to mesmo precisando conversar com alguém que tenha um nível mais alto, só para variar.
O Malfoy pareceu um pouco surpreso, mas eu realmente não sei o motivo, já que é óbvio que eu não teria um ataque de ciúmes. Aliás, eu já tinha falado muita bosta hoje, eu não precisava continuar fazendo isso na frente deles.
Fui andando na direção de Harry e o segurei pela mão. Eu vi que Malfoy ia protestar algo, então eu aproveitei o momento em que eu passei do lado dele e sussurrei em seu ouvido.
-E aproveite esse tempinho para acertar as contas com a Nojenta aí.
Ele não protestou nada depois disso. Mas eu não sei, eu acho que meu cérebro funcionaria melhor se ele tivesse falado “Granger, você é uma sangue-ruim que tem bafo de hipogrifo”. Mas não, ele ficou com aquela merda de mania de ficar com aquele olhar intimidador pra cima de mim.
Claro que meu cérebro podia ser menos filho da put*. Ele podia muito bem mandar aquela simples mensagem que faz meus pés continuarem andando para longe dele. Mas meu cérebro era demasiado preguiçoso, e se desmanchava junto comigo diante daqueles olhos, ora azuis, ora cinzas. E a ausência daquela ordem para os meus pés, resultava nessa minha pessoa inútil, envolvida naquele olhar penetrante.
O olhar levou um ar convencido diante essa minha cena estúpida de ficar caidinha no olhar dele.
A sorte era que, se eu não tinha meu cérebro para me tirar dessa situação ridícula, eu tinha o Harry. Sim, porque parece que ele tinha percebido essa minha ‘pequena cena’ e apertou minha mão. Acordei do meu transe.
-Vamos, Harry... – mas antes de sair eu completei – Você vai continuar por aqui, Malfoy?
-Preocupada por onde eu ando, Granger? – ele perguntou com um sorriso perigoso.
-Hm... – crispei os lábios – Claro que não, é só que... Eu quero a minha nota.
-Bem, se tanto te preocupa por onde eu ando – ele falou num tom um tanto quanto sapeca, um tanto quanto arrogante, ignorando totalmente a minha resposta anterior – Eu pretendo... – ele olhou para Parkinson de um jeito safado. Safado demais para o meu gosto. E a retardada ainda deu uma risada cúmplice, como se ninguém tivesse entendido o que estava acontecendo, como se aquele momento ‘olharzinho safado’ fosse algo exclusivo deles – Ficar aqui com a Pansy.
Eu apenas bufei e continuei andando.
“Não bufe, Hermione. Não demonstre emoções”. Tudo o que eu precisava era de você, Consciência. Agora você aparece, né? Quer uma dica, some!
Sim, para mim era perfeitamente normal conversar com algo que eu chamo de Consciência. Algo que não anda me ajudando... Bem, nunca.
Mas já que eu não tinha ninguém para conversar, eu conversava comigo mesma. Porque eu me entendia, eu sabia da minha vida, eu sabia as minhas intenções, eu não tinha que me explicar para mim mesma porque eu simplesmente... Sabia. Eu não podia simplesmente chegar na Gina e falar “ei, eu dei troquei uns amassos com o Malfoy. Não, eu não bati nele nem nada, na verdade, eu gostei. E não vou mentir que eu não gostei”. Em uma conversa comigo mesma eu podia contar os fatos e contar a minha opinião e até trocar umas idéias comigo mesma. Eu não precisava esconder nada de mim mesma, eu não precisava mentir. Sim, eu podia fazer isso com uma pessoa que não dividisse os mesmos genes que eu, mas eu ainda me sentia totalmente confortável em ter altos diálogos comigo mesma. Eu achava fascinante. Gina era uma ótima amiga, talvez a melhor amiga que eu tinha que tinha genes diferentes do meu. Mas ela ainda não tinha ido tão longe. Eu não contaria com ela para ter conversas no meio da noite e da chuva, para contar algo meu, algum segredo obscuro, talvez só porque eu tivesse a vontade repentina de contá-lo. Não, eu contaria comigo mesma. Eu era minha melhor amiga. Talvez isso ocorresse porque eu não tinha total confiança no mundo. Eu não tinha ainda confiança em ninguém para contar o que acontecera com o Malfoy, e acho que não contaria para ninguém tão cedo.
-Hm, Hermione? – perguntou Harry um tanto receoso e balançou nossas mãos e, mais que imediatamente, eu puxei a minha e o encarei com uma cara assustada.
-Desculpe, Harry. – meu rosto se suavizou.
-Ahn, tudo bem.
Nós ficamos em silêncio. Eu dei uma observada para ver onde estávamos. Bem perto da Floresta Proibida. Talvez estivéssemos dentro dela. Mas eu não me importava, não mais. Não depois do segundo, não depois de todas as nossas aventuras juntos.
-Hermione, o que foi tudo aquilo que aconteceu no meio da nossa... Discussão? – ele indagou um pouco envergonhado.
-Aquilo o que? – engasguei na minha própria saliva, e após isso acontecer eu entendi o quão idiota eu era.
-Aquelas... Indiretas do Malfoy.
-Não houve indiretas. N- não mesmo.
-Ah. – ele suspirou cético – Claro que não houve. Comentários do tipo ‘Se você soubesse quão perto eu já cheguei dela, começaria a sair bosta desse buraco na sua testa’, aquele momento escroto em que ele falou como se ele já tivesse pedido desculpas para você, e, claro, aquele seu ‘se você não me quer tem quem queira’ foram tudo uma obra da minha cabeça. Não significa nada. Aliás, que comentário foi aquele?
-Harry. Eu sou uma pessoa idiota. Você tem que entender que tudo o que eu falo e faço é idiota. – Expliquei suplicante.
-Você não é idiota. É uma das pessoas mais inteligente que eu conheço. – ele deu um passo se aproximando de mim – Na verdade, a mais inteligente.
-E o que você acha que ta rolando entre Malfoy e eu, então? – perguntei jogando todas as palavras num sufoco enquanto dava um passo para trás discretamente.
Minha pequena ‘fuguinha’ teria saído melhor se eu não tivesse tropeçado num galho de árvore que estava no chão. Eu poderia ter caído no chão, a queda não seria tão dolorosa, mas Harry pensava diferente. Obviamente ele achava que se eu tivesse uma queda de no máximo trinta centímetros eu perderia o braço, seria comida por um lobisomen, Voldemort me atacaria e... Enfim, o fim do mundo aconteceria para ele, só podia, porque ele me segurou numa urgência e numa precisão... Não parecia o Harry obcecado em Voldemort. Na verdade, parecia um Harry obcecado em mim.
A nossa posição não estava das melhores. Eu estava numa espécie de cambrê desajeitado, o cabelo bagunçado em cima do rosto. Harry tinha uma mão na minha cintura e outra nas minhas costas e estava um pouco curvado por cima de mim.
Ele olhou nos meus olhos. Olhou de um jeito que nenhum menino olhou para mim. Ele direcionou o olhou para minha boca e começou a ficar um pouquinho ofegante. Meu coração se acelerou um pouco, mas eu queria sair dali. Eu só fiquei por um motivo.
Eu me lembrei daquela sensação. Aquela sensação de desejar alguém e não ser recíproco. Essa vontade de ter alguém nos braços. Eu sei, eu já tinha sentido tudo isso... Com o Harry.
Sim, eu, Hermione Granger, típica menina no típico caso de apaixonite pelo melhor amigo. Apaixonite que durou três anos. Ah, os piores anos da minha vida aconteceram por causa dessa merda de sensação. Do segundo ao quarto ano eu senti aquilo. Eu sabia que não era amor. Talvez fosse um gostar mesclado com a vontade de ter a pessoa para sempre. Mas eu não o amava dos dois jeitos. Só o amava como amigo. Eu não conseguia ver um jeito de amar alguém como amigo e também amar desse outro jeito. Ou talvez não via um jeito de amar o Harry assim. Mas no quarto ano eu caí na real. Até lá eu tinha esperanças de que nós podíamos ficar juntos, mas então eu vi que apesar de ele ter me olhado de um jeito especial no baile, ele não correu atrás de mim e não demonstrou interesse. Não mostrou sinais de que me queria. E eu, esperta e orgulhosa, desisti. E, sabe, aos poucos, você consegue. Parece impossível porque você não se imagina numa realidade em que você não suspira toda vez que a pessoa passa. Mas isso passa, e com tempo você esquece. Mas eu tinha medo. Medo de cair nessa de novo. Eu me proibia de pensar nisso, para não sentir isso de novo. Me colocava numa distância segura para não acordar todos esses sentimentos que estavam adormecidos dentro de mim. Prontos para ferrarem com a minha vida. Eu tentava não me lembrar de tudo que eu fiz o maior esforço para esquecer.
Harry foi se aproximando e tirou a mão que estava na minha cintura e tirou o cabelo do meu rosto.
Então era isso? Será que era realmente o que eu esperava? Todo o meu sonho de felicidade finalmente concebido, só que mais tarde? Eu devia estar me sentindo ansiosa e feliz, certo? Certo?
Errado. Eu sentia medo. Talvez eu estivesse um pouco ansiosa e feliz, mas eu estava sentindo medo. Como assim?! Meu melhor amigo prestes a me beijar. Antes ele era tudo o que eu queria, tudo o que eu mais desejava, mas agora eu não o desejava tanto assim. Na verdade, eu nem sabia mais se eu o desejava. Mas, enfim, eu estava com medo de estragar tudo. Eu não podia não beijá-lo, isso o deixaria triste e as coisas ficariam muito tensas e estranhas. Se eu não o beijasse eu o iludiria e o clima ficaria estranho.
Mas quando eu mais preciso, o meu cérebro parava de funcionar. O meu incrível dom de sair de situações constrangedores sumia.
-Harry... – murmurei um pouco aflita – N-não...
Ele engoliu em seco, mas continuou certo do que iria fazer. Para o meu azar.
Mas, para a minha sorte, quando ele se aproximou mais ainda, prestes a me beijar, nós ouvimos um barulho. Um barulho estrondoso vindo da floresta nos assustou. Era realmente muito alto, muito... Animalesco.
Eu não sei quando nem porque eu achei que ouvir um barulho era uma sorte. Ainda mais vindo da Floresta Proibida. Ingenuidade a minha achar que era algo bom. Obviamente não era. Eu preferia que Harry tivesse me beijado, eu preferia mil vezes ter que explicar para Harry e para todo mundo porque eu tinha deixado ele me beijar sendo que eu não tinha nenhuma intenção com ele. Preferia isso a ter que agüentar a minha ‘quedinha’ na lama e ter que ver o que estava atrás de nós.
Eu não sabia se era Aragogue, mas definitivamente aquela “arainha” era uma acromântula.
Eu estava no chão, Harry tinha me deixado cair no susto, e só então eu percebi o laguinho de barro que se encontrava atrás de mim.
-Hermione... – sussurrou Harry estendendo a mão para mim – Vamos embora daqui.
-Harry, o que é isso? – perguntei assustada sem tirar os olhos daquela criatura. Rony não gostaria de estar aqui.
Sem dúvida era a maior acromântula que eu já vira na vida. Os olhos tinham um brilho assassino e obscuro. As patas podiam me esmagar numa pisada só, resultando num mingauzinho de Granger: próprio para gatos felpudos. E as presas. Ah! Eu preferia nem olhar, eu não queria imaginar a cena daquela presinha me mastigando.
-T-talvez ela só queira brincar. – Ele falou num riso nervoso, tentando acalmar a situação.
O animal rugiu.
É. Ele não estava para brincadeiras.
-AAAAAAAAAAAHHHHHH!!! – gritei quando o animal deu um passo na nossa direção.
Eu era um fracasso. Sim, um fracasso dos grandes. Na minha tentativa de sair correndo para um lugar qualquer eu escorreguei na lama, e já que Harry estava segurando a minha mão, ele caiu junto comigo. É, uma cena muito cômica, se não tivesse uma aranha bem na nossa frente, pronta para nos atacar.
Me apoiei no Harry para levantar. Ele levantou junto e se postou do meu lado, a varinha já nas mãos.
Peguei uma pedra e joguei no animal.
Muito inteligente, Hermione. Pensei.
-Muito inteligente, Hermione. – Harry virou para mim e disse num tom sarcástico, provando que meus pensamentos nem sempre eram tão absurdos e que mais pessoas pensavam que nem eu.
Eu não tinha tempo para responder, então apenas peguei a mão de Harry e nos aprofundei na floresta, aproveitando que o animal estava atordoado.
Nos escondemos atrás de uma pedra, mas nossa segurança não duraria muito e eu sabia disso. A aranha se aproximava de nós, e eu só conseguia pensar em me encolher para não ser vista.
-Hermione, escuta, quando aquilo chegar mais perto você corre. – sussurrou Harry quando viu que a aranha estava se aproximando.
-Corro pra onde? – perguntei no mesmo tom, mas um pouco mais aflita.
-Pra escola, eu não sei, avise alguém.
-Isso, Harry. Que idéia brilhante! – falei irônica – Como eu não pensei nisso antes? Eu posso aproveitar e levar a aranha, que com certeza vai me seguir, pra jogar um xadrez de bruxo. Ah, e por que eu não aproveito e digo para Snape que eu estava na Floresta Proibida que, a propósito, é proibida!
-Shhh, fala baixo – ele me alertou, cobrindo minha boca com a sua mão. Estávamos muito perto e ele pareceu perceber isso.
-Harry... – murmurei aborrecida sentindo meu coração saltitar – Não estamos no momento para isso, você não acha não?
-Momento para o que? – ele perguntou antes de se aproximar totalmente de mim e...
Não me beijar.
Por algum motivo eu queria que a aranha não tivesse nos visto.
Ah, além de que, obviamente, não estava nos meus planos ser atacada por uma aranha.
Mas o Harry fez o brilhante trabalho de acordar um sentimento dentro de mim que não devia ter acordado. Que devia ter morrido no momento em que eu o vi olhando de um certo jeito para Cho Chang. Devia ter morrido quando meu orgulho falou mais alto.
Mas não. Nada dentro de mim quer morrer. Nada que eu queria morria. Nada que poderia atrapalhar minha vida cada vez mais morria.
-Hermione, corre! – gritou Harry enquanto me puxava pela mão.
Eu fiz o que ele mandou, e posso dizer que fiz muito bem. Parecia que o meu cérebro podia não ser tão fdp assim.
Eu queria atacar aquele animal, mas eu era totalmente contra a violência em animais, mas ou era ela, ou era eu. E eu sentia que sentiriam mais falta de mim do que daquela aranha estupidamente grande.
Então me veio um pensamento. Acromântulas deviam falar. Pelo menos as adultas. Aquela não falava e nem pensava como uma acrômantula adulta, mas tinha o tamanho de uma. Ou ela havia sido enfeitiçada, ou ela comia alguma ração especial, mas algo era certo. Ela não havia nos atacado por acaso. Não foi um acidente ela estar lá no mesmo momento que a gente. Nós estávamos dentro da floresta, mas não estávamos tão aprofundados assim. Ela não devia estar lá. Devia estar nos lugares mais escuros da floresta. Tinha alguém por trás disso. Alguém que não queria pregar uma simples peça.
-Harry! – gritei apontando para um pequeno espaço onde podíamos nos esconder.
-Estupefaça! – ele gritou antes de me empurrar no local sugerido.
Contei para ele o que eu estava achando de tudo isso.
-Eu também acho... – ele falou meio ofegante meio rouco – Não é normal. Todas as acromântulas aqui de perto são filhas de Aragogue... Elas não andam por aqui. Temos que dar um jeito nela.
-Como a gente... Mata ela?
-Eu não sei. – Ele falou em um tom um tanto quanto derrotado enquanto dava uma olhada para ver onde ela estava – Ela foi embora.
Realmente estava muito quieto. Eu o encarei com o cenho franzido em sinal de dúvida. Ela não iria simplesmente embora de repente.
E não iria mesmo.
-AAAAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!! HARRYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY!! – a maldita me pegara pelas pernas e agora me arrastava. Eu tentava me segurar em qualquer coisa sólida e firme. Todos os galhos se quebravam. Merlin realmente me amava.
-HERMIONE!! ESTUPEFAÇA! EXPELIARMUS! – Harry tentava acertar a aranha de forma desesperada, mas um dos feitiços acabou me acertando, imobilizando meu braço esquerdo.
-HARRY, SEU IDIOTA! – gritei com as forças que eu ainda tinha. Minha visão foi ficando turva.
Minha cabeça tinha batido numa árvore. Infelizmente a visão do meu epitáfio na minha mente era bem clara.
A bicha inútil me pegou pela capa e começou a me girar de um lado para o outro. Eu sentia como se minha cabeça fosse se desgrudar do meu corpo. Não era uma sensação que você gostaria de sentir numa situação dessas. Na verdade, não era uma sensação que você gostaria de sentir nunca.
Minha varinha, por algum milagre não de Merlin, ainda estava no meu bolso. Eu sabia que feitiço usar. Se eu conseguisse pegá-la eu poderia ficar salva. Mas eu sabia que era mais fácil eu tentar gritar para Harry o feitiço e correr o risco de perder minha língua, ou tentar pegar minha varinha e correr o risco de perder meu braço e minha língua. Preferi a primeira opção.
-H-ha, aaaaah!!! Petr-petrifi... – engoli tudo que tinha que engolir e soltei tudo numa vez só – PETRIFICUS TOTALUS!
A minha sorte é que eu estava com alguém mais rápido, como Harry – bem, não tão rápido para não pensar num feitiço simples como esse, mas quem pensaria em algo numa situação dessas? – mas eu podia estar com o Rony. Imagine o Rony numa situação dessas?! No mínimo ele pensaria que era para jogar rouba monte com aquela escrota com presas.
O meu azar é que a aranha não achou muito legal da minha parte falar numa situação dessas. Mas ela achou que seria muito divertido me balançar ainda mais para ver se a minha cabeça era de fato retirável. Eu ouvi um grito em algum lugar qualquer e a acromântula parou.
Parou e não me soltou. Eu fiquei presa no alto, minha visão finalmente voltava ao normal. Eu já podia diferenciar verde de marrom agora. Eu consegui ver algo no pescoço da acromântula, se é que aquilo era um pescoço. Como se fosse uma coleira, mas era algo mais nobre que isso. Mas agora eu não estava no tempo de identificar nada. Eu sentia vertigens e uma vontade desesperadora de cair.
Mas como é que dizem, mesmo? “Cuidado com o que deseja, pois você pode conseguir”. Harry lançou algum feitiço qualquer na garra que me segurava, e a mesma se quebrou, fazendo eu cair e ela cair em cima de mim.
-Harry... – gemi tentando agarrar qualquer coisa na minha frente.
-Hermione, calma... Você ta bem? – ele perguntou desesperado. Eu não sabia ao certo onde ele estava – Eu vou... – e falando essa frase inacabada ele tirou a gigante garra de cima de mim. Senti um alívio – Hermione, você está... Mas será que... Como será que... Mas por que será que...
-Harry! – falei revoltada com esforço no maior tom que consegui – Por favor... Ah... Termine suas frases.
-Como você está? – ele perguntou um pouco envergonhado enquanto segurava a minha perna. Agora eu já podia ver onde ele estava – Você está sangrando...? – ele deu um gemido rouco ao sentir o liquido viscoso em contato com a sua pele – Por Merlin, eu preciso te levar a enfermaria.
-Hmm, Harry, eu vi... – murmurei enquanto tentava me levantar, mas em vão – E-eu acho que sei...
-Hermione, descansa... E-eu, eu vou buscar ajuda.
-N-não, Harry. P-por favor... – eu comecei a sentir o sangue escorrendo na minha cabeça – Eu to bem... E-eu to... Bem...
-Hm, Hermione? – ele perguntou enquanto colocava minha cabeça no seu colo, eu sentia suas mãos acariciarem meu cabelo, e me senti um pouco melhor, um pouco mais segura – Eu vou te levar, tudo bem?
Eu nem tinha respondido e já senti o meu corpo sendo erguido com cuidado. Gemi em protesto, aquilo estava doendo.
-Me desculpe. – ele pediu.
Eu sentia que ele andava um pouco apressado. Aquele bicho ia acordar, e não ficaria nada feliz ao perceber que não tinha mais tantas patas - patas? – assim. E é claro que não queríamos estar ali quando ele despertasse.
Eu já podia sentir os raios de sol no meu rosto, já devíamos ter saído da floresta. Estávamos bem. Estávamos seguros. Estávamos juntos.
O meu corpo ainda doía muito, eu não sabia por quanto tempo mais eu agüentaria. Na verdade, eu nem sabia por que eu ainda tentava resistir à tentação de me entregar ao sono.
-Hm, Hermione... – ouvi Harry dizer um pouco receoso – Eu sei que não é um bom momento, mas... – Bem, se você sabe que não é um bom momento, então você poderia ter um pouco de ética e não falar nada! – Você gostaria de... – eu o senti engolir seco.
Minha visão ficou turva de vez, e dessa vez eu não agüentei mais resistir. Meu cérebro não encontrava um motivo só para continuar acordada. As últimas palavras que eu ouvi foram:
-Você gostaria de ir ao baile comigo?
Sim, eu devia estar delirando...
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N/A: Eaí, o que acharam? Por favor, não me matem depois desse capítulo. Eu sei, minh fic é muito bipolar... Desculpa, é que... Autora bipolar, fic bipolar, rs.
Bem, agora eu tenho alguns comunicados:
*Alguém aí conhece uma beta? Alguém se interessa pelo cargo? Por favor, se alguém souber de alguém ou se alguém for uma beta, pooor favoooor, mande um email para : [email protected] ;D Sério, gente, eu to precisando de uma beta, então, por favor, me ajudem nisso, sim?? *-*
*Bem, não tem um segundo comunicado ;D Talvez o segundo comunicado seja: entrem no site www.acostumadacomodio.webnode.com.br
*O terceiro comunicado é que eu revelarei agora o presente de vocês... TAM TAM TAM TAAAM . Sim, isso mesmo que vocês estão pensando. Ah, vocês estão pensando num Draco Malfoy embrulhado pra vocês na casa de vocês...? Poxa, desculpa aí, mas não é isso não. Mas é UM CAPÍTULO JÁ NESSA SEMANA :D TALVEZ DOIS :D :D :D :D YEEEAY :D
Agora eu vou responder os comentários, e gostaria de agradecer. São muito lindos os comentários de vocês, mesmo com as ameaças ;D
Floreios e Borrões (SIM, porque agora eu posto em mais de um lugar ;D)
Anna Przybitowiscz: desculpe-me por possíveis ataques ): kk sério, se você ainda estiver viva pra ler isso eu queria que você soubesse que eu amei seu comentário, como sempre. Mas ó, é isso mesmo, um dia a Hermione vai mostrar pra todo mundo que ela não é otária não, e esse dia já já chega... *-* É, da uma raiva do Draco ás vezes, quer dizer, o que ele tem de lindo ele tem de fdp :@ :@ :@ MENINO ESCROTOOO mas enfim, não posso demonstrar meu ódio/amor por Draco Malfoy. Sim, porque eu sou meio bipolar, que nem ele e nunca decido o que quero da vida, mas ele machuca muito a Hermione desse jeito, mas é bom ele saber que vai ter volta... Espero que tenha gostado desse capítulo, e, por favor, esteja viva (:
Katie Black: Desculpa por demorar ): ): ): e desculpa por colocar um Draco tão confuso e sádico assim, mas sinto-lhe informar que vocês leitoras ainda vãao se surpreender e bastante com as atitudes desse gatinho mais escroto do mundo *-* Eu fico muito feliz por você ter amado o capítulo e eu também amei seu comentário :D Obrigada por me suportar, sério, kk Não vou demorar, e agora é sério. Eu to jurando por cada fiozinho loiro do Draco ;D
Beco Diagonal:
Pra quem comentou no Beco Diagonal eu tenho um avisinho... Só vou responder aqui os que comentaram no último capítulo pra não ficar muito confuso aqui, mas pra os que comentaram antes... Obrigada pelos comentários e pelo carinho e eu fico feliz de vocês terem gostado :D Continuem lendo e espero que continuem gostando e comentando ;D
luna: awwn, você acha mesmo que eu escrevo bem??? *-* eu fico muito feliz :D eu fico muito feliz que você tenha gostado ;D espero que continue gostando :D :D :D
Alice: kk nossa que felicidade :D não acredito que consigo fazer alguém não parar de ler *-* aah, que bom que você achou que ta perfeita mas nss, kk a minha não chega nem perto de perfeita. Espero um dia ficar realmente boa e espero que goste desse capítulo ;D
CaHP: amando?? *-* awn, sério gente, com esses comentários voces me matam *-* *-* *-*eu fico muito feliz por você estar gostando da fic, o meu trabalho é agradar e fico contente em saber que eu to me saindo até que bem nesse trabalho kk só falta para de demora xD
MandyPotter: haha, só lendo pra saber... kk que bom que você gostou da fic :D sério, fico muito feliz :) Espero que goste dos próximos capítulos também :D
Bem, gente, então é isso a minha N/A de hoje... Bem gigante, por sinal kk Mas agora eu tenho que sair pra escrever pra vocês ;D Beijos e espero que tenham gostado :D
Comentários (2)
Até que enfim!!! Como é que nos deixa esperando pelo cap todoo esse tempo?? Só não vou dar uma bronca porque aquela no início estava ótima, kkk! E também porque o cap está maravilhosooo!!! Posso dizer que valeu a pena a espera, mas NUNCA MAIS FAÇA ISSO DE NOVO!!! Agora vamos lá, sobre o cap: Ahh, essa declaração de Draco... realmente só podia deixar Hermione confusa. E quando Harry e aquela doença ambulante (amei isso, kkk) chegaram aí é que ela enlouqueceu! E agora nosso Draquinho tem um concorrente! (se ela não quiser o Draco, pode me dar que eu queroo!) Harry convidou ela para o baile, será que ela vai? Ou Draco também vai chamá-la??Preciso urgente do próximo cap!Feliz Ano Novo, que você tenha muita felicidade e criatividade em 2012!!! Bjs :**
2011-12-31Eu 'tô viva (graças a Mérlin), pelo menos se você cumprir a sua promessa, promessa não, se você der o nosso presente e postar o capitulo logo eu não vou mais ter os "quase ataques" e também não vou ficar com vontade de te torturar junto com o Draco. OK agora os comentários sobre o capitulo: você já deve estar adivinhando, mas eu amei o seu capitulo (muito bom para alguém que estava sem criatividade), provavelmente você já 'tava adivinhando isso já que eu amo tanto a sua fic que eu não consigo terminar de ler sem deixar um comentário pra elogiar (mesmo que seja quilométrico e que fale vinte vezes a mesma coisa e também umas coisas bem toscas). Bom eu te perdoo pela falta de criatividade, apesar de que eu nunca escrevi um fic, eu sei o que é ficar sem criatividade. Bom vou terminando por aqui, mas continue escrevendo a sua fic, que como disse a luna você escreve bem e tem o bom senso de não escrever abreviado e colocar asteriscos nos palavrões. Bom Feliz Natal(atrasado, mas o que vale é a intenção) e Feliz Ano Novo (adiantado, mas o que vale é a intenção) e... é isso. Beijos :*
2011-12-30