Lucidez
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-Pare de falar besteiras!!! - gritava Hermione com dois travesseiros em cada orelha.
-Besteiras?! - ele gritava. Olhos lacrimejando e rosto vermelho. - Você e aquele ruivo idiota passeando pelo Beco Diagonal é besteira? E eu, Hermione, e eu?
-Você some!!! Toda vez que durmo você some! - ela grita de volta.
-Caramba, Hermione, eu não aguento mais. O imbecil do Rony até que eu supero mas, aquele lá não! Ele é muito mais esperto que qualquer outro irmão dele, até mesmo o gêmeo não chega aos pés dele. Ele não!
-E o que é que tem? Está inseguro agora é? Eu sei que Fred é mais inteligente que todos os irmãos, tirando Gina.
-Às vezes eu te odeio.
-E eu a você.
-Chata!
-Estúpido!
-Você tem a mente fechada!
-Cretino!
-Cala a boca!
-Cala você!
-Quer que eu suma de vez?
Ela parou por um instante.
-Está me ameaçando? Você sabe que detesto ameaça.
Eu perguntei somente.
-Não minta, Draco Malfoy. Juro que se você estiver ameaçando vou querer que cumpra a ameaça.
-E ainda diz que me ama, uma coisa dessa.
-Coisa?
-Você entendeu.
-Está me chamando de coisa?
-Lá vem mais briga...
-Então pare de ser tão irritante!
-Sou sonserino, Hermione, e Malfoy ainda por cima. Já deveria ter se acostumado.
-Ah vá...
Hermione acordou completamente suada em sua cama. Os travesseiros de cada lado do seu rosto. Sentiu uma onda de tristeza e alívio ao mesmo tempo. A discussão tinha sido um sonho. Porém significava que Draco não estava com ela, nem demonstrara ciúmes. Deitou-se lambendo os lábios, preocupada demais para perceber que estava com sede e virou-se para tentar dormir novamente jogando os travesseiros aos seus pés.
Mais um dia de trabalho no beco diagonal, e o mesmo comportamento Fred demonstrava, sempre olhando a rua. Jorge estava mais confuso ainda e foi novamente conferir o que Fred tanto olhava mas, assim como o dia anterior não conseguiu arrancar nada de seu irmão e isso foi frustrante pra ele. Pela primeira vez um dos dois estava fazendo algo sozinho, tinha segredos para o outro e ele ficou completamente chateado por isso.
-Conta, cara! - pedia Jorge vendo o irmão dar uma olhada novamente pela janela.
-Não posso. - Fred respondia maleducadamente.
-Eu sou seu irmão! - Jorge exigia.
-Você e mais quatro, tirando a Gina. - Fred respondia afiadamente.
-Isso não tem cabimento! Quando foi que fizemos algo separados? - Jorge quase implorava.
-Eu sei o que fizemos... - Fred responde com uma cara sacana.
-Ah, Fred! Claro que isso se faz sem o outro mas, você sabia o que ia acontecer. E eu agora não tenho nem ideia do que você está aprontando.
-Não estou aprontando, Jorge, apenas ajudando.
-Agora foi que ferrou mesmo. Ajudando? Tenha dó de mim, Fred, e conta logoooo.
-Não posso. - repetiu Fred grosseiramente.
Final de tarde e Harry estava em sua sala analisando umas papeladas referentes a um julgamento que teria no dia seguinte. Seu silêncio foi interrompido por Rony.
-Cara, Fred está aí! - Rony fala intrigado. - Ele quer falar com você.
-Comigo? - Harry fecha a ficha que estava lendo. - Beleza. Cadê ele?
-Estou aqui, Harry. - Fred fala já fechando a porta atrás de si. - Como vai?
-Vou bem. É... E o que posso fazer por você, Fred?
-Eu andei pesquisando, Harry, e queria saber de umas coisinhas tolas...
-O que quiser...
-Bem, quais foram os comensais a verem Malfoy pela última vez? - Fred pergunta sem rodeios.
-Isso de novo, Fred? - Rony se intromete exasperado.
-De novo? Como assim? - Harry pergunta demonstrando certo desconforto.
-Não é nada, Harry. Fica na sua, Rony. - Fred responde irritado.
-Ele já me perguntou se alguém da família Malfoy viu o corpo de Draco. - Rony grita apontando o dedo para Fred que em seguida passa a mão nos cabelos.
-Eu.não.sei.o.que.você.está.procurando. - responde Harry muito rápido.
-Eu quero saber quem viu Draco Malfoy pela última vez, antes de o colocarem no caixão.
-Bom, alguns dos aurores aqui no Ministério viram o corpo no caixão, Fred, se é isso que quer saber.
-Hum. Isso sim é intrigante. - Fred fala sentando-se na cadeira e Rony bufa cruzando os braços. Harry se levanta e pega uma bebida para todos.
-O que poderia ter de intrigante nisso, Fred? - Harry pergunta sem mesmo querer saber a resposta, sabia que qualquer coisa "intrigante" vindo de Fred era algo complicado para explicar.
-Se os aurores viram, por que a família não pode ver? - Fred questiona visivelmente interessado. Rony franze o cenho olhando do irmão ali sentado para o amigo suando frio na mesa. Harry tomou um gole do hidromel.
-Não sei dizer o que realmente aconteceu, Fred, mas posso afirmar que decidiram que não seria bom para a família ver o estado em que se encontrava Malfoy.
-Estado? Quer dizer, do corpo? Estava tão mal assim?
-Independentemente do corpo, decidiram isso.
-Quem decidiu especificamente? -Hã... Isso sim é difícil dizer. - Harry fala se apoiando na mesa. -Certo. Valeu, Harry. Estou indo para casa. Vamos? -Ele vai sair com Gina. - Rony responde emburrado e olhando para Harry cismado. -Tchau, Roniquito. Até logo, Harry. -Até mais. -Tchau. - Rony se vira para Harry. - O que você está escondendo?
Hermione tentava medicar uma criança enquanto explicava aos pais a virose que ela estava. A poção que ela ministrava tinha uma cor horrenda e um cheiro parecido com xixi e isso fazia com que a criança batesse o pé para não tomar e sempre fechasse a boca ao ver a colher com a poção.
Já era tarde, ela esperava que após esse paciente ela pudesse ir para casa. Era 22:00 horas.
Finalmente o pai conseguiu dar a poção a menina e levar outra quantia para dar em casa e agradecendo a Hermione sai da sala a deixando tirando o jaleco e pegando sua bolsa na cadeira. Fechou a porta e subiu as escadas que dava para saída. Viu a nova médica já na recepção e jogou as chaves da sala para ela e sorriu se despedindo de todos, abriu a porta de vidro e deu de cara com Fred encostado numa árvore bastante frondosa que havia.
-Nossa! Como você demorou. Pensei que saísse às 20:00. - Fred reclama esticando os braços.
-Oi Fred. - Hermione cumprimenta segurando o braço dele e começando a andar para fora do jardim do hospital. - A médica que fica a noite demorou hoje, teve uma emergência no outro hospital em que ela trabalha.
-Cansada? - ele pergunta colocando a mão em cima da dela.
-Muito... - ela responde já bocejando. - Vou desaparatar em casa. Você vem?
-Claro. Mas acho que deveria desaparatar em algum lugar pra comer antes, não?
-Eu como em casa. Estou louca pra tomar um banho. - ela responde segurando a mão de Fred e girando o corpo, Fred a seguiu na aparatação.
-Você pode ir tomar banho que eu faço um sanduíche pra você, o que acha? - Fred se oferece enquanto Hermione jogava a bolsa na cama. Eles desaparataram diretamente no quarto dela.
-Seria ótimo. - ela seguiu para o banheiro e ele descia as escadas indo para a cozinha.
Hermione chegou à cozinha e viu Fred sentado com dois pratos a sua frente e dois copos cheios de algo que parecia suco de morango.
-Estou com tanta fome. - ela fala sentando.
-Já vai sair os sanduíches. Eles estão naquele forno que você tem que os trouxas gostam muito de usar para esquentar. Hahahaha. E pensar que papai colocou um desses lá em casa. Minha mãe ficou toda atrapalhada, só quem aprendeu a usar foi Rony e eu. Qual é mesmo o nome desse forno?
-Microondas. E ele também serve para cozinhar, sabia?
-Humm. Muito bom. - Fred se levanta para pegar o prato com sanduíches.
-Conta. - Hermione pede dando mordidas.
-Eu fui falar com Harry, para tirar a história a limpo. Ele falou que aurores viram lá no Ministério. Mas eu percebi, Hermione, ele não estava a vontade com a conversa.
-Deve imaginar que você está fazendo isso por mim.
-Não. Não somente. No final, principalmente, eu vi que ele escondia algo e de Rony também. Mal eu saí da sala e escutei ele perguntar a Harry isso.
-E o que Harry respondeu?
-Eu saí da sala, Hermione. - Fred responde rindo.
-Sei. E você nem voltou para escutar detrás da porta. - ela fala sarcasticamente.
-Perde a graça assim. Nem posso lhe assustar. Eu escutei quando ele falou que Rony estava pirando.
-Que ódio!!! Ele não falou mais nada? Nadinha?
-Nada. Ainda tenho muito a fazer.
Dois dias depois.
Fred havia escutado atentamente toda a conversa que se passava em sua casa e com Harry por perto parecia um clima um pouco tenso. Fred praticamente espiava Harry o fazendo tomar mais cuidado do que o costume. Rony intrigado vez em quando lançava umas perguntas a seu amigo na frente de todos, perguntas essas embaraçosas e Harry sempre respondia com um sorriso amarelo no rosto sem nenhum detalhe. Fred então decidiu iniciar uma "missão" naquela tarde. Saiu da loja na hora do almoço e comendo um sanduiche rapidamente aparatou no local palco da sua loucura. Olhou o prédio, a saída, mais precisamente, e observou o fluxo de pessoas. Ao diminuir apressou o passo e fazendo um aceno com a cabeça para o guarda na porta adentrou o Ministério. O elevador saiu somente com ele, o que foi um alívio, abrindo a porta somente no andar dos aurores. Fred embora soubesse que se fosse pego estaria bastante encrencado deu um meio sorriso pensando na sua ousadia e adiantou-se para a primeira sala que viu. Abriu a porta sem nenhum problema e devagar olhou para todo o cômodo, não havia ninguém ali e ele entrou fechando a porta atrás de si. De repente parou procurando alguma coisa e viu num canto escuro um armário com seis gavetas, sem demora, correu até ele e abriu gaveta por gaveta procurando alguma coisa que possuísse o nome Malfoy como referência. Chegou na última gaveta e nada havia encontrado. Partiu para a segunda porta.
Tentou abrir mas, ela estava trancada e então lançando um alorromora esperou ter sucesso porém nada foi feito. Sem querer perder tempo lançou-se para a terceira porta e mal apoiou sua mão na maçaneta ouviu barulhos lá dentro de pessoas conversando. Parou por dois segundos e pensou rapidamente como naqueles momentos que não imaginamos ser capazes de pensar tanta coisa em tão pouco tempo e daí Fred correu para a penúltima porta pulando a sala ocupada e mais uma. Ele foi diretamente para a sala de Harry e Rony suas suspeitas aumentando a cada passo como se um quebra cabeça estivesse se completando nitidamente em sua mente.
Olhou para os lados e respirou fundo esgueirando-se para dentro da sala como um rato a procura de um ninho. Havia pastas espalhadas e papéis para todos os lados. Fred foi em direção a uma estante que continha caixas de arquivos. Olhou cada um deles e não havia nada relacionado a família Malfoy. Voltou para a mesa de Rony e procurou nas gavetas achando na última delas uma pasta contendo em sua frente: Registro número 127/001 Família Malfoy.
Ele sorriu por ter encontrado algo e ali mesmo deu uma olhada, a cada página passada ele ficava decepcionado, não continha nada que ninguém não soubesse, era como um livro da vida deles onde todos já haviam lido. Pôs de volta. Foi a mesa de Harry mas sabia que era perca de tempo só havia uma gaveta e nela chaves, penas, tinteiros, e pequenos papéis que serviam para anotação.
Soltou um palavrão, era claro para ele que teria de estar ali. Tinha de estar.
Olhou tudo em volta e sentou na cadeira de Harry batendo seus dedos na mesa a espera de que alguma coisa se revelasse a ele. Não foi a toa a espera, pois quando ele se encostou na cadeira percebeu que de frente a ele, bem detrás da porta aparecia uma pequena brecha, algo como esconderijo. Perdeu a respiração por um segundo e pulou da cadeira. Tateou a brecha por inteiro e só conseguiu sentir uma pequena abertura que logo deduziu como sendo para uma chave. De volta a mesa de Harry reuniu na mão todas as chaves que pode e testou uma por uma, na quinta chave ouviu-se um 'clic' e ele empurrou a falsa parede. Seu rosto ficou pálido com tantos e tantos armários que preenchia a sala de tamanho mediano. Seu suor esfriando enquanto ele tentava organizar suas ideias. Deu o primeiro passo em direção ao armário da direita, o mais próximo a ele, e como uma luz no fim do túnel ele viu em letras minúsculas uma marca ao lado do armário que indicava os assuntos e uma letra A em caixa alta.
Ele entendeu ao ler – Registros/A – que ali se referia as pessoas com sobrenomes que iniciasse com a letra A e partiu em direção ao armário seguinte para ler: Julgamento/A.
E assim seguiu até encontrar do outro lado a letra M em registros. Puxou a gaveta bem afobado e logo de cara encontrou a pasta com o nome Malfoy. Sua alegria foi contida ao pensar se deveria ler os registros da família dele, olhou para o fundo da sala e ao se balançar escutou algo que o fez congelar. A voz de Harry era nitidamente ouvida de onde ele estava, a dele e a de Rony, e Fred pensou que não se deu conta do tempo que passara ali no Ministério. Fechou a gaveta e correu para perto da entrada da sala e viu que a porta da sala principal a estava encobrindo. Com um aceno da varinha encolheu a pasta em sua mão e colocou no bolso da calça e parou para ouvir atentamente Harry terminar uma piada que fez Rony gargalhar. Logo ele falou que iria ao banheiro e Rony não respondeu. Fred saiu da sala ficando detrás da porta e se assustou quando a entrada fechou-se silenciosamente e olhou pela fresta Rony de costas mexendo numa bolsa. Fred só podia choramingar em silêncio. Se fosse pego...
Então vendo Rony deixar a sala com a escova de dentes na mão, Fred cruzou a porta já quase aliviado e o terror novamente formou ao se dar conta das chaves que estavam em seu poder. Voltou saltando até a mesa de Harry e jogou-as de qualquer jeito voltando praticamente no mesmo pé para a porta e ouviu novamente a voz de harry preenchendo o corredor. Como um inseto recentemente bombeado por um veneno, Fred pulava nos pés sem saber para onde ir e correu para detrás da mesa de Rony, dando tempo somente dele se agachar. Harry parou em pé na sua mesa e olhou estranhamente para a gaveta, dando um pequeno empurrão nela para fechar completamente. Suspirou e olhou para a brecha que havia detrás da porta, fechada. Jogou sua escova e um frasco que parecia perfume em cima da mesa e abaixou-se para pegar a sua bolsa que estava no chão. Fred aproveitou esse meio segundo e foi parar de lado da mesa que ficava bem perto da porta e olhava para Harry com o maior medo que poderia sentir. Vendo que Harry ainda não fazia menção de se sentar e continuava de costas para a porta ele correu, correu o mais rápido que podia para o elevador e torcia para que ninguém conhecido o visse ali. Sua sorte parecia estar em alta, pois desceu novamente sozinho no elevador, contudo como nada é perfeito, assim que o elevador abriu a porta o senhor Weasley estava de pé a espera.
-Jorge? Não... Fred? Sei lá! O que faz aqui? - ele perguntou sem se dar conta do estado de choque que se encontrava Fred.
-Pai? É... Bom... É que... Eu... Eu... Vim procurar Rony, sabe, besteira.
-Hum. E já falou? Eu vi Rony subir agorinha, vinha do almoço.
Fred queria se enfiar em algum buraco, sua mão foi direto ao bolso com a pasta.
-Não pai, eu não o achei.
-Ele deve estar na sala dele. Foi lá?
-Fui, claro. Não tinha ninguém. Eu já vou, pai. Preciso voltar para loja. Tchau.
-Ah.. Tchau. - o senhor Weasley respondeu sem entender.
Fred mal acreditava que estava com documentos do Ministério. O coração dele batia fortemente no peito enquanto ele chegava a rede de flu, ao sentir sair de lá respirou mais aliviado e estalou a boca ao desaparatar na rua da casa de Hermione. Andou ainda umas duas casas e parou instantaneamente pensando em ler antes dela. Sua curiosidade parecia o matar em certas horas e ali mesmo na calçada de uma casa rosa com janelas fechadas ele olhou para os lados e pôs o documento em tamanho normal. Olhou mais uma vez e leu palavra por palavra lentamente, sua expressão ficando cada vez mais confusa. Terminou de ler a primeira página e passou a seguinte apressadamente. Leu a segunda e fechou a pasta sem querer ler o resto. Pensou e sentou-se na mesma calçada observando de longe a casa de Hermione. Levantou-se balançando a cabeça negativamente e andou para debaixo de uma árvore próxima ainda olhando para a casa de Hermione e sentiu a dúvida reinar sobre ele.
Fred não queria aceitar o que tinha lido e mais ainda, não queria ter de contar a Hermione. Não queria ele dar a notícia. Esfregou as mãos desesperadamente, pensou em parar o tempo, como se fosse possível. A noite veio rapidamente e ele sentiu que era hora de encarar a verdade. Andou devagar até a casa de Hermione batendo rapidamente na porta antes que o arrependimento o estancasse.
Hermione abriu a porta sorridente.
-Fred!
-Oi Hermione, cheguei em má hora? - ele pergunta esperançosamente.
-Nunca você terá má hora em minha casa. - ela fez um gesto para que ele entre.
Sentindo seu rosto arder e seus olhos secarem, Fred estava ficando nervoso demais.
-Preciso te contar algo e torço pra que você não se desespere.
-Mais do que estou? - ela tenta fazer graça. - Não consigo ficar calma, Fred, não depois de toda essa história que vem acontecendo.
-Bom, eu tenho notícias para te dar. Hermione, diga que não importa o que você ver escrito nesses papéis, não fará nada imprudente, promete?
-Prometo, Fred, e confesso que estou ficando com medo.
Fred esticou os papéis e puxou uma cadeira para que ela sentasse. Esperou ansioso ao lado dela.
Ela abriu delicadamente a primeira página após ler o nome de Draco na ficha.
Sua pulsação aumentou ao ver a primeira linha no relatório onde dizia que Draco Malfoy encontrava-se vivo numa cidade distante. Ela sorriu pensando que não estava louca e continuou a ler cada detalhe. Seus olhos abriram-se assustados e mesmo assim não conseguia tirá-los do papel. Fred a olhava apreensivo.
Página virada e ela fecha a pasta respirando fundo.
-Então é isso? - ela fala colocando a pasta eu seu colo. - Draco Malfoy morreu.
-Somente para os outros, pelo visto. - Fred se abaixa para ficar perto dela.
-Como ele pode fazer isso? - Hermione pergunta sentindo lágrimas nos olhos.
-Foi para proteger, Hermione. - Fred a consolava. - Malfoy era caçado por todos.
-Mas ele não me contou nada. Ele deveria ter me contado. Ele viu o quanto sofri e o quanto sofro sempre que o assunto é tocado.
-Demorou mais que o previsto. Viu as datas?
-Sim. E ele ainda não me falou a verdade.
-Você está falando de Malfoy agora, certo?
-Sim. E vou tirar essa história a limpo.
-Vai sobrar para mim.
Hermione o olhou se desculpando. - O que faço?
-Espere. Quando ele aparecer você pode falar abertamente.
-Draco...
Fred olhou para trás. Nas escadas um Draco pálido e duvidoso estava paralisado.
-Já sabemos de tudo, Malfoy. Estou indo embora, acho que ela precisa conversar com você.
-Por que não me contou? - Hermione questionava vendo Fred fechar a porta.
-Só poderia contar quando a história estivesse completamente aceita. Não era pra te ver agora, mas vi o panaca do Weasley conversar com aquele garçom um pouco mais cedo e esperei até você chegar lá. Não queria que você casasse.
-Idiota! - ela exclama frustrada. - E o que faço agora? Namoro seu tio?
Draco sorriu.
-É uma ideia.
-Nunca. Não está vendo que isso é ridículo? - Hermione se levanta acabando com o espaço entre eles.
-Foi ideia de seu amiguinho. Reclame com ele.
-Ah, mas eu irei reclamar sim. Ele viu quantas lágrimas derramei. Que nada para mim fazia mais sentido e ainda não faz... O desespero que tomou conta da minha vida. Ele assistiu sem fazer nada para amenizar.
-Não o condene. Ele me fez um favor, Hermione, ele me tirou de cena. Você mesma leu que eu corria perigo de todas as formas.
-Li sim. Como Harry fez?
-Eu estava sabendo que os comensais estariam naquela rua e antes que tudo acontecesse, eu tomei uma poção que diminuiria meu pulso e assim fiquei até chegar ao ministério e as pessoas vissem meu corpo. Os aurores que foram com Harry viram os comensais e deu início a confusão, Potter me levitou até perto deles, fingiu que me encontrou e fez um ótimo trabalho marcando meu rosto e corpo. Já no ministério, eu fui substituído por um dos comensais mortos para em seguida lacrar. Ele fez tudo sozinho. Somente minha mãe sabia e por isso ela concordou em não abrir meu caixão no enterro. Tivemos que ir embora logo. Eu nunca aceitei ficar sem você e vez em quando eu estava aqui, disfarçado de diversas formas. Potter nunca falava de você e então eu vinha saber por mim mesmo. Porém o tempo foi passando... Nada tinha sido resolvido. E eu ameacei várias vezes de vir a sua casa. Foi então que meu tio apareceu. Eu só preciso tomar uma poção polissuco sempre que sair de casa.
-E vai ser assim pra sempre? - Hermione peguntou triste.
-Se eu quiser viver...
-Não pode ser. Temos que dar um jeito!
-Hermione, se eu aparecer, os comensais não vão sossegar até me ver morto de verdade ou o pessoal do ministério vai me prender e Potter vai se encrencar com isso.
-Ainda não acredito que Harry fez isso.
Hermione correu para pegar papel e pena e rabiscou um bilhete para Harry, falando que já sabia de tudo e o esperava na casa dela.
A coruja partiu um pouco nervosa, resultado de como Hermione a afetara gritando para ela que encontrasse Harry onde quer que ele estivesse.
Draco a olhava sorrindo e um pouco preocupado.
Dez minutos depois e Harry aparatava próximo a casa dela. Gritou seu nome. Hermione correu para janela.
-Harry! Seu desgraçado, nojento, entre em casa agorinha que eu quero falar com você.
-Entrar? - Harry pergunta duvidoso. - Você já está falando comigo.
-Não se faça de sonso. Entre já! - ela gritou e saiu da janela dando espaço pra Draco se aproximar.
-Não sou de dar conselho mas escuta essa: Entra que é melhor pra você.
Harry ficou apavorado ao ver Draco e ao escutá-lo. Tinha guardado segredo durante um bom tempo e não havia pensado nem por um minuto como lidar caso isso acontecesse. Entrou devagar.
-Explique! - Hermione exigia de braços cruzados e batendo o pé no chão.
-Só quis fazer o melhor pra ele. Ele não seria esquecido se estivesse mesmo em Askaban. Algum dos comensais se arriscaria para matá-lo.
-Certo. Eu seeei que você pensou no melhor a fazer com ele no momento mas, e agora? - Hermione questionava ansiosamente.
-Agora ele terá que ficar como o tio dele.
-Isso é injusto! - ela batia o pé mais forte e Draco ficou paralisado pensando.
-Eu sei que é, Hermione, acredite-me, eu sei o que é injustiça mais do que ninguém, mas não poderia deixar que o matassem. - Harry falou apontando para Draco e nesse momento Draco sentiu uma certa simpatia por Harry.
-Potter, se meu tio morrer como faço para tomar a poção?
Hermione o olhou de forma inquisitora.
-Não sei o que fazer, Malfoy. Tive que fazer o que fiz em pouco tempo, não pude pensar em todos os detalhes e ainda mais você estava muito nervoso e ansioso para vir pra perto dela.
-Ela vai comigo então, para o vilarejo trouxa, onde minha mãe está.
-De jeito nenhum! - Harry reprovava. - Não posso deixar Hermione ficar longe da gente.
-E o que sugere? - ela grita de volta.
-Não posso sugerir nada, Mione, por favor, não consigo resolver, não consigo deixá-la ir.
Draco ficou sério. Hermione sorriu fracamente para Harry, sabia que o amigo a amava demais para ficar longe. Ela também não saberia depois de todo esse tempo ficar longe de todos, dele, da família Weasley que a acolheu tão bem.
"Tem que ter alguma solução. Tem que ter algum solução." Ela resmungava pra si propria andando de um lado a outro. Draco colocava as mãos no bolso um tanto pensativo. Harry jogou-se no sofá nitidamente preocupado.
-Deixa pra lá, Draco. - Hermione fala se rendendo. - Não temos outro jeito, não por enquanto.
-Vai namorar meu tio? - Draco pergunta rindo. - Quer dizer, somente na aparência, claro, porque não aprovo meu tio tocar nem sequer num fio de cabelo seu.
-Vai ser uma confusão. - Harry fala apertando a cabeça. - Imagina, Mione, o que os jornais vão publicar quando você e ele de tiozinho aparecerem em público?!
-Não importa. - Draco cortou. - Ficaremos sem aparecer por enquanto. Ficamos assim. Aqui.
-Não sou mulher pra ter relacionamento escondido, Malfoy. - Hermione rebate.
-Não estamos discutindo isso. - Draco fala pacientemente. - Precisamos de tempo, certo?
-Certo. - Harry concorda rapidamente e olha pra Hermione de olhos arregalados.
-Você ainda me paga, Harry.
Draco sorriu de lado e se aproximou de Hermione lhe roubando um beijo avassalador. Harry ficou um pouco constrangido e arranhando a garganta tenta se despedir.
-Bom, eu vou embora. Tentar pensar em...
-Tchau, Potter. - Draco corta e volta a beijar Hermione.
-Até mais, Mione. - ele se despede e sai da casa sem jeito ao ver Hermione ser levantada por Draco e encaixando suas pernas nele. Ela apenas fez um sinal de adeus com a mão e voltou a beijar o loiro profundamente.
Harry pôs todos a trabalharem em prol de Draco sem nem mesmo saberem. Rony, Gina, o pessoal do ministério. Jorge olhava Fred enquanto lia livros de poções avançadas.
-Isso tem a ver com você e todo aquele mistério. - Jorge fala virando mais uma página.
-Ora, que é isso Jorge...
-Não estou perguntando, estou afirmando. E juro que se você não me contar o que está acontecendo... A quem Harry quer transformar?
Fred mordeu os lábios.
-Conta! - Jorge ordena impaciente.
-Tem a ver com Hermione.
-Suspeitei desde o princípio. E?
-E tem a ver com Malfoy...
-Entendi. Naquela noite, foi ele mesmo quem ela viu, não foi?
-Só posso dizer isso, irmãozinho, só posso dizer isso... - Fred fala observando Harry passar perto deles cheio de papéis.
Todos que ele podia pedir, Harry fez com que procurassem alguma solução. Até lá, Hermione namorava o "tio" de Draco, o que rendeu muitas fofocas nos jornais e revistas do mundo bruxo, pois foram flagrados em plena porta da mansão num dos maiores amassos ja vistos.
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Bjos a todos!!!
N.A.: Eu quase não termino. Sem net. Sem sanidade. Fic do AS a fazer...
Não prestem atenção aos erros, minha beta viajou e eu não aguentei esperar. kkkkk
Mas espero que se divirtam e comentem, claro. :)
Comentários (6)
Amei a participação do Fred, ele foi o máximo!!! Que confusão q o Harry arrumou... correndo agora pra ler o epílogo! Bjinhus!
2012-01-16óbvio que precisava de um epílogo, ne???? terminar assim? endoideceu??????
2012-01-11Queridíssimas Larii e Debora, estou amassando, chacoalhando e apertando a minha mente maluca para um epílogo. kkkkkkkkkkkkkkVou tentar fazer o melhor somente pq vcs pediram :D*.*Bjosss
2011-12-27Tem que ter epilogo, por favor eu imploro de joelhos!!!
2011-12-27ESTOU PASSADA!!! HERMIONE VAI NAMORAR O TIO DE DRACO, KKKKKKKKKKKK!!! Mais é por uma boa causa. =) ESpero anciosa pelo proximo capitulo!!!
2011-12-27AAAAAAH NÃO! Você não vai acabar assim né?! Sem um epílogo? Vou chorar :(
2011-12-26