Da Sonserina, com amor



DA SONSERINA,


COM AMOR


 


 Hermione Granger entrou correndo pelo quadro da Mulher Gorda. A Sala Comunal da Grifinória estava vazia pelo fato de ser horário de aula e todos os alunos estivessem acolhidos nas salas de seus respectivos professores. Menos ela, é claro, que havia entrado na aula de poções e descobrira que esquecera seu livro no dormitório. Snape havia lhe tirado 20 pontos por isso e lhe dera cinco minutos para buscar seu livro, ou tiraria mais 50 ponto. Uma injustiça, dissera Rony.


 E, por isso, ela estava ali, toda afobada e descabelada, subindo as escadas de seu dormitório para pegar um único livro esquecido. Abriu a porta em um rompante, não se preocupando em manter a educação habitual, já que estava sozinha. Largou a bolsa no chão, enquanto passava as mãos nos cabelos encaracolados, para ajeitá-los. Passou os olhos pelo local, procurando o livro.


 Lembrava-se perfeitamente da noite anterior, quando decidira estudar e pegara o livro de poções de dentro de sua bolsa. Acabara ficando com sono durante seu estudo tardio e, por consequencia da sonolencia, deixara o livro aberto em cima de sua escrivaninha. Acordara atrasada pela manhã e acabara esquecendo-o ali.


 - Yeah! – comemorou ao notar que o livro ainda estava em cima da escrivaninha, na mesma posição. Hermione quase correu para pegar o livro, mas parou de repente, observando o livro aberto.


 Alguma coisa estava parada ali, em cima das paginas. Uma chave, ela constatou. Uma chave. O que uma chave estava fazendo ali?! Hermione tinha certeza de não tê-la visto ali esta manhã. Tinha certeza de nunca tê-la visto em lugar nenhum. O que uma chave estava fazendo em cima de seu livro de poções?!


 Devagar, Hermione estendeu a mão e pegou a chave, sentindo a testura e o peso. Era lisa e mais pesada do que se podia imaginar. Ela trouxe o objeto para perto dos olhos, examinando com curiosidade. Era uma chave dourada, de tamanha médio, extremamente bonita. Parecia nova, embora tivesse alguns traços que indicavam que devia ter algum tempo de vida. Era entalhada com formas e curvas que ela não compreendia, porém isso deixava a chave com uma beleza incontestável.


 - Mas, o que...? – Hermione se perguntou ao ver que um pedaço de pergaminho estava preso junto à chave.


 


Da Sonserina, com amor.


 


 Era isso o que estava escrito. Que estranho. O que exatamente isso significava? A garota sentou-se em cima da cama, segurando a chave com cuidado. Havia esquecido momentaneamente da aula de poções, do livro que ainda estava aberto em cima de sua escrivaninha, do professor Snape e dos pontos que perderia se não chegasse antes dos cinco minutos exigidos.


 Olhou em volta, procurando algo que explicasse o que quer que fosse aquilo, mas, como era de se esperar, nada encontrou. Olhou para a chave. Leu o bilhete mais uma vez. Que diabos era aquilo?


 O bilhete deixava claro que a chave havia sido enviada por alguém da Sonserina. Alguém havia enviado a chave para ela? Afinal, a chave estava em cima do seu livro. Mas a pessoa pode ter se enganado. A chave pode ter parado nas mãos da pessoa errada. Por que alguém da Sonserina lhe enviaria alguma coisa? Com certeza deve ter sido engano.


 Hermione não pode deixar de se perguntar o que a chave abria. Um baú? Uma porta? E o mais importante: por que alguém da Sonserina enviaria uma chave para uma pessoa da Grifinória. As duas casas não se suportavam.


 E o que ela faria com a chave agora? Não podia entregar para qualquer um, seria muita irresponsabilidade. Decidiu que ficaria com ela até que encontrasse o dono. Sem pensar muito, Hermione vasculhou seu malão em busca de um cordão, pendurando a chave nele. Ela colocou o cordão com a chave no pescoço, pegou o livro e desceu correndo, se lembrando que estava atrasada para a aula de poções e que 50 pontos já deviam ter-lhe sido retirados.


 


X&X


 


  Hermione estava sentada dentro da Sala Precisa. Normalmente, ela não entrava na Sala Precisa sozinha. Sempre estava acompanhada por Harry e Rony. Mas decidira que o achado da chave não precisava ser dividido com eles. Sim, porque ela estava ali, àquela hora da noite, por causa daquela chave. Queria descobrir o que ela abria.


 Estava parada, de pé, no meio da sala, se sentindo uma idiota. Ficara matutando o enigma da chave durante todo o dia, mas nada viera à sua mente, fazendo-a não conseguir prestar atenção nas aulas.


 Havia olhado e examinado a chave várias vezes em busca de algo que havia deixado passar na primeira vez que a examinara. Nada encontrou. Procurara em livros, na biblioteca, aonde se sentia mais inspirada. Tentara feitiços em cima da chave. Até que prometera a si mesma que pararia de tentar descobrir os segredos da chave. Afinal, esta nem era sua.


 Mas, como todas as promeças que fazia a si mesma, foi em vão. Hermione, em último esforço, decidira ir até a Sala Precisa.


 - Bem... não custa tentar. – sussurrou para si mesma. Preciso encontrar o que a chave abre, ela pensou. Nada aconteceu.


 Sentindo-se ainda mais idiota, Hermione repetiu o pensamento, descobrindo que nada aconteceria. Ela sentiu-se magoada e desesperada. Pensara que a Sala Precisa era sempre equipada com tudo o que se precisa, e a morena precisava do que a chave abria. Talvez essa não seja a verdadeira finalidade, pensou, contrariada.


 Hermione imaginou degraus e estes apareceram. Ela se sentou neles, segurando a chave entre os dedos.


 A Sala Precisa para Hermione era diferente do que para a maioria das pessoas. Normalmente, elas imaginavam suas Salas Comunais, ou algum comodo de sua casa. Hermione imaginava um salão grande e branco, com chão de mármore polido. Sem móveis, sem livros. Nada. Apenas o salão, o silêncio. Ela gostava disso. Deitava-se no chão frio de mármore, sentindo a frieza em sua pele, olhando o teto, que era enfeitiçado, como o de Hogwarts.


 Era estranho, mas ao contrário do que as pessoas pensavam, seu lugar preferido em Hogwarts não era a biblioteca. Era o teto do Salão Principal.


 Hermione olhou novamente para a chave e soltou um suspiro. Não teve tempo de fazer mais nada, porque, de repente, a porta da Sala Precisa se abriu e um Malfoy entrou. A porta voltou a se fechar. Draco Malfoy olhou para Hermione, seu olhar estava confuso, como se perguntasse o que estava fazendo ali. Depois seus olhos se moveram para a chave que ela carregava e sua feição ficou assustada.


 A morena franziu a testa. O que ele estava fazendo aqui? Ela se questionava com tanta veracidade, que não teve tempo de ficar nervosa com a presença de Malfoy no mesmo hambiente que ela.


 Como ele conseguira entrar ali? Hermione é quem estava dentro da sala e ela não havia pedido que ficasse visivel para quem passasse.


 - Como... como entrou aqui? – perguntou, ainda sentada nos degraus.


 - Eu estava me perguntando a mesma coisa. – respondeu um Malfoy desdenhoso.


 Ambos se entreolharam por um momento. Era impressão sua, ou Malfoy estava sendo extremamente... educado?


 - Isso não responde à minha pergunta.


 - Olha, eu não estava tentando entrar. Estava sentado na minha Sala Comunal e de repente levantei e vim para cá. – ele se explicou.


 Hermione achou estranho. Era impossível uma pessoa entrar na Sala Precisa sem ser convidada por quem estava dentro dela. E ela não havia chamado Malfoy. Porque precisaria dele aqui? A morena havia pedido o que a chave abria...


 A garota se levantou rapidamente e estendeu a chave na direção de Malfoy. Era estranho, mas o bilhete dizia Da Sonserina, com amor. Malfoy era sonserino.


 Draco olhou da garota para a chave. Chave, garota. Garota, chave.


 - É sua? – Hermione perguntou ao ver o olhar que o loiro lançou à chave entre seus dedos.


 - Não. – ele respondeu de imediato. Malfoy observou Hermione murchar e voltar a se sentar nos degraus. – A chave é sua. – acrescentou imediatamente.


 A palavra “sua” ecoou pelo sala vazia, como se para enfatizar que a chave era dela. Hermione, ao ouvir isso, levantou a cabeça e encarou Malfoy atentamente, procurando algum vestígio de brincadeira em seus olhos. Mas só havia sinceridade e ela se assustou com aquela constatação.


 - Como sabe que é minha? – ela perguntou à ele.


 Malfoy finalmente saiu de onde estava, quase encostado na porta, e se encaminhou para os degraus aonde Hermione estava sentada. Ele se sentou ao seu lado.


 - No que foi que pensou quando pediu à Sala Precisa que me trouxesse?


 - Não pensei em você. – ela respondeu.


 - Deve haver algum motivo para que eu esteja aqui contra a minha vontade.


 - Se não quer estar aqui, vai embora. – Hermione retrucou.


 Draco suspirou.


 - Será que nunca vamos conseguir ter uma conversa civilizada? – exclamou irritado.


 - Desde quando você quer ter uma conversa civilizada comigo?


 - Desde que vim parar na Sala Precisa com você contra a minha vontade.


 Hermione bufou.


 - Eu não pedi que ela trouxesse você.


 - O que pediu à ela?


 - Pedi o que essa chave abre. – Hermione estendeu a chave pra que ele olhasse. – Quando você apareceu aqui, fiquei confusa.


 - Por isso achou que a chave é minha?


 - Sim.


 - Mas a chave é sua.


 - Como sabe?


 - Achei que tivesse deixado isso bem claro quando coloquei a chave no seu livro de poções.


 A morena arregalou os olhos em incredulidade. Sua boca se entreabriu e uma lufada de ar passou por ela.


 - Foi você?


 - Já te disse que foi.


 - Porque?


 - Não sei.


 Hermione se frustrou.


 - Deve haver algum motivo para ter posto isso no meu livro! – exclamou, quase gritando.


 Malfoy levantou as mãos, mostrando que estava se rendendo.


 - Calma. – disse. – Só achei que ia ficar segura com você.


 - A chave ia ficar segura comigo?


 - Sim.


 - Por que acha isso?


 O loiro abaixou a cabeça e pareceu pensar. Hermione observou o movimento e se assustou. Pela primeira vez ela e Malfoy estavam tendo uma conversa civilizada. Quando ele estava em silêncio, sem ofendê-la, era fácil achá-lo bonito. A garota espantou o pensamento.


 - Você protege o Potter.


 - E daí?


 - Não é uma coisa fácil de se fazer. – ele comentou. - Então achei que poderia proteger a chave para mim.


 - Proteger Harry e proteger uma chave são coisas diferentes, Draco. – Hermione disse, mas se arrependeu ao perceber o olhar assustado que Malfoy fez quando ela disse seu primeiro nome. – Desculpe. Não foi intenção. – apressou-se em dizer.


 - Não vejo problema em me chamar de Draco. – ele a tranquilizou.


 Hermione se remexeu inquieta e desconfortável.


 - Enfim, Harry é... diferente e livre. Ele é um imã para o perigo. Precisa de atenção. Por isso eu o protejo. Mas proteger uma chave é a coisa mais fácil que já proporam para mim.


 Draco olhou para Hermione por alguns segundos intermináveis, fazendo a garota corar. Depois estendeu a mão para capturar um cacho dela, mas a morena se afastou. Ele deixou a mão cair até que se encontrasse com a mão que ela segurava a chave. Hermione não afastou dessa vez.


 - A questão não é a chave, Hermione. – disse, fazendo a garota estremecer ao ouvir seu nome sendo dito por Malfoy. – A questão é o que ela abre. Se proteger a chave, vai proteger o que ela abre.


 - E o que ela abre?


 - Uma coisa que precisa de tanta proteção quanto o Potter.


 - E o que seria?


 - Uma coisa que você só vai abrir se quiser.


 Hermione estava perdendo a paciencia.


 - O que é que a chave abre, Draco?


 Draco pegou a mão de Hermione que ainda segurava a chave e a trouxe para perto de seu peito, encostando-a do lado esquerdo. O lado do peito que fazia um barulho engraçado. A garota podia sentir a batida do coração dele na palma de sua mão. E sentiu-se boba.


 Boba no bom sentido, como nunca havia se sentido antes. Boba.


 Devagar, Draco chegou o rosto perto do dela e esperou, deixando claro que era livre para fugir se quisesse. Mas Hermione não fugiu. E o garoto encontrou seu lábios com os dela. Um selinho intenso que durou um poucos segundos. Depois se levantou e foi embora, deixando uma Hermione boba para trás.


 A garota voltou a pendurar a chave no pescoço, sabendo, agora, o que ela abria.    


 


X&X


 


N/A: Nossa! Horrível. De boa, eu comecei a escrever a idéia, mas esperava um resultado melhor. Enfim, por favor deixem um comentário.


 

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Comentários (4)

  • hcm

    Horrivel? Horrivel? HORRIVEL??? COMO ASSIM HORRIVEL? DEVE SER A FIC MAIS PERFEITA QUE EU JÁ LI!!!!! Agora to me sentindo humilhada... :S Meus parabéns, você escreve muito bem! PS: QUE FIC PERFEITA! AMEI, AMEI, AMEI!

    2011-11-23
  • Anne Monic Bell

    Nossa, essa foi a fic mais linda que eu já tive o prazer de ler! E olha que eu já li muita fanfic, hein! :D Mas a sua me conquistou, vou ficar por aí, procurando chavez em cima de livros, agora... <3 Queria que existisse um garoto tão fofo igual ao seu Draco... Simplesmente perfeito... Bjoooooos :*

    2011-10-17
  • Tah Snape

    Estou de total acordo com o comentário (acima) que vai virar 'abaixo' quando eu postar o meu. UASDAHSDU Realmente surpreendente. Não gosto tanto de Hermione e Draco, prefiro Gina e Draco. Mas a sua fic esteve ótima, foi ótima...Realmente sensivel, com uma sensibilidade incrivel. 

    2011-09-20
  • Sarah-Malfoy

    HORRÍVEL?!HORRÍVEL?! Como vc pode pensar uma coisa dessas?! Eu achei totamente e incrivelmente PERFEITA! Adorei, ficou muuitoo fofooo! Você me fez pensar que sei lá pode haver um Draco Malfoy romântico, carinhooso! E olha que eu sou supeer do contraa, sempre amei caras sarcásticos, ironicos e com um Humor negro, não gostoo de herois chatinhos, bobinhos, românticos sabee? É tãoo clichê! Maas a sua fiic tipoo que mudou minha cabeça! Você juntou os dois, deixou ele romântico, carinhoso, imprevisível e sei lá tãoo Draco! Você ainda o deixou um sonserino tipíco. Adorei isso! Você devia fazer maais histórias assim ou uma continuaçãoo, pq tipo é dificil achar alguem que consegue fazer isso! CARA VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE FEZ?! Transformou ele em um principe encantadoo maas seem akela parte chata! Eu too boba até agoraa! E a Mionee?! Sempree ameii ela e adoreeei a sua Mionee, curiosa, orgulhosa  gostei do lance em que ela acorda atrasada e esquece o livroo, tipo que mostra que ela não é tão perfeitinha!! AAAAAAAH! FICAA MAIIS FÁCIL EU DIZER QUE EU AMEI TUDO  NÃO É?!  Parabéns pela fanfic! ;D Beeijoos.

    2011-09-09
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