A caminhada ao trabalho



Aparatar seria um milhão de vezes mais fácil. Mas foi a pé. Precisava andar, pensar e refletir. Coisa de gente velha, ele pensou. Começou sua caminhada para o trabalho. Seriam uns bons 5 km. Se for muito ou pouco, reflita você. Afinal, estamos falando de Londres. Faltava 2 semanas para iniciar as aulas em Hogwarts. Tantas crianças já apareceram lá, com aquele brilho nos olhos. Ele lembrava o nome de cada uma. Isso era uma coisa que sempre se orgulhou, sua memória. Nunca deixou de cumprimentar nenhum de seus clientes. Decepcionou-se com muitos, mas também se orgulhou bastante. Às vezes relacionava os clientes e suas varinhas. Alguns possuíam varinhas tão iguais, mas eram tão diferentes. E várias caras vieram a sua cabeça. Algumas bem famosas, aonde suas varinhas chegavam a serem irmãs. Talvez eles tivessem algo em comum, mas não mostravam. Não eu suas atitudes. Um praticamente se sacrificará para salvar seus amigos, enquanto outro, bem. Paciência. Lembrava-se também das famílias de bruxos que via lá. Todas as crianças chegavam, naturalmente, animadas. Mas algumas principalmente as das famílias trouxas possuíam algo a mais no olhar. Algo tão fantástico que, nos momentos tristes, ele só se lembrava de cada rosto. E nada no mundo poderia parecer cruel a ele. Nada.


Não tinha andado muito, mas desejou encostar um pouco em uma lanchonete local. Ia lá sempre antes do trabalho, e ser feriado não era desculpa para mudar de atitude. Entrou e cumprimentou seu amigo de tantos anos.


- Bom dia, Ronald.


-Bom dia, Sr. Olivaras. O de sempre imagino?


-Com certeza, velho amigo.


E ele observou. Era tão fantástico o modo como os trouxas faziam as coisas. Mas isso era algo que ele nunca parou para observar. Talvez fosse isso o que o atraia para aquele lugar tão simples. O homem que cozinhava usava um medidor para ver a quantidade exata de café a ser usado. Entendia agora porque outro grande amigo dele, cujo nome também era Ronald, se encantava tanto com aquelas pequenas coisas. E nisso, enquanto seu café estava sendo pronto, ele ficou lembrando cada personalidade da família Wesley, e apareceu uma pequena lágrima no seu rosto, lembrando da perda irreparável que eles sofreram.


“Aqueles dois eram tão unidos” foi o que pensou enquanto agradecia a garçonete pelo café.  


Com um café tomado e agora excessivamente cheio – pois tinha comido duas vezes aquela manha – continuou sua caminhada para o trabalho.


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