Capítulo 6

Capítulo Seis

"Leneeee!"

A morena revirou os olhos ao ler seu nome acrescido de várias letrás "e" no visor do celular. Outra mensagem de Sirius.

"Que ééééé?" ela digitou, rindo de canto. Isso seria natural para uma conversa no celular, mas não no meio de uma conversa por mensagens. Isto é: que ser humano em plena sanidade mental interrompe uma conversa para uma interjeição de "Leneeeeee"?

"Por favor, vai!" ela leu no display, um minuto depois.

Marlene revirou os olhos novamente, cansada daquela conversa lenta e pouco interessante. Gostava de ouvir a voz dos outros ao telefone, de conversar por horas e ouvir risadas mais emotivas que um simples "hahahaha" digitado sem que se esboçase um mínimo sorriso. Digitou rapidamente o número do telefone de Sirius e esperou durante alguns poucos toques.

_Leneeee! – ele repetiu o que digitara, seu tom sonolento e rouco, fazendo Lene sorrir – Vai me fazer pedir de novo?

_Sirius... – ela respirou fundo, pensando.

_Não acredito que você vai me negar isso! – ele reclamou, Lene podia imaginar que agora ele fazia um biquinho como sempre que era contrariado. Não que ela o observasse escondido durante as aulas. Não, não mesmo. Quem, em plena consciência, passaria horas sonhando com um Deus Grego feito aqueles? Pfffff!

_Hm... Não sei, Sirius, de verdade. – ela suspirou, por fim – E por outro lado, você devia estar dormindo, sua prova é amanhã.

_Dane-se essa droga de prova... – ela escutou Sirius resmungar do outro lado da linha e teve que tampar o fone do celular para rir. Era esse tipo de nuance encantadora sobre as pessoas que as mensagens não captavam – Lene, não vai mesmo comigo?

_Por que você quer tanto que eu vá? – ela perguntou, jogando-se na cama enquanto mexia na ponta da meia que calçava – Não tem nada a ver, Sirius...

_Claro que tem! – ele protestou – Lene, você vai, ponto final. – completou, e a menina sorriu de leve – Vou passar na sua casa depois da prova, ok? – frente o silêncio da garota, continuou – Tá, Lene?

Marlene respirou fundo, tentando entender o quão estranho aquilo pareceria uma semana atrás. Mas também não era como se não se divertisse muito quando estava com Sirius.

_Ok.

_Sério! – Sirius exclamou, animado e aliviado. Recuperando a pose, entretanto, tratou de emendar – Ótimo, então.

_Pronto, Sirius, agora que eu já cedi aos seus encantos... – Lene riu da frase cheia de uma ironia que ela sabia que o ego de Sirius não permitiria que ele percebesse – Você precisa dormir.

_Certo, chefinha. – ele respondeu, bocejando e rindo – Vou obedecer, porque espero mesmo mandar bem amanhã.

_Você vai, Six. – ela sorriu, esfregando os olhos de cansaço, contendo seu próprio bocejo – Boa noite, tá?

_Boa noite, Lene. – ele respondeu, quase caindo de sono – Te vejo amanhã. – completou, e Lene sorriu, desligando.

Aquela situação estava realmente divertidíssima aos seus olhos... Sirius Black, sonho de consumo de toda a população feminina da escola e que não passava de um estranho para ela, de uma hora para outra tornara-se um amigo tão incrivelmente dedicado que Lene custava a acreditar.

Não que ela fosse imune à beleza e ao charme de Sirius, mas simplesmente não se sentia como o tipo de menina com quem ele se envolveria. Não mesmo. Mas então porque estava tão difícil assim pegar no sono lembrando daquela voz sonolenta e da risada rouca e apaixonante? Por que simplesmente não tirava Sirius da cabeça? E então seus olhos se fecharam.

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"Today is gonna be the day that they're gonna throw it back to you... Right now you should've somehow realized what you gotta do..."

_I don't believe that anybody feels the way I feel about you now... – Sirius cantarolou o tema do despertador, revirando-se entre os edredons – Mais cinco minutos. – implorou a si mesmo – Ok, só mais cinco. – respondeu, sorrindo com complacêcia.

"Ó, Deus, por que a cama tem que ser tão estupidamente confortável durante as manhãs?"

_Droga. – murmurou ao observar o relógio na mesa da cebeceira e perceber que seus cinco minutinhos se transformaram magicamente em vinte e cinco.

Sirius levantou-se de um salto e partiu para o banheiro da suíte, tomando um banho rápido. Abriu a porta tropeçando nos próprios sapatos espalhados pelo quarto e enfiou o primeiro jeans que viu pela frente, passando a mão em uma regata cinza e colocando uma camisa xadrez de azul e cinza por cima de tudo.

Voltando ao banheiro, passou os dedos pelos cabelos escuros enquanto escovava os dentes rapidamente tentando se lembrar de algumas das fórmulas que Lene lhe passara nas últimas tardes. Por que diabos fora ficar tão distraído com a menina? Agora não conseguia lembrar do que ela falava, só do modo como ria da cara de tonto dele, ou da maneira que os cabelos dela insistiam em cair no rosto, escondendo aqueles olhos maravilhosamente límpidos.

_Mas por que eu tô pensando nessa menina, meu Santo Michael Jordan? – revirou os olhos, jogando água fria no rosto pra acordar melhor – Tá louco, é? – resmungou sozinho, voltando para o quarto.

Sirius abriu o armário e pegou um casaco preto da Hedley, colocando por cima da roupa. Enfiou lápis, caneta e borracha no bolso de trás da calça jeans e finalmente abriu a porta do quarto, descendo as escadas de três em três degraus.

_Bom dia, bom dia. – cumprimentou os pais e o irmão que comiam na cozinha.

_Sirius, não vai comer? – a mãe perguntou, mas o menino já estava dentro da Hilux, comendo um pacote de Doritos que mantinha na resera do porta-luvas.

_Não, brigado! – berrou, acelerando, enquanto pegava o celular depois de ouvir o toque por duas vezes.

_Alô. – respondeu, pilhado pelo medo de chegar atrasado – Sai da frente, caramba!

_Hm.. Sirius?

_Lene? – ele sorriu de canto, abrandando o tom – Acordou cedo pra quê?

_CEDO? – Lene gargalhou. Eram quase duas e meia da tarde! Mas como era sábado, Lene podia entender a indignação do menino – Pra te desejar boa prova, talvez? – ela riu do outro lado – Sirius, é serio: você pode fazer isso, ok? Você estudou. Ok, só nos 48 do segundo tempo, mas estudou...

_Vai me zuar agora, é, gatinha? – Sirius não conteve um sorriso, pensando em como ela o estava acalmando para a prova sem nem mesmo perceber.

_Como sempre, bonitão. Ainda não se acostumou? – ela riu alto desta vez, e Sirius sentiu um impulso que ele conhecia bem. Se Lene estivesse ao seu lado, aquela era a hora em que ele não resistiria àquela risada a calaria com um beijo. Mas que droga era aquela? Aquela pequeninha era mesmo inacreditável – Boa prova, Sirius Black. Tomara que tenha valido a pena.

_Pena? – ele sorriu – Você não faz mesmo a melhor idéia, né, Lene? – ele riu, estacionando em frente ao colégio.

_Idéia de que? – Lene inquiriu.

_De nada, Lene. – Sirius sorriu intimamente – De nada.

"De como você é linda", ele queria dizer, mas mordeu a ponta da língua, mudando de assunto.

_Mas o que...?

_Eu cheguei no colégio, tenho que desligar. – ele disse, interrompendo-a.

_Tá bom, então. Boa sorte! – Lene disse, incentivadora.

_Torça por mim. – Sirius suspirou, mexendo nas canetas dentro do bolso.

_Vou torcer. – ela sorriu, como a uma criança – Tchau, Sirius.

_Tchau, Lene.

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_Marleneeee! – era a voz de sua mãe que berrava da sala.

_Que fooooooi? – ela respondeu no mesmo tom, revirando os olhos. Já era quase a hora do almoço, e a menina estava no quarto, revirando alguns livros a procura de seu exemplar de "Anna e o Beijo Fracês" para suspirar um pouco com seu adorado Ettiène Saint Clair.

_Seu amigo tá aqui! – completou, e pelo tom animado Lene sabia que era Sirius o "amigo" a quem ela se referia. Não que recebesse alguma outra visita masculina que configurasse alguma dúvida.

Lene abandonou a busca por Ettiène e saiu do quarto, andando até a sala, onde Sirius engatara em uma conversa interminável com sua mãe.

_Hey! – ela sorriu, abrançando o garoto.

_Grito potente o seu, viu? – ele murmurou para que só ela escutasse, rindo em seu ouvido.

Lene riu de leve, arqueando-se nos braços dele.

_Como foi? – ela perguntou, ansiosa.

Sirius, forjando expressão impassível, demorou alguns segundos para responder.

_Mandei muito, Lene! – ele sorriu abertamente, segurando a cintura da menina para mais um abraço – Obrigado, de verdade.

_Eu sabia que você ia se sair bem... – ela sorriu, sem graça.

_Então, agora que essa fase já está liquidada... – ele disse, e Lene tentou não rir dos jargões de video-game que ele usava. Sirius conseguia gostar de Shakespeare e Call of Duty ao mesmo tempo. V.a.i. E.n.t.e.n.d.e.r! – Você pode por favor ir se arrumar pro nosso programa?

_Você não esqueceu, né? – ela suspirou, cansada – Não mesmo?

_Não, Marlene McKinnon. Você vai comigo. É sábado, são seis e meia e eu vou passar aqui de novo às oito pra te pegar. – ele disse, virando-a na direção do quarto – Então, vá se arrumar.

_Aonde nós vamos mesmo? – ela suspirou pesado, resignada.

_Eu vou te mostrar o que é que se faz num sábado à noite. – ele sorriu, enquanto Lene abria a porta do quarto como se abrisse o portão do inferno pronta pra pular lá dentro, tamanho o desânimo.

_Desde que isso não me cause nenhum problema físico e/ou trauma emocional... – ela riu, revirando os olhos – Agora vai, Sirius, porque, por mais incrível que pareça, eu também demoro pra me arrumar. – completou, tentando bater a porta, ato impedido pelo pé esquerdo do moreno escultural que sorria à sua frente.

_Fique mais linda, ok? – ele disse, piscando um dos olhos.

_Milagre não existe, sabia? – ela riu de canto, batendo a porta.

_Nem espelhos na sua casa, pelo visto! – ele murmurou, rindo – Até mais tarde, gatinha!

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N.A.: Holaaaa! :D VOLTEI! o/

gente, desculpa pela demora, mas espero que tenha valido a pena. Próximo cap PROMETEEEEEE!

:D

Queria muito pedir pra vocês que comentem, pra que eu saiba o que vocês estão pensando da história. Críticas construtivas sempre bem vindas.

Sei que vocês pedem bastante capítulos maiores, e vou me esforçar pra isso, mas não é muito o meu estilo.. rsrs

Ahh, quem tiver sugestões para o enredo, eu super agradeço! :)) Procurarei encaixar tudo o que vocês pedirem, prometo!

Beijinhos! Lembrem de comentar! *-*

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