Capítulo 2
Capítulo II
“O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume.”
_Marlene! – a voz chamou e a menina virou-se sobressaltada, ajeitando o gorro sobre os cabelos.
_Sirius! – suspirou pesado – Que susto!
Ele riu por um momento, bagunçando charmosamente os cabelos. A garota o encarou com aqueles olhos espertos, como se inquirisse o motivo pelo qual ele estava ali sorrindo afetado. Constrangido, o moreno pigarreou por um instante, dando tempo para que Marlene invertesse o lado em que carregava trezentos livros.
_Você tá lembrando, não tá? A gente ia estudar hoje... – ele disse, arqueando uma das sobrancelhas.
_Claro, claro... – Lene sorriu de lado – Eu só tava indo até a biblioteca devolver isso aqui... – ela indicou os livros, rindo.
_Eu vou com você. – Sirius afirmou, acompanhando a garota, que recomeçara a andar.
Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, até que Lene, rindo de leve, uma risadinha afônica de quem se diverte com os próprios pensamentos, perguntou.
_Sirius, posso te fazer uma pergunta?
_Outra... Essa você já fez. – ele sorriu de canto e ela riu de leve.
_Onde estão seus amigos? Eles devem estar sentindo a sua falta. – ela disse, sentindo um pouco de sarcasmo nas próprias palavras.
_Eles estão por aí... – Sirius fez um gesto vago com uma das mãos – Alguns tão surtando por causa da prova também.
Lene sorriu em compreensão e os dois entraram na Biblioteca. Sirius segurou a porta para que a menina entrasse já que ela tinha as mãos ocupadas demais.
_Você pode esperar aqui, se quiser. – ela disse em tom baixo – Eu vou só devolver esses aqui.
Sirius concordou com a cabeça, e fez o que Marlene sugerira. Enquanto esperava pela menina, parou diante de uma estante alta e passou o dedo por alguns livros, lendo os títulos. Abriu um dos livros ao acaso, deparando-se com uma frase que parecia saltar da página. “Na vida do homem, o amor é uma coisa a parte, na da mulher, é toda a vida” Lord Byron.
_É verdade. – a voz baixa de Marlene se fez audível e Sirius percebeu que ela lera o mesmo que ele.
O moreno fechou o livro, pensando por um instante sobre o que acabara de ler. Nunca encontrara, por mais que muito tivesse no quesito experiência, uma mulher que o amasse. Assim como também a ele o amor nunca fizera uma visita. Encarou os olhos azuis de Lene por mais um instante.
_Vamos? – chamou, incomodado com o silêncio.
_Aham. – ela sorriu de modo característico e os dois saíram da biblioteca.
Sirius e Lene andaram até o carro do rapaz já que, como ficara combinado no dia anterior, eles começariam a estudar logo depois da aula. O rapaz, que agora já conhecia o caminho da casa da garota, conversou com ela por todo o trajeto.
_Sua mãe sabe que vai ter mais um pra almoçar hoje? – ele brincou, estacionando o carro.
_Eu avisei ontem. – ela sorriu – As duas ficaram super felizes, coitadas, achando que eu ia apresentar um namorado. – a morena rolou os olhos, pulando para fora da Hilux.
Sirius sorriu de canto por um momento.
_Elas quem? – perguntou.
_Minha mãe e minha irmã. – a menina explicou enquanto eles andavam através do pequeno jardim pelo caminho de pedras que levava até a porta da casa – Aliás, - disse em tom quase confessional – não liga pra bagunça que tá essa casa não, porque elas estão arrumando as coisas do casamento da minha irmã e estão surtadas...! – ela riu, parte de nervoso, parte de divertimento, e Sirius não pôde deixar de rir.
_Você não tá participando da arrumação não? – ele riu.
_Claro que não! – Lene riu, girando a chave na porta – Deixem que elas se matem e eu aproveito a festa! – a morena piscou um dos olhos cintilantes antes de avisar – CHEGUEI!
_Lene! – alguém respondeu de dentro de casa – Vem cá, filha...
_Vem, Sirius. – a morena puxou a manga do casaco dele, entrando na primeira porta a esquerda depois de jogar a bolsa sobre o sofá e colocar a mochila de Sirius ao lado da sua – Oi, gente. – ela sorriu para as duas mulheres que colocavam a mesa.
_Boa tarde, Lene... – a mãe sorriu, aproximando-se – Ora, mas se não é o seu amigo! Olha, Camille! – ela indicou Sirius para a outra.
_Mãe... – Marlene girou os olhos, rindo assim como a irmã – Sirius, essas são Camille, minha irmã, e Andrea, minha mãe. Esse é o Sirius. – ela sorriu, apontando para o menino teatralmente.
_É um prazer. – Andrea e Camille sorriram.
_Vamos sentar, vem... – Lene chamou o moreno, sentando ao lado dele na mesa. Pouco tempo depois começaram a almoçar.
_Estava tudo muito bom, Sra. McKinnon. Muito obrigado. – Sirius agradeceu assim que Lene chamou para que fossem estudar.
_Que é isso, menino... – ela sorriu – É um prazer.
_Minha mãe vai adorar você... – Lene disse, revirando os olhos, assim que eles saíram da copa – Isso vai me dar tanta dor de cabeça... – reclamou.
_Por quê? – Sirius riu, curioso com a afirmação.
_Eu vou escutar até ano que vem o quão educado você é... E blá blá blá... – ela riu, abrindo a porta do quarto – Não repare a bagunça.
Sirius passou os olhos pelo quarto sorrindo de canto. De todos os quartos de meninas pelo qual passara – o que não era pouco – aquele era o mais divertido, e, certamente, aquele do qual ele mais gostara. As paredes tinham cores vivas, laranja e rosa, e a decoração era toda colorida. A cama no canto do quarto era coberta por uma colcha verde cheia de sapinhos, e em uma prateleira lateral havia inúmeros bichos de pelúcia. Várias fotos estampavam as paredes, e na maioria delas Lene fazia caretas ou ria descaradamente. Um quadro com a Torre Eiffel em frente à cama dava um ar de menina sonhadora ao ambiente, e na cabeceira, no chão, sobre a cama e nas prateleiras estavam dezenas de livros.
_Eu disse pra não reparar a bagunça... – ela disse, catando alguns títulos espalhados no meio do caminho com um sorriso.
Sirius pegou um dos livros sobre a cama e abriu na página marcada. Era o mesmo livro que ele abrira na biblioteca e a página tinha a frase que captara a sua atenção grifada de marca-texto verde limão. Ele ergueu os olhos e viu que Marlene sorria.
_Eu amo o Lord Byron. – ela confessou, corando um pouco – Quer dizer... É linda a maneira dele de escrever... É um ultra romântico, eu sei... – ela sorriu pela tolice – mas talvez eu também seja... – completou num murmúrio seguido de risada. Pegou a si mesma divagando e corou – Desculpa, eu...
_Eu gosto de te ouvir falar... – Sirius sorriu encarando-a nos olhos – Mas então, Byron era um ultra-romântico... – ele pediu que ela continuasse com um sorriso secreto. Era estranhamente tentadora a maneira como ela tinha seu rosto iluminado quanto falava sobre sua paixão por livros.
_Byron era um ultra-romântico... – Lene sorriu, sentando-se ao lado dele – Mas minha paixão é por Shakespeare. – ela confessou, pegando outro livro que estava sobre a cabeceira da cama.
_Romeu e Julieta? – ele sorriu ao ver o título.
_Você não deve gostar, eu... – ela fechou o livro novamente.
_ “Que há num simples nome?” – ele começou de supetão, com um sorriso lento crescendo pelos lábios. A citação era a sua preferida de Romeu e Julieta – “O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume.” – ele disse, sendo interrompido pela voz doce de surpresa de Marlene.
_”Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título.” – ela encarou os olhos de Sirius, surpresa demais para qualquer reação. Tomou fôlego, continuando com tom baixo e intenso – “Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.”
N.A.: Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey!
Fiquei feliz com os comentários! :D
Espero que continuem acompanhando a fic! E sim, o Sirius tem seus momentos inspiradores! Hahahaha
Desculpa se ficou chato, mas eu tive um surto de paixão literária e resolvi incluir isso na história! Rsrs
Comments sempre bem vindos!
Luv you! :D
Comentários (1)
Amooooooooo livros. Amei a citação de Romeu e Julieta, apesar de a leitura dele ser complexa eu amo muito *---------* O capitulo foi muiiito perfeito flr bjooos!
2012-03-15