Capítulo Único - ShortFic



A SUPERIORIDADE FEMININA


 


 - Patético! – disse Lily mais uma vez, enquanto todos entravam na Sala Comunal da Grifinória.


 - É a décima quarta vez que você diz isso, Lil’s. – Katherine, que vinha junto com Marlene, disse.


 - Você ainda está contando? – pergunteu Remus, se sentando em uma poltrona e abrindo um livro. – Perdi a conta quando chegou a nove.


 Haviam acabado de perder o segundo jogo da temporada de quadribol de Hogwarts: Lily, Marlene, Katherine e Remus estavam com camisetas vermelhas, enquanto Sirius e James ainda vestiam o uniforme do time.


 - Não precisa ficar esfregando na cara, Evans. – reclamou James.


 - Pontas, vamos admitir que o jogo foi um fiasco! – disse Sirius, passando o braço pelos ombros de Marlene, que estava sentada ao lado dele.


 - Fiasco?! Foi patético! – Lily exclamou.


 - Décima quinta vez. – Katherine fingiu anotar.


 James e Sirius olharam para as duas com raiva. Lily deu de ombros, mostrando que pouco se importava, Katherine corou e sussurrou um “desculpe”.


 Remus suspirou cansado.


 - Não se preocupem... – disse tranquilizador, com seu jeito calmo. Katherine deixou escapar um suspiro apaixonado. – Tenho certeza de que o time dará tudo de si no próximo jogo e... – mas não completou a frase, porque Lily o interrompeu.


 - Ora, vamos, Remus! Até os Lufas-Lufas nos ultrapassaram...


 - Estamos com o menor número de pontos de toda a Hogwarts... – continuou Marlene.


 - E perdendo ainda mais pontos por causa das travessuras de vocês. – terminou Katherine.


 - Por Merlin! Foi só um jogo! – reclamou James.


 - Não era isso que você dizia aos perdedores quando ganhava. – discordou Lily.


 - Cale a boca, Evans.


 - E porque eu faria isso?


 - Porque você não entende nada de quadribol.


 A boca da ruiva se entreabriu em incredulidade.


 - Não fui eu que perdi dois jogos seguidos! – revidou começando a ficar vermelha.


 - Duvido que tenha ganhado algum também.


 - Não cabe a mim fazer isso. Você é o capitão do time!


 - Então deixe-me fazer meu trabalho e fique de boca fechada!


 Lily abriu a boca uma ou duas vezes, mas desistiu e acabou por sussurrar timidamente:


 - Desculpe.


 James a olhou espantado por um momento e respondeu:


 - Não tem problema.


 Ambos abaixaram a cabeça envergonhados. Os outros, que haviam ficado observando a briga como se observa uma bolinha de ping-pong, se remexeram desconfortáveis em suas poltronas e um silêncio se instalou ali.


 - Tenso. – disse Sirius, fazendo todos rirem.


 Mas foi Marlene quem acabou com o silêncio completamente.


 - Eu disse que o time teria melhorado se o James tivesse trocado aquele goleiro mala pela Lucy. – disse.


 - Apoiada! – gritou Katherine.


 - Concordo. – disse Lily.


 James soltou um gemido.


 - Vocês não vão começar com isso de novo, vão?


 - Mas é a verdade. – teimou Marlene.


 - Você só diz isso porque é mulher. – acusou Sirius.


 - Não – começou Lily. – Nós dizemos isso porque a Lucy era realmente boa e teria defendido mais da metade dos gols que o McLaggen perdeu. Mas...


 Ela pausou e não continuou, deixando todos esperando em silêncio, até que Katherine se pronunciou.


 - Mas o que?


 - O Potter era machista demais para colocá-la no time.


 James levantou e bateu o pé, parecendo uma criança mimada.


 - Eu não sou machista!


 Lily também se levantou, apoiando as mãos na cintura.


 - Então pode me explicar porque o nosso time é o único que não possui uma única garota?


 - Porque garotas não entendem de quadribol!


 - Estão vendo? – Lily apontou para James. - Se isso não é machismo, então o que é?


 James começava a ficar vermelho.


 - É a simples declaração da verdade! Se a Lucy tivesse entrado no lugar do McLaggen...


 - ... ela teria rebatido todos os gols de salto alto! - Lily berrou, furiosa.


 Todos os garotos pularam de susto. Remus deixou cair o livro. Marlene sorriu em aprovação e Katherine levantou, desfilando pela sala, exibindo um par de sapatos de salto alto preto que estava usando. Um grupo de garotos passou e assoviou para ela, enquanto Remus fechava a cara.


 James riu alto e foi seguido por Sirius.


 - Você realmente acha que uma mulher pode fazer tudo o que um homem faz... e de salto alto?! – perguntou debochado.


 Lily chegou perigosamente perto de James, que engoliu em seco.


 - Pode ter certeza.


 - Isso sem contar, é claro, coisas que podemos fazer e que vocês, homens, não conseguem. – completou Marlene.


 Remus, James e Sirius se entreolharam, sorrindo. James olhou para as três garotas e disse, desafiadoramente:


 - Me surpreenda.


 Marlene sorriu maleficamente, olhando sugestivamente para as amigas. Katherine andou até um sofá e se sentou, de frente para os marotos. Lily e Marlene se sentaram ao lado dela.


 Os garotos prestaram atenção. As coisas estavam começando a ficar interessantes...


 - Quer fazer as honras da casa, Kate? – perguntou Lily.


 - Com prazer. – respondeu a loira. – Primeiro: nós não ficamos carecas e não sofremos de fimose.


 - Segundo: temos um dia internacional. – disse Marlene.


 - Terceiro: sentar de pernas cruzadas não dói. – continuou Lily.


 Sirius tentou discretamente cruzar as pernas como Kate fazia, mas se sentiu meio esmagado, sem falar no incomodo.


 Katherine continuou:


 - Quarto: podemos usar tanto rosa quanto azul.


 - Quinto: temos prioridade em botes salva-vidas. – acrescentou Marlene.


 - E sempre sabemos quando o filho é nosso. – disse Lily, sorrindo.


 - Sem contar que nós nunca pagamos a conta... – disse Kate, pensativa.


 - No máximo rachamos. – concordou Lily.


 - Sexto: a programação na TV é 90% voltada para nós. – disse a morena. James abriu a boca para perguntar o que era TV, mas Marlene lançou-lhe um olhar mortal, que o fez se calar.


 - Ah, e somos os primeiros reféns a serem libertados.


 - Existem diversas roupas que modelam o corpo para nós.


 - Podemos ir trabalhar de bermudas e sandálias.


 Os três garotos ficavam movimentando a cabeça de uma para a outra.


 - Sétimo: se somos traídas, viramos vitimas. Se vocês são traidos, viram cornos. – falou Lily, sorrindo.


 - Podemos dormir com uma amiga sem sermos chamadas de lésbicas. – disse uma Marlene triunfante.


 - Somos capazes de prestar atenção em mais de uma coisa ao mesmo tempo. – Katherine disse. Uma coisa inteligente e cientificamente provável.


 - Oitavo: mulher de embaixador, é embaixatriz. Marido de embaixadora, não é nada... – Marlene disse, sorrindo desafiadora para os garotos.


 - Você não precisa ser perfeita para ouvir assovio na rua. Basta por uma saia mais curta. – acrescentou Lily, sorrindo maleficamente, ao notar que os garotos estavam sem fala diante de tanta informação.


 - Somos monogamicas.


 - Nono: mulher de presidente, é primeira dama. Marido de presidenta, é um zero à esquerda. – Katherine disse. – Ah, e nosso cérebro da conta do mesmo serviço, mesmo 3 milhões de neoronios à menos, ou seja, nossos neoronios são mais eficientes.


 - Se resolvemos exercer uma profissão predominantemente masculina, somos pioneiras. Se vocês resolvem seguir uma profissão tipicamente feminina, são bichas.


 - Décimo: e por último, mas não menos importante, fazemos tudo o que um homem faz. E de salto alto. – finalizou Lily.


 Remus, Sirius e James examinavam todas as alternativas em busca de algum furo, no qual fosse possível que revidassem, mas nada encontraram.


 - Alguma pergunta? – disse Marlene debochada.


 - Nenhum cometário? – perguntou Katherine.


 Lily apenas observou James com uma sobrancelha erguida, como se esperasse algum atitude da parte dele.


 O moreno suspirou e disse, se levantando:


 - Acham que a Lucy aceita o cargo de goleira?


 


x&x


N/A: é isso aí pessoal, mais uma fic postada! Comentem quem gostou, quem não gostou pode xingar.


 Beijo pra mulherada,


Thomas. 

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Comentários (7)

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