Tudo Começou...

Estudo em Hogwarts, uma escola grande, e que gosto muito. Estou no meu sexto ano, tem desde o primeiro, que só estudam crianças de 11 anos, até o sétimo, onde somente pessoas de dezessete anos estudam. Era bem rigorosa, os alunos tinham que ir uniformizados. Aquele tipo de uniforme antigo, estilo Londres sabe? Ironia, né, já que a escola fica mesmo em Londres...

Era hora do recreio, todos os alunos saíram apressadamente, peguei meus livros, com o intuito de guarda-los no armário, demorando o máximo possível.

Quando finalmente sai da classe, havia poucos alunos nos corredores, a maioria devia estar no refeitório. Fui andando calmamente em direção ao meu armário. Mas, no meio do caminho, alguém trombou em mim de propósito. Fazendo eu derrubar todos livros.

 

-Olha por onde anda quatro olhos! –Malfoy! Quando eu morrer, vou fazer de tudo para virar fantasma, para atormentar ele e os amiguinhos dele. Me ajoelhei no chão e comecei a pegar os livros.

 

-Eles são uns idiotas!- Levantei o olhar. Uma garota de cabelos ruivos e lisos, olhos castanhos claros, me ajudava a pegar os livros. Peguei o livro Morro dos ventos uivantes, que tinha caído em uma poça d’água.

 

-Juro... Um dia eu me vingo!

 

-Esse livro era importante, né? –Eu assenti. –Eu sei como é... Uma vez, os idiotas dos meus irmãos quebraram uma presilha, que eu tinha ganhado da minha avó... Pouco antes dela morrer... –Levantei.

 

-Minha mãe tinha me dado esse livro antes de morrer... Levo-o para todo lugar... –Dei de ombros. –Obrigada por me ajudar!

 

-Não por isso... Sou Gina Weasley... Estou no quinto ano!

 

-Hermione Granger... Sexto ano!

 

-Você deve estar na mesma sala que o meu irmão e o melhor amigo dele... Rony Weasley e Harry Potter! –Esqueceu de acrescentar que eles são os caras mais populares e cobiçados do colégio!

 

-É... Estou! –Dei de ombros. –Acho melhor guardar isso antes que o recreio termine!

 

-Quer ajuda? –Ela deu um sorriso contagiante.

 

-Claro! –Sorri. Depois de guardar os livros, ficamos conversando. Ela era muito engraçada e louca! Pela primeira vez, eu odiei quando o sinal tocou. –Vamos?

 

-Fazer o que? –Eu ri e ela sorriu. –Até mais, Mione!

 

-Até! –Ela foi para a sala dela e eu fui para o laboratório... Aula de Química...

 

 

O resto da manhã passou rapidamente e normalmente... Até a hora da saída...

 

 

Sai do prédio bem devagar, atravessei a rua e sentei a sombra de uma árvore, como de costume. Meu pai ás vezes     me buscava, e quando me buscava atrasava! Joguei minha bolsa ao meu lado, peguei o livro que era da minha mãe e comecei a ler.

 

-Oi! ‘Tava te procurando, criatura! –Levantei o olhar e vi Gina, parada na minha frente.

 

-‘Ta brincando, né?

 

-Claro que não! –Ela sentou ao meu lado. –Gostei de você!

 

-Próxima piada!

 

-Só porque você é nerd, não quer dizer que é uma pessoa ruim!

 

-Diz isso pra eles! –Apontei para a entrada da escola, onde todos esperavam os pais, rindo, conversando...

 

-Você não esta perdendo nada em não andar com eles... Só pensam em festa, se embebedar e se gabar de quantas pessoas pegaram em uma noite! –Comecei a rir.

 

-Você é diferente!

 

-Você também! –Nós sorrimos. Meu celular vibrou, avisando que eu alguém tinha me mandado uma mensagem:

Desculpa, filha... Não vou poder te buscar hoje! Mas, o jantar é por minha conta! Beijos! Papai.

 

-Sabia! –Ela me olhou confusa. –Eu vou indo! Tchau... Até amanhã! –Dei um beijo estalado na sua bochecha, peguei minha mochila e comecei a andar em direção a minha casa. Não era longe, mas também não era pertinho... Uns 15 minutos a pé.

 

-Não quer uma carona? –Olhei para a rua. Um carro me acompanhava. Gina estava debruçada na janela, no banco atrás do motorista.

 

-Não precisa, minha casa é aqui pertinho!

 

-Certeza? –Eu assenti.

 

-Para de graça e entra aí! –Disse o Rony, ao lado da Gina. Senti uma sensação estranha, só dele se referir a mim...

 

-Não precisa mesmo! –Eu dei um sorriso convincente.

 

-Se ela não quer... –Ouvi a voz do Harry.

 

-Não é ela... É a Hermione! –Retrucou Gina. –Você tem certeza? –Assenti. –Até amanhã, então!

 

-Até! –Dei um tchauzinho e o carro voltou à velocidade normal. Quase corri pra minha casa.

 

...

 

Meu horário de trabalho estava finalmente terminando, quando um grupo de alunos da minha escola entrou no Mika’s. Entre eles estavam: Gina, Harry e Rony.

 

-Mione... Atende aquela mesa? –Perguntou Celine, outra garçonete e minha amigona.

 

-‘Ta brincando, né? Só dessa vez, vai, atende pra mim!

 

-‘Tá bom, mas você que vai servir! –Sorri e fui atender as outras mesas. Depois de um tempo... –Pedido da mesa quatro pronto! –Suspirei. Peguei os lanches e fui até a mesa. No caminho, notei que tinha alguns “colegas” de sala no grupo, como: Lilá p*ta Brown, Dino Thomas, Simas Finnigan, Neville Longbottom, uma garota da sala da Gina chamada Luna Lovegood mais conhecida como Di-Lua Lovegood, e outras piriguetes garotas... Eles conversavam animadamente, então abaixei o rosto, coloquei os pedidos em cima da mesa e voltei ao balcão, rapidamente.

 

-Já está na hora de trocar, não? –Eu e Celine revezávamos o caixa.

 

-Só vou deixar porque já, já, você vai embora! –Ela disse e eu sorri. Depois de um tempo, Harry e Rony vieram pagar a conta.

 

-Hermione, não é? –Perguntou o Harry e eu assenti. –Você que serviu a gente, não foi?

 

-Foi!

 

-Não sabia que trabalhava aqui! –Disse o Rony. Você não sabe nada sobre mim! Sorri. –A Gina não para de falar em você!

 

-Isso é bom ou ruim?

 

-Ela vai ficar em cima de você... –Disse o Harry e deu de ombros. –Como eu sou da família, e a conheço faz muito tempo, posso dizer que isso é bom... Ela é uma ótima amiga!

 

-Como assim “sou da família”?

 

-Ele é adotado! Passa bem mais tempo em casa do que na casa dele! –Disse Rony e eu ri.

 

-Hermione! Já pode ir! –Disse Celine.

 

-Bom... A gente se vê depois! –Fui até o banheiro dos funcionários. Tirei o avental, peguei minha bolsa e sai da lanchonete. Me sentei no ponto de ônibus. Minha casa não era longe... Mas ‘tava com uma preguiça de ir de a pé... Peguei meu celular, coloquei os fones, e comecei a ouvir Pais e Filhos, do Legião Urbana.

 

-Oh, surda! –Eu olhei para frente, onde Gina estava de pé, com as mãos na cintura, sorrindo. Tirei o fone de ouvido. –Nem pra falar que trabalhava aqui, hein criatura! –Sorri.

 

-Não era importante!

 

-Você vai embora de ônibus?

 

-É meio óbvio, não? –Ela revirou os olhos e eu sorri.

 

-Vai rejeitar de novo a carona? –Mordi o lábio inferior. Sabia que o ônibus iria demorar...

 

-Não quero incomodar...

 

-E não vai! Meu irmão vai vir nos buscar... Ele não vai ligar!

 

-Certeza?

 

-Claro! Vem! –Ela pegou minha mão e me puxou até o outro lado da rua, onde Harry e Rony estavam sentados na sarjeta.

 

-‘Ta brincando que ela aceitou! –Disse Harry, olhando incrédulo para Gina.

 

-Tenho o dom do convencimento! –Ela jogou o cabelo para trás.

 

-E também o dom da modéstia! –Eu disse e nós rimos.

 

-Eu ainda não acredito que depois de todos esses anos juntos, vocês nunca se falaram! –Gina disse incrédula.

 

-Digamos que eu não sou muito de conversar... –Eu disse, olhando para o chão.

 

-Ela nunca deixa de prestar atenção na aula! –Disse Harry.

 

-Bom... Pelo menos agora que ela é nossa nova amiga, teremos de quem copiar as tarefas! –Disse Rony. Eu os encarei, com uma sobrancelha levantada.

 

-Se é uma amizade com segundas intenções, eu desisto dela, OK? –Eles riram.

 

...

 

Assim que cheguei em casa, joguei minha bolsa em cima do sofá, e fui para a cozinha.

 

-Pai? –Na geladeira tinha um bilhete:

 

Desculpe querida, mas eu vou fazer hora extra hoje! Tem pizza na geladeira! Juízo! Papai!

 

Suspirei cansada. Eram raros os dias em que almoçávamos, jantávamos, ou fazíamos alguma coisa juntos. Peguei um pacote de bolacha. Preguiça é foda viu! Depois de comer, tomei um banho, estudei um pouco e fui dormir.

 

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