Capítulo Vinte
- Eve, são duas horas da madrugada. Será que você simplesmente não pode deitar e dormir?
- Não, eu não consigo.
- Não me diga que é por causa dele, de novo?
- É...Bem...
- Quantas vezes eu vou ter que falar isso? Se ele gostasse realmente de você não faria isso, confiaria. Você sabe muito bem do que eu to falando. Chega de pensar nisso, passou. Já era, entendeu?
- Eu sei, mas é que...Não sei. Eu gosto muito dele ainda.
- Então arrume outro e esqueça.
- Ah, pra você é muito fácil falar não é James? Você e a Lily estão super bem, no auge da paixão...
Ele sentou-se na cama e olhou ao redor, dando-se conta da situação.
- Eve – colou os óculos e a fitou – como você conseguiu entrar aqui?
A morena deu um sorriso sem graça e levantou-se.
- Lembra aquele dia que você me emprestou a capa? Então...eu ainda não devolvi..então como não estava conseguindo dormir resolvi passear um pouco...
- Tudo bem, agora volte pra cama, antes que alguém descubra alguma coisa.
Ele deu um sorriso e cobriu-se, voltando a dormir.
Depois de tudo que havia acontecido eu precisava me afastar, dar um tempo, me divertir. Lestat deveria ser uma lembrança despedaçada, o que se tornou uma tarefa difícil, já que nos víamos em todas as aulas. Como eu já havia dito, não gostava dos grifinórios. Mudei de opinião quando conheci Remo. Depois Sirius, entre uma briga e outra. E por último James, que no momento era meu melhor amigo. Pedro nunca fez diferença, um tolo, na minha opinião.
Então era isso: dia após dia. Minha vida voltara à monótona rotina, um saco. E agora eu realmente precisava estudar, minhas notas estavam péssimas, minha vaga ameaçada. Nada de diversão, zero. Poucas noites de sono, dias e madrugadas na biblioteca. Eu estava exausta.
- Terminou?
- Não, faltam apenas algumas linhas...
- Remo, ele pediu 30 cm e não um metro!
- você quer continuar aqui ou não?
- quero, claro!
- então tenha paciência...Faltam apenas alguns retoques...
Respirei fundo. Fazia TRÊS horas que ele estava ali, me ajudando com aquela pilha de deveres. Um mês sem aprontar nada, eu me recuperava rapidamente de tudo que havia passado, e meu comportamento era exemplar. Eu nunca fui burra, apenas preguiçosa e bagunceira.
Fitei a janela. Alguns flocos de neve caiam, deixando uma mórbida paisagem branca ao fundo. E então eu vi aquele brilho, um olhar azul penetrante, senti a agradável fragrância. Era tudo tão REAL. Ele estava ali.
- Acorda Marvell!
Sirius black.
- Se um dia eu tiver a chance de matá-lo e pensar em hesitar, lembre-me disso, Black.
- Ora, querida – ele puxou uma cadeira e jogou-se ao meu lado – adorou ouvir o som da minha agradável voz, confesse.
Fechei os olhos, respirei fundo e sorri.
- Ah, claro. Assim como as demais menininhas aqui presentes que estão babando em você.
- Achei que fosse incapaz de sentir ciúme, Marvell - Um sorriso se formou no canto de sua boca e as mãos correram pelos cabelos, os deixando cair irresistivelmente sobre o rosto – mas creio que cometi um engano.
- Você vive cometendo enganos, Black.
- Sirius pra você, gracinha.
Soltei uma gargalhada.
- Você não presta mesmo!
- Mas é claro que presto! Pergunte a qualquer uma...
- TERMINEI!
Localizamos Remo, com o trabalho em mãos, atrás de uma grande pilha de livros.
- Finalmente! Obrigado baby, te devo uma.
- Baby? Me dá um pouquinho desse mel Aluado...
- Cala a boca Sirius...Então, vou andar por ai, até mais Eve.
- Hum...Baby, e eu não ganho tchau não?
Ignorando o gracejo do amigo, remo sumiu entre as prateleiras. Então era isso. Eu e Sirius Black, sozinhos. Levantei-me e comecei a arrumar a pilha de livros, colocando os meus na mochila. Ele apenas me observava, quieto, os olhos acompanhando todos os meus movimentos. E eu odeio isso.
- ah, então você vai ficar ai, parado, me olhando...PARA COM ISSO!
- E se eu não quiser?!
- Ah, por favor, Sirius! Essa ladainha pega-menina não adianta comigo. Agora para com isso ou eu...
Ele arqueou as sobrancelhas e pela primeira vez eu reparei como ele era bonito...
Quatro longos meses sem ninguém. Um terço de ano tentando esquecer o passado, tentando não o ver, fazendo de tudo para me entreter. Cerca de 120 dias evitando qualquer tipo de relacionamento. Então assim, sem mais nem menos, eu me senti atraída por alguém. E nós discutíamos por tudo, e todos os dias eu tinha que lembrá-lo que eu não era qualquer uma de Hogwarts. E ele sempre me dava aquele sorriso, aquele que eu nem percebia e hoje me arrendo amargamente disso.
-...Você?
Fechei a mochila e a joguei sobre as costas.
- Dá licença.... Vai logo, to cansada.
Levantou-se e aproximou-se perigosamente, tirou a mochila das minhas costas e deslizou carinhosamente a mão pelo meu rosto.
- Black, por favor...Quantas vezes eu vou ter que...
- Você precisa relaxar, Eve.
Então ele me abraçou, envolve-me com seus braços. Aconcheguei-me ali, e sorri.
E por alguns segundos eu senti uma felicidade inexplicável, uma vibração há muito tempo não sentida, foi uma vontade de não largá-lo e ficar ali, pra sempre, segura e feliz. Mas isso era impossível.
Senti os lábios dele colarem em meu pescoço, senti sua respiração próxima, o sangue correu mais rápido, o coração disparou. Segurou meu rosto delicadamente e sorriu. Sua boca era macia, nossos lábios se encaixavam perfeitamente, assim como sua mão em minha cintura. Percorri as mãos por seu pescoço e senti os pelos da nuca arrepiarem-se. Abri os olhos, e deixei-me levar por aquele sorriso gostoso.
- Ninguém resiste a mim, baby.
- Oh céus...Não estraga vai, por favor.
- Tudo bem...
Com ele era uma coisa superficial, carnal, uma coisa assim, momentânea.
Estava frio. Ele colocou a capa sobre os meus ombros, enquanto sua mão coberta por uma grossa luva, segurava a minha. A neve agora caia levemente. Ambos parados, intactos. Os jardins eram cobertos por uma grossa camada branca, marcada por vários rastros e pegadas. Olhei ao redor. Eu via a beleza, a felicidade, a sinceridade. Eu vi o seu sorriso.
Eu vi Lestat, do outro lado, eu o senti segurando minha mão e eu acordei.
- Eve?
- Lestat?
- Você está bem?
- Estou.
- a propósito, meu nome é Sirius.
- Desculpe...Eu...
- Tudo bem...
Encostei a cabeça em seu ombro e segurei sua mão. Ele beijou minha testa, e enquanto acariciava minha perna, eu senti um leve desejo despertar. Fiquei em pé e o puxei para perto, enroscando minhas mãos envoltas seu pescoço. Sorri, e aquilo era tudo.
E eu percebi que a vida é simples, lembrei de como eu era e de como eu sabia viver bem. Percebi que havia me entregado ao passado de maneira tão depressiva que havia esquecido de como eu amava tudo ao meu redor.
- Me dá sua mão.
- Não, eu quero segredo, Sirius.
- Você quer que ele não saiba...
- E lá vamos nós...
- Poque você me trata de maneira tão superficial?
- Porque você, Sirius Black, não merece algo mais profundo que isso.
- Então vamos me fazer merecer – e me beijou, violentamente, com ânsia, veracidade, paixão. Senti as costas irem contra a parede e sem hesitar ele deslizou as mãos até minhas coxas, subindo até a barriga, causando-me arrepios. A boca buscava meu pescoço, me fazendo amolecer, perder o rumo.
- E como...aai...Não faz isso.
- Isso?
- Para!
- E você pretende merecer com...Sexo?
- Sexo? Baby, eu faço algo muito melhor que isso.
- E o que...Aaai, para...Você faz exatamente?
- Eu? – um sorriso maroto surgiu em seus lábios – você vai ter que experimentar.
Sua mão desceu até a saia curta que eu usava. Acariciou a virilha, me fazendo soltar um suspiro em seu ouvido. Subiu novamente, indo de encontro com minha blusa. Tirou-a com violência e com a boca me fez soltar um gemido silencioso. Eu não respondia mais por mim, apenas meu corpo reagia. Tirei sua camisa, o puxei pela gravata, ele me levantou pelas coxas.
E foi ali, sem hesitar, que um pedaço meu ficou com ele. Aquela noite foi única, foi nossa confidência, foi o que nos uniu. Mas tudo que começa acaba. Sem arrependimentos.
Simples assim.
N/A : Heeey gente, desculpa a falta de atualização. Agora vo ver se termino. Nossa, vocês devem ta achando a Eve uma biscate. Mas calma, ela ta crescendo e vai passa por muitaaaaaaaa coisa ainda. Comentem, pleaaaase xD~
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!