Capítulo Um : Convivência

Capítulo Um : Convivência



 


Não podia ter sido apenas coincidência.

Estava sentado à frente do diretor Christopher Columbus e J.K Rowling, mal podia
acreditar em sua sorte, depois de enviar foto e um auto - resumo, com esperança, mas
não grandes expectativas de que fosse ser chamado. Depois de enviar um vídeo, cantando um rap, falando sobre Rony Weasley e o porque que ele queria o papel e depois de filmar um pequeno script de uma parte da história de Harry Potter, em que ele interpretava Rony. Depois de muita espera e muita ansiedade, estava ali, conseguira.

Finalmente conseguira.

Esperavam por alguém em silêncio tenso, Joanne folheava sonhadora um bloco de papéis com fotos e nomes dos jovens atores testados e entrevistados e Chris mantinha-se calado, impassível, sem demonstrar ao garoto ruivo e nervoso à sua frente qual era o resultado final de seus testes.

A porta abrira com um baque espantosamente auto, fazendo todos os presentes pularem
um pouco das cadeiras, Rupert virou-se no mesmo lugar, curioso, à fim de descobrir quem estava entrando.

Era uma garota, um pouco menor do que ele, de rosto bondoso e cabelos castanhos
cacheados, seus olhos se encontraram e ela sorriu bondosamente para ele, Rupert devolveu o comprimento timidamente, sorrindo com o canto da boca.

Emma Watson acabara de entrar no recinto.

Emma atravessara a sala graciosamente e sentou-se na poltrona igualmente verde à de Rupert, ao seu lado, cumprimentando apressada o diretor e a escritora, ambos tão famosos e tão queridos que ofuscavam a sala com seu brilho interior.

Rupert respirou fundo para manter-se calmo, passou a mão pelos cabelos muito ruivos e
tentou sentar de maneira mais confortável na cadeira, embora estivesse tão nervoso que
mal conseguia parar no lugar.

_ Bom, acho que vocês dois querem saber porque os chamei aqui... _ Começara Columbus.


 
Rupert e Emma se levantaram institivamente, se entreolhando, ansiosos.



Nenhum dos dois, nem Rupert nem Emma, conseguiram acreditar de imediato quando Chris e Joanne anunciaram que haviam sido escalados, ambos, para representarem, respectivamente, os papéis de Rony Weasley e Hermione Granger nos filmes de Harry Potter.

Rupert sorriu abobado, Emma pulara freneticamente ,gritando alucinada. Quando o ruivo começou a sentir as pernas bambas a garota o puxou para um forte abraço que quase esmagara seus ossos, ele sentira uma queimação estranha invadir a boca do seu estômago e concluíra que era apenas consequência do nervosismo.

Como era tolo àquela época.

Mal sabia que tinha acabado de se apaixonar perdidamente e não tinha ideia de como
isso seria complicado.

...

_ Ação! _ Gritou David Yates com seu megafone, de seu lugar exclusivo ao canto do set
da casa da família Weasley. A Toca. 

Haviam se passado sete anos, todos haviam crescido, aprendido, amadurecido, enriquecido e claro, mundialmente conhecidos.

Apenas uma coisa não mudara.

Rupert Grint ainda sentia o coração acelerar descontroladamente quando Emma Watson
passava por ele pelos corredores dos sets, sempre sorridente, sempre animada, sempre
encantadora, exatamente do jeito que era quando eles haviam se conhecido.

_ Arthur, é você ? _ Dizia Julie Walters em seu papel de Molly Weasley, segurando com
uma das mãos na maçaneta do cenário e o rosto encostado na madeira.

_ Sou _ Tornou a voz de Mark Williams, o Sr. Weasley ,escondido atrás da porta _ Mas eu diria isto, querida, mesmo que fosse um Comensal da Morte. Faça a pergunta correta!

_ Ah, francamente...

_ Molly!

_ Está bem, está bem... _ Qual é a maior ambição da sua vida?

_ Descobrir como os aviões se sustentam no ar.


Julie, ou no caso, Molly assentiu e girou a maçaneta, mas pelo visto Mark, ou no caso, Arthur Weasley estava segurando-a com firmeza pelo outro lado, porque a porta continuou fechada.

_ Molly ! _ Gritou ele _ Sou eu quem pergunta primeiro!

_ Arthur, realmente, que tolice...

_ Como é que você gosta que eu a chame quando estamos sozinhos?

Julie permaneceu calada, porém não havia sinal de vergonha e sim de momentânea
confusão, Rupert riu baixinho de seu lugar, afastado da cena, conhecia a atriz há algum
tempo e sabia como ela tinha facilidade de esquecer o texto.

_ Gosto que me chame de Fergie _ Brincou ela ,piscando um dos olhos _ Ou Beyonce,
você quem sabe, querido.

_ Corta ! _ Mandou Yates, acompanhando as risadas que tomaram conta do set de
filmagens.

Daniel Radcliffe escondeu o rosto com as mãos para abafar as gargalhadas e Mark e
Julie fingiam beijar-se apaixonadamente.

_ Adoro esses dois _ Comentou Emma ao pé do ouvido de Rupert, surpreendendo o
garoto.

_ É...Eu também... _ Concordou ele, com um sorriso.

_ Somos os próximos _ Dissera ela, com um sorriso afetuoso _ Bonnie me disse que
você estava aqui e resolvi te avisar...

_ Ah, obrigado, Emma _ Agradeceu ele, acompanhando-a _ Adoro filmar na Toca, é
sempre tão natural e fácil de gravar...

_ É, eu também _ Concordou Emma _ Julie e Mark são duas figuras! É sempre divertido
gravar com eles...E então, já leu o último livro?

_ Estou lendo _ Respondera Rupert, em tom de desculpas _ Não tenho tido muito tempo.

_ Eu também não...Com as gravações de Ballet Shoes está ficando praticamente
impossível fazer outra coisa que não seja estudar _ Comentara Emma descontraída _ Mas, você já descobriu o que acontece conosco?

_ Como assim? _ Indagou Rupert confuso, enterrando uma mão no bolso e coçando o
queixo com a outra, sentindo um já conhecido formigamento no estômago que sempre
sentia quando ficava à sós com Emma.


_ Com Rony e Hermione _ Explicou ela marotamente _ O que acontece? Morremos?
Ou nos casamos e temos meia dúzia de filhos.

_ Eh...Ainda não cheguei nessa parte _ Desculpou-se Rupert, corando levemente com a
ideia de casar-se com Emma, mesmo que fosse apenas durante o filme.

_ Bem...Quando descobrir não esqueça de me contar! _ Concluíra ela, afastando -se à
passos apressados, para retocar a maquiagem.

Era realmente uma ideia que andara tirando o sono de Rupert, queria acima de tudo, saber o que aconteceria com seu personagem no final da série, mas também queria saber como ficaria o relacionamento de Rony e Hermione, pois, inevitavelmente as cenas se repetiriam nas telas e a perspectiva de poder beijar, sem culpa e sem vergonha, os lábios de Emma lhe davam uma pontinha de esperança.

Nos últimos livros esse momento tão aguardado pelos fãs, vinham assombrando os pensamentos de Rupert, todos os repórteres queriam saber o que ele achava sobre isso e, até agora, ele vinha assumindo uma resposta defensiva, mas não sabia até quando conseguiria esconder seus verdadeiros sentimentos.

Ele conhecia a imprensa, sabia do que ela era capaz, sabia, inclusive, que já rolavam boatos, fofocas de que ele e Emma saíssem juntos às escondidas, ou simplesmente nutrissem algo um pelo outro, ou se não eram um casal, poderiam, com certeza, formar um.

Intimamente esses boatos não o aborreciam tanto, mas ele tinha que manter as
aparências.

O filme era Harry Potter e o Enigma do Príncipe. A cena era a chegada dos resultados dos N.O.Ms por correio coruja para Harry, Rony e Hermione, o pequeno cenário da cozinha d´A Toca estava apinhado de atores e era uma sequência difícil de filmar. Todos tinham que obedecer suas marcas com perfeição.


Dan, Rup e Emma estavam empoleirados no batente da janela cozinha, Bonnie Wright, 
Clémence Poésy estavam sentadas à mesa e Julie Walters posicionara-se atrás dos garotos, esperando pelo sinal do diretor para começar a atuar.

_ Ação!

_ Vejam! _ Exclamou Emma, apontando para o lado de fora da janela _ As corujas!

_ Positivamente são corujas _ Completara Rupert, compenetrado.

_ E são três _ Acrescentou Daniel.

Emma agarrou os cotovelos dos garotos, com a expressão aterrorizada no rosto.

Julie tomou a frente dos garotos e abriu a janela da cozinha. As corujas, seguindo, obedientes, as ordens do adestrador, escondido do outro lado do set entraram voando e
pousaram na mesa em fila, estendendo a perna direita.

A cena seguiu tranquilamente, Dan pegara a carta endereçada à Harry e Rup e Emma o imitaram, exatamente como fora combinado.

Pelo menos até a parte em que Rony zombava de Hermione.

_ Ah, corta essa! _ Rebateu Rupert se aproximando e puxando os resultados da mão de
Emma.

_ Me devolva, Ronald! _ Exigira Emma com o rosto mandão, saindo um pouco do roteiro, improvisando.

_ Peque de volta! Se puder... _ Respondera Rupert, entrando no improviso com um sorriso maroto, levantando o pedaço de papel acima da cabeça, onde sabia que ela não alcançaria.

Era um dos motivos pelo qual gostava de filmar n´A Toca, era um lugar propício à improvisos, mais livre para atuar.

_ Ronald Weasley! Não tem graça! _ Exclamara Emma, com sua melhor expressão 'Hermione'

"Ela é brilhante!" Pensou Rupert, enquanto completava o texto do roteiro, as mãos ainda no alto enquanto Emma pulava perto dele, tentando ,em vão, alcançar o papel "Emma decididamente nasceu pra ser a Mione!"

Foi quando aconteceu.


Fôra tão rápido que ele não tivera tempo nem para pensar, em um segundo Emma estava
pulando em volta dele, com um dos braços erguidos, enquanto ele andava lentamente para trás para evitar que ela conseguisse apanhar o resultado dos N.O.M s. Quando ele colidiu com as costas na mesa da cozinha, fazendo as corujas se assustarem e voarem para longe, batendo as asas, ofendidas e Emma pisou em falso, tropeçando nas tábuas do cenário, caindo sobre ele, apoiando-se ao seu peitoral.

Corta! _ Dissera Yates, levantando-se _ Emma, você está bem?

_ Estou _ Respondera ela, distanciando-se depressa, corada dos pés à cabeça, enquanto Rupert permanecia paralisado, abobado,as orelhas tão coradas quanto as orelhas de Rony
podiam corar.

Fôra apenas um momento, mas para Rupert parecera uma eternidade.

_ Melhor nos atermos apenas ao roteiro desta vez _ Aconselhara Yates para Rupert e Emma antes de voltar ao seu lugar.

Os dois concordaram afirmativamente com a cabeça e voltaram a se posicionar do
momento em que Rony apanha a carta de Hermione.

_ Você está bem mesmo? _ Quis saber Rupert, preocupado, falando baixinho ao ouvido
de Emma _ Não machucou o pé ou o tornozelo? Sei lá...

_ Estou bem, Ginger _ Respondeu Emma com um sorriso, apoiando-se nos ombros dele
_ Obrigada por perguntar.

Rup sorriu com o canto da boca e voltou ao seu lugar, os olhos ainda rebaixando sobre as pernas de Emma, principalmente sobre o pé que pisara em falso, pois a garota o mantinha ligeiramente levantando do chão.

_ Vamos lá...De novo...Câmera, Luz, Ação!

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