De volta ao Expresso Hogwarts



HP Legacy


 


Tales of the Panther and the Eagle:


 


Capitulo 1º: De volta ao Expresso Hogwarts


 


Era uma manhã dourada de outono, e a estação King’s Cross estava apinhada de gente. Um garoto de 13 anos, um pouco alto e magro, com cabelos longos e loiros tocando de leve os ombros, estava discutindo com um homem de cabelos da mesma cor e curtos, que parecia extremamente nervoso.


            – Já disse que você não precisa ir se não quiser pai – disse o garoto, que parecia já estar cansado daquela discussão.


            – É claro que quero acompanhá-lo, filho, é só que essas pessoas me deixam um pouco nervoso, só isso – respondeu o pai do garoto, exasperado.


            – Justamente por isso que estou lhe dando a permissão para não se sentir culpado em não me acompanhar até o trem. Vi como você ficou nas ultimas nos anos anteriores quando passou a barreira. Não me agrada nem um pouco ver meu pai mais assustado que eu – Continuou o garoto ao pai, e a ultima frase saiu como uma leve brincadeira. O pai, ao ouvi-la, deu uma gostosa gargalhada.


            – Andar em cima de uma motocicleta, a 300 kilometros por hora não me apavora, mas me obrigue a passar por barreiras mágicas que minhas pernas se tornam bambas- diz o pai, em meio a gostosas gargalhadas – Você me conhece bem demais filho- completou, sorrindo


            – Claro que sim, por isso mesmo sei que só quer ir pra mostrar para mim como é um bom pai. Mas não se preocupe, já sei que é o melhor pai que eu poderia querer, e também sei que você ficou de visitar o Fillipo na faculdade – conclui o filho, com um tom de fim de discussão.


            O pai olha sério para o filho, e logo depois muda para um tom aliviado.


            - Certo, certo. Obrigado Andrew, eu realmente não gosto daquele lugar – O homem agora olhava profundamente nos olhos castanho escuros do filho, com um ar de orgulho – Tenho certeza que já é grande o suficiente para não só se cuidar sozinho, mas do seu velho pai também. Vem cá, me da um abraço antes de ir – disse o pai a Andrew, enquanto esticava os braços.


            Os dois deram um longo abraço, e quando se separaram o pai lhe deu um beijo em cada bochecha e partiu acenando para Andrew ao longe. O garoto não podia negar que ficava envergonhado quando o pai fazia aquilo em lugares públicos, mas sabia que o sangue italiano do pai falava mais alto que o inglês naquelas horas. Após alguns momentos, o garoto torna a empurrar o carrinho pela estação, em direção a divisa entre as plataformas 9 e 10.


            Ao chegar à barreira mágica, Andrew olha mais uma vez para os pertences em se carrinho. O malão, a gaiola que continha sua coruja cinzenta, chamada Grigio, e a mochila pareciam estar em ordem, e sem esperar mais um momento, o garoto avançou em direção a divisa das plataformas sem pestanejar, e no momento seguinte estava na fumarenta plataforma 9 e ½. Após uma rápida olhada para os lados, Andrew se dirige ao Expresso Hogwarts, a fim de embarcar logo. Durante todo o percurso, o garoto ouve as vozes de diversos pais se despedindo dos filhos, mas não consegue ver os seus donos através da densa fumaça.


            Ao chegar à entrada do trem, Andrew encontra certa dificuldade em subir no vagão com suas coisas, mas assim que consegue o garoto se pôs a procurar uma cabine vaga. Demorou um pouco, mas assim que a encontrou, guardou suas coisas e saiu à procura de Garret, seu amigo, que já deveria ter chegado. Andrew encontrou quem estava procurando após poucos segundos de busca. A sua frente, estava um garoto bastante alto para seus 13 anos, com curtos cabelos negros e um par de olhos violeta que pareciam brilhar. Como se aparência dele não fosse o suficiente para chamar atenção das pessoas ao redor e arrancar alguns suspiros de algumas garotas que passavam por ele, havia um grande corvo negro empoleirado em seu ombro. Garret estava debruçado sobre a janela, com a cabeça para fora do vagão e olhava intensamente para um grupo de pessoas paradas na plataforma. Com um grande sorriso no rosto, Andrew caminha em direção ao outro garoto, mas é o corvo que o percebe primeiro.


            – Andy, Andy, Andy... – crocitou o corvo, batendo as asas e fazendo faíscas saírem das pontas de suas penas. Dois garotinhos que passava pelo corredor olharam espantados para o corvo falante, e uma garota que estava olhando fixamente para Garret começou a dar risinhos.


            – Fique quieto – disse o garoto em resposta, com uma voz melodiosa, pondo a mão no bico do pássaro para calá-lo, mas olhando para os lados em quanto fazia. Ao avistar Andrew, o garoto mostra um pequeno sorriso no canto da boca.


            – Olá Branduff – responde Andrew ao pássaro, que tenta tagarelar novamente em resposta, mas é impedido pela mão do dono, que ainda cobre o seu bico – E aí, Garry, beleza? – cumprimenta Andy, agora para o garoto alto de cabelos escuros.


            – Tudo ótimo Andy – diz Garret, tirando a mão do bico do pássaro, que finalmente parecia ter desistido de tentar se manifestar, e a estendendo para cumprimentar Andrew – Como estava a Toscana? – pergunta Garret, voltando a dar uma olhadinha para o grupo de pessoas na plataforma.


            – A mesma desde a última vez que estive lá – responde o garoto ao amigo, pouco interessado em falar sobre o tempo que passou com os avós. Querendo saber o que chamava tanto a atenção de Garret, Andrew pergunta ao amigo:


– Quem são estas pessoas que você está tão interessado em espiar? –


            – Veja por você mesmo – responde o garoto enquanto saia da janela para Andrew poder tomar seu lugar e botando a mão novamente no bico de Branduff que não parava de tagarelar “Espião, espião, Mestre Garret é um bisbilhoteiro”.


            Enquanto inclinava-se para avistar quem eram as pessoas que Garret espiava, Andrew percebe que seu amigo não era o único que estava interessado em dar uma olhada no grupo da plataforma. Muitas outras cabeças também estavam para fora da janela, olhando fixamente para aquelas pessoas.


Um garotinho do grupo queria saber, assim como Andrew, porque todas aquelas pessoas estavam de olho neles. Um homem alto, de cabelos cor de fogo, respondeu que era por ele ser excepcionalmente famoso, e o comentário arrancou gargalhadas das crianças. Então Andrew viu a cicatriz na testa do homem de cabelos negros e rebeldes, que estava ao lado do ruivo. O garoto podia não ter crescido no mundo bruxo, mas aquele rosto ele conseguia reconhecer facilmente.


– Ah, é ele – falou Andrew, botando a cabeça para dentro do vagão novamente, e voltando a encarar Garret – Acho incrível você se interessar tanto nele e desprezar tanto o filho dele – continua o garoto, agora encarando os incríveis olhos violeta do amigo.


– Bom, ele derrotou um dos maiores bruxos das trevas de todos os tempos, enquanto o filho dele é apenas um pestinha orgulhoso e sem talento. – conclui Garret, desta vez sem tentar calar seu corvo, que crocitava “Pestinha orgulhoso e sem talento” repetitivamente – De qualquer jeito, vamos logo para a cabine que você reservou pra nós –


O fato de o amigo saber que ele havia reservado uma cabine para eles faz Andrew dar pequenas risadas enquanto guia Garret até a cabine em que tinha posto as suas coisas anteriormente. Antes de ir atrás do amigo, Garret ergue a varinha e diz “Locomotor malão”, para fazer sua bagagem segui-lo. Quando os garotos terminam de se acomodar, o trem começa a se deslocar. Branduff então salta do ombro de Garret e vai pousar no joelho de Andrew e, batendo o bico, começa a grasnar “comida, comida, comida”. Dando boas gargalhadas, o garoto pega um pouco do milho que havia posto no bolso antes de sair de casa para presentear ao corvo.


– Então, como foram as suas férias? – pergunta a Garret, enquanto Branduff comia o milho de sua mão.


– Ah, nada de mais também, nem de longe tão legais quanto às do ano passado – responde Garret com desinteresse, enquanto olhava para fora da janela.


Andrew sabia o que o garoto queria dizer. Nas férias do ano passado, o amigo havia viajado para o Japão com a família. Lá ele havia encontrado Branduff, que era um Corvo da Tempestade, um animal mágico raro e extremamente difícil de domesticar, mas que tinha gostado instantaneamente de Garret e passou a segui-lo e chamá-lo de Mestre Garret. O garoto havia lhe contado como fora difícil levar o pássaro consigo de volta para Inglaterra, pois os bruxos japoneses não conseguiam acreditar que o pássaro poderia ter se aliado tão rápido e facilmente a um bruxo. Garret então passou o resto do verão ensinando inglês ao corvo, e o nomeou Branduff. Andrew ainda se lembrava da surpresa, ou melhor, do susto, que foi ver o corvo tagarela empoleirado no ombro do amigo no inicio do seu segundo ano letivo.


– Mas e então, você trabalhou em algum projeto durante as férias, ou ficou correndo motos pelos campos da Toscana com seu pai o verão inteiro? – questionou Garret, e Andrew deu uma boa risada.


– Não, meu pai só deixa eu andar de motocicleta em pistas de corrida, é ilegal menores de idade pilotarem elas nas estradas – disse Andrew – E trabalhei sim em algumas coisas. Dei umas modificadas no automaton, e acho que ele ficará mais rápido. Deixa eu pegar minhas anotações, estão ali na minha mochila... – antes que Andrew pudesse fazer menção de se levantar, Garret já havia apontado a varinha para a mochila do amigo e dito “Accio”, fazendo a mochila voar para as mãos dele.


Impressionado como sempre pela habilidade avançada em magia do amigo, Andrew observou enquanto Garret abria sua mochila e tirava de lá suas folhas de projeto. Enquanto o amigo as analisava, Andrew ficou lembrando como se tornaram amigos, fato que estava diretamente ligado a criação dos automatons.


Tinha sido no início do ano passado, quando Andrew estava no começo do terceiro trimestre de seu primeiro ano em Hogwarts. O garoto estava estudando sozinho na sala comunal da Corvinal, quando avistou Garret enfeitiçar duas miniaturas de cavaleiros e fazendo-os lutarem um com o outro, com movimentos da varinha. Andrew não tinha amigos, mas conhecia Garret muito bem. Ele era um garoto brilhante que estava na mesma série que Andrew. Apesar de nunca ser visto estudando, sempre conseguia executar qualquer mágica na primeira tentativa, e sempre tirava notas máximas em todas as matérias que envolviam magia diretamente. Além disto, sua aparência e seu carisma natural o tornavam extremamente popular com os professores e os outros alunos.


 Mas aquele feitiço deixou simplesmente Andrew maravilhado, e fez o garoto vencer sua timidez e ir perguntar a Garret como ele funcionava. O garoto lhe explicou que era uma magia que ele mesmo havia desenvolvido, mas que ele não estava muito feliz com ela, pois a força mágica que era exercida nas juntas das miniaturas não era tão forte nem tão rápida quanto ele desejava.


Após a explicação, a cabeça de Andrew começou a trabalhar rapidamente. Desde pequeno o garoto convivia com o pai, que era campeão da Moto GP, nas oficinas e nas corridas, e era um expert em motores em engrenagens extremamente precoce, melhor até que alguns estagiários da equipe do pai. Aos 8 anos, já ajudara o pai a montar uma motocicleta, e aos 10, havia projetado e montado uma com o antigo chefe de equipe do pai, que havia se aposentado a 2 anos, e tinha planos para se tornar um projetista até descobrir que era bruxo.


Andrew explicou a Garret que algumas engrenagens nos lugares e de tamanhos corretos poderiam multiplicar a força exercida pela mágica, tornando ela mais rápida forte e eficiente. No inicio, Garret pareceu meio cético, duvidando que uma tecnologia trouxa pudesse multiplicar o efeito de sua mágica, mas após um mês, quando o primeiro protótipo ficou pronto, o garoto teve que admitir, após ver o modelo de Andrew se mover três vezes mais rápido que seus cavaleiros originais, que o projeto do novo amigo era genial.


Para surpresa de Andrew, ele e Garret começaram a passar todo tempo juntos, e em pouco tempo os dois se tornaram grandes amigos. O fato era ainda mais intrigante para Andrew, pois, apesar da grande popularidade do garoto, ele não tinha nenhum outro amigo tão próximo quanto Andrew.


Juntos, os dois inventaram um novo jogo, no qual um automaton (nome dado ao modelo de Andrew pelos garotos) controlado por um bruxo através de magia lutaria com outro automaton (controlado por outro bruxo), até que um deles fosse jogado para fora da arena (que era um circulo com 3 metros de diâmetro), ou ficasse inativo pela quantidade de dano causado. O resto do trimestre passou com Andrew aprimorando seu projeto, e Garret pesquisando e até criando feitiços para encantar a armadura e as armas do automaton. Garret também modificou o feitiço que controlava o automaton, que agora exigia movimentos da varinha para ordens gerais, como ataque, defesa, salto, etc. e os detalhes da execução deveriam ser pensados mentalmente (Andrew ficou assombrado ao saber que Garret se baseou na teoria da Maldição Impérius para criar seu feitiço).


No início do seu segundo ano, Andrew e Garret já possuíam diversos modelos de automatons diferentes criados por eles, começaram a mostrar o jogo que haviam inventado para os colegas. Para o enorme prazer dos dois, a idéia foi muito bem recebida, e em pouco tempo, já era possível ver pessoas praticando o magigladitore (nome italiano que Andrew deu ao jogo) na sala comunal da Corvinal.


Graças ao brilhante projeto de Andrew, os automatons eram altamente customizáveis, e não demorou muito para que os colegas usassem apenas esqueleto cheio de engrenagens de Andrew (que os vendia por um galeão) e passarem a criar suas próprias armaduras e armas para seus automatons, criando seus próprios modelos únicos.  


No fim do das férias de Páscoa, quase todos os colegas da Corvinal, e inclusive alguns membros da Grifinória e da Lufa-Lufa, já possuíam seus próprios automatons. Ao termino dos Exames Finais, já havia tantos praticantes do magigladiatore que os dois organizaram um torneio, que teve cota inicial de 18 participantes, mas acabaram com 36 inscritos. De fato, a criação da dupla havia se tornado tão popular que os dois até receberam elogios e incentivos do Professor Flitwick, vice-diretor da escola e diretor da Corvinal.


– Humm... – Murmura Garret, puxando Andrew para fora do mundo das lembranças – parece interessante, mas você não tem nenhum projeto novo, algo não relacionado aos automatons? –


– Bem, estive pensando em algumas coisas, mas nada muito concreto ainda, a não ser meu projeto para construir uma espécie de filmadora, uma câmera que é capaz de capturar seqüência de imagens ao invés de apenas um momento – explica Andrew ao ver a cara de intrigado de Garret ao ouvir a palavra filmadora – mágica. Acho que seria interessante poder filmar jogos de quadribol e talvez algumas partidas de magigladiatore para eu mostrar pro meu pai – continuou Andrew, mas o garoto voltou a ver o desinteresse nos olhos de Garret, que agora olhava fixamente para a paisagem que passava rapidamente.


Andrew sabia que Garret estava ficando cada vez menos interessado nos automatons. O garoto não gostava de ficar fazendo as mesmas coisas por muito tempo. Ele queria coisas novas, e tentava espremer novas idéias da mente de Andrew sempre que podia. A falta de foco do amigo incomodava um pouco o garoto, que gostaria de otimizar os automatons antes de começar outro projeto.


– Ah, e falando em quadribol, vou me candidatar este ano a uma vaga de Artilheiro –


– Não sabia que você estava interessado em jogar quadribol – falou Garret, agora parecendo mais interessado.


– É, estou pensando no assunto desde que descobri que dois artilheiros do nosso time estavam no sétimo ano, e você sabe que eu sempre gostei de voar, pois é muito parecido com pilotar uma motocicleta, então conversei com meu pai e ele concordou em me comprar uma Thunderbolt! – explicou Andrew excitado.


– Nossa! – Exclamou Garry, extremamente impressionado – É uma vassoura de nível internacional! –


– Eu sei! Mal posso esperar a hora de voar nela –


Nesse momento os dois são interrompidos quando a porta da cabine se abre. Uma garota bonita, de longos cabelos castanho-acobreados fica parada olhando para os dois. Andrew a conhecia. Era Ann Southcott, uma garota do quinto ano e artilheira da Corvinal, que tinha adquirido certo interesse em Garret desde que ele lhe ajudara a executar um feitiço que ela não estava conseguindo fazer direito.


– Oi Garry – cumprimentou a garota com um sorriso nos lábios carnudos – As outras cabines estão lotadas, posso me juntar a vocês?


– Claro que sim! – respondeu Garret, e ajudou a garota a guardar o malão enquanto Branduff crocitava “Oi Ann!” repetitivamente até que a garota lhe cumprimentou também.


– Este aqui é o Andrew – falou Garret a Ann, depois que eles haviam se sentado – Ele estava me contando, antes de você entrar, que vai se candidatar a vaga de artilheiro este ano. –


– Nossa! Então talvez nós sejamos colegas de equipe – disse a garota, sorrindo pela primeira vez para Andrew e fazendo o garoto sentir uma queimação na face.


– E-eu espero que sim – respondeu o garoto, um pouco envergonhado.


– Andy vai ser o melhor artilheiro da escola, isto eu tenho certeza! – falou Garry rapidamente, vendo que o amigo ficara sem jeito.


– Eu estarei esperando muito de você Andrew, não me desaponte – 


Os três então começaram a discutir quadribol, sendo interrompidos apenas quando o carrinho de comida passou pela cabine. Andrew e Garret compraram comida suficiente Ann também, que agradeceu aos garotos com outro grande sorriso, fazendo Andrew sentir uma nova onda de queimação no rosto. Após terminarem de comer, os três voltaram a ter uma conversa amigável. Embora Andrew tivesse dificuldade em achar um assunto que pudesse discutir com Ann, Garret sempre encontrava um jeito de incluí-lo novamente na conversa quando o garoto ficava muito tempo sem falar nada.


A tarde foi passando enquanto eles jogavam conversa fora. Andrew foi visitado duas vezes por colegas da Corvinal que vieram lhe perguntar coisas sobre automatons, e o garoto passou bastante tempo concertando e dando conselhos aos visitantes, enquanto Garry e Ann continuavam conversar animadamente. Quando a noite foi caindo, Ann saiu da cabine para conversar com umas amigas, e a dupla aproveitou a deixa para vestir seus uniformes. A garota voltou apenas minutos antes do trem parar, já vestindo o uniforme também. Ela disse aos dois que caso eles não se importassem, ela iria dividir uma carruagem com as amigas. Após Garret dar seu consentimento com um pequeno sorriso e Andrew murmurar algo inaudível, a garota se despede dos garotos e de Branduff, que não parava de tagarelar “Até logo”.


– Acho que ela se cansou da gente. Provavelmente porque eu não tinha nada de interessante para falar – comentou Andrew ao amigo, depois que Ann fechou a porta da cabine ao sair.


– Não seja idiota Andy, tem certas coisas que garotas só falam entre elas – respondeu Garret – E ela pareceu bem interessada em você, caso não tenha percebido. Ela me fez diversas perguntas sobre sua vida, enquanto você estava conversando com aqueles caras sobre automatons. – continuou o garoto, sorrindo para Branduff, que crocitou “Andy não entende as garotas”.


– Você está falando sério? Mas o que ela poderia ter visto em mim? – indagou Andrew, com um pouco de surpresa misturada com desconfiança.


– Boa pergunta. Não é como se você se destacasse pela sua aparência ou carisma, principalmente comigo ao seu lado – respondeu Garret com um sorriso malicioso no rosto.


– É você tem razão – concordou Andrew um pouco deprimido.


– Ah, qual é cara, eu tava só brincando! Não há como saber por que uma garota se interessa em alguém na maioria das vezes. Provavelmente ela detectou seu charme italiano ou coisa parecida ­– disse Garret tentando animar o amigo – Pare de ser tão negativo! – completou um pouco irritado.


– Ok – falou Andrew ainda não convencido totalmente.


Os dois ficaram olhando janela afora sem dizer outra palavra até que o trem parou poucos minutos depois. Branduff quebrou o silencio tagarelando incessantemente “Vamos”, arrancando gargalhadas dos garotos. Ao saírem de sua cabine, a dupla encontrou Stuart Hartley, um colega da Corvinal de cabelos castanhos escuros que havia sido campeão do torneio de magigladiatore que os dois haviam organizado dois meses atrás.


– Andrew, Garret, que bom ver vocês – cumprimentou o garoto – E oi pra você também Branduff – Completou Stuart a Branduff, pois o corvo crocitava “Oi Stu”.


– Oi Stuart – respondeu Andrew


– É. Bom ver você – continuou Garret – Tudo beleza? –


– Tudo ótimo. Vamos ter mais campeonatos de magigladiatore este ano? – perguntou Sturart entusiasmado.


– Não sei ainda, é muito trabalhoso de se organizar. Além do mais, estou a fim de trabalhar em outros projetos esse ano – falou Andrew enquanto os garotos andavam no corredor cheio de gente a fim de sair trem.


Quando os três finalmente puseram os pés na Estação Hogsmade e caminhavam em direção as carruagens que os levariam até o castelo de Hogwarts, enquanto Garret cobria o bico de Branduff, que não parava de crocitar cumprimentos a todos a sua volta, uma voz atrás chamou os garotos pelos nomes. Os três se viraram instantaneamente deram de cara com uma garota de cabelos negros que desciam até pouco abaixo dos ombros. Era Mary Mcferren, uma lufa lufa que também estava no terceiro ano.


– Acabei me perdendo das minhas amigas no meio dessa galera, será que posso ir com vocês? Não gosto de andar sozinha no meio de tanta gente – perguntou a garota com apreensão, depois que os três a cumprimentaram.


– Claro que pode – respondeu Garret sorrindo para ela


– Obrigada –


– Posso segurar minha mão se quiser –


Andrew percebeu o tom de brincadeira de Garret, mas Mary aparentemente não tinha, pois respondeu baixinho “não precisa, obrigada” e ficou um pouco vermelha. Garret costumava fazer esse tipo de coisa, e Andrew nunca sabia se ele estava apenas debochando da garota ou se estava flertando com ela. Com certeza o garoto tinha uma confiança que ele desejava ter, pensou Andrew enquanto os quatro se saiam da Estação Hogsmade.


O quarteto atravessou a estrada pequena e escura que levava até o local onde as carruagens esperavam. Durante todo o percurso, Mary ficou olhando para os lados sem falar nada. Andrew supôs que estava procurando as amigas ou estava envergonhada demais para falar, talvez os dois. Quando já estavam a apenas alguns metros de distancia de uma das carruagens, Mary começou a abanar os braços freneticamente. Andrew se virou para ver quem a garota estava tentando chamar atenção, e viu uma dupla de garotas vindo na direção deles. Andrew as reconheceu das aulas que tinha com os alunos da Lufa-Lufa, mas não lembrava seus nomes. O garoto não costumava conversar com ninguém a não ser Garret nas aluas, e tinha certa dificuldade em guardar nomes.


– Eu achei que não ia mais encontrar vocês – falou Mary aliviada.


– Não seja boba Mary – replicou uma das duas garotas. Ela era loira e tinha uma cara redonda.


– Parece que você não problemas em encontrar alguém para nos substituir – disse a outra amiga de Mary, que tinha cabelos negros e lisos, encarando Garret, que ainda segurava o bico do corvo com a mão direita, com um belo par de olhos amendoados e um pequeno sorriso no rosto.


– Ah, sim. Bem, isso não é o que parece... – começou a garota, ficando vermelha novamente.


– Por que não entramos logo e continuamos esta conversa no caminho? – disse Garret enquanto retribuía o sorriso da garota morena, mais como uma afirmação do que uma pergunta – Primeiro as damas – completou enquanto abra a porta da carruagem.


As três garotas entraram na carruagem. As amigas de Mary sorriram para Garret ao passem por ele, mas a garota ainda parecia estar tímida demais e apenes lhe deu um aceno com a cabeça antes de seguir as outras duas. Stuart entrou em seguida, dando uma piscada para Garret, que entrou depois de Andrew, fechando a porta atrás de si.


Andrew se sentiu um pouco desconfortável com aquela situação. O garoto não conseguia conversar direito com uma só garota, o que dirá três ao mesmo tempo. Olhou para o trio de garotas que haviam ocupado o mesmo banco, enquanto ele, Stuart e Garret haviam ocupado o outro, e tentou dizer alguma coisa, mas nada lhe veio à mente. Andrew ficou mais desconfortável ainda quando a carruagem começou a se deslocar, e ele percebeu que a garota de olhos amendoados olhava para ele, enquanto a Mary encarava os próprios pés e a loira não conseguia tirar os olhos de Garret. Andrew ficou imaginando quanto tempo se passaria até Garret quebrar o silêncio, enquanto segurava a gaiola de Grigio no colo, mas para sua surpresa, não foi o amigo que falou primeiro, mas a garota de olhos amendoados.


– Você é Ryall não é? O garoto que inventou aqueles bonecos que lutam? –


– Ahn? Ah, sou eu sim – respondeu Andrew surpreso – Como você sabe meu nome? –


– Ora, nós somos colegas não somos? Nas aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas e Poções. Você é o queridinho da prof. Starlight – dessa vez foi a vez da garota fazer cara de espanto – Se bem que eu não me lembro de já ter conversado com você alguma vez – continuou ela, pensativa.


– É, acho que não. Nem sei o seu nome. –


– Bem, isto não importa. Eu me chamo Olivia Fox, grave bem na sua memória, pois não vou te perdoar se você esquecer –


– Certo, sim. Não me esquecerei – respondeu Andrew envergonhado.


            – Então Mary lhes mostrou nossa invenção Olivia? – perguntou Garret


            – Ah sim. Achei muito interessante, estava mesmo comentando no trem com a Lyn que talvez eu compre um pra mim. Ela não gostou muito da idéia, acha que é perda de tempo, mas eu acho um jogo fascinante – falou Olivia. Lyn, a garota loira, não pareceu gostar muito do comentário da amiga.


            – Você não gostou da nossa invenção Lyn? – perguntou Garret para a garota loira.


            – Não é isso, eu não disse bem assim. É que eu... – começou a garota exasperada, como se estivesse explicando aos pais o porquê dela não ter feito o que eles mandaram – Bem, eu só acho que existem coisas mais importantes, como estudar – quando Lyn terminou a frase, Garret soltou uma gargalhada alta e melodiosa, que fez com que Mary parasse de encarar os pés.


            – Eu não diria estudar, mas concordo com o que você diz sobre ter coisas mais importantes a se fazer – disse Garret


            O garoto continuou rindo, e Lyn, agora parecendo mais aliviada, começou a rir junto. Pouco segundos depois, a carruagem parou com um sacolejo, e Andrew olhou pela pequena janela da porta e viu a escadaria de pedra do Castelo de Hogwarts. Finalmente estava começando mais um período letivo naquela escola fantástica, e Andrew não podia esperar para saber que coisas fascinantes ele e Garret iriam encontrar até que junho chegasse novamente.


 


 


 


PS: Bom, editei mais uma vez o capitulo 1. Foi basicamente pra corrigir os erros de português que encontrei, e espero que esta seja a versão final.


PS2: Por favor comentem, tenham gostado ou não. Críticas são construtivas são sempre bem aceitas, assim como QUALQUER palavra de incentivo, autores adoram receber elogios sobre seus trabalhos. Então, por favor, COMENTEM.


PS3: Não sei se alguém lê as porcarias que eu escrevo, mas espero postar o segundo capitulo no máximo até quarta-feira.

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