Quirrell



-Quirrell está por trás disso, Dumbledore. Está tentando roubar a pedra, para que o Lorde das Trevas tenha seu poder novamente. 


-Desconfio que sim, Severo. -Dumbledore falou, sentado em sua cadeira, acariciando a Fênix. 


-Tentou matar Potter inúmeras vezes. Foi Quirrell quem azarou sua vassoura no jogo de quadribol. Ele soltou o trago das masmorras, apenas para destraí-los, para que pudesse afastar todos e alcançar o terceiro andar a tempo. Atrapalhei seu plano, pela segunda vez. Tive de inventar uma desculpa pela minha perna machucada.


-E você, Severo? Está cumprindo sua promessa?


-Estou cumprindo como posso, Alvo. É difícil... Eu...


-Eu sei, entendo Severo. Você está tentando. Lily ficaria feliz, eu não tenho a menor dúvida.


Snape se esforçou para não pensar nela. Talvez assim afundasse sua tristeza. Tentou não se lembrar da garota de cabelos espessos e ruivos, mas mesmo assim uma voz ecoava em sua cabeça. "Bruxa? Isso não é algo que me agrade muito." Lembrou-se dos dias em que deitavam-se em baixo da árvore, crianças, inocentes, conversavam até o sol se pôr. Do dia em que Lily chorou por Petúnia, ou quando ela disse que o amava. Como um irmão que nunca teve. O que ela não sabia, e nunca soube, era que Severo guardava um sentimento por ela, maior do que imaginava.


Lembrou-se do dia em que ela havia recebido sua carta.


"-Severo! Severo! Onde você está? -Uma menina de apenas onze anos corria pelo gramado com um sorriso imenso no rosto.


Severo havia se escondido atrás de um tronco de árvore, já havia visto a carta em suas delicadas mãos, já sabia do que se tratava.


-Sev, você não vai acreditar em mim! Eu... -Lily passou próxima a árvore e deu um berro ao passar por Snape, que planejara dar-he um susto. -Você estava planejando me matar antes de partir para Hog... 


-Não se preocupe, já vi a carta. -Disse o garoto, ainda sorrindo. -Não conseguiu me fazer uma surpresa.


Ela riu, riu de si mesma e se jogou no gramado, respirando profundamente. 


-Daqui a alguns mesês, nós dois estaramos em um castelo de magia. -Ela disse, fechando os olhos e exibindo um sorriso com os lábios.


-Você quer dizer Hogwarts. -Ele sentou-se ao seu lado e encostou em suas mechas claras, como adorava fazer. -Posso ver? 


Ela o olhou e arqueou as sobrancelhas.


-A carta. -Ele repetiu num tom suave, arrancando a carta de suas mãos. 
(Capítulo em andamento)
 

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