Nina



O moreno não sabe muito bem quando foi que ele adormeceu, só quando foi chamado por alguém.


- Oi Harry – era a doutora Shane – Você está dormindo tão bem que não tinha certeza se devia te acordar. Mas, como disse que queria saber notícia, eu vim até aqui.


- Que horas são? - perguntou enquanto se levantava e esfregava o olho, ainda levemente tonto de sono.


- São 11 horas da noite – respondeu – A pediatra fez mais alguns exames no bebê. Disse que o pulmão dela está totalmente desenvolvido e respirando normalmente, apesar de ser prematura. Não vai mais precisar ficar na encubadora.


- Mas isso é ótimo – ele parecia mesmo aliviada – Tenho certeza de que a Mione vai ficar feliz quando acordar.


- Ela já acordou e estão levando bebê para a primeira mamada – explicou – Queria saber se você quer ir até lá.


- É claro que eu quero! - respondeu imediatamente, já estava se sentindo totalmente acordado agora.


A médica o levou até o segundo andar do hospital aonde ficava o quarto de Hermione. Quando entrou no local a morena estava com a filha no colo e uma enfermeira a explicava alguma coisa que ele não estava conseguindo ouvir.


- Você entendeu tudo? - perguntou logo em seguida – Quer me perguntar mais alguma coisa?


- Acho que não – deu de ombros – Já estou sentindo ela começar a sugar. Tenho certeza de que vamos nos vai dar muito bem.


- Então tudo bem, vou deixar vocês sozinhas – avisou – Qualquer coisa pode me chamar por esse botão ao lado da cama. Estou aqui para isso.


Quando passou pela porta cumprimentou Harry e disse que ele já podia entrar no quarto.


- Oi Mione – se aproximou, ligeiramente cauteloso da cama – Espero que não esteja te atrapalhando. Posso voltar outra hora se preferir.


- Você não está atrapalhando – garantiu – Pode ficar aqui se você quiser.


Está bem, então – sentou-se na cadeira ao lado da cama – Como é que você está se sentindo?


- Quanto mais a anestesia passa a dor aumenta – explicou – Mas acho que vou sobreviver.


Ele deu um pequeno sorriso e olhou para a filha, que agora mamava tranquilamente com os olhos fechados, como se não tivesse um mundo em volta dela.


- Aonde estão os outros? - a morena quis saber – Você disse que todos estavam lá fora esperando notícias.


- Já foram embora – respondeu – Mas falaram que voltam amanhã. E os seus avós também estão vindo de Oxford, especialmente para te ver.


- Isso também é perfeito – completou.


- Fico feliz que você esteja feliz – passou a mão pela bochecha do bebê – E sabe de uma coisa, eu estava completamente enganado.


- Você estava enganado? - o olhou de um jeito que não estava entendo absolutamente nada – A respeito do que.


- Quando eu tinha sete anos, meu pai me levou pela primeira vez em um estádio de futebol e eu pensei que esse era o dia mais feliz da minha vida – explicou – Mas hoje eu vi que não era. E mais nada vai conseguir superar o fato de eu ter visto a minha filha nascer.


- Tenho certeza de que vão existir momentos igualmente emocionantes – ela falou – Por exemplo, quando você se casar e tiver outros filhos. O nascimentos deles também vai ser maravilhoso.


- Não tenho certeza se vou querer ter outros filhos – deu de ombros – Eu não consigo me ver formando uma família com outra pessoa que não seja você.


- Você diz isso agora – ela tentou não encarar o marido nesse momento – Na faculdade, provavelmente, vai conseguir alguém por quem vai querer largar tudo na vida.


- Eu duvido muito disse – segurou os rosto da garota – Você é única, Mione. Absolutamente ninguém vai conseguir tomar o seu lugar.


Eles ficaram se encarando, profundamente, por vários minutos. Hermione se sentiu aliviada quando a filha parou de mamar, pois pode se concentrar em uma outra coisa.


- Sabe, Harry – começou a falar depois de algum tempo – Ontem, eu te prometi para você esperar até o bebê nascer para eu te dar uma resposta sobre nós dois.


- Está tudo bem, Mione – a interrompeu – Sei que você não deve ter tido tempo para pensar sobre isso. Pode esperar o tempo que for necessário.


- Confesso que pensei que fosse ter duas semanas para pensar nesse assunto – concordou, rindo – Mas eu já tenho uma resposta para te dar.


- Se você tem certeza – deu de ombros – O que foi que você decidiu a respeito de nós dois?


- Eu gosto muito de você, Harry – admitiu – E também gosto muito da amizade que construímos ao longo desses meses.


O moreno abriu a fechou a boca várias vezes. Queria muito falar alguma coisa, mas sabia que precisava esperá-la terminar de falar o que quiser.


- O problema foi que tudo isso aconteceu rápido demais – continuou, bem séria – A gravidez, o nosso casamento, termos ficado juntos... Não tivemos nem tempo de pensar direto no assunto.


Ele suspirou pesadamente, Hermione tinha toda razão. Um dia ele era apenas o capitão do time de futebol que tinha qualquer garota, no outro, ele está casado e tem uma filha.


- Não quero estragar a nossa amizade – completou – Por isso, acho que deveríamos voltar a ser só amigos.


- Então essa é a decisão que você tomou? - foi tudo que conseguiu falar depois do que acabou de ouvir – Acha que é melhor sermos somente amigos?


- Temos uma filha agora, uma filha linda – deu um pequeno sorriso ao olhar para o bebê nos seus braços – Manter um relacionamento sem nenhum amor envolvido não faz bem para ninguém. Vai ser o melhor para nós dois e para ela também.


Queria muito dizer que não estavam vivendo um relacionamento sem amor. Não era para ele e tinha certeza de que para ela também não, mas não queria causar um discussão sobre sentimentos. Aquele não era o melhor momento para terem essa conversa.


- Desse jeito vai ser muito mais fácil quando você for embora para a faculdade – segurou a mão dele e entrelaçaram os dedos – Talvez seja um pouco estranho, eu também já estava acostumada com isso. Mas, tudo é uma questão de adaptação.


- Também não quero te perder. Vamos ser só amigos a partir de agora – deu um beijo na bochecha dela e a encarou por alguns segundos antes de se afastar – Bom, queria saber se você já escolheu o nome dela.


- Na verdade, ainda não – respondeu – Espero que ela não fique traumatizada por termos demorado mais de três horas depois dela nascer para escolhermos um nome para ela.


- Minha irmã até hoje está traumatizada por meus pais darem a ela o nome de um cometa – lembrou – Então só tem que ser um nome muito bom e ela não vai ficar traumatizada.


- Tudo bem – deu de ombros, por fim – Será que você quer me ajudar nessa difícil tarefa de escolher o nome da nossa filha?


- Tudo bem – respondeu e pegou a filha no colo, começando a andar por todo o quarto – Mas é uma grande responsabilidade, quero dizer, ela vai ter que usar esse nome para a vida. Temos que escolher.


- Acho que ela pode mudar o nome, legalmente, quando fizer 18 anos – colocou a mão no queixo, pensativa – Mas, fica tranquilo, vamos nos sair muito bem.


- Tudo bem, vou ver se consigo pensar em algo – ficou olhando para o rosto da filha, sem parar de andar por nenhum minuto – Já sei, o que você acha de Nina?


- Nina? - o olhou, bastante curiosa – É bonitinho! O que fez você pensar nesse nome?


- É por que ela é uma me-Nina – respondeu, foi quando ela começou a rir sem parar – Tudo bem, sei que foi uma ideia horrível, mas foi tudo que eu consegui pensar. Não sou muito bom com nomes, nunca tive que escolher um.


- Não é isso, eu gostei – disse – Vamos chamá-la de Nina, é diferente. Tenho certeza de que não vai ter ninguém com o nome igual ao dela na escola.


- Então vai ser Nina – a entregou de volta para Hermione – É um nome único, igualzinho a ela.


- Exatamente – concordou antes de se virar para a filha – Bem vida ao mundo, Nina Olívia Potter.


- Olívia é um bom nome do meio para ela – concordou – Como foi que você conseguiu pensar tão rápido?


- Na verdade, não pensei tão rápido assim – explicou – Quando eu era pequena tinha uma boneca bem pequena e com um tufo de cabelo em cima da cabeça. Meu pai quem me deu, por isso era a minha favorita e coloquei o nome dela de Olívia. Quando soube que teria uma menina, foi o primeiro nome que pensei em colocar nela.


- Se você preferir podemos chamá-la de Olívia – avisou – Afinal, foi o nome que você escolheu.


- Tarde demais, agora eu gostei de Nina, e vai ser Nina – completou – E, para mim, é muito importante que você escolha o nome da nossa filha. Foi o meu pai quem escolhei o meu nome.


- Sério? - pareceu chocado – Não tinha ideia disso. Quero dizer, você nunca me falou da sua vida antes de entrar na Hogwarts Academy.


- No dia em que eu nasci, meu pai estava lendo O conto de inverno – começou a explicar – Minha mãe não tinha a menor ideia de qual nome poderia colocar em mim e pediu ajuda para ele. Então meu pai se lembrou da peça e escolheu, Hermione.


- Pelo menos ele não escolheu Perdita, Paulina, Mopsa ou Dorcas – comentou – Emília seria bonitinho, mas o resto te deixaria traumatizada pelo resto da vida.


- Você leu O conto de inverno? - pareceu ligeiramente perplexa – Você leu mesmo esse livro?


- Meu pai tem todas as obras de Shakespeare na biblioteca – falou – Quebrei a perna jogando futebol quando tinha 14 anos e fiquei o verão inteiro de gesso e totalmente entediado. Acabei lendo todos os livros dele.


- Não consigo te imaginar lendo William Shakespeare – fez uma careta – Você é mais o tipo atleta e não intelectual.


- Tudo bem, a minha irmã pode ter ficado com a maior parte dos genes da inteligencia quando estávamos no útero – deu de ombros – Mas eu também tenho os meus momentos de CDF.


- Confesso que estou mesmo surpresa – admitiu – Não te conheço também quanto eu imaginei, senhor Potter.


- E quanto a você, senhora Potter – ela fez uma careta – Ia te perguntar se você já leu O conto de inverno, mas é claro que sim. Então, a pergunta certa é: quantas vezes você leu?


- Acho que umas dez – fingiu pensar por alguns segundos – A primeira vez que eu li foi quando tinha sete anos. Ganhei o livro de presente do meu pai quando tinha cinco anos e estava começando a ler.


- Quer dizer que você leu O conto de inverno quando tinha sete anos? - fingiu-se de chocado – Depois reclama quando e chamam de sabe-tudo irritante.


Como resposta ele recebeu um travesseiro direto no meio do rosto. Quando olhou para a morena ela estava rindo sem parar.


- Desculpe, eu não consegui resistir – disse, levantando uma das mãos em sinal de rendição – Mas foi você quem começou falando que eu sou uma irritante sabe-tudo.


- Sua sorte que está com a Nina no colo, ou eu ia jogar esse travesseiro de volta – avisou em um tom falsamente ameaçador – E eu não te chamei de irritante sabe-tudo, só estou falando que todo mundo na escola de te chama assim.


De repente, Nina começou a chorar. A morena começou a niná-la, mas ela não parava de jeito nenhum.


- O que você quer, minha filha? - Hermione começou a ficar desesperada com aquele choro – Seria tão mais fácil se você soubesse falar.


- Será que não é a fralda? - sugeriu – Como é que vamos trocar a fralda dela aqui no hospital? É melhor chamar a enfermeira?


- Não é a fralda – garantiu – A enfermeira disse que tinham acabado de trocá-la quando a trouxeram e que só iria precisar trocar a fralda até amanhã de manhã.


- Então me dá ela aqui – pediu estendendo os braços – Vamos ver se consigo acalmá-la.


A pegou no colo e começou a andar pelo quarto enquanto a ninava. Não demorou muito para ela para de chorar e a cair no sono. Harry a colocou no berço de acrílico que estava ao lado da cama e ela nem se mexeu.


- Está vendo – ele estava com um sorriso convencido nos lábios – Consegui fazê-la dormir.


- Você tem mesmo jeito com crianças – comentou – Deve mesmo reconsiderar aquela ideia de não ter filhos.


- Eu já tenho uma filha – deu de ombros – Não preciso ter outros filhos. Tenho tudo que preciso bem aqui.


Aquela resposta dele pegou Hermione de surpresa. Ela tentava pensar em alguma coisa para falar, mas não conseguiu.


- Acho que vou voltar para a recepção – avisou – Se precisa de alguma coisa, pode pedir para a enfermeira me chamar.


- Espera, Harry – o chamou fazendo com que parasse no meio do caminho para a porta – Você vai dormir no sofá da recepção?


- É mais confortável do que parece – avisou – Não ia conseguiria dormir com você e a Nina aqui, estou bem melhor aqui.


- Se é para você ficar com dor nas costas, então dorme nessa poltrona – apontou para a poltrona perto da janela – Vai ser melhor, pelo menos não vão te acordar amanhã cedo.


- Se você não for se sentir incomodada – deu de ombros – Tudo bem, eu fico aqui nessa poltrona.


Ela concordou com a cabeça, dizendo que ele poderia ficar lá. Então, a morena bocejou discretamente.


- Você está com sono, Mione? - perguntou passando a mão pelo cabelo dela.


- Eu estou sim – respondeu balançando a cabeça afirmativamente – Não entendo por que, já dormi três horas seguidas e ainda estou cansada.


- Você teve um dia bem cheio hoje – deu um beijo no topo da cabeça dela – Descanse, amanhã você vai se sentir bem melhor.


Harry se sentou na poltrona e ficou observando a garota pegar no sono. Não demorou muito para ele também começar a sentir os olhos pesando e, logo, também já tinha caído na inconsciência.


Acordou assustado o celular vibrando no seu bolso. O sol já entrava por entre as cortinas do quarto, olhou para o relógio da parede, já passava das oito horas da manhã.


Quando pegou o aparelho viu que tinha acabado de receber uma mensagem de texto. Quando foi abri-lo viu o número de Lilá Brown.


 


Oi Harry,


Vi que você e o Rony não estavam na comemoração do time e achei muito estranho. Então me falaram que a Hermione tinha ido para o hospital.


O bebê já nasceu? Como é que ela e a Hermione estão? Por favor, me manda notícias logo, todos estão muito curiosos.


Lilá.


 


Não pode deixar de sorrir no momento em que terminou de ler a mensagem. Era muito bom saber que Lilá continuou a falar com ele mesmo depois do fim do namoro dos dois.


Viu que Hermione ainda dormia, por isso, se levanto fazendo o mínimo de barulho possível para não acordá-la. Caminhou até o berço aonde a filha continuava desde a noite anterior.


Nina estava com os olhinhos fechados e o dedo da mão direita na boca, o moreno não pode deixar de pensar que nunca iria ver uma cena mais linda que aquela. Nã conseguia entender como podia amar alguém que “conhecia” a menos de 24 horas, devia ser isso que a paternidade fazia, sentia que era capaz de fazer para proteger aquele serzinho.


De repente, teve uma grande ideia. Pegou, mais uma vez, o celular de dentro do bolso e apontou a lente da câmera para o rostinho do bebê. Apertou o OK para bater e foto e olhou o resultado, tinha ficado perfeita. Escreveu uma imagem logo abaixo da imagem:


 


Nina Olívia Potter;


18 de maio de 2007;


2,100 Kg, 47 cm;


Linda, saudável e perfeita!


 


Em seguida, enviou a mensagem para todos os amigos da escola. Agora eles iam saber que estava tudo bem que ele tinha uma filha linda.


A morena começou a se mexer lentamente e logo abriu os olhos. No momento em que viu o marido, deu fraco sorriso.


- Bom dia! - se ajeitou melhor para poder se sentar na cama e esticou o braço para cima – Espero que você não tenha se sentido muito desconfortável dormindo nesse sofá.


- A minhas costas estão doendo um pouco, mas não precisa se preocupar – garantiu – Como foi que você passou a noite?


- Dormi a noite toda – respondeu – E, pelo jeito, a Nina também dormiu a noite inteira.


- Isso é bom – comentou – Pelo jeito ela vai ser um daqueles bebês bem tranquilo, que a gente até esquece que está em casa.


- Assim eu espero – revirou os olhos – De qualquer forma, já estou me preparando psicologicamente para passar várias noites em claro.


Nesse momento a porta do quarto foi aberta, fazendo com que os dois olhassem nessa direção ao mesmo tempo, era a doutora Shane. A mulher estava segurando o jaleco, provavelmente acabou de chegar no hospital.


- Bom dia! - disse entrando, lentamente, no local – Espero não estar atrapalhando. Só passei aqui para saber como a Hermione está.


- Eu estou bem – a morena garantiu – Nem acredito que, finalmente, me livrei daquele barrigão.


- Imagino o quanto você deve estar mesmo feliz – não pode evitar rir nesse momento – E como é que está essa garotinha linda? Já escolheram o nome dela?


- Nina – responderam ao mesmo tempo.


- E ela está muito bem – a garota continuou a falar – Dormiu a noite inteira, provavelmente por que mamou bem tarde. De qualquer maneira, foi muito bom não ter que acordar de madruga.


- De qualquer maneira eu não ia tendo muita esperança – comentou, fazendo com que a morena revirasse os olhos – As coisas não vão ser fáceis assim quando forem para casa.


- Eu sempre soube que ter um bebê não seria fácil – suspirou pesadamente enquanto olhava para o Harry pelo canto do olho – Sabia disso desde que vi o positivo no teste de farmácia.


- Aproveitando que eu estou aqui – ela voltou a falar depois de algum tempo – Hermione, preciso fazer alguns exames para saber se está tudo certo com você.


- Enquanto vocês estão eu vou até a cantina comer alguma coisa – o moreno avisou – Daqui a pouco eu estou de volta.


O garoto foi até a cantina do hospital e pediu o chocolate quente e um queijo quente. Parecia que não comia há dias, não entendia por que estava com tanta fome assim, já que sua mãe o tinha obrigado a comer antes de ir embora no dia anterior.


Quando retornou ao quarto, a enfermeira tinha acabado de deixar o café da manhã de Hermione. Ela estava olhando para a bandeja com uma cara de nojo.


- Você não está com fome? - perguntou enquanto fechava a porta – Se quiser posso chamar a enfermeira e ela trás o seu café da manhã mais tarde.


- Não é isso – explicou – É que detesto comida de hospital, não tem sal nenhum, nem açúcar. Só me lembro de quando eu estava no hospital por causa do decolamento de placenta.


- Sei que a comida é horrível, Mione – passou a mão pelo cabelo dela – Mas são só alguns dias, logo você vai estar em casa.


- Eu sei disso – pegou um pouco de mingau com a colher e colocou na boca – Espero, mesmo, que não demore muito para receber alta. Ou então vou fazer greve de fome.


- Você está amamentando agora, Mione – lembrou – Se não se alimentar direito, não vai passar proteína e vitamina para o leite e isso não vai ser bom para a Nina.


- Desde quando você entende tanto sobre alimentação de recém-nascidos? - perguntou – Não estudamos nada disso nas aulas de bilogia.


- Eu li – respondeu – Como você sabe, pesquisei em vários sites da internet a respeito de gravidez e, nos últimos dois meses, também pesquisei a respeito do primeiro ano de um bebê.


- Quem diria que você se interessaria por tentas leituras – fingiu-se de chocada – Você está me saindo um grande irritante sabe-tudo.


- Acontece que é algo que me interessa e eu estava interessado em saber – coçou a parte de trás da cabeça – Quero o melhor para a minha filha e saber tudo que ela vai enfrentar.


Foi nesse momento que Harry percebeu que o berço de acrílico não estava mais lá e Nina também não.


- A doutora Shane a levo para o berçário – explicou – Precisam trocar a fralda dela e vão deixá-la um pouco lá. No horário de visitas vão trazê-la de volta.


Cerca de duas horas depois o pai de Hermione chegou juntamente com os avós dela, que tinham acabado de chegar de Oxford. A morena ficou muito feliz com essa visita, já que não os via desde as últimas férias de verão.


A enfermeira levou Nina um pouco depois da chegada dos três e eles puderam paparicá-la por quase meia hora.


- Richard, meu filho, é melhor irmos embora – a senhora disse enquanto andava com a bisneta em círculos pelo quarto – Nossas malas ainda estão todas no quarto.


- Mas vocês já vão – a garota reclamou – Parece que acabaram de chegar e não os vejo a tanto tempo.


- Vamos ficar aqui em Londres a semana inteira, Hermione, nos veremos logo – foi o avô quem avisou – Além disso, você está com uma cara tão cansada. Não queremos cansá-la menos de 24 horas depois de passar por uma cirurgia.


- Eu não estou cansada – cruzou os braços como um criança que foi contrariada – Fiquem mais um pouco, por favor.


- Voltaremos amanhã, não precisa se preocupar, Hermione – a mulher avisou – E você acabou de ter um bebê, já passei por isso e sei o quanto você precisa descansar. Tenho certeza de que o Harry concorda comigo.


- Acho que a sua avó tem razão, Mione – disse, mesmo parecendo um puco incerto – Além disso, outras pessoas vão querer vir visitar você e a Nina e nunca vão deixar todo mundo entrar aqui ao mesmo tempo.


- Está vendo só, se não querer me ouvir, pelo menos ouça o seu marido – disse enquanto entregava o bebê de volta para os braços da mãe – E, sabe de uma coisa, eu gostei dele.


- Obrigado, senhora Granger – pareceu ligeiramente tímido.


Então, os três foram embora, deixando o jovem casal sozinho com o filha, mais uma vez.


- Você me parece bem mais feliz agora – o moreno observou, seguida – E isso é muito bom.


- Só costumo ver os meus avós quando vou a casa deles, não gostam muito de vir a Londres e foi ótimo encontrá-los – explicou – Além disso, fiquei com medo de eles estarem decepcionados comigo pelo que aconteceu, foi um alívio saber que não.


- Mione, ninguém está decepcionado com você, com nenhum de nós dois – passou a mão pelo cabelo dela – Talvez as coisas tenham acontecido mais cedo do que qualquer um poderia imaginar. Mas tenho certeza de que você vai ser uma ótima mãe.


Ele continuou com a mão no cabelo da garota, os dois estavam se olhando profundamente. Inconscientemente, Harry foi se aproximando, seus lábios estavam quase se encostando quando alguém bateu na porta.


- Pode entrar – disseram ao mesmo tempo, ambos estavam ligeiramente sem graça com o que quase tinha acontecido. Eles agora eram só amigos, não podia ficar se beijando por ai.


- Oi Harry! Oi Hermione! - a senhora Potter entrou no local juntamente com o marido – E como é que está a minha netinha linda?


- Está bem aqui – Hermione disse enquanto a levantava um pouco – Estava acordada, mas a minha avó conseguiu fazê-la dormir.


- É uma pena, queria muito vê-la acordada – disse suspirando pesadamente – Será que eu posso segurá-la um pouco.


- Claro que pode, senhora Potter – deixou que a sogra pegasse o bebê no colo, ela soltou um pequeno sonzinho, mas não acordou.


- Isso me dá uma saudades de quando o Harry e a Halley eram pequenos – deu um suspiro triste – Só de me lembrar que daqui há alguns meses os meus dois bebês vão embora para a faculdade.


- Se você quiser podemos ter outro bebê – James sugeriu – Mas vai ser muito estranho agora que o Harry tem uma filha. Afinal, ela seria mais velha que o tio ou a tia.


- Seria mesmo muito estranho – o moreno concordou – Por favor, não tenham mais filhos. Tenho certeza de que a Halley vai concordar com tudo que eu estou falando.


- Pode ficar tranquilo com isso, não pretendo ter outro filho – a mulher garantiu – Gravidez, parto, passar noites em claro por causa de bebê chorando... Não quero passar por tudo isso de novo, foi sorte eu ter tido gêmeos, pois passei por isso só uma vez.


- E aonde está a Halley? – Harry decidiu mudar de assunto – Pensei que ela fosse vir com vocês?


- Draco a convidou para almoçar na casa dele – ela explicou – Parece que quer apresentar ela para os pais, oficialmente.


O moreno não pode deixar de revirar os olhos depois de ouvir isso. Os pais pareciam não ter percebido, mas Hermione sim.


- Harry, pare de implicar com o namoro da Halley e do Draco – o reprimiu – Ela está fel- iz e você também devia estar feliz por ela.


Também não gosto nem um pouco de ver a minha princesinha com um namorado – foi o senhor Potter quem comentou – Mas não posso fazer nada mesmo.


- Está certo, minha irmã já tem quase 18 anos e está na hora de eu parar de implicar com todos os garotos que se aproximam dela – concordou, por fim – Transferir todo o meu controle obsessivo para a Nina.


- Se ele fizer a mesma coisa que fazia com a sua tia todos esses anos – Lilian comentou,olhando para a neta – Tenho muita pena de você e de qualquer futuro possível namorado.


- Quanto a isso, pode ficar tranquila, senhora Potter – Hermione disse – Não vou deixá-lo ser tão controlador assim com a Nina.


A morena conseguiu convencer o marido a voltar para casa na hora em que os pais disseram que iam embora. Alegou que ele não poderia ficar no hospital até ela ter alta e que precisava voltar a sua vida normal. O garoto aceitou, mas disse que estaria de volta no dia seguinte bem cedo.


Por isso, Hermione estava sozinha quando recebeu a visita de Rony e Luna no final da tarde.


- Acho que nós precisamos ir embora, Rony – a loira comentou, antes de se virar para a amiga – Tem certeza de que vai ficar bem aqui sozinha.


Estavam somente os três no quarto naquele momento. A enfermeira levou o bebê de volta para o berçário um pouco depois do casal chegar.


- Pode ficar tranquila, Luna, eu estou muito bem – garantiu – Logo vão trazer o meu jantar e a Nina vai vir mamar. Tenho certeza de que isso vai me deixar um pouco sonolenta.


- Então está certo- concordou com a cabeça – E desculpe por não ficar muito tempo, é que eu consegui convencer o meu pai a ficar com o Ian, mas tenho medo de que ele vá ligar dizendo que eu eu preciso tomar conta do meu filho.


- Tudo bem, Luna, eu entendo – respondeu – Muito obrigada por terem vindo. Harry me disse que vocês estavam aqui ontem, mas eu não tinha condições de receber ninguém.


- E não esqueça de avisar ao Harry que nós estivemos aqui – Rony pediu – Provavelmente só vou vê-lo segunda-feira na escola.


- Pode deixar que eu aviso sim – completou – Espera um pouco, eu tenho uma convite para fazer a vocês.


- Um convite? - Luna parou no meio do caminho para porta e Rony fez o mesmo que a namorada.


- Não conversei com Harry sobre isso, mas sei que ele concorda comigo – explicou – Quero convidar vocês dois para serem padrinhos da Nina.


- Você quer que eu seja madrinha da sua filha? - a loira parecia, ao mesmo tempo, feliz e surpresa – Tem certeza de que quer fazer esse convite para mim? Pensei que fosse escolher alguma amiga mais próxima, a Halley, por exemplo.


- Confesso que pensei nela, mas a Halley já é tia da Nina e vai sempre estar por perto – disse – Além disso, você é a pessoa que mais tem me dado apoio durante todos esses meses. Fez com que eu visse que precisava ficar com a minha filha.


- Não fui eu que te convenci a ficar com ela – lembrou – Você disse que decidiu isso no momento em que soube que estava grávida.


- Mesmo assim, naquela época, ainda estava pensando se tinha tomado a decisão certa e se não era melhor eu dar o meu bebê para a adoção – estava mexendo com as mãos, nervosamente – Então a gente se conheceu e você me contou a sua história e eu percebi que era mesmo a coisa certa ficar com a minha filha, até lutar por ela, se fosse preciso.


- Não sabia que tinha feito tão bem assim para você – estava sentindo algumas lágrimas se formarem no canto dos olhos – Eu aceito ser a madrinha da Nina.


- E como Rony é seu namorado e melhor amigo do Harry – continuou – Vi que nunca poderia escolher outra pessoa para ser o padrinho.


- Eu também aceitou convite – o ruivo respondeu – Garanto que não vamos te decepcionar, nunca.


- Sei disso – completou.


No momento em que os dois foram embora, Hermione decidiu ligar a televisão para ver se estava passando alguma coisa interessante. Ainda estava muito cedo para levarem a filha para mamar e precisava se distrair enquanto isso.

***
N/A:
Ta ai o capitulo novo gnt,
Para quem não sabe eu sou uma fã totalmente assumida de TVD (The vampire Diaries, para quem não sabe) e, nessa fic, eu fiz algumas homenagens a séries:
Isobel, a mãe na Hermione, na série é o nome da mãe biológica da Elena (a protagonista).
Ian, o filho da Luna e do (ops...) é uma homenagem ao Ian Somerhalder (lindooooo! Tá parei) que faz o papel de Damon Salvatore.
E, para quem não sabe, o nome da filha do Harry e da Mione é em homenagem a diva Nina Dobrev q faz o papel de Elena Gilbert e Katherine Pirce em TVD.

Espero q vcs tenham gostado do nome do baby.
Para quem ficou irritado com a decisão da Mione a respeito do relcionamento dela e do Harry, não se esqueçam de q a fic ainda não acabou e ainda pode acontecer muita coisa antes dele ir para faculdade e não se esqueça tb de q o Harry pode ser muito persoasivo quando quer.
E no próximo capítulo vcs vão, finalmente, saber quem é o pai do filho da Luna. Façam as suas apostas.

Agora vcs comentam e até a semana q vem. 

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Comentários (13)

  • jack joy

    Só não demora tanto pra postar =/Bj

    2012-01-20
  • Mariana Thamiris

    OMG!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Demoreiiiii loucuras, mas finalmnete parei para ver a fic *-* Meu Mérlin!!!! Capítulos emocionantemente lindoooooooos!!! O nascimento da filhinha do Harry e da Mione foi mágico!!! Quando o Harry encontrou a Mione e a filhinha pensando que era o dia mais feliz da vida dele quase me fez chorar aqui XD Mione finalmenteeee deu a resposta delaaaaaa!!! Como assim somente amigooos???? O que raios aconteceu??? Ela vai deixar ele partir pra faculdade assim??? Carakaaaa a Halley e o Draco voltaram =D OMG e vc nem coloca um capítulo especial mostrando o que o loiro fez para reconquistar o coraçãoinho da Halley Divaaah!!! Momento super lindooo quando o Harry escolheu o nome da filha e mais especial ainda quando ele tirou a fotinho enquanto ela dormia!!! Quase infartei quando a Mione pediu pra Luna ser madrinha da Nina!!! Minha best friend quando teve bebe também me pediu para ser madrinha do mesmo jeito no hospital!!! Chorei litrosss agora!! PS: I LOVE VAMPIRE DIARES *_____________* QUEM É O PAI DO IAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANNNN??????????

    2012-01-20
  • Andressa Araujo

    eu amei maravilhoso posta maissssssssssssss

    2012-01-20
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