Tudo em dobro
A vida era justa com aqueles que justos consigo mesmos e com o próximo. A família de Ron e Hermione era a prova viva que a vida sempre retribuía em dobro pelos sacrifícios de cada um.
O dia era primeiro de setembro de 2018. Com imensa tristeza, pai e mãe embarcavam seu último rebento para Hogwarts. Hugo Weasley não cabia em si de felicidade. Rose fora no ano anterior, e já era considerada uma aluna destaque pela Casa de Grodric Grynffindor, com habilidades “de gênio” em Feitiços e Poções.
Ron e Hermione não cabiam em si de orgulho, apesar de admitirem que, de fato, iriam sentir falta das crianças em casa. Hermione sentia falta de falar com Rose sobre livros todos às noites quando chegava do trabalho ou de surpreendê-la com uma nova obra publicada. Agora sentiria falta de mandar Hugo fazer as tarefas da escola trouxa; de gritar para o pequeno ruivo arrumar o quarto; e colocá-lo de castigo quando aprontava ou se metia em confusões. O menino tinha a fome e o gênio pavio curto de Ron!
Sua família... Sua linda e abençoada família. O que mais poderia esperar? Tudo que quisera fora conquistado em dobro. Ela e o marido tinham ótimos empregos, uma bela casa, dois filhos maravilhosos, amigos leais e viviam em um mundo onde as Artes das Trevas não ousavam mais perturbar a vida de todas as pessoas no mundo bruxo ou trouxa.
– Sabe, Mione, – disse o ruivo, ao saírem da Estação de King’s Cross. – Pela primeira vez em doze anos, a casa será inteiramente nossa. Poderemos fazer am...
– Ronald Billius Weasley! – repreendeu a esposa. – Acabamos de embarcar nossos filhos para Hogwarts, e só os veremos no Natal, e você está comemorando porque teremos a casa livre para.... para.... er.... para...
– Para transar, Hermione. – disse Ron com um sorriso nos lábios. Depois de quase quinze anos de casamento e vinte que estavam juntos, era incrível como ela ainda ficava corada quando se tratava da intimidade do casal. – É, amor – completou ele. – Por um bom tempo nada de lançar feitiços no nosso quarto ou mandar as crianças para a casa dos seus pais ou dos meus para nos divertirmos. Mal posso esperar para chegar em casa.... A nossa vida não é maravilhosa?! – finalizou o ruivo preso em pensamentos libidinosos.
Hermione sorriu. Até parece que iriam se transformar novamente em um casal de coelhos nessa idade.
Mas, é bom reforçar que tudo que se faz, pode retornar em dobro.
E eles fizeram. Ele aos poucos foi amaciando a fera. Então, fizeram não só no quarto, mas, também na mesa da cozinha; no tapete da sala de TV; em frente à lareira da sala de visitas; nas escadas (não conseguiram chegar à cama!); na suíte; no lavabo; na despensa (ela ficou tão tentada em saber como seria naquele cômodo...); e até dentro do carro (com ele na garagem, é claro.).
– Ah Ron, isso não é um milagre? – sussurrou Hermione com dois lindos bebês em seus braços. Duas meninas fortes e saudáveis: Susan e Sophia. – Felicidade em dobro, não acha?
– É claro, Mione. Tudo em dobro! Trabalho em dobro! Choro em dobro, fraldas sujas em dobro, gastos em dobro. – respondeu demonstrando descontentamento. Contudo, Hermione sabia que era só cena. Ron só estava frustrado porque... – Caramba Hermione! Nem bem havia passado um mês que finalmente tínhamos a casa só para nós... – bufou pela segunda vez.
Com uma das filhas no colo, ele riu e acariciou o nariz sardento Weasley a testa da sua filhinha. Ron estava realmente frustrado. Porém, a paixão pela esposa e pelas filhas compensava tudo.
Quando ele saiu do quarto e foi para a suíte se banhar enquanto Hermione amamentava às gêmeas, ela pode ouvir do quarto.
– Inferno sangrento, agora terei que esperar mais onze anos para desfrutar minha casa sozinho com minha esposa.
Hermione riu com gosto no quarto das filhas. Ron era tão insensível e egoísta às vezes... E essa era a vida deles. Eram tão apaixonados um pelo outro, que a felicidade não cansou de se multiplicar.
Fim.
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Minha primeira fanfic sobre o casal que pude acompanhar por toda a minha adolescência.
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