No trem
Quando acordou, Charlotte prestou seus últimos exames. Apesar de não estar com ânimo para provas, se saiu muito bem e tirou ótimas notas. Apesar de ter muito cuidado para ter tato com a namorada nesse momento de luto, Olívio não parava de se aborrecer porque Liana não esteve disposta no dia do último jogo da Grifinória, que foi massacrada pela Sonserina.
Finalmente a última semana de aula chegou. Apesar da animação de todo mundo por descansar nas férias, Charlotte não estava animada em ir para casa. Na verdade, a garota não sabia o que aconteceria com ela. Provavelmente iria morar com a avó, mas mesmo assim teria que voltar para casa. E só de pensar em passar por aqueles corredores e reviver mentalmente o que acontecera, a garota sentia um arrepio. Embarcando no Expresso de Hogwarts, Charlotte não conseguia pensar em mais nada. Foi só quando já estavam para chegar em Londres, Liana veio falar com ela. A garota entrou na cabine carregando seu malão e usava uma capa de viagem azul escura por cima das vestes de Hogwarts.
- Bem, Charlie, eu acho que isso é um adeus. - falou estendendo a mão para cumprimentar a garota.
- Mas por que, Liana? - perguntou Charlotte se recusando a se despedir.
- Bem, eu acho que eu devo voltar para Beauxintons. Talvez fosse melhor eu nunca ter vindo para Hogwarts. - falou tristemente.
- Não fala isso. Você conheceu o Jeremias. Eu sei como ele é especial para você. - falou Charlotte percebendo que a amiga ficara corada. - E agora que você vai embora, como vocês dois vão ficar?
- Bem, as corujas servem para isso, não? - perguntou Liana dando um sorriso triste.
- Vou ficar com saudades. - falou Charlotte abraçando a garota.
- Eu também. - falou Liana retribuindo o abraço. - Pena que só viramos amigas no final. Teríamos virado essa escola de cabeça para baixo juntas.
- Sim! Teríamos sido piores do que o Fred e o Jorge juntos. - falou Charlotte tentando segurar as lágrimas.
- Tenho que me despedir do Jeremias e explicar que não vou voltar. - falou Liana. - Vai ser difícil.
- Boa sorte, Liana. - falou Charlotte.
- Brigada, Charlotte. - falou Liana puxando o malão para fora da cabine. - Assim que eu chegar em casa te mando uma coruja.
- Vou ficar esperando. - falou Charlotte sinceramente.
Quando Liana saiu da cabine, a garota sentiu um longo vazio. Foi só quando chegou na estação e viu sua avó na plataforma que o nó na garganta pareceu afrouxar. Assim que saiu do trem carregada com suas bagagens, Charlotte abraçou sua avó. A garota caiu em prantos ao ser abraçada pela mulher que, Charlotte pôde perceber, também estava chorando. Olhando nos olhos lacrimosos da avó, Charlotte percebeu que esse verão seria difícil. Mas, não importa o que acontecesse, sua avó a ajudaria a passar por tudo.
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