Prólogo
Prólogo
– Dead Hearts –
Did you see the closing window, did you hear the slamming door?
They moved forward and my heart died.
It's hard to know they're out there, it's hard to know that you still care.
Now they're all dead hearts to you.
Ela se recusava a chorar, sua visão estava completamente embaçada pelas lágrimas. A vontade de se esvair era tão grande que chegava a doer fisicamente e a dor no fundo de sua garganta se misturava com a sensação de asfixia que tinha agora. “Fome ou desespero?”, perguntou-se.
- Você precisa ir embora antes que seu pai chegue em casa. Ele deve ter recebido as notícias e provavelmente está a caminho. Me ajude a juntar suas coisas. – Ela notou que a criança não fazia menção de começar a se mexer – Rápido! Você quer morrer hoje?
- Mas eu não quero ir, mamãe! Você pode conversar com ele, ele vai entender. Eu não pedi por nada disso, ele tem que entender! Você vai me proteger, não é?
A mãe jogou as peças de roupa que tinha em mãos dentro de uma mala e se ajoelhou na frente da menina. Alisou o vestido, aprumou o laço que prendia os cabelos da garota e encarou-a:
- Eu não posso. Ele me matará também, querida. Tudo o que posso fazer é te ajudar a escapar. Eu coloquei dinheiro suficiente na mala e você tem sua própria conta no banco, vai dar tudo certo se você sair da vista de seu pai e do resto da família.
- Você não pode me abandonar, você é minha mãe. Mães não fazem isso. Você devia me amar incondicionalmente, como você pode me mandar sumir?
- Porque é isso ou assistir a sua morte. É provável que eu suma depois e que ele mande seu irmão embora. Você agora é uma vergonha para todos os lâmias do mundo. Eu dei a luz à vergonha, seu irmão foi gerado no mesmo ventre da vergonha. Você tem que ir, Elle.
Ambas se sobressaltaram quando Luc, seu irmão mais velho pulou para dentro do quarto, bateu a porta e usou o próprio corpo para travar sua futura abertura.
- Ele chegou. Atrase-o, - Disse para a mãe, com certo asco – é o mínimo que você deve fazer. Eu vou levá-la embora. Diga que eu fui para o Maine com uns primos. – Ele fechou a mala que estava sobre a cama e se virou para sua irmã – Vamos Elle – Carregava a mala num braço enquanto estendia a mão a ela.
Elle, rapidamente, jogou a mochila em suas costas, entrelaçou seus dedos com os dedos de Luc e correram em direção a janela.
- No três nós pulamos. Um, dois, três!
A janela foi arrebentada no exato momento em que a porta era aberta. A queda do terceiro andar e todo aquele vidro não sequer os arranhara. Correram feito loucos pelo cascalho na entrada da casa, correram pela estrada de terra, correram pela rodovia e só se deram por vencidos numa parada de ônibus.
Elle colocou seus óculos no rosto, esperando que aquilo fosse o suficiente para diminuir a incomodo causado pelo sol e deixou-se cair num dos bancos de cimento ali instalados.
- Eu sinto muito, eu não queria. Eu nem sabia – chorou baixinho
- Cale a boca, Elle. Ela pode se sentir envergonhado por você, mas eu nunca faria algo do tipo. Você é incrível, especial e mais poderosa do que nosso pai e os anciões, juntos. Então só cale a boca.
- Ele não vai te deixar voltar para casa, sabe.
- Eu não voltaria para aquilo. Aquilo nunca foi um lar. Para nenhum de nós.
Elle chutou as pedrinhas do acostamento para a estrada e se voltou para seu irmão, depois da tentativa falha de distrair-se.
- E agora?
- Agora nós vamos sair dos Estados Unidos, iremos para a Inglaterra e você será o primeiro lâmia a ir para Hogwarts.
- Você ficará comigo?
- Para sempre, Elle.
N/A: Dead Hearts - Stars
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