Love Each Day





Nota pré capitulo: quero dedicar esse capitulo para Maria_Fernandes_99, ana carolina e Lana_Sodré. A primeira e a segunda por darem sinais de vida e a terceira por começar a ler a fanfic atrasada, mas por comentar todos os capítulos.


Boa leitura!


 


 


 Lily Evans entrou sorridente na cozinha com um cigarro aceso em uma mão e o telefone celular na outra. Ela se sentou na bancada e levou o cigarro à boca, soltando a fumaça para o alto, como costumava fazer. Marlene, que estava voltada para o fogão, preparando o que ela chamava de macarrão, virou-se.


 - AH! – berrou, pulando de susto.


 - Não grite, Marlene. – sugeriu Lily, sorrindo, divertida. - Os vizinhos escutam.


 - QUER ME MATAR DO CORAÇÂO?! – berrou a morena, colocando a mão no peito, arfando.


A ruiva riu.


 - Ah, eu prefiro deixar esse trabalho para o Sirius. – comentou Lily, como se estivesse falando do tempo que fazia lá fora. – Ele já tem seu coração na mão, então só precisa de um punhal.


 Marlene arregalou os olhos.


 - O que quer dizer?


 Lily levou o cigarro a boca de novo. Soprou a fumaça na cara de Marlene e riu com a expressão da amiga.


 - Nada demais. – respondeu, indiferente, fazendo Marlene suspirar, aliviada. - Apenas que você tem um tombo enorme por ele.


 Lene ficou entre perguntar se o certo não era dizer “caidinha” em vez de “tombo” ou o que ela quis dizer com aquilo. Mas o que saiu foi:


 - O que?!


 Lily bufou.


 - Não tente se fazer de imbecil comigo, McKinnon. – repreendeu-a. – ‘Tá escrito na sua testa que você tem uma ligação cardíaca com ele.


 Marlene McKinnon revirou os olhos. Porque ela não conseguia ser mais clara?


 - Uma o que?


 - Uma ligação cardíaca. – respondeu Lily, como se fosse óbvio. – Na língua dos inteligentes quer dizer que você se apaixonou por ele. – provocou. – Ou vice-versa. – completou. – Não necessariamente nessa ordem.


 Mas do que diabos ela estava falando?


 - O que?


 - Sua mentalidade caiu muito hoje. Acho que é o que acontece com todos os seres humanos na sexta.


 - O que?


 - Você perguntou muito isso nos últimos minutos.


 Marlene respirou fundo e sentiu que estava com raiva. Talvez fosse hora de ir morar sozinha. Sua colega de apartamento estava a deixando louca.


 - Vá direto ao ponto, Lily.


 A ruiva fez menção de levar o cigarro à boca de novo, mas Lene foi mais rápida e o atirou pela janela.


 - Nada de cigarros na minh... – começou Marlene, mas Lily a interrompeu.


 - Sabia que se aquele cigarro cair em alguma coisa inflamável, pode causar incêndio?


 Marlene a ignorou.


 - Vá direto ao ponto, Evans.


 - Você – Lily apontou para a amiga. – é apaixonada pelo seu mais novo objeto sexual, Sirius Black.


 Marlene tentou parecer normal, mas sentiu seu estomago dar um salto. Não. Deixe de besteiras. Ela não estava apaixonada.


 - E de onde veio essa idéia? – perguntou, tentando soar sarcástica.


 Mas Lily era melhor nisso do que ela.


 - Minha idéia veio dos seus desenhos, querida Lene. – respondeu, irônica. – Ontem à noite você entrou no escritório para desenhar roupas e quando entrei lá, agora à pouco, só havia homens nus muito parecidos com Sirius Black para todo lado.


 Marlene gemeu.


 - Quantas vezes vou ter que dizer para não entrar no meu escritório?!


 - “Seu” escritório, uma vírgula! – retrucou Lily. – Eu também trabalho lá.


 - Chama aquilo de trabalho?


 - Não mude de assunto.


 O macarrão, que estava no fogo, chiou, fazendo Marlene soltar um palavrão e correr para desligar o fogão, fazendo desta uma boa desculpa para não olhar a amiga. 


 Seria possível? Estava apaixonada? Por um garoto de dezessete anos?


 Não, não podia ser. Era verdade que ria de cada coisa que ele dizia, se arrepiava a cada toque, sorria sem motivo, sentia mais falta do que deveria, sonhava com ele todas as noites, gostava de cada defeito e cada qualidade, corava com cada elogio, sentia necessidade de beijá-lo a cada segundo, apreciava sua companhia mais do que deveria.


 Por Deus! Era só um garoto.


 Mas... Se tudo o que estivesse sentindo ultimamente tivesse uma explicação, seria, obviamente, aquela: estava apaixonada.


 - Qual foi realmente a razão de sua alteza levantar de sua cama tão cedo? – perguntou Marlene, tentando soar irônica e indiferente.


 Lily voltou a sorrir bobamente.


 - Kate ligou. – contou. – Ela e Leona vão juntar os trapos. – disse, feliz.


 Marlene ofegou, surpresa, e voltou a se virar para a ruiva.


 - Então elas... elas...


 - Estão namorando, Lene. Sim. Uma de nós vai desencalhar.


 A morena franziu a testa.


 - Eu nunca estive encalhada.


 Lily riu, como se achasse aquilo uma piada.


 - Sei...


 - E muito menos você.


 - Disso eu também sei.


 - E como vai James Potter?


 Alguma coisa se remexeu, inquieta, no estomago de Lily. Ela se ajeitou na cadeira, desconfortável.


 - Vai muito bem, obrigado. – disfarçou. – Hoje vou vê-lo.


 - Para finalmente acabar com tudo?


 Novamente aquela inquietação. Porque acabar com tudo parecia tão ruim?


 - E porque eu faria isso?


 - Ora, porque você já vai publicar o livro. Está tudo pronto. Porque continuar então?


 - Porque é divertido. – respondeu Lily, como se aquilo explicasse tudo.


 Marlene suspirou, cansada. Estava preocupada. Não mais com o fato de James se apaixonar, mas com a probabilidade de acontecer exatamente o contrário. Afinal, qual outro motivo poderia explicar o fato de Lily não ter terminado com tudo ainda?


 - Você vai acabar magoando-o, Lily.


 - Ele não se apaixonou, Lene. Não vai haver mágoa. – retrucou Lily, se sentindo triste pela simples realidade da afirmação.


 - Mas... – tentou Marlene.


 - E mesmo se houver, ele vai acabar superando, mais cedo ou mais tarde. – interrompeu Lily novamente.


 - E você vai?


 Não, Lily quis dizer. Não necessariamente quis, mas era o que estava guardado no fundo da boca, prestes a sair. Mas não disse. Ela apenas armazenou aquela informação para ser analisada com todas as outras que haviam sido guardadas antes. Como por exemplo: porque ela gostava tanto do cabelo de James?, porque gostava tanto das coisas que ele dizia?, porque não se sentia tão feliz assim por publicar esse livro?, porque gostava tanto dos desenhos dele?, porque sentia tanta falta dele?, porque terminar com tudo era tão difícil?, porque gostava tanto do jeito desajeitado dele?, porque odiava Ashley?, e muitas outras.


 Marlene havia levantado um assunto delicado: terminar tudo. Dizer adeus e nunca mais incomodar o garoto. Lily nunca havia cogitado aquela hipótese antes. Não conseguia pensar naquilo, porque só o fato de pensar já era doloroso.


 Visto que Lily não conseguia responder, Marlene perguntou:


 - Gosta dele, não gosta?


 Lily gostava dele?


 - Claro que gosto, é um ótimo garoto.


 - Não foi isso o que eu perguntei. E pare de trata-lo como criança. Nós duas sabemos que você não o considera assim.


 O celular de Lily vibrou e ela olhou para ele, agradecida. Marlene suspirou e voltou sua atenção para o macarrão, enquanto a ruiva ia para o quarto, atender a ligação.


 - Alô? – disse, fechando a porta.


 - Lily? – era a voz de Parker. Lily sentiu seu animo cair. Esperava que fosse James.


 - Oi, Parker. – tentou parecer animada. – Terminou de ler minha obra prima?


 - E se terminei! – exclamou o homem do outro lado da linha. – Uma história incrível! De onde tirou a inspiração?


 Lily sorriu para si mesma, lembrando do dia em que James Potter passara pela porta do Aspinall’s Cassino.


 - De um sonho. – disse, o que não era mentira.


 - Fantástico! – berrou Parker, animado. – Tenho até alguns nomes para discutir com você.


 - Diga. – ela pediu, suspirando, sem muito animo.


 - Que tal... “Nunca é Tarde Para Amar”? – chutou ele.


 Lily fez que não com a cabeça para o telefone, como se Parker pudesse ver o gesto.


 - Muito clichê! Não é como se a garota tivesse mais de cinquenta anos. Ela tem só vinte e seis, e esse titulo a faz parecer velha. – disse ela, com uma careta.


 - Tudo bem... Então “Destinos Cruzados”.


 Lily riu alto.


 - Horrível!


 - “Momentos Rotineiros”.


 - Esqueça os nomes melosos.


 - Então vou ter que riscar uns cinquenta nomes.


 A ruiva riu, divertida.


 - Continue.


 - “Porque Todo Adolescente é Cheio de Dúvidas”.


 - Separe este. Vamos analisar. Próximo nome.


 - “No air”.


 - Isso não é um nome de uma música? – perguntou Lily.


 - Ninguém precisa saber disso, Evans.


 Ela riu de novo.


 - Próximo.


 - Acabou minha cota. – Parker admitiu. – Você não tem alguma sugestão?


 Finalmente!, Lily pensou.


 - “Love Each Day”. – disse, decidida.


 Ouviu-se um suspiro do outro lado da linha.


 - Acho que você ganhou.


 - Não seria a primeira vez. – Lily provocou.


 Parker bufou do outro lado da linha.


 - Deveria começar a publicar seus livros por conta própria. – ele resmungou. – Você nunca acata minhas sugestões.


 - Talvez seja porque você não dá boas sugestões. – sugeriu inocentemente. – Mas é sempre bom ter o nome de uma boa editora por trás de cada livro. Dá mais lucro.


 - Que seja. – concordou Parker. – Mas agora, voltando ao que interessa. Você conhece os procedimentos de negociação; 10% do lucro vai para a editora e... – foi interrompido.


 - Sei, sei... – fez Lily, impaciente. – Concordo com todos os termos, como sempre. Monte o contrato e eu irei até ai assinar em meia hora.


 - Fechado. Quanto à capa do livro...


 - Marlene está com o esboço e eu vou levar para você. Coloque no contrato que a imagem tem que ser preta e branca, com o título em relevo na cor vermelha.


 - Quanto às configurações das páginas, eu sugiro...


 - Tudo como fez nas últimas publicações. Conhece os dados. – cortou Lily.


 Parker soltou um murmúrio de irritação. Toda vez era mesma coisa.


 - Certo. – cedeu. – Te vejo em meia hora.


 - Esteja pronto. – disse Lily e desligou.


 


000


 


 Leona carregava algumas caixas para dentro da casa branca e simples de sua namorada. Haviam se passado três dias desde o pedido desastroso de namoro que, no fim, tinha dado certo. Aliás, muito certo! Porque no dia seguinte Katherine lhe entregou alguns panfletos de faculdades em Londres e havia sugerido, discretamente, que ela perguntasse aos seus pais se poderia dividir o apartamento com uma “amiga”.


 Estava quase no fim do ano e já era mais do que hora de começar a procurar o que fazer com sua vida. Faculdade era uma alternativa. E ela também queria trabalhar. E queria continuar com Katherine. Só não tinha pensado que todos os seus desejos ficariam tão bem juntos.


 Em outras palavras, depois do súbito convite de sua namorada, e depois da confirmação de seus pais, Leona ficou gritando por cinco minutos inteiros, só para comemorar.


 Mas nem tudo o que era bom vinha de graça. E o desenho de James Potter agora pesava no bolso de trás da calça jeans que ela usava. Precisava contar à Ashley. Sua amiga voltava de viajem daqui a algumas horas. Mas como contar? “Hey, Ash, adivinhe? James está traindo você com uma ruiva gostosona nove anos mais velha do que ele! Não é hilário?”. É claro... E então poderia terminar dizendo que estava namorando uma garota. Seria uma conversa animada.


 Leona suspirou e deixou as caixas em um canto do quarto de Kate que, agora, também era seu. Talvez devesse dizer à Katherine. Talvez fosse bom dizer à ela que sabia de tudo. Talvez a própria Kate saiba. Mas contar à ela seria correr o risco de Lily ficar sabendo que Leona sabia.


 Ora, e daí?!


 - Kate? – chamou Leona, indecisa. A loira, que arrumava um espaço para Leona em seu armário, se virou e sorriu.


 Leona sentiu um aconchego no peito e sorriu também.


 - Sim? – Kate perguntou, se aproximando.


 A moreninha contorceu as mãos, nervosa.


 - Estou meio preocupada... – admite, passando os braços pela cintura dela, e acomodando a cabeça em seu peito.


 - Preocupada com o que, Lê? – pergunta Kate, alisando os cabelos da garota. Será que Leona havia se arrependido da decisão de morar com ela?


 Como dizer?


 - Não sei como explicar...


 Katherine deu um sorriso carinhoso e disse:


 - Ora, vamos, pode falar...


 Leona suspirou e soltou de uma vez:


 - Eu fui buscar o casaco da Ashley no apartamento do James e sem querer descobri que ele tem um caso com a sua amiga Lily Evans! – falou rápido.


 Katherine franziu a testa, confusa. O que ela havia dito?


 - Quem buscou o casado da Lily no apartamento da Ashley que tem um caso com James? – perguntou, olhando a moreninha de cima.


 Leona gemeu desesperada.


 - Não, Kate... – negou, balançando a cabeça. – Eu fui ao apartamento do James para buscar o casaco da Ashley. – explicou. - Mas achei isso. – acrescentou, pegando o desenho do bolso e entregando à Katherine.


 A loira pegou o desenho da mão de Leona e desdobrou o papel que estava dobrado em dois. Examinou cuidadosamente, passando os olhos pelos traços firmes e os detalhes impressionantes. O cabelo ruivo e comprido era a única coisa que estava colorida em todo o desenho preto e branco. Observou o rosto familiar e sereno, o corpo perfeito, o lençol enrolado nas pernas da moça, os cabelos compridos jogados de qualquer jeito no travesseiro. Não havia dúvidas de quem era a moça. Nem sequer precisaria do nome escrito no canto da folha.


 Lily Evans. E logo embaixo: por James Potter.


 - Uau. – fez Kate, dobrando o desenho e o devolvendo à Leona. – É um ótimo desenho. Foi o tal James quem fez? – perguntou casualmente. Ela sabia perfeitamente quem era James Potter. E sabia que ele tinha um caso com Lily. E Leona ainda não sabia que ela sabia. Mas porque todo aquele desespero?


 - Foi! E o James sempre usa modelos vivos nos desenhos! – exclamou Leona.


 - Sei... – fez Katherine. – Espero que ele não tenha nenhum desenho seu. – comentou, divertida. Parecia muito plausível que Lily posasse nua para que um adolescente a desenhasse. Porém, lembrou-se Kate, ela estava dormindo no desenho.


 Leona balançou a cabeça, incrédula.


 - Como pode pensar nisso em uma hora dessas?!


 - E eu devo pensar em que?


 - Como assim? – perguntou Leona, estupefata. – James tem um caso com a Lily! – repetiu, esperando que a namorada de súbito entendesse.


 Katherine riu.


 - E dai?


 - Como “e daí?”? – irritou-se Leona. – Ele é namorado da Ashley, minha melhor amiga.


 A primeira coisa que veio na cabeça de Katherine foi: merda. A segunda foi: merda. E então ela entendeu o desespero da namorada. Ah, mas que merda!, foi o que ela pensou.


- E Ashley sabe? – perguntou, temerosa.


 - Ainda não, mas tenho que contar à ela, não acha? – perguntou Leona, esperando uma afirmação. Mas o que recebeu foi:


 - Não pode contar nada!


 Leona demorou um segundo para entender.


 - O que?! – gritou. – Ficou louca, Katherine?! É claro que tenho que contar! É a minha melhor amiga. – continuou, se arrependendo de ter contado tudo à Kate.


 - Mas Lily também é minha amiga!


 - Mas a sua amiga é a amante de James!


 Katherine respirou fundo. Nada de brigas, disse a si mesma. Nem era um assunto delas, não fazia sentido brigarem por aquilo.


 - ‘Tá legal, Lê, preste atenção. – pediu, segurando a moreninha pelos ombros. – Lily é escritora. De muito sucesso. E a única razão de os livros dela serem bons é o fato de que todos são baseados em coisas que ela já viveu. – explicou, calmamente. – Ela não é realmente amante de James. Ela só está procurando uma boa história. E ela vai acabar com tudo isso assim que o livro estiver publicado. – prometeu. – Por isso, não conte nada, está bem? Tudo vai acabar bem. E não é problema nosso, não tem porque nos intrometermos...


 Leona olhou para os olhos azuis de Katherine, mas não se sentiu bem. Sentiu raiva. Durante todo aquele tempo, achou que ela era quem assumia o papel de estúpida. Mas, agora, tinha suas dúvidas.


 - Deixe eu ver se entendi... – começou, fechando os olhos e se afastando da loira. – Lily Evans e James Potter são amantes e estão enganando minha melhor amiga, que, por um acaso, é apaixonada pelo James. Ninguém é sempre fiel. Isso eu posso engolir. – ela disse, abrindo os olhos. – Mas a sua amiga estar usando o James e a Ashley para conseguir publicidade com uma história podre sobre adolescentes que traem as namoradas com mulheres de vinte e seis anos... Isso não dá!


 - Lê...


 - E pior: a minha namorada está me pedindo para confraternizar com toda essa merda, porque não quer acabar com a vida da amiga dela!


- Não é bem isso... Se você soubesse a história de vida dela, não estaria falando desse jei... – mas foi interrompida.


 - Pare de tentar achar um motivo para as coisas ruins que as pessoas fazem!


 - Não é um motivo qualquer... – tentou Katherine.


 - Quer um bom motivo?! – perguntou Leona, sarcástica. – Ela é doente! Tudo o que essa maluca faz é doentio! ELA. É. DOENTE! – berrou pausadamente.


 - Lê, ela já fez isso comigo antes! E eu posso te garantir que não foi por mal!


 - Não foi por mal?! – a adolescente se descontrolou. – Ela transou com você para conseguir uma boa história e você me diz que não foi por mal?!


 - É jeito dela! Cada um faz o que pode para ser feliz!


 - Não dá para acreditar que está defendendo ela!


 Katherine massageou as têmporas. Não deveriam estar brigando. Não era problema delas. Deveriam deixar que Lily, James e Ashley resolvessem seus problemas. Por Deus, não deveria ter contado à Leona o que Lily fazia!


 - Lê – começou, calmamente. – Não é problema nosso. Estamos brigando por uma coisa que nem está acontecendo conosco. Vamos parar por aqui, sim? Deixa essa história de lado. Eles que se resolvam.


 Leona se revoltou. Kate queria que ela deixasse sua amiga ser enganada, enquanto Lily e James se divertiam? Pior: queria que ela deixasse James e Ashley serem enganados, enquanto Lily ganhava dinheiro?


 - Não quero brigar com você. – disse ela. – Mas eu só vou deixar essa história de lado quando Ashley ficar sabendo. E então, só então, eles que se resolvam. – decidiu, apontando um dedo para cara de Katherine. – E enquanto você continuar tomando partido em uma história dessas e não fazer nada para impedir, eu não vou dividir um teto com você.


 E dizendo isso, Leona saiu do quarto. Katherine ficou de boca aberta. Acabara de ser esculachada por uma garota de dezessete anos.


 


000


 


 James Potter ouviu seu celular tocar. Mas não atendeu. Sabia quem era e o porque de estar ligando. Não estava com vontade alguma de falar com Ashley naquele momento. Sabia que ela provavelmente já deveria estar de volta da viagem e iria querer encontra-lo. E ele já sabia o que ela queria fazer.


 Não é que não quisesse fazer sexo. James gostava e muito. Mas não com Ashley. O clima era estranho. Desagradável. Ele não havia conseguido ver prazer algum em fazer sexo com Ashley. E o engraçado de tudo era que ela simplesmente não percebia isso. Ou talvez fingisse muito bem.


 Entenda, o problema não era ela. Ou talvez fosse. O problema estava, na verdade, em quem Ashley não era. Ela não era Lily. Ela não tinha aquelas sardas adoráveis nas maçãs do rosto. Ela não tinha olhos doces e verdes. Ela não tinha mãos lindas e graciosas. Ela não tinha lábios rosados e macios. Ela não tinha cabelos ruivos e sedosos. Ela não tinha aquele humor irônico. Ela não era linda e displicente.


 Mas o porque de isso ser de máxima importância, nem ele mesmo sabia.


 O celular não voltou a tocar e James ficou agradecido por Ashley ter desistido na primeira tentativa.


 Se perguntou quando Lily pretendia visita-lo. Não fazia muito tempo desde a última vez que haviam se visto, mas ele sentia falta dela. Porque sentia falta dela?


 Ora, Lily era sua amiga. Podia sentir falta dela, não podia? Era normal, não era? Porém seria normal sentir tanta falta assim? Não. Porque aquilo não era “sentir falta”. Estava mais para uma coisa chamada “saudade”. E James sabia disso.


 Saudade coisa nenhuma!, disse para si mesmo. Só a queria na sua cama. Só isso.


 Mas não adiantava se fingir de canalha. Simplesmente porque não a queria nua na sua cama. Tudo bem, talvez quisesse. Mas não era só isso. Não, ele não era um canalha. Afinal, canalhas não amam.


 - Atender o celular é um movimento muito complicado e que exige grande capacidade física, você não acha? – perguntou uma voz maravilhosamente familiar, fazendo James se levantar com um sorriso no rosto.


 Lily Evans, parada na porta do seu quarto, com uma camisa larga, uma gravata verde frouxa e um short jeans era mais do que ele poderia imaginar.


 - Lily! – exclamou, se levantando. Ela o parou com uma mão em seu peito, ignorando o chamado.


 - Principalmente quando o celular está na escrivaninha, um lugar impossível de se alcançar. – continuou, como se ele não tivesse interrompido.


 - Era você ligando?! – James perguntou, surpreso.


 - Não, James, estou dando uma palestra sobre celulares à toa. – ela respondeu, irônica.


James a agarrou pela cintura.


 - Desculpe não ter atendido. – desculpou-se, dando-lhe um selinho. - Mas você ligou só uma vez.


 - E eu lá sou mulher de correr atrás de homem? – brincou Lily, sorrindo.


 James lhe deu outro selinho.


 - Que eu me lembre, só fui até seu apartamento uma vez. – ele comentou, divertido.


 - Se estiver reclamando, eu nunca mais volto. – retrucou Lily, sem falar sério. Essa era a última coisa que queria fazer.


 - Nem brinque com uma coisa dessas. – James falou, sorrindo marotamente, mas falando mais sério do que gostaria.


 Lily se levantou na ponta dos pés e o beijou. E foi como se um choque passasse por todas as moléculas que constituíam o corpo dela. Pensou que poderia explodir, porém decidiu fazer isso mais tarde. Não interromperia aquele momento.


 A ruiva sabia o que estava fazendo ali. Deveria terminar tudo. Dizer que acabou. Virar as costas e ir embora. Não olhar para trás. Chorar a vontade mais tarde. Não voltar atrás. Seguir em frente.


 Mas, beijando James ali, agarrada à ele, sentindo seu corpo próximo... não conseguia forçar-se a soltá-lo e dizer tudo o que deveria. Na verdade, já havia desistido dessa idéia assim que o viu, deitado na cama.


 James desabotoou a blusa dela. Lily interrompeu o beijo e olhou-o com interesse.


 - Não era essa a minha função? Atacar você? – perguntou, sorrindo. – Porque está acontecendo exatamente o contrário.


 - Não vou mais fugir de você – disse James, deslizando a blusa pelos ombros dela. Ele distribuiu alguns beijos delicados pelos ombros dela. – Já passei dessa época. E acho que está mais do que na hora de eu tomar o controle.


  James desceu as mãos para o cós da calça dela e abriu-a. Depois acariciou a cintura fina da mulher, sentindo a pele com cuidado. Em todos os seus encontros, eles haviam feito tudo com pressa, sem prestar atenção aos detalhes. Agora, ele queria fazer tudo do jeito certo. Com romance. Com cuidado. Porque ela era uma boneca de porcelana delicada... só não sabia disso ainda.


 Subiu as mãos para as costas dela, passando pelos ombros, descendo pelos braços, subindo novamente, descendo pelos seios – ainda cobertos pelo sutiã -, pela barriga lisa e perfeita. As mãos desceram pelo bumbum de Lily, como um carinho.


 Lily sentiu as mãos do garoto acariciando seus cabelos ruivos e fechou os olhos, apreciando o carinho. Os dedos de James desceram pelo nariz pequeno dela, acompanhando o formato, passou pela boca, contornando-a, seguiu pelas bochechas rosadas e sardentas.


 - Você é linda – disse James, bestificado.


 Lily ia fazer um comentário imbecil – como, por exemplo: “já ouvi isso antes” -, mas perdeu o fio da meada quando o garoto selou os lábios nos dela, sentindo o gosto, e sussurrou:


 - Senti tanta saudade.


 A ruiva abriu os olhos e James perdeu o fôlego. Estava ali a coisa mais linda que ele já vira em toda a sua vida.


 - Também senti saudade. – Lily admitiu. O coração de James parou, saltou, rugiu, bateu e várias outras coisas. Droga., ele pensou. Amava-a e sabia disso. Estava apaixonado e acabara de descobrir. Mas Lily Evans era Lily Evans. Nunca amava. Ele sabia. Havia perguntado à ela.


 - Gosto de você, Lily Evans. – James sussurrou. – De um jeito que você nunca vai entender.


 


000


 


 Leona Lewis pegou o táxi. Deu o endereço do aeroporto, checando o relógio e vendo que o voo de Ashley já estava chegando. Pediu ao motorista para ir rápido.


000


 


 Ashley desceu do avião, feliz, pensando seriamente em ligar para James. Sentira tanta falta dele! Queria correr dali e ir direto para o apartamento dele, beijá-lo, fazer amor com ele. Mas tinha que pegar a porcaria da bagagem com seus pais antes de vê-lo! Que irritante. A viagem tinha sido insuportável e ela não via a hora de se afastar dos pais.


 


000


 


 Leona desceu do táxi, pagou e entrou correndo no aeroporto. Seguiu as placas e foi direto – e correndo – para a plataforma de desembarque. O desenho de James pesava no bolso. E se Kate estivesse certa? E se tudo aquilo fosse estupidez? Mas então pensou no que a namorada contara sobre os livros de Lily Evans e sentiu a obrigação pesar mais do que o desenho.


 Viu Ashley chegando, com o celular na orelha. Quando a morena viu Leona, sorriu e acenou freneticamente, como uma garotinha de cinco anos.


 - Lê! – exclamou ao alcança-la. – Não esperava te ver por aqui...


 Sem uma palavra, Leona estendeu o desenho na direção de Ashley.


N/A: voltei!


#posiçãodedefesacontraasazarações


Desculpa, pessoal! Mas eu decidi voltar com a fic, porque descobri que tava sentindo falta disso aqui.


Eu queria agradecer à você, leitor, que vai me perdoar e comentar o cap. E à você, leitor, que quer abandonar a fic pela minha falta de competência.


Sobre o capítulo: horrível, eu sei. Totalmente inútil. Podem xingar, eu mereço. Mas ele era necessário e eu pretendia continuar, mas tava ficando muito grande!!


Enfim, por favor, não me abandonem!!


Thomas Cale.

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Comentários (3)

  • Maria _Fernandes_99

    Eu já tava sem esperanças, só tava notificado para enfeitar, então aparece alguma coisa que não é para enfeitar.Se tivesses ao meu lado, eu dava-te um tapa. Aqui a brincar com as pessoas sem consideração.Ah, mas bom. POSTASTELegal, só tens que continuar.Xau 

    2012-11-01
  • Sah Espósito

    Thomas seu dramaticonao te mato pq senti saudaeesmas se demorar... juro que te azarosenti saudades mesmobjss!     

    2012-11-01
  • Spencer Cavanaugh

    kkkkkkkkkkkkkkkkk você é muito dramático, o capitulo foi ótimo. E sim o senhor está merecendo umas azarações por ter parado logo nessa parte do capitulo. Obrigada pelo capitulo kkk bem cheguei atrasada, mas amando. Eu já tinha marcado a fanfic, mas não tinha conseguido ler antes, ai vi aqui e vim ler, e amei, muito boa e fico feliz que tenha voltado a postar - bem eu nem sabia que tinha parado de postar, porque eu ainda não tava lendo kkk , eu amei o capitulo e tô morta de curiosidade pra saber o que vai acontecer. Bjoos *-* 

    2012-10-31
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