Capítulo 9

Havia se passado algum tempo.

O rei havia permitido a mudança da família Gryffindor para o feudo ao norte.

Era um bom pedaço de terra com quilômetros de verde e espaço cultivável. Além do rio que limitava a parte sul, havia um grande lago em uma das partes. Próximo havia a floresta. Parte dela também estava dentro de seu terreno.

- Uma escola...é uma brilhante ideia! Não haveria mais esse problema de não saber usar seus próprios poderes.

- Besteira. Não me vejo como um professor.

Godric conversava com Salazar no alto de um dos morros olhando em volta.

- Ora, Sal. Vai ser legal. Imagina você passar o que sabe para os que necessitam saber. Não vai ser interessante?

A mania de chamá-lo de Sal sempre irritava o amigo, mas divertia bastante o outro.

- E por que eu gostaria de transmitir meus conhecimentos?

Godric suspirou. Olhou as meninas que vinham em sua direção e sorriu.

Salazar iria concordar sim.

Rowena veio com um grande e pesado livro nas mãos.

- Criei um feitiço!

- Que ótimo. Mas antes que você me diga qual é...Helga. Vem cá.

Rowena ficou séria por aquele pouco caso, mas quis ouvir o que ele tinha a dizer com Helga.

- Sim?

- Salazar está sendo inflexível sobre ensinar. Você poderia...anh...convencê-lo?

A menina ficou escarlate.

- Por que eu?

Agora que sabia o assunto, Rowena sorriu.

- Vai dizer que não percebeu como ele te olha, Helga? – a garota provocou. – Ele caiu de amores por você.

- Isso...não é verdade!

- Você também gosta dele, não é?

- Claro que não! E não me importo se ele não quiser fazer parte da construção de Hogwarts!

- Hogwarts? – Godric falou surpreso e dessa vez foi a vez de Rowena corar.

- Ah...eu pensei nesse nome. Mas se não gostarem pode ser outra coisa.

- Hum...gostei de Hogwarts. Em todo caso...lembra do que Merlin disse? Tem que ser nós quatro! Por favor...fala com ele.

- Ta bom, ta bom. Mas só porque Merlin disse que tem que ser assim. Não sei o que aquele...moço...pode acrescentar!

Helga afastou-se e foi em direção a Salazar que estava sentado olhando morro abaixo.

- Então, que feitiço você criou?

- Bem, - Rowena empertigou suas costas e falou cheia de si. – eu juntei alguns feitiços escudo e de proteção e formei um anti-Não-Mágicos.

- Mesmo? – falou impressionado.

- Sim. Criei um feitiço de confusão. Toda vez que uma dessas pessoas vier para cá, vai de repente, perceber que tem algo muito importante a fazer e vai embora!

- Brilhante! – Godric gargalhou.

- Obrigada. – o rosto da jovem iluminou-se. – Tem também um outro ilusório. Quando de longe olharem para o castelo que construiremos, verão apenas ruínas e placas de "perigo, não entre, arriscado" ou coisas do tipo.

- Genial.

- Vou pensar em mais coisas! – ela disse ainda mais contente.

- Se depender de você, este local será o mais seguro no mundo!

- Com certeza! – saiu saltitante de volta para o acampamento na floresta.

Quando Helga chegou ao lado de Salazar, este tomou um susto e olhou para cima.

- Olá! – seu olhar brilhou novamente.

- Anh...oi. – sentou-se ao lado dele e voltou o olhar para o horizonte. – Por que não quer se juntar a nós para a criação de Hogwarts?

- Não sirvo para ensinar. Foi Godric que te mandou aqui, não? – sua fala mostrava impaciência.

- Bem, foi. Mas eu também...quero que você fique. – Salazar olhou para o rosto da menina, que, muito vermelha, mirava uma folha de grama extremamente interessante perto de seu sapato.

Ele sorriu.

- Hum...só fico se você repetir isso.

- Eu já disse antes!

- Então eu vou embora. – ele levantou e virou as costas.

- Não...espera. – ela segurou o braço do outro. – Fica.

Salazar admirou o rosto em chamas da menina, sorriu de lado e beijou sua mão.

- Não se preocupe, eu só ia beber algo.

- Engraçadinho...

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