Capítulo 7



Salazar comia sentado a uma mesa, em uma pensão. O dono do local, atrás do balcão, o olhava desconfiado sem parar.


- Hunf...


- O que foi John? Problemas com freguesia? – um velho desdentado, bebia uma grande caneca de cerveja.


- É aquele...homem. – apontou com a cabeça para Salazar. – Você sabe o que ele é?


O velho olhou na direção indicada e deu de ombros.


- Alguém faminto. – riu.


- É um viking, Lionel! Um maldito viking! – olhando o rosto surpreso do cliente, animou-se a continuar. – Esses malditos vêm tomar nossas terras e ainda têm a audácia de se hospedar em nossas cidades.


- Mas esses estrangeiros pararam de nos atacar faz tempo. Este deve ser só um viajante.


- Não sei não. Ele me parece nervoso. No outro dia teve um sujeito bêbado que quis arrumar confusão com ele. Tinha que ver a tranquilidade com que ele agiu! E o olhou como se fosse um inseto.


- E aí?


- Bom...o homem nem quis dar papo para o bêbado. Disse que não iria se rebaixar e atacar um...acho que o chamou de trouxa! Porque se brigasse com ele, ele não sairia vivo.


- Trouxa. – ele riu. – Não possui xingamento melhor?


- Bom...não deve conhecer muitas palavras na nossa língua. Em todo o caso, o bêbado saiu cuspindo marimbondo, foi embora. Esse daí saiu logo em seguida calmamente. Nunca mais vi esse bêbado de novo.


- Você acha que ele...?


- Acho que sim. Acho que só não fez isso aqui porque não queria que víssemos.


- Isso é um absurdo! – o homem clamou, batendo no balcão do bar. – E você deixa essa corja, entrar aqui, John?


John não respondeu, apenas olhava sério para as costas do cliente.


Uma voz fria e grave, com sotaque, veio de trás dele.


- Dessa vez quero um uísque.


- Sim senhor. – John respondeu com a voz fina e trêmula.


- Uísque de fogo.


- O que? Desculpe, acho que não ouvi bem. O senhor disse...?


- Uísque de fogo. – repetiu, sentando-se em um banco alto ao lado do velho.


- Anh...não temos isso.


- É! Não temos bebidas de bárbaros! Por que não volta para seu paisinho e toma isso lá? – o velho falou mal humorado.


- Como é, velho? – Salazar disse com um riso no rosto, divertido.


- Soube que gosta de se fazer de durão, heim? Posso denunciá-lo à polícia pela morte de um homem.


- Sabe por que não o matei aqui, velho? – Salazar respondeu calmamente ainda sorrindo.


O bar inteiro silenciou e John surpreendeu-se por aquela confissão fria.


- Então tem a cara de pau de dizer que o matou mesmo? – o velho estreitou os olhos.


- Porque eu teria que matar todos aqui. – continuou como se ele não tivesse interrompido. – Não que isso me incomode, mas ia ficar sem lugar para dormir e bebida para tomar. – o sorriso aumentou como se estivessem conversando sobre frivolidades.


O silêncio perdurou. Salazar levantou-se, pegou sua caneca de uísque e foi sentar-se de volta na mesa que estivera.


- Você enlouqueceu? Ele vai fazer a mesma coisa que fez com o bêbado, com você!


- Ele que tente. – disse o velho, carrancudo.


As conversas voltaram a normalidade, quando foram interrompidas novamente pela porta da pensão sendo escancarada.


Um homem molhado e com vários cortes ao longo do corpo entrou respirando longamente.


- Me ajudem. – John saiu correndo de trás do balcão e foi socorrer o pobre.


- Que isso homem? Que lhe aconteceu?


- Tentaram me matar...preciso de...vinho. – sentou no banco enquanto John o servia de grandes goles da bebida avermelhada.


O homem passou os olhos pelo bar enquanto bebida de seu copo. Estacou quando passou por Salazar. Levantou-se e encaminhou-se para aquela mesa.


John o alertou.


- É melhor não se meter com aquele ali. É perigoso.


Ignorando o aviso sentou-se em frente ao viking.


- Não divido mesa. – o homem falou sem levantar os olhos para ele.


- Olá Slytherin.


Finalmente sua atenção foi chamada e assim que o viu, sorriu.


- Gryffindor! Que surpresa. Cansou-se de servir a eles?


Godric fez que sim.




- Ótimo! Vamos para onde agora?


Rowena tentava ajeitar os cabelos em desalinho enquanto atravessavam a floresta.


- Vamos esperar a volta dele. Dessa vez será como deve.


- Dele? Dele quem? Daquele maldito que causou tudo isso?


- Sim. Não saiu como eu planejava. – Merlin parecia desolado. – Mas nem sempre as profecias são como esperamos.


- Mas ele vai demorar agora? – Helga falava enquanto ajudava uma família a atravessar um trecho do rio que passava por ali.


Merlin nada disse. Continuou a contemplar as estrelas e meditando.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • HiHeloise

    Tem horas que o Merlin me dá raiva. E finalmente o Godric se tocou e começou a seguir o destino dele. Ansiosa para o Salazar conhecer a Helga. Adoro esse casal.

    2012-07-29
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.