Divagando
*____________________ VOCÊ MALFOY. ESCOLHAS. ________________________*
Aquilo seria o final, você sabia. É claro que já houvera vários deles antes, mas não era tão certo quanto este. Havia uma parcela mínima de que tudo podia mudar, e o que você pensasse que seria o fim, se transformasse - e por mais que você tentasse bloquear qualquer pensamento otimista em relação a isso, você podia sentir seu ser arder de tanto desejar que ocorresse – em recomeço. Por que o começo fora tão equivocado, de sentimentos tão indignos pertos dos que você sente agora, de atitudes tão desesperadas de quem não sabe o que esta fazendo. Você pode ver agora, e é tão claro que você não sabia o que estava fazendo, não sabia no estava se metendo. Por que se realmente soubesse, teria recuado, teria repensado, realmente teria avaliado melhor.
Você ri. Por que, sim, você teria recuado, repensando, mas no fim você teria feito novamente, e de novo, e de novo. Por que agora é o fim, e poucas coisas realmente valeram à pena, poucas. Ela era todas elas.
Seu sorriso é triste, enquanto você observa os ponteiros em seu ritmo monótono, e leva a taça à boca. Sim, ela resumia as poucas coisas. Mas não eram coisas e não pareciam poucas, por que ela fora tudo, tudo que valera a pena. Você esta absorto na própria decadência, seu sorriso se torna mais triste, por que é tão irônico. Coisas de que você riria antes, por que as coisas que realmente valeram à pena foram as que você considerava insignificante. Que não te atingiria. Apenas atos, gestos, fingidos. Sim. Coisas à toa, que não teriam conseqüência, por que você era, é, acima de tudo, um Malfoy, e Malfoys são superiores, não se apegam. Tão irônico. Você estava terrivelmente enganado, sobre você e sobre ela.
Uma vingança. Sem um verdadeiro sentido. Apenas por que você achava certo. Achava certo naquele momento. Se vingar usando ela. Seria baixo com ela, talvez. Mas quem se importava? Não seria você. Por que ela era apenas o objeto. Não era nada para você. E por isso a usara, para lhes humilhar assim como eles lhe humilharam. Você atingiria seu alvo, a usando.
Mas você não esperava que as coisas tão certas fossem tão erradas. Certas por que você achava que era e ponto. Certo simplesmente por que você odiava e ainda odeia o Potter, certo por que com ela você atingiria os Weasley também. Tão certo e tão errado. Sim, errado. Errado, porque o fato de você achar certo não necessariamente quer dizer que é certo. Errado, porque por mais que você confiasse em sua personalidade Malfoy, confiasse no sangue puro que corria em suas veias, talvez você não fosse tão Malfoy assim. Sim, por que o objeto que escolhera era impuro, e seria desrespeito tocá-lo, um Malfoy não faria isso por mais nobre que fosse o propósito, e o propósito nem era nobre. Errado, por que ela não era um objeto. Sim, ela. Ela tinha sentimentos, e fez você perceber que também tinha. Ela frustrou seu plano. Seu plano de vingança. É claro que não era realmente um plano. Seja sincero, você não tinha um plano, não tinha calculado nada. Apenas agiu.
E Aquelas atitudes, aqueles atos, pareciam certos, você estava seguro, você fora seguro. Fora. Seguro de aquilo seria vingança. Mas agora você via, talvez não fosse tão frio quanto deveria ser um Malfoy, ou talvez ela fosse simplesmente quente demais. Não, talvez não. Ela era quente. Era o sol. E esse foi o seu abismo.
*____________________ VOCÊ MALFOY. ELA. ________________________*
A porta se abriu lentamente, como se a pessoa estivesse relutante em abri-la. E quando ele finalmente pode contemplá-la, ficou claro pela mescla de surpresa e confusão que tomou seu rosto quando seus olhos se encontraram. Talvez esse fosse o milésimo indicio de que as coisas realmente haviam mudado entre eles. Mas porque ele sempre procurava mais um vestígio? Estava tão claro. Talvez, porque ele ainda precisava de mais provas para se convencer de que era necessário falar agora, porque ainda precisava de mais coragem. Era tão difícil. E ter ela parada novamente em sua frente, novamente depois de tanto tempo, ainda que não conservasse aquele sorriso de satisfação ou pulasse no seu pescoço jogando-o na cama, ainda era difícil conter o impulso de abraça – lá. Mas ele precisava falar, e se chegasse perto demais, sabia que qualquer pensamento de dissiparia assim que a tocasse. E era preciso se manter coerente, era preciso falar.
- Estou tão horrível assim? – Perguntou seus olhos cravados nos dela. – Vamos, entre.
- Eu... só... – Seus olhos estavam lagrimejados agora, e sua feição mudara, aparentava alivio, talvez por ele quebrar o silêncio. Ela tentou esboçar um sorriso. – Estou contente em vê-lo.
Ele caminhou devagar na sua direção, ponderando se realmente deveria se aproximar, Mas ela não deu tempo para ele decidir e correu o envolvendo em um abraço forte. Ele estremeceu, e logo após relaxou, quão agradável se sentia perto dela, e correspondeu com a mesma força.
- Tive tanta saudade – sussurrou, e ele apertou mais o abraço, não podia falar, uma pressão horrível subiu por sua garganta, o impedindo de dizer o quão doera a sua ausência. Mas ele queria dizer, por que queria fazer diferente, queria falar palavras doces agora, sempre fora ela quem as dizia. Talvez por isso ela não protestara quando ele não respondera, se acostumara.
Passaram vários minutos assim, abraçados até Hermione se afastar e erguendo o queixo selar seus lábios. Casto. Casto demais pro histórico deles. Mas por que ainda procurando atitudes que demonstravam que havia mudado? Já não era tão óbvio?
Se afastaram.
- Draco, sei que disse que era importante, mas antes de tudo quero pedir perdão, pelas várias vezes que furei com você, sei que devia ter avisado. Bom, se eu pudesse eu o teria feito, mas realmente tava impossível entrar em contato. – Ela derramou depressa as palavras enquanto gesticulava e desviava o olhar, era uma insegurança que ele conhecia.
- Eu entendo. – As palavras vazias, de entendimento, de emoção, saíram lentamente e se postou entre eles.
- E não é só isso, sabe, eu – Hermione suspirou, e o encarou. Draco sabia que ela estava procurando coragem.
- Hermione...
- estou confusa, agora é diferente eu...
- Granger.
- Draco eu não posso ficar. Isso é uma despedida.
*____________________ VOCÊ MALFOY. LEMBRANÇAS. _______________________*
- Quem falou em estudar?
Hermione sentiu o corpo estremecer e seu pulso aumentar o ritmo quando ele aproximou seus rostos lentamente. Parou. Seus lábios a milímetros.
- Me diz que não quer Hermione. - Ela estava se esforçando para não fechar os olhos só com o cheiro dele. Talvez por isso demorasse para processar o que ele falara. Ele abaixou seu rosto e iniciou uma trilha de pequenos beijos pelo seu pescoço. Não, não quero, as palavras estavam lá, em algum lugar na sua mente confusa, ela só precisava encontrá-las, trazê-las à tona. Mas sua boca estava seca, e ela pensou que perdera a capacidade de falar. Estava muda. Temporariamente desligada.
Estavam na biblioteca, a qualquer momento alguém poderia flagrá-los, e seria algo que não poderia explicar. Como não conseguia empurrá-lo pra longe de si? Toda a sensação de perigo, o fato de ele ser Draco Malfoy, dela ser Hermione Granger, a loucura da cena a deixava sem ação, e ainda pesava o fato dos lábios dele causar arrepios por toda sua espinha, e agora ele dava leves mordidas em seu ombro - o que decididamente não era bom, ela conseguira concluir. Junto com o pensamento, Hermione erguera as mãos e agarrara a camisa de Draco com intuito de afastá-lo. Por que isso era o essencial. Afastá-lo. Mas corpo e mente não estavam sincronizados e Hermione se viu o puxando para mais perto de si. Sentiu seu sorriso divertido brindar sua pele quando ele de bom grado apertou o abraço. Então relaxou. Hermione relaxou sabendo que não tinha força nem vontade de empurrá-lo. Moldou seu corpo ao dele, enquanto seus braços o enlaçava pelo pescoço. E Mandando todos seus conceitos de bom-senso pro espaço, inclinou a cabeça para senti-lo melhor.
Ele refez a trilha enlouquecedora rumando seus beijos à sua boca, e Hermione desejou que tivesse forças de se afastar, desejou. Apenas desejou. Sabia que quando seus lábios se encontrassem, ela estaria perdida. Então esperou consciente de sua ruína a boca dele lentamente aproximar-se da sua. Sentiu seu nariz tocar levemente sua bochecha. Esperou. Seus lábios entreabertos. Mas ele se afastou enquanto ela pensava que ia explodir. Abriu os olhos para encará-lo. Cinza. Escuro. Ruína.
- Eu posso ver em seus olhos Granger: quer tanto quanto eu – Ele estava sério, e ela registrou que estava se esforçando muito para não beijá-la. Seus lábios a milímetros. Ela poderia fazê-lo. Beijá-lo. Esperou.
- Posso ser um cavalheiro quando quero – Ele a olhava nos olhos, consciente do seu poder sobre ela, consciente do desejo dela. Calculadamente retrocedeu tirando as mãos de sua cintura. Hermione piscou várias vezes enquanto se endireitava, tentou esconder a indignação que sentia enquanto ele recuava vagarosamente. Então ela percebeu que ele queria lhe dar tempo. Tempo para tomar a decisão.
- Então, se você não quer... – Lhe sorriu, de lado, sínico, tão Malfoy. Hermione estreitou os olhos, consciente que aquilo não teria volta. Era como se jogar de um penhasco.
- Droga Malfoy – o puxou pra si e lhe beijou, tão ousadamente quanto jamais havia feito, sentiu como se fosse sua única chance de prová-lo. Draco correspondeu à altura, só estava esperando ela jogar tudo pro alto. Prensou-a contra a parede, colou todo seu corpo ao dela, e aprofundou o beijo, jamais havia sentido essa necessidade com nenhuma outra garota. E Hermione achou que era a sensação mais delirante que sentiria na vida: beijar o inimigo; em um lugar sagrado pra si: a biblioteca; na escola cuja vaga prezava mais que a própria vida; Abraçou-o mais forte. Sentindo a língua dele passear por sua boca como se quisesse decorá-la. Afastou-se para respirar, e mordicou-lhe o lábio inferior. Ele sorriu.
- Seu idiota. - E ele a estava beijando novamente. Hermione deixou ser beijada, saboreando a sensação, e quando ele se afastou pra lhe fitar, puxou-o novamente. Estava sentindo coisas que jamais sentira, e simplesmente soube que Rony jamais poderia lhe proporcionar. Era apenas um beijo, porém parecia não haver mais chão, era como se estivesse prestes a desabar, uma de suas mãos estava fechada em punho no cabelo dele, de inicio era para afastá-lo, mas agora involuntariamente estava apertando, para não deixá-lo se afastar.
- Preciso de ar, Granger – As palavras abafadas foram prontamente ignoradas, Draco se afastara um pouco, mas no instante seguinte Hermione o beijava novamente. Ela não podia explicar essa necessidade momentânea de deixá-lo sem fôlego. O que era algo muito incomum, na verdade, havia poucas coisas que Hermione Granger não podia explicar. E estar beijando desesperadamente Draco Malfoy na biblioteca era uma delas.
-------------------- EU AUTORA XD
Oiiiii querido leitor (está tão triste quanto eu pelo fim, agora, do filmes?)
Bom, essa é primeira Dramione que eu posto aqui, apesar de ter várias no pc. Eu sempre fiquei imaginando como seria se rolasse uma coisa realmente forte entre esses dois, que cá entre noís, eles tem o essencial pra funcionar: tensão. Inspirada por escritores daqui da FeB que dão um show em dramiones e imaginando e imaginando durantes minhas aulas de IED ou Ciencias politicas (por que são as mais tediosas). Resultou nessa fic, que nem eu sei como se desenvolverá, mas tenho a intenção de contar a história deles, me valendo do futuro, presente e passado durante os capitulos. Amores, comentem se acharem necessário, beijos ;P
Comentários (2)
Gostei muuuuuuuuuuuito!
2011-11-23Gostei muito mesmo... anciosa por mais...Parabéns pela escrita! Envolvente, cativante...
2011-08-05