Finalmente... SIM.

Se despediram dos pais de Hermione e seguiram pela rua já deserta, não tinham dito nada por todo o caminho, até chegarem a uma praça, onde poderiam desaparatar sem serem vistos, antes que ela pudesse fazer alguma coisa ele a puxou, lhe abraçando. Hermione foi pega de surpresa, mas retribuiu o abraço.

- Antes de eu falar o que pretendo, posso saber de uma coisa? - se afastando.
- Depende. - sorrindo.
- O que vc disse de mim p/ sua mãe?

Mesmo com o breu da noite, Rony percebeu que ela estava corada, fez um carinho em seu rosto, mostrando que era ali que queria estar.

Tudo naquele cenario era irreal, jamais podia imaginar que estaria ali com ela, e ela nunca esperava ser acolhida daquela maneira por ele, e assim sentiu que podia contar a Rony o que quer que fosse.

- A uns anos eu converso com minha mãe sobre vc, na verdade eu conversava com meus pais sobre tudo o que acontecia em Hogwarts, mas sobre o que eu sentia por vc, só minha mãe sabia dos detalhes.
- Detalhes?
- Sim. - desviando o olhar. - Minha nossa, como é dificil falar sobre isso. - sorrindo, timida.
- Prefere deixar isso de lado?
- Não, eu quero falar.

Ela voltou a encara-lo, o que não facilitou as coisas, mas não podia recuar, não agora que tinha encontrado a coragem que precisava p/ desabafar.

- Eu gosto de vc a alguns anos, Rony.
- Alguns anos? Quantos? - perguntou curioso.
- Digamos que um pouco mais de cinco anos.
- CINCO ANOS?
- Sim, cinco.
- Achei que eu era o unico que escondia que gostava de vc praticamente pelo tempo inteiro de amizade. - coçando a cabeça, pensando alto.
- Vc tb? - sorrindo. - Digo, vc tb gostava de mim por todo esse tempo. - contendo a alegria.
- Sim, só os dois primeiros anos que eu estava mais preocupado com que comer. - rindo.
- Só nos dois primeiros anos? - rindo, enquanto o abraçava novamente.
- To falando sério.
- Eu sei, voltando ao que eu estava contando, no começo era só implicancia, mas minha mãe sempre ria de mim quando eu falava o quanto vc me irritava.
- Aff, tinha que começar logo com a implicancia?
- E no começo vc tb não reclamava de mim pra ninguem?
- É, reclamava. Pro Harry. - rindo.
- Então, com o tempo eu percebi que era mais do que implicancia e minha mãe tb notava isso, na verdade quanto mais tempo conviviamos, eu percebia que era muito mais do que gostar, entende? - franzindo a testa.
- E o que vc acha que é?
- Sinceramente? Não sei Rony. - abaixando o olhar. - Nunca senti isso por ninguem p/ comparar.
- Eu tb não, mas tenho uma leve desconfiança do que seja. - sorrindo.
- Então me diz, pq eu me sinto perdida Rony. Sou aplicada só na escola, quando o assunto é a gente, acho que emburreco. - franzindo a testa.
- Olha, eu nunca fui bom com as palavras, na verdade quando o assunto é garotas vc sabe que sou uma negação, mas com vc é diferente, sei lá, parece que me sinto mais seguro e ao mesmo tempo fico nervoso. - ela assentiu concordando. - Mas hj, quando eu estava no jardim da sua casa, pela primeira vez pude prestar atenção no que sinto, antes, toda aquela tensão da guerra não me deixava pensar e com tudo resolvido acho que entendi o que sinto, pq se antes eu nunca senti nada assim, é pq agora sinto mais do que só gostar. - dando uma pausa para que ela assimilasse tudo. - Deu pra entender? Ou deixei tudo mais confuso?
- Entendi sim. - sorrindo. - E o que vc acha que sente Rony? - apreenssiva.
- Acho que eu... - sentindo as palavras ficarem presas na garganta.
- Que vc...?
- Que eu... que eu amo vc.

A surpresa foi grande demais p/ Hermione, ela não conseguiu reagiu de imediato, mas Rony esperou que ela se recuperasse do choque.

- Amor? Então é assim que funciona? - questionou, ainda emocionada.
- Acho que sim. É forte demais p/ ser outra coisa.

Hermione desviou o olhar, por um momento, até a escuridão parece mais intensa, mais viva, voltou a encara-lo, sorrindo.

- Eu tb amo vc Ronald Weasley.

Fazendo carinho em seu rosto, ele aproximou seus lábios dos dela, estavam a poucos centimetros, mas não se beijaram.

Respirou fundo, sentindo o perfume de seus cabelos, era o que precisava para criar coragem e finalmente dizer o que deveria, o que a tanto tempo ensaiava em segredo.

- Hermione, vc quer namorar comigo?

Mesmo esperando aquele pedido, ela sentiu seu coração acelerar, finalmente estavam deixando os medos de lado e encarando o óbvio.

- É o que mais quero desde sempre. - sorrindo antes de seus lábios se encontrarem com os dele. - Sim... sim... sim.

E o beijo que seguiu era a confirmação que o amor verdadeiro não precisava de pressa p/ acontecer e que mesmo com a guerra os ameaçando, aquele sentimento continuou sendo cultivado no peito e agora poderiam desfrutar da vitória que não era somente pela guerra vencida, mas a vitoria de serem os unicos donos do coração um do outro.

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