Expresso de Hogwarts



Lilian voltou para o caldeirão furado, já estava anoitecendo e o bar estava meio vazio. Ela se aproximou do balcão onde Tom lia um jornal intitulado “O Profeta Diário”, as fotos pareciam se mover e as letras pareciam ter vida.


 


-Tom, a que quarto devo ir? – perguntou Lilian.


 


-Ah, seus pais estão no 305, 3º andar, é só subir as escadas e seguir no corredor à direita. – falou Tom.


 


Lilian subiu e chegou até seu quarto, seus pais estavam organizando as coisas.


 


-Filha, conseguiu comprar sua varinha? – pediu sua mãe.


 


-Aham, o núcleo é de pena de coruja, foi ela que me escolheu quando a toquei. – disse Lilian.


 


-O trem vai sair às 11 da manhã na estação King’s Cross, plataforma 9 e ½, esse número existe?  - falou Victor estranhando.


 


-Até ontem tinha muita coisa que eu achava que não existia, amor. – disse Cynthia.


 


Já eram 11 da noite, os pais de Lilian dormiam, mas ela não conseguia dormir ainda, estava preocupada pensando na nova e diferente escola. Resolveu ficar lendo os livros que comprou, tinham muitas partes chatas e outras bem interessantes, gostou mais dos livros de poções e feitiços, estava aprendendo muitas coisas. Ficou lendo até as 3 horas da madrugada e resolveu que já estava mesmo na hora de ir dormir.


 


Deitou-se e pareciam ter se passado 5 minutos quando o despertador tocou, já eram às 9h da manhã. Daqui 2 horas ela estaria embarcando no Expresso de Hogwarts.


 


Tomou o café no bar, a comida era boa, tinha ovos e bacon, mas Lilian não estava com tanta fome assim, estava ansiosa.


 


Eram 10 horas quando saíram de lá com todas as bagagens e compras, e foram até a estação King’s Cross, não era tão longe dali.


 


Chegaram lá, era um lugar enorme e bonito, trens entravam e saíam a todo momento. Foram até o corredor onde se encontravam as plataformas 9 e 10.


 


-Nenhum sinal de plataforma 9 e ½ por aqui, o que vamos fazer? – perguntou Lilian.


 


-Você não deve conhecer esse novo mundo muito bem ainda, né? Apenas faça como eu, é fácil. – disse um menino que veio por trás dela, era muito bonito, magro com cabelos castanhos, em sua mala estava escrito “R. J. Lupin”.


 


Ele foi caminhando rapidamente em direção a parede de tijolos e num piscar de olhos já não estava mais lá, havia atravessado a parede. Mas como? Só tentando também.


 


-Bem, você viram como é, não pode dar errado. – disse Lilian. – Vamos.


 


Ela foi com seus pais se segurando nela, fechou os olhos e ao abrir percebeu que estava em outro lugar. Estava vendo um trem gigantesco, vermelho e preto, e em letras douradas lia-se “Expresso de Hogwarts”.


 


Já eram quase 11 horas, Lilian se despediu dando um abraço em seus pais, e entrou no trem, logo após ele partiu.


 


Ela percebeu que não era a única um tanto perdida por aí, dezenas de pequenos alunos procuravam por algum lugar, os mais velhos geralmente passavam acompanhados de alguém. Lilian foi andando cada vez mais para os últimos vagões, onde estavam mais vazios.


 


Ao chegar no último teve que ser muito rápida para desviar de um feitiço que vinha em sua direção, e ele acabou acertando na parede.


 


-Ops, foi mal, não vi que você estava aí. – disse um rosto conhecido tentando se desculpar.


 


-Lupin? Ah, desde que vi vocês no Beco Diagonal já vi que não são coisa boa, me dão licença. – disse Lilian passando por eles. Entrou na última cabine e sentou em um banco perto da janela, a sua frenta alguém lia um jornal e olhou por cima.


-Lilian, mais uma vez nos encontramos, hehe. – disse o garoto de cabelos e olhos bem negros.


 


-Ufa, Severo, finalmente te encontrei, já encontrei tantas pessoas que espero não precisar ver novamente. – disse Lilian.


 


-Com licença, posso ficar aqui? Não achei mais outros lugares. – disse um garoto baixinho e um pouco gordo, seus dentes chegavam a lembrar um rato. – A propósito, me chamo Pedro Petigrew, muito prazer.


 


-Abram caminho, vamos ter que ficar por aqui também. – disse o menino que Lilian viu ser chamado de Tiago no Beco Diagonal, acompanhado de Lupin e de outro. Com exceção de Pedro, eles eram muito lindos, mas infelizmente insuportáveis.


 


-Ah, vocês de novo não. – disse Lilian com as mãos na cabeça.


 


-Bom ver você também. Hm, eu sou Tiago Potter.


 


-Eu já sei, ele é Pedro, ele é Lupin (“me chame de Remo”)  e ele é... – disse Lilian apontando para cada um.


 


-Sirius Black, a seu dispor. – falou Sirius.


 


-Vocês se acham os engraçadinhos, não é? – disse Lilian. – É melhor que fiquem bem quietos durante essa viagem, eu e Severo não estamos afim de bagunça.


 


Os quatro meninos viraram a cabeça para Severo, que lia o jornal, ele se virou para eles timidamente dizendo:


 


-Que foi? Vocês a ouviram...


 


Ficaram todos em silêncio por alguns minutos, os campos verdes passavam rapidamente pela janela, até que ouviram um carrinho se aproximando e uma senhora apareceu lhes perguntando:


 


-Desejam alguma coisa, queridos?


 


Todos foram lá e compraram muitos doces, quase acabaram com o carrinho todo. Deixaram tudo nos bancos para comerem durante o dia.


 


Lilian pegou uma pequena embalagem, parecia ser de algum bombom.


 


-O que é isso?


 


-Sapos de chocolate, cuidado porque são sapos de verdade, vem uma figurinha junto. – disse Sirius.


 


Lilian abriu e viu seu sapo pulando pra fora rapidamente, ele ia fugir pela janela. Era essa a chance dela testar o que leu de noite.


 


-Petrificus Totalus! – disse apontando a varinha para o sapo, e ele ficou imóvel.


 


-Uau, você é boa nisso, hein? – disse Tiago.


 


-Sim, pois perco meu tempo fazendo coisas úteis, sabe? – disse Lilian, não conseguia ir com a cara dele. Pegou o sapo e comeu, tinha que ver a figurinha que pegou.


 


-Alvo Dumbledore? É o diretor de Hogwarts, derrotou Gerardo Grindewald e descobriu os 12 usos do sangue de dragão, interessante... – disse Lilian.


 


-Peguei o próprio Grindewald. – disse Tiago.


 


Sirius pegou Nicolau Flamel e Severo também pegou Dumbledore. Remo engoliu um seco ao ver que pegou Fenrir Greyback, um lobisomem muito perigoso seguidor de Lord Voldemort, que Pedro pegou.


 


-Você-Sabe-Quem, ele é o bruxo mais terrível que existe, não quer dominar apenas o mundo bruxo, mas o mundo trouxa também. – disse Tiago.


 


Ficaram mais alguns minutos sem falar nada, o dia estava tedioso e só iriam chegar em Hogwarts quase de noite. Até que Sirius falou:


 


-Tive uma ideia, que tal nós brincarmos de duelar? Nosso vagão está vazio mesmo.


 


-Ah, não, vocês seriam nocauteados por mim em segundos. – disse Lilian.


 


-Então eu te desafio a um duelo, na verdade foram os únicos feitiços que me interessei nos livros mesmo, mas não sei muita coisa. – disse Sirius.


 


-Tudo bem, então vamos praticar. – disse Lilian.


 


Eles saíram para o corredor do vagão. Sirius contou: 3, 2, 1.


 


Ao chegar no 1, Lilian já tomou a frente gritando: EXPELLIARMUS!


 


Foi um fiasco, ela só conseguiu fazer com que saísse um fiapinho de luz de sua varinha.


 


-Ixi... Agora é minha vez. – disse Sirius. – RICTUSEMPRA!


 


Ele conseguiu ser pior que Lilian, não saiu nada de sua varinha.


 


-Pois é, vamos ter muito o que aprender esse ano... – disse Lilian enquanto os outros davam risadinhas abafadas do fiasco que foi esse duelo. Resolveram ficar dormindo pelo resto do dia, até a noite chegar. Parecia tudo bem até que um forte barulho fez todos acordarem assustados.

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