Capítulo I

Os primeiros raios de sol já surgiam no horizonte quando tudo finalmente acabou. Parece surreal olhar em volta e ver o castelo daquele jeito, nas ultimas horas aquele lugar que tinha sido o lar de vários jovens bruxos tinha sido praticamente destruído e ali mesmo, no chão do Salão Principal, cobertos por panos brancos estavam vários desses que haviam morrido lutando bravamente para salvar o mundo bruxo ao lado do Menino-que-sobreviveu. Outros tantos feridos estavam, nesse momento, sendo cuidados em macas improvisadas que havia espalhadas por ali mesmo, já que a ala hospitalar não estava em condições de abrigar tantos feridos. E era ali mesmo, sentado numa dessas macas, que estava um garoto de olhos muito verdes e uma cicatriz em forma de raio, recebendo cuidados, medicamentos e curativos.

         De onde Harry estava ele podia ver as pessoas mais importantes da vida dele, que estiveram com ele em todos os melhores e piores momentos da sua vida, eram eles: Hermione Granger, sua melhor amiga, com alguns curativos no rosto e no braço, nesse momento não chorava, mas ainda estava com o rosto marcado pelas lágrimas, segurando firme a mão de Rony. Ronald Weasley, o amigo que sempre esteve ao lado de Harry, que era considerado como um irmão estava abaixado, também não chorava, aliás, ele não demonstrava emoção alguma, parecia paralisado, alheio ao mundo, olhando fixamente para um corpo no chão. Em frente a Rony estava Gina, a caçula dos Weasley. Gina Weasley, a garota que há pouco mais de um ano Harry havia descoberto que amava, estava abaixada também, abraçada ao seu irmão Jorge, ambos choravam em silencio ao lado do corpo do irmão, Fred, que foi um dos muitos que lutaram por um mundo melhor, mas que, infelizmente, não sobreviveu para comemorar a vitória.

         A vontade de Harry era estar ali, junto daquela família que tanto lhe acolheu e fez bem, mas madame Pomfrey não o permitiria sair dali ate que recebesse todos os cuidados, medicamentos e curativos que ela julgasse necessário. Mas ao mesmo tempo, e mais do que qualquer outra coisa, ele se sentia culpado por todas aquelas vítimas, que agora descansavam em paz, sob o céu que clareava no teto do Grande Salão, e não sabia o que fazer ou dizer para se desculpar e se sentir melhor.

- Pronto Potter, ta dispensado. Descanse e não se esqueça de tomar a poção que lhe recomendei antes de dormir – Madame Pomfrey tirou Harry de seus pensamentos e o trouxe de volta a realidade.

- Hum. OK, senhora. Obrigado. – Então Harry desceu da maca que estava e antes que pudesse da um passo a mulher falou

- Nós que o agradecemos Potter, o que o senhor e seus amigos fizeram jamais será esquecido. – e dizendo isso saiu para atender mais um, dos muitos, pacientes.

         Realmente. Isso Harry concordava, nada jamais seria esquecido, tanto as coisas boas, as vitórias, como também, e para ele principalmente, as tragédias. Ao pensar isso não pode deixar de dirigir o olhar para um grupo de pessoas de cabelos muito vermelhos que se destacavam na multidão, eles estavam sofrendo e na cabeça de Harry, era por sua culpa. Ele ponderou um pouco, pensou se deveria ir ate lá, tentar confortá-los, ou se seria melhor ir direto procurar uma cama pra descansar, mas nesse momento, como se ouvisse seus pensamentos, Gina levantou o olhar ate encontrar o de Harry, e sem nenhuma palavra ou gesto, apenas com o olhar, pediu para o garoto se aproximar. Ele ainda estava temeroso pela reação da família, mas decidiu que iria ate lá.

         Harry se aproximou devagar e parou por trás de Hermione, que não tinha percebido sua aproximação, Gina deu a volta por trás dos irmãos e, ainda com os olhos molhados, o abraçou forte. O rapaz não sabia o que dizer.

- Eu sinto muito Gi, muito mesmo... – Harry falou com a voz embargada, acolhendo Gina em seus braços.

- Eu sei que sente, todos nós sabemos e... somos muito gratos a você por tudo. – Gina disse, sinceramente.

         Harry afastou-se um pouco da ruiva e olhou nos seus olhos, sem entender como ela ainda poderia lhe agradecer depois do que houve com seu irmão.

- Mas Gina, como...? foi tudo minha c...

- Shhh! Não fala isso, por favor! – Gina interrompeu o abraçando novamente.

         Harry a cada minuto que passava parecia mais impossível se livrar desse sentimento de culpa, mas achou que esse não era o momento para falar nisso. Ele passou a mão pelos cabelos da garota um instante ate se afastar novamente.

- Gi, volte para junto do seu irmão, acho que ele precisa mais do seu abraço agora. – Harry se referia a Jorge, que antes estava abraçado a Gina e estava muito abalado. A garota concordou e voltou para o lugar que estava enquanto Harry a acompanhava com o olhar.

- Ah Harry! Não acredito que tudo acabou – Hermione tinha levantado de onde estava e abraçava Harry, algumas lágrimas voltaram a cair dos olhos da garota. – Você foi tão corajoso, nos... nós achávamos que você tinha mo... ah, Harry, que bom que você esta vivo! – Ela falava rápido, tentando impedir o choro e controlar as emoções que sentia naquele momento.

- É Mione, estou vivo... mas a custa de quantas vidas? Quantos tiveram que morrer para que eu pudesse estar aqui? – Harry disse depois de soltar o abraço. Hermione certamente discutiria, mas ela estava cansada e abalada demais para isso. Igualmente ambos dirigiram o olhar para Rony, Harry abaixou-se ao lado dele, mas não soube o que dizer, ele nunca tinha visto o amigo daquele jeito, com a expressão vazia, sem emoção, pareceria petrificado se não fosse algumas lágrimas que caiam de vez em quando, então simplesmente colocou a mão sobre seu ombro em sinal de conforto. Harry estava nesse momento rodeado por toda a família Weasley, mas não teve coragem suficiente para encarar a todos.

Passados alguns minutos, que mais pareceram horas, a professora McGonagall chegou perto deles, parecia muito cansada.

- Com licença – ela falou, chamando a atenção de toda a família que agora olhavam para ela. – sei que nada do que eu possa dizer ou fazer vai poder amenizar o sofrimento de todos vocês nesse momento, mas quero dizer que sinto muito, e deixar claro que nos comprometemos que não só Fred como todas as vítimas, terão um funeral digno de seus esforços, aqui mesmo, nos terrenos de Hogwarts, se for da vontade da família, é claro.

- Oh Minerva, nos agradecemos muito – a Sra. Weasley parecia que não falava a muito tempo, a julgar pela sua voz embargada – tenho certeza que o nosso Fred iria mesmo querer ficar em Hogwarts – dizendo isso seus olhos encheram de lágrimas novamente.

- Então providenciaremos tudo, podem ficar tranqüilos – disse isso se aproximando e segurando a mão de Molly em sinal de solidariedade – e a propósito, Molly, tomei a liberdade de mandar organizarem aposentos para toda sua família, caso prefiram esperar o funeral aqui em Hogwarts mesmo.

- Obrigada Minerva, mas acho que não será necessário. - a Sra. Weasley falou isso lançando um olhar para o marido, que concordou com a cabeça.

- É Minerva, agradecemos a preocupação, mas vamos mesmo para casa, descansar um pouco, creio que todos nós estamos precisando não é mesmo. – o Sr. Weasley dirigiu o olhar a mulher e aos filhos. – e também temos que mandar noticias para os familiares que estão preocupados. Amanhã voltaremos. – O Sr. Weasley tentava parecer calmo, mas dava pra ver o esforço que ele estava tendo para tentar manter a calma e da força pra família.

- Pai, eu queria ficar e esperar aqui mesmo, em Hogwarts, por favor. – Gina pediu

- Eu também vou ficar. – Rony falou pela primeira vez em horas o que assustou Hermione que estava bem ao lado dele. Ele não estava pedindo, estava afirmando.

- Bom, se preferem ficar – O Sr. Weasley pareceu pensar por um momento, mas concordou. – Amanhã cedo nos veremos.

- Então, se esta tudo decidido, sugiro que Potter, Weasleys e Granger vão descansar, creio que todos concordamos que as ultimas horas foram difíceis – Minerva hesitou, sabia que esse assunto era muito delicado e rapidamente completou – A torre da grifinória já esta preparada para vocês.

E assim todos se despediram calmamente de Molly, Arthur, Jorge, Gui, Percy, Carlinhos e Fleur. Os quatro já iam seguir paras a escadaria de mármore quando a professora McGonagall interrompeu.

- Ah Granger, ia esquecendo, será que eu poderia ter uma palavrinha com a senhorita um momento? Prometo não me demorar.

Hermione não fazia idéia do que a professora queria com ela, mas devia ser realmente importante.

- Hum... Claro professora.

A garota, que ainda segurava firme o braço de Rony, soltou e se afastou. Rony olhou pra ela parecendo preocupado, ela retribuiu o olhar e tentou sorrir olhou também para Harry e Gina.

- Vão indo, eu já encontro vocês lá em cima – e saiu acompanhando a professora.

McGonagall guiou Hermione para uma pequena sala que ficava por trás da mesa dos professores, no Grande Salão. Chegando lá, indicou uma cadeira para a garota sentar e sentou-se também.

- Algum problema professora? – Hermione perguntou, enquanto sentava, parecendo preocupada.

- Ah não, Granger, não se preocupe – A professora não parecia preocupada, o que tranqüilizou a garota – Serei direta para não tomar muito seu tempo. Eu soube recentemente das medidas de proteção que a senhorita tomou para manter seus pais a salvo enquanto viajava com Potter e Weasley. – Minerva se acomodou melhor na cadeira

- Sim senhora, eu não vi outra opção a não ser os mandar para longe – Hermione baixou a cabeça, era inevitável não se sentir mal ao lembrar-se do dia que alterou a memória dos pais.

- Sim querida, eu entendo perfeitamente suas razões e acho uma atitude muito sensata, o que não é surpresa alguma vindo da senhorita – A professora sorriu gentilmente e Hermione retribuiu corando um pouco – O que estou querendo dizer é que, se a senhorita concordar e for da sua vontade, posso providenciar uma equipe o mais rápido possível para buscar seus pais na Austrália, desfazer os feitiços e trazê-los de volta.

Hermione ainda não havia pensado nisso com tanta coisa acontecendo de uma vez. Tinha que admitir que seria de grande ajuda e comodidade aceitar a oferta da professora, mas, no fundo, ela sabia, desde a hora que lançou o feitiço nos pais, que se sobrevivesse ela mesma iria procurá-los e trazê-los de volta, ela queria fazer isso, iria fazer bem a ela.

- Oh professora McGonagall, eu agradeço muito sua preocupação, sei que a senhora quer ajudar e faria isso de bom grado, mas... – A garota hesitou, teve medo de parecer rude – é que eu gostaria de ir pessoalmente buscar meus pais.

- Claro querida – a professora sorriu compreensiva – eu ate já esperava uma resposta assim, só fiz a proposta pensando na sua comodidade e tendo em vista tudo que já passou nos últimos meses quis arranjar um modo de ajudar.

- E eu fico muito grata – Hermione acrescentou. Ela sabia que a professora tinha as melhores intenções e que tinha entendido seu lado.

- Agora vá descansar, a senhorita teve um dia longo, ou melhor, um ano longo, não é mesmo? – McGonagall falou levantando-se. Hermione também ficou de pé.

- Até mais tarde professora. Procure descansar também. – Hermione sorriu gentilmente pra professora.

- Oh sim querida, vou tentar.

E assim Hermione saiu da pequena sala, entrando no Grande Salão em direção ao saguão, ainda pensando em como irá para a Austrália buscar seus pais. Ela sabia que não poderia ir imediatamente, afinal ela ainda tinha suas obrigações de amiga a cumprir e sabia que seus pais não corriam mais nenhum risco. Seus amigos precisavam mais dela no momento. Harry precisava dela, provavelmente estava se sentindo péssimo por essas horas, se sentindo culpado por todas as tragédias e também tinha Rony, que acabara de perder um irmão, ela não podia deixá-los agora. E foi assim, perdida em pensamentos que ela chegou à escadaria de mármore, ou o que restou delas.

Seu coração deu um pulo, ao levantar o rosto e ver certo ruivo, sentado nos degraus, com a cabeça apoiada nos joelhos. Hermione tentou aproximar-se sem fazer barulho, mas quando subiu o primeiro degrau Rony percebeu sua presença e levantou a cabeça. Hermione sentou-se ao seu lado.

- Ron – ela passou a mão suavemente no rosto do garoto enxugando uma única lagrima que caía. Ele pegou a mãe da garota, tirou de seu rosto e apoiou em sua perna, ainda a segurando.

Rony não falava há horas, não conseguia nem encarar ninguém diretamente, suas expressões não demonstravam nada, era como se ele tivesse sob o efeito de uma maldição. Desde que vira seu irmão morrer, algumas horas atrás, que ele tinha ficado assim. Hermione não tinha saído do seu lado um só segundo desde então e estava sendo muito difícil pra ela ver o amigo daquele jeito.

- Por que você não esta lá em cima descansando, com Harry e Gina? – Hermione perguntou baixinho olhando para o rapaz, que encarava suas mãos ainda unidas.

- Eu... ér... tava esperando... te esperando! – Rony falou finalmente, com uma voz rouca devido ao muito tempo sem falar. Agora ele encarava a garota.

Hermione olhou nos olhos do garoto tentando entender o que se passava na cabeça dele naquele momento. Ele provavelmente não quis acompanhar Harry e Gina porque se sentiu um pouco excluído, pois agora eles tinham um ao outro. Ron poderia ter ido direto pra cama, mas não, ele estava ali, esperando por ela.

- Ron, não precisava esperar, sei que você esta exausto, querendo descansar e... bem, obrigada. – Ela sorriu gentilmente.

- E então? O que a McGonagall queria? – Ron perguntou, tentando mudar um pouco de assunto.

- Hum... Falar sobre meus pais. - Hermione mirou seus pés – Ofereceu ajuda para ir buscá-los na Austrália.

- Isso é bom, não é? – Rony parecia mesmo querer conversar e tinha finalmente conseguido sair daquele comportamento que já estava começando a assustar Hermione – Vai te ajudar e ainda poupar outra preocupação. – Ele analisou o semblante da garota e percebeu algo errado. – Mas porque não te acho mais relaxada?

- Bom, é que eu não aceitei a ajuda. Eu quero fazer isso pessoalmente sabe, significa muito pra mim. Sei o quanto sofri para apagar as lembranças deles e eu mesma desfazer os feitiços vai ser como um recomeço, entende? – Hermione olhava nos olhos do garoto. Rony afirmou com a cabeça e continuou encarando os olhos castanhos da garota.

Rony ainda segurava a mão de Hermione e com a mão livre acariciou o rosto dela. O toque fez Hermione estremecer e ela não pode deixar de lembrar-se do que aconteceu algumas horas atrás. Em um ato de extrema coragem, ou desespero talvez, ela havia o beijado. A garota já tinha certeza de seus sentimentos por Rony fazia alguns anos, mas o medo de que um dos dois pudesse morrer fez com que esse amor gritasse dentro dela, ela achava que era sua última oportunidade, mas felizmente eles estavam vivos, Rony estava vivo e a encarando nesse exato momento.

- Você pode contar comigo viu? – Rony falou, com um sorriso confortante nos lábios.

- E você também Ron, sempre! – Hermione respondeu, feliz em saber que mesmo com tantos problemas, Rony ainda se preocupava com ela.

Rony soltou a mão que ainda segurava a de Hermione e passou o braço em volta dos ombros dela, ela encostou a cabeça em seu peito e ficaram assim não se sabe ao certo por quanto tempo, sentindo o conforto um do outro. O silencio foi quebrado pelo bocejo de Ron.

- É melhor subirmos pra descansar, você está exausto e eu também. – Hermione falou, se endireitando no degrau.

- É, você tem razão, vamos subir. – Rony tirou o braço que envolvia Hermione e levantou, Hermione também ficou de pé e ambos começaram a subir as escadas em direção a torre da grifinória.

 

N.A: Será que alguem leu?
ooooiii ? *eco*
Então né, se tiver alguem lendo isso quero primeiramente agradecer pela paciencia de ler :D voce poderia estar fazendo qualquer outra coisa, mas não, voce esta aqui lendo o primeiro capitulo, da minha primeira fic publicada *-* Primeiro capitulo este, que devo adimitir, foi reduzido pois foi tranformado em dois. 
 É isso, como ja falei é minha primeira fic publicada, não sei se vai agradar, mas pretendo continuá-la ate o fim, ou pelo menos ate o dia que eu achar que ainda tem algum lendo :D 
Se voce leu, comenta por favoor, preciso saber sua opinão. Pode ser pra dizer que ta bom, que ta ruim,  que gostou, que não gostou .. tanto faz! mas eu preciso saber se alguem ta ta companhando ou se sou um fracasso nessa historia de fic's =/

Obrigada mais uma vez por ler ate aqui, não vou demorar pra postar o capitulo dois ;D 
Beijinhos ;*
Luu 

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