Capítulo 3
No capítulo passado...
Harry acenou e se despediu do Diretor, descendo as escadas rapidamente, encontrando Lily e Tiago sentados um de cada lado do corredor, ela com uma carranca e ele com um sorriso.
— Então? O que acham de me mostrar o Castelo agora? — Harry perguntou.
*.*♥*.*
Capítulo 3
— E então, pode nos dizer de onde você veio? — perguntou Tiago, assim que Harry saiu fechou a boca.
— Vão me mostrar o castelo? Eu conto durante o percurso. — retrucou o garoto.
— Tá bem, tá bem. Por onde você quer começar? — perguntou o Potter do passado, em tom desinteressado.
— Potter, se ele soubesse não pediria ajuda, não acha? — respondeu Lílian, em tom irônico.
— O que eu acho, é que você está muito amiga do Sirius, isso sim. — respondeu o garoto, emburrado.
— Ora, o Sirius é um bom amigo. — respondeu a garota, dando de ombros.
— Vai me largar pra ficar com Sirius?! — Tiago parecia abismado com tal possibilidade.
— Eu nunca tive nada com você. — respondeu a ruiva.
— Mas vai ter. No futuro, sabe, você ainda vai dizer que me ama. E vai implorar pelo meu amor! — respondia o maroto, com um brilho sonhador nos olhos.
— Vamos indo ou vocês vão ficar discutindo a relação agora? — perguntou Harry.
— Que relação? Eu não tenho relação nenhuma com esse daí! — a ruiva disse.
— Eu sei que você me ama, Lily... Basta você assumir isso, porque todo mundo sabe. — Tiago disse, o tom sério com que o maroto proferiu aquelas palavras, fizeram a garota corar e desviar o assunto no mesmo instante:
— Bom... — começou a garota. — Estamos no sétimo andar, e você já viu a sala do diretor e a sala comunal da grifinória... Pode ser a sala de Adivinhação? — perguntou.
— Claro... Mas não está em horário de aula? — perguntou Harry, tentando parecer curioso e confuso, ele já sabia dos horários.
— Na verdade, não. As aulas já acabaram faz um tempinho, logo, logo, vai ter o jantar. — respondeu a garota, Tiago apenas se manteve calado, olhando para um ponto fixo na parede, como se esta fosse muito interessante.
♥.♥
— O que foi isso? — perguntou Lílian, ao ouvir um som estranho, parecido com um ronronar.
— Eu diria que era um elefante... Mas não acho que tenha um por aqui. — murmurou Harry, em tom curioso.
— Não, não tem. É o meu estômago. — Tiago respondeu, dando de ombros, com a mão tocando a barriga.
— O seu estômago? — perguntou Lílian, sem acreditar muito bem no que o garoto falara.
— É. Eu estou com fome, ora. Passamos um bom tempo mostrando o castelo pro Harry, que, aliás, ainda não contou a história dele... — comentou Tiago.
— Eu já disse que prefiro contar quando estiver todo mundo junto, de que adianta contar agora se eu for ter que repetir a história toda novamente? — explicou o garoto, mas Tiago ignorou o comentário do novo amigo, terminando o que antes começara a falar:
—... E o jantar já deve ter começado. Eu só quero comer, poxa! Estou morrendo de fome.
— Tudo bem, então. Vamos jantar, vocês terminam de me mostrar a escola depois. — murmurou Harry.
O trio seguiu em direção ao andar térreo. Quando finalmente chegaram ao salão principal, encaminharam-se para a mesa da grifinória, sentando-se ao lado de seus amigos. Tiago rapidamente sentou-se ao lado de Remo, pois Marlene já havia sentado ao lado de Sirius. Harry sentou-se ao lado de Tiago, e de frente para Lílian, que estava ao lado de Marlene.
— A conversa com o Tio Dummby foi longa, hein? — comentou Sirius, em ironia.
— Nem foi. É que fomos mostrar a escola para o Harry. — murmurou Tiago em resposta, olhando fixamente as comidas à sua frente, colocando um pouco de cada em seu prato.
— Mas o gordo aí, — continuou Lily, referindo-se a Tiago. — disse que estava com fome e reclamou que não comia nada faz tempo. Então a gente veio pra cá.
— Você não diria isso se visse o Ti sem camisa. — comentou Marlene.
— Como é?! — exclamou Sirius, abismado, olhando para a garota ao seu lado. — Você já viu o Pontas sem camisa?! Marlene McKinnon, que história é essa?!
— Não deve ser grande coisa. — comentou a ruiva, fazendo descaso do assunto, fazendo boa parte das garotas a olharem com incredulidade.
— Ah, é? Você acha? — comentou Tiago, em tom um pouco deprimido.
— Sim. — a ruiva sorriu.
— Ela nunca viu, Ti. — disse Marlene.
Tiago sorriu maroto ao dizer:
— Então vou mostrar a você, Lily, que eu não sou gordo, e que meu físico é sim grande coisa.
O maroto levantou do local onde estava sentado, retirou a capa de Hogwarts que usava e colocou-a em cima do banco da mesa da grifinória. E para a felicidade de várias garotas da escola de bruxaria; o maroto retirou a camisa, revelando o resultado de anos de jogos de quadribol.
Lílian olhou fixamente para o físico do garoto, era impossível não olhar. Corou instantaneamente e tentou desviar o olhar; mas Marlene a forçou, com a mão, a olhar para o garoto a sua frente.
— E então Lily? — perguntou Tiago, sorrindo abertamente para a garota.
— Acho melhor recolocar a camisa, Tia-,digo, Potter. — murmurou a garota, ainda corada.
— Com ciúmes, Lils? — perguntou Sirius. Harry apenas sorria de toda a situação e da reação da ruiva.
— Mas é claro... — mas a ruiva não terminou de falar, pois o maroto Potter a interrompeu.
— Ela não precisa ter ciúmes, Almofadinhas. — disse Tiago.
— Isso mesmo. — concordou a ruiva.
— Ela sabe que eu sou só dela e que tem tudo isso quando quiser. — terminou o maroto, recolocando a camisa e capa, em seguida, sentando-se de volta no lugar em que antes se encontrava.
— Eu só quero saber quando foi que você viu o Pontas sem camisa, Marlene. — comentou Sirius, olhando fixamente para Marlene, um tanto quanto sério.
— Ué, não é óbvio? Eu saí com o Tiago no quarto ano... E o resto já se pode imaginar... E não me chame de Marlene! É McKinnon pra você, Cachorrinho. — a garota respondeu.
Sirius arregalou os olhos, Remo e Pedro gargalharam, Harry olhou chocado para Tiago, que ficou estranhamente encabulado, enquanto Lily apenas lançava um olhar de decepção. Marlene olhou para Tiago, e em seguida para Lily.
— Hey, Tiaguinho lindo e gostoso do meu coração, relaxa, a Lils já sabia. Eu contei pra ela assim que cheguei ao dormitório, aquele dia — disse a morena. — E, novato, qual é mesmo seu nome?
— Sou Harry. — o moreno sorriu. — Será que dá para conversarmos todos depois? Assim eu já explico toda a história.
Os Marotos, Lily e Lene assentiram, e o Diretor se levantou de seu lugar, silenciando todas as conversas.
— Boa noite a todos! — disse Dumbledore com seu costumeiro sorriso. — Desculpem interromper este maravilhoso jantar, mas tenho um breve comunicado a fazer. Como alguns alunos já devem ter percebido, temos um novo ocupante na mesa da Grifinória. Seu nome é Harry Potter, e ele veio transferido de Durmstrang, para cursar o sétimo ano.
Um burburinho se instaurou do salão tanto pela notícia quanto pelo sobrenome do rapaz.
— Sinto informar, senhor Potter, — continuou Dumbledore quando o silêncio se fez presente mais uma vez — que os pertences que o senhor esperava se extraviaram, então deverá conseguir algumas vestes emprestadas com seus companheiros de dormitório até encomendarmos outras. — o velho deu uma piscadela para o rapaz, e Harry suspirou, fingindo decepção, sentindo suas bochechas arderem. — Aproveitem o resto do jantar. — e então o diretor voltou ao seu lugar na grande mesa dos professores.
Novamente se fez presente o burburinho por todo o salão principal. Na mesa da grifinória, Tiago Potter perguntou espantado para Harry:
— Desde quando você é meu parente?!
— É, desde quando você é parente do Tiago? — Sirius parecia ter esquecido o que Marlene havia falado, e agora olhava fixamente para Harry com um olhar desconfiado.
— Desde que eu nasci?! — perguntou Harry sarcasticamente, rindo internamente com o fato de que, naquele tempo, ele ainda não nascera.
— É. Ele realmente é parente do Pontas. — murmurou Remo, percebendo o tom usado pelo “novo” Potter.
— Como ele pode ser meu parente se eu não o conheço?! — perguntou Tiago em tom confuso.
— E eu que pensei que você fosse legal, Harry. — murmurou Lílian, balançando a cabeça negativamente e soltando um suspiro.
— Explico depois — sorriu Harry, para Tiago. E em seguida, murmurou para Lílian. — Nem todos são iguais, Lily. — e piscou o olho direito para a ruiva e rindo em seguida.
— Ei, você pode ser meu parente, mas não é por isso que vou deixar você dar em cima da minha Lily. — reclamou Tiago, indignado, enquanto apontava para si mesmo.
— Cara, e eu pensei que ele estava do lado do Pontas. — murmurou Sirius, baixo, para Remo, que deu uma leve risada.
— Mas quem vai emprestar as vestes pro Harry, por enquanto? — perguntou Marlene, desviando o assunto.
Os marotos lançaram olhares uns pros outros, como quem dizia “Vai você, eu não!”. Lílian, vendo o que estava acontecendo, interferiu:
— Vocês são todos uns insensíveis! O garoto é novo, do dormitório de vocês, e seu parente, Tiago! — e rapidamente, ao perceber o que havia dito, a garota tapou a boca, com os olhos arregalados.
— Você... Você me chamou de Tiago! — exclamou o maroto, sorrindo e ao mesmo tempo assustado e surpreso.
— Ah, Merlin, Lenita você está me devendo um beijo! — festejou Sirius, e, sob o olhar confuso de muitos, explicou. — Pensa que eu esqueci a aposta, Lenezinha?
— Oh, Merlin... Onde eu estava com a cabeça quando fui apostar com o Cachorro? — perguntou-se Marlene.
— Você... Me-me... Chamou de Tiago! — o garoto parecia maravilhado, com o que ouviu.
— Fo-foi? Eu queria dizer Potter. — a ruiva sorriu, sem jeito. — O Har-Harry, me confundiu. — sorriu.
— Eu? — Harry arqueou uma sobrancelha, confuso.
— Ele? — perguntou Tiago, sem acreditar na resposta da garota.
— O que o Harry tem haver com o Tiago? — perguntou Pedro, pronunciando-se pela primeira vez na conversa.
— A-ah... É qu-que... — a garota parecia procurar uma desculpa. E então, com firmeza, murmurou. — Os dois são Potter! Eu me confundi. — deu de ombros.
— Isso não faz sentido. — murmurou Sirius. — Arrume uma desculpa melhor, Lils. Sei que você é capaz. — e lançou uma piscadela para a ruiva, gargalhando em seguida.
— Ah, não enche, Six! — resmungou a ruiva, enquanto Tiago mantinha um olhar sonhador estampado no rosto, e Harry observava tudo divertido. — E quer saber? Eu vou voltar para o meu dormitório, já estou cheia! — e levantou-se rapidamente, saindo do grande salão em seguida.
Sirius levantou uma sobrancelha, rindo, enquanto perguntava:
— Eu disse algo errado?
— É minha chance! — Tiago respondeu, sorrindo, levantou-se e saiu do salão, caminhando pelos corredores do castelo, em busca de uma cabeleira ruiva.
♥.♥
A ruiva caminhava pelos corredores, em direção ao salão comunal da grifinória. Entretanto, sentiu uma mão segurar-lhe o braço, virando-a. E então, encarou aqueles olhos avelãs que a deixavam completamente tonta, com as pernas bambas, e aquela boca que fazia seu coração acelerar, com vontade de beijá-la.
— Potter? — perguntou a ruiva, assim que recobrou a consciência. — O que faz aqui? Não devia estar no salão, com seus amigos?
— Ora, Lils. Vamos parar com isso, sabe que não precisa me chamar de Potter. — murmurou o rapaz, fitando seriamente os orbes verdes da garota.
Os rostos se aproximaram, os olhos se encaravam profundamente, as respirações já eram sentidas por ambos. O rapaz retirou a mão do braço da garota e passou por volta da cintura dela, trazendo-a para perto de si. Pousou a outra mão na lateral do rosto da ruiva, puxando-o para perto de si.
E então os lábios se encontraram. No começo apenas um selinho, logo depois a língua do rapaz pediu passagem, e a garota cedeu de imediato. As línguas faziam uma dança íntima, apaixonante.
As mãos da garota passeavam pelos cabelos desalinhados do maroto. A mão dele que estava na cintura da ruiva, acariciava levemente a pele alva da garota por de baixo da blusa do uniforme feminino de Hogwarts.
Mas a garota o empurrou, separando os lábios. E com a respiração ofegante e o semblante confuso, ele perguntou:
— Por quê?
Com os olhos molhados pelas lágrimas que começavam a surgir, ela respondeu:
— Eu não posso, Potter. — e saiu, deixando-o sozinho naquele frio corredor, tentando entender o que a garota quis dizer com aquelas palavras.
♥.♥
Sirius abriu a porta do dormitório dos marotos, com Harry, Remo e Pedro em seu encalço. Entrou e olhou por todos os lados do grande quarto. E quando avistou o que queria ver, exclamou:
— Eu sabia que ele estava aqui! — apontou para um emaranhado de lençóis em uma cama, com as cortinas fechadas pela metade.
— Como você sabe que aquilo é ele? — perguntou Harry.
— Ninguém se atreveria a deitar na cama dele. — Remo deu de ombros.
E então os garotos caminharam até a cama do rapaz, Sirius sentou na cama ao lado, junto com os outros três. E com um cuidado desconhecido pelos outros, retirou os lençóis com cuidado, deixando visíveis os olhos vermelhos e inchados de Tiago Potter.
— Tiago? — perguntou um cuidadoso Sirius.
— Eu. — Tiago murmurou, em sussurro quase inaudível.
— O que houve com ela? — perguntou Sirius, novamente. Os outros apenas observavam a cena, espantados por ver Sirius tão sério e conselheiro.
— Aconteceu novamente, Sirius. — murmurou Tiago, com as lágrimas voltando a invadir seus olhos.
Flash Back ON
Os dois adolescentes caminhavam pelos corredores, fazendo a sua última ronda da semana. Andavam lado a lado, sem trocar palavras. Ele a olhava, com amor.
Aquela era a garota que tanto lhe ofuscava, que fazia seu coração acelerar toda vez que a via. Suspirou, ela não o amava. Os olhos dela o encaravam com repudia, parecia querer terminar logo e se afastar imediatamente dele.
Mas ele insistia, insistia todos os anos. Porém estava se cansando daquilo. Ele mudara por ela e ela nem ao menos percebera. Ele havia se tornado “responsável” e ela ainda o via como o garoto “exibido e idiota”.
Ela não parecia notar as mudanças dele, para ela, ele seria apenas o mesmo irritante de sempre. E isso o magoava profundamente.
...
Estavam no final da ronda, ela caminhava para o salão comunal de sua casa, mas ele a puxou, prensando-a na parede do corredor.
Os olhos se encaram, fixamente, nem um dos dois desviou o olhar. E então os lábios se encontraram. As sensações que ambos sentiam eram indescritíveis, pareciam que não havia jeito melhor de ser feliz.
Mas então ela o empurrou. Ele a olhou confuso e ela apenas respondeu:
— Sinto muito, não dá. Eu sou a Evans e você é o Potter, o irritante. Não dá. Nunca vai dar certo entre nós. — e então a garota correu para longe do corredor escuro, deixando-o desolado ali.
Ele sentou no chão gélido, e apoiou-se na parede. As lágrimas desciam por seu rosto, incontroláveis. Perguntava-se porque ela não parecia notar que ele mudara. Eles se beijavam, ela correspondia, porém logo o afastava.
Parecia querer brincar com seus sentimentos.
Flash Back OFF
O garoto Black soltou um longo e pesado suspiro. Levantou-se da cama onde estava sentado e deitou-se na do amigo, abraçando-o, enquanto o maroto Potter chorava em seu peito.
— Prometo que isso não vai mais acontecer, Tiago. — e era verdade.
Eram melhores amigos, não precisavam ser entendidos. Aquele momento lembrado por ambos era um segredo que apenas eles e Lílian tinham consciência. Ele abraçou mais forte o amigo, deixando-o soluçar e as lágrimas molharem seu uniforme.
E naquela hora, Sirius Black não ligou para sua aparência nem para as milhares de pessoas que poderia entrar naquele dormitório e olhar aquela cena de chama-los de Gays. De qualquer forma ele azararia a pessoa.
Aquele era Tiago Potter, seu melhor amigo e seu irmão. O garoto dos Potter era como um verdadeiro irmão para si. Seus amigos eram sua única e verdadeira família, odiava vê-los naquela situação. Prometeu a si mesmo que não deixaria que isso acontecesse novamente.
Comentários (2)
Nossa, eu ri muito com a cena no salão principal quando o Tiago tira a camisa, kkkk, gostaria de estar lá numa hora dessas,kkk. Mas, por outro lado, fiquei muito sensibilizada quando o encontraram chorando no dormitório, que triste.Você escreve muito bem, beijoos
2012-05-17Que lindo o Tiago e o Sirius T.T Em todas as fics que leio tem sempre uma cena assim, demonstrando o quanto os dois se amam como irmãos. Acho muito lindo isso <3
2011-09-09