Defesa Contra Artes das Trevas
Acordei no dia seguinte sabendo que alguma coisa estava diferente, só não conseguia descobrir o que era. Abri o cortinado e olhei para a Katelyn do meu lado e lembrei. Não havia falado com ela desde o jantar. E isso era quase impossível, porque eu e a Katelyn somos as pessoas mais unidas do mundo.
-Katelyn – falei acordando-a – acorda, já tá na hora.
-Peraí, Rose – ela respondeu se virando – hoje é sábado.
-Não, Katelyn – falei – hoje ainda é quarta, por isso você tem que acordar.
-Você tá mentindo – ela falou sonolenta.
-Então, tudo bem – falei indo para o banheiro – se você se atrasar a culpa não é minha.
-Calma, Rose – a Katelyn falou se levantando – já tô levantando.
-Eu estava calma – falei indo até a cama da Laylla. Não sei porque, mas estava com vontade de ficar com ela do que com a Katelyn – Lay, acorda, já é de manhã.
-Quem está aí? – a Laylla gritou acordando, dando um pulo da cama, pegando a varinha e acordando a Jessica e a Hailey que normalmente só acordavam vinte minutos depois.
-Calma, Lay – falei – está tudo bem, sou eu, Rose.
A Laylla pareceu ficar bem mais aliviada, porque ela colocou a varinha na mesinha de cabeceira e voltou a dormir.
-Lay, nós temos aula agora – falei.
-Eu sei – ela falou.
-Você precisa levantar – falei.
-Não, não preciso – ela falou.
-Você vai se atrasar – falei.
-Eu sempre me acordo tarde, me visto bem rápido e não me atraso – ela falou se levantando – mas hoje eu quero ver como é acordar cedo.
Eu fui até o banheiro e comecei a escovar os dentes seguida pela Laylla.
Enquanto eu estava me vestindo, a Katelyn sussurrou: “Preciso falar com você”.
-Fala agora – falei. A Katelyn apontou para as outras meninas com a cabeça.
-Qual a aula agora? – perguntei.
-Defesa Contra as Artes Das Trevas - a Jessica respondeu.
Olhei para a Laylla, ela estava se vestindo lentamente. Terminei de me vestir rapidamente, sussurrei pra Katelyn: “vai rápido, te encontro na poltrona velha”, e sai correndo do dormitório. Desci para a Sala Comunal, sentei nas poltronas velhas no fundo da sala e fiquei esperando a Katelyn. Ela desceu e se sentou do meu lado.
-Oi, Rose – ela falou – preciso te contar uma coisa.
-Conta – falei pouco entusiasmada.
-Ontem, eu tava com o Al e foi tão legal! A gente se divertiu, ele me contou tudo que fez nas férias – a Katelyn falou tão animada que eu quase não entendi – a sua família é tão legal, Rose, ele contou as coisas engraçadas e malucas que ele, você, seu irmão, seus primos, seus tios já fizeram. Eu quase não conseguia parar de rir, e eu nem fiz os trabalhos de Transfiguração e Runas Antigas, nem tive tempo de terminar o de Poções...
-Kate! – falei interrompendo-a.
-O que? – ela falou.
-Oi, amiga Rose – a Laylla falou aparecendo lá do nada.
-Oi, Laylla – eu e a Katelyn falamos.
-Do que vocês estão falando? – a Laylla perguntou.
-A Rose disse que achava que não ia ter bacon hoje – a Katelyn falou e a Laylla deu um grito. Ela adorava bacon – mas eu disse que ia ter.
A Laylla deu um suspiro de alívio e depois disse:
-Eu vou logo comer antes que acabe – e então ela saiu.
-Continuando... – a Katelyn falou.
-Kate! – falei interrompendo-a de novo – é melhor irmos logo para o Salão Principal. Não deve ser bom se atrasar para a primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. O Prof. Jownitz não é o professor mais legal do mundo.
Então eu a Katelyn fomos andando para o Salão Principal enquanto ela me contava tudo que o Al tinha falado no dia anterior. Ela continuou falando enquanto comíamos até que o Albus apareceu.
-Oi, Rose, oi Kate – ele falou.
-Oi, Al – eu e a Katelyn respondemos.
-Como foi sua noite, Rose? – o Albus perguntou e depois deu uma risadinha com a Katelyn.
-Pelo menos eu terminei todos os trabalhos – falei.
-Quem liga para os trabalhos? – a Katelyn falou. Alguma coisa estranha havia acontecido com ela. Normalmente a Katelyn não liga muito para os trabalhos, mas sempre se importa em mantê-los em dia. O Al só ficou em pé calado e um pequeno silêncio aconteceu.
-Ei, Al – o Gabe gritou chamando o Albus quebrando o silêncio – vem ver o que o Logan fez.
-Tchau – o Al falou e saiu atrás do Gabe.
-Como assim “quem liga para os trabalhos”? – perguntei pra Katelyn.
-É que o Al acha que eu não ligo para os deveres – ela falou.
-Mas vocês se conhecem desde o primeiro ano – falei – ele já lhe conhece bem.
-Não importa – a Katelyn falou – prefiro ficar com ele do que fazer os trabalhos.
-Tudo bem, é melhor irmos pra aula – falei bebendo o resto do leite que havia no copo – Laylla, você vem?
A Katelyn me olhou com cara feia, como se quisesse que a Laylla não fosse. Eu dei de ombros.
-Acho que prefiro ficar aqui – a Laylla respondeu – não sei se ainda vai ter bacon amanhã, tenho que aproveitar e comer o máximo que posso.
E então eu e a Katelyn começamos a andar em direção a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Chegamos na sala e nos sentamos atrás, porque a Katelyn disse que precisava conversar comigo.
-Olá Alunos – o Professor Jownitz falou – bem vindos à primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas do semestre. O terceiro ano é o que eu mais gosto de ensinar, e espero que seja também o que vocês mais gostem de aprender – ele deu uma risadinha, mas a turma inteira ficou calada, exceto pela Katelyn.
-Ele falou o mesmo no ano passado e no anterior – ela sussurrou.
-Dá um tempo, Kate – falei – deixa ele dar a aula.
E então o Prof. Jownitz começou a explicar tudo que aprenderíamos naquele ano.
-Rose – a Katelyn sussurrou – preciso da sua ajuda.
-Pra que? – perguntei.
-Porque eu acho que o Al só gosta e mim como amiga – ela falou.
-Mas ele falou pra mim que gostava mais do que como amiga – falei.
-Eu sei – ela falou – vou perguntar pro Daniel ou pro Jake hoje se o Al falou alguma coisa pra eles.
-Boa ideia – falei.
-E quanto a você e o Scorpius – a Katelyn falou sorridente.
-Ah, Kate – falei – deixa pra lá.
-De jeito nenhum – ela falou determinada – vocês vão ficar juntos. Nem que seja só no 7º ano.
-Eu iria preferir se fosse possível no 3º, muito obrigada – falei.
-Ah, Rose – a Katelyn falou – JÁ SEI!
-Senhoritas – o Prof. Jownitz falou – silêncio, por favor. E prestem atenção – então ele voltou a escrever na lousa e a explicar.
-Já sabe o que, Kate? – falei.
-Como vocês ficarem juntos – ela falou com um sorriso.
-Então me conte – falei. Eu sabia que não seria boa coisa, mais vindo da Katelyn, devia ser engraçado.
-Primeiro, a gente precisa de sangue de dragão, de 3 vassouras velhas, um bacon e uma pessoa que tenha medo de altura – ela falou e eu comecei a rir.
-Eu iria preferir se fosse possível, outra ideia, muito obrigada – falei.
-Pára de falar isso – a Katelyn falou – e eu tenho sim, outra ideia, se você estivesse interessada em ouvir.
-Eu estou interessada em ouvir – falei tirando onda da Katelyn – se fosse possível, senhorita, eu gostaria nesse momento, se não fosse possível senhora, desculpe, senhorita, você poderia me dizer em outro momento menos incomodo...
-Pára, Rose – a Katelyn falou irritada e eu comecei a rir. A cara da Katelyn quando ela ficava irritada é muito engraçada.
-Senhoritas – o Prof. Jownitz falou – fiquem quietas, por favor. Mas um barulhinho vindo das duas e eu tiro pontos da Gryffindor.
Imediatamente, vi a Katelyn pegando um pedaço de pergaminho, escrevendo e me passando pra eu ler.
“K: Ainda quer saber a minha ideia?”
Peguei o pergaminho e respondi.
“R: Claro, por que não?”
Passei para Katelyn, que escreveu e passou pra mim.
K: Lembra que você e o Scorpius marcaram de estudar na biblioteca no sábado?
R: Lembro.
K: Pronto.
R: PRONTO O QUE, CRIATURA?
K: Essa foi a minha ideia.
R: ISSO NÃO FOI UMA IDEIA. ISSO É UM FATO.
K: Eu tive uma ideia agora. Quer saber?
R: Envolve dragões, vassouras, poções, unicórnios ou sereias?
K: Envolve poções parcialmente.
R: Fale.
K: Você vai estudar POÇÕES com ele, aí quando vocês tiverem estudando, aí tu chama ele pra dar uma voltinha, aí tu sequestra ele pra Rússia, e lá na Rússia vocês se casam e vivem felizes para sempre!
R: KATELYN!
K: Tá bom, parei. Depois de umas duas horas estudando, tu diz que tá cansada e chama ele pra dar uma volta e descansar.
R: Eu já tinha isso em mente.
E do nada eu e a Katelyn começamos a rir e sem querer, eu caí da carteira fazendo um barulhão.
-Senhoritas – o Prof. Jownitz falou – infelizmente terei que tirar 5 pontos da Gryffindor pela sua conversa.
-Mas Professor – a Katelyn falou – você disse que ia tirar pontos se fizéssemos barulhinho, e nós não fizemos.
-Sim, vocês fizeram – ele falou.
-Você disse “barulhinho”, e nós fizemos um barulhão – a Katelyn falou seriamente e toda a turma riu.
-Tem razão – ele falou – então as duas estarão de detenção essa noite.
-Mas Professor... – a Katelyn falou.
-Sem “mas” – ele falou severo – se as duas continuarem a conversar, serão mais noites com detenção. Quando a aula acabar quero que venham ter uma conversinha comigo.
No mesmo instante, o sinal tocou. Eu e a Katelyn fomos até a mesa dele.
-Do que as senhoritas estavam conversando? – o Prof. Jownitz perguntou – eu vi que estavam escrevendo em um pergaminho.
-Estávamos conversando sobre assuntos particulares – a Katelyn falou – assunto entre amigas.
Era incrível como a Katelyn tinha coragem de falar daquela maneira com os professores. Se eu estivesse sozinha, já teria começado a chorar.
-Então quer dizer que as senhoritas não querem me contar? – ele perguntou.
-Exatamente – a Katelyn falou.
-Terei que dar mais uma noite de detenção para as duas – ele falou.
-Isso seria injusto – a Katelyn falou – você não tem direito de ficar sabendo o que nós conversamos. Se estivéssemos na Sala Comunal e você chegasse lá perguntando sobre o que nós estávamos falando, não iríamos dizer, porque é particular.
-Mas vocês estão na MINHA sala, não na Sala Comunal – ele falou.
-Por isso apenas uma noite de detenção é suficiente – a Katelyn falou – se não se importa estamos atrasadas. Vemos você hoje às 18:00. Até logo.
Então a Katelyn me puxou e nós saímos da sala.
N/A: Gostaram?? Eu sei que demorei a postar, é que eu tava em semana de prova no colégio. Por favor, COMENTEM!! Se tiverem críticas, sugestões, aceito tudo!
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