Divórcio... de novo?
Just a Little Crazy - um momento rotineiro
Rose e Hugo haviam acabado de chegar em casa acompanhados pelos avós. Estavam ali para passar o Natal e seus pais não puderam ir buscá-los, pois ambos estavam voltando de viagem. Hermione e Rony tinham ido visitar Paris, como sempre faziam depois de saírem de mais um quase-divórcio.
As crianças se despediram dos avós e entraram em casa, sendo recebidos calorosamente por Nancy, a governanta da casa. A mulher abraçou os filhos de seus patrões.
- Como vai, Rose? - perguntou, pegando as malas da garota.
- Muito bem, e a senhora? - respondeu a garota, sorrindo com afeição para a mulher.
- Estou ótima. E você, Hugo? - disse, se dirigindo ao garoto.
- Muito bem, Nancy. - respondeu sorridente.
A governanta pegou as malas e começou a carregá-las escada a cima, para os quartos, com Rose e Hugo em seus calcanhares.
- Papai e mamãe chegam hoje? - perguntou Rose.
- Ah, sim, Rose. Chegarão em tempo para jantar. - respondeu a senhora.
Os três chegaram ao quarto de Rose, onde foi deixada sua mala e sua coruja. Logo depois, se dirigiram ao quarto de Hugo onde fizeram a mesma coisa. Todos desceram para a sala.
Hugo se jogou no sofá, enquanto Nancy se sentava em sua poltrona, em frente à lareira. Rose se acomodou no chão, encostando as costas na mesinha de centro e ficando de frente para sofá onde estava o irmão. Foi Hugo quem falou primeiro:
- Então, Nancy, qual foi o motivo do divórcio desta vez? - perguntou.
A governanta suspirou, cansada antes de responder:
- Um besteira, como sempre. - ela começou. - Era aniversário de casamento deles, e o pai de vocês se esqueceu totalmente da data. A Sra. Hermione ficou furiosa e eles começaram uma briga no meio da sala. O Sr. Ronald dormiu no sofá nesta noite.
Rose levantou uma sobrancelha, incrédula com a história. Era muita falta de consideração do pai se esquecer, afinal, até a filha deles tinha lembrado e escreveu uma carta desejando os parabéns aos dois, assim como Hugo também havia feito. Mas isso não deixava de ser um motivo um tanto banal para uma separação.
- Foi só por isso?! - a garota exclamou.
- Claro que não. - Nancy continuou. - Como vocês sabem, o aniversário da Sra. Hermione é dois dias depois do aniversário de casamento.
- E o papai também esqueceu? - adivinhou Hugo.
- Na verdade, ele estava preparando uma surpresa por meu intermédio, mas antes que pudessemos lhe dar o presente, a Sra. Hermione apareceu com um advogado, alegando que não aguentava mais, que tinha um marido que não se importava com ela e que estava entrando com um pedido de divórcio. - Nancy revirou os olhos, deixando claro o quanto aquilo lhe parecia infantil. - O Sr. Ronald, orgulhoso, aceitou imediatamente e saiu de casa no mesmo dia.
- Ah! - exclamou Rose e Hugo ao mesmo tempo, desatando a rir logo em seguida. Seus pais pareciam mais adolescentes do que eles próprios.
Nancy riu junto com eles.
- Tenho que admitir que na hora em que ouvi a palavra "divórcio" sair da boca da Sra. Hermione não pude deixar de pensar: "De novo?". - contou.
- Está virando rotina, não é, Nancy? - perguntou Hugo.
- Correto, Hugo. - confirmou a governanta.
- Nem me fala. - reclamou Rose. - É a segunda vez este ano.
- Pelo menos eles não bateram o recorde do ano retrasado, ainda. Foram cinco vezes, se lembra, Rose? - comentou Hugo.
A garota gargalhou.
- É verdade.
- E como sempre, seus pais nunca chegaram a assinar os papéis. - continuou Nancy. - Quando os documentos chegaram aqui, a Sra. Hermione desabou a chorar no meu colo, se recusando a assinar. Dois dias depois, o Sr. Ronald bateu na porta com uma aparência horrível e quando a minha patroa o viu, se jogou nos braços dele. Encontrei os documentos rasgados queimando na lareira na noite em que o meu patrão voltou a morar aqui. Então viajaram, como sempre. - ela terminou a narrativa com um sorriso leve nos lábios.
Rose sorriu bobadamente.
- Eles não mudam, não é? - perguntou sem esperar resposta.
- Não. E nem poderiam se quisessem. Afinal, seus pais se amam, apesar de tudo. - respondeu a governanta.
- Desconfio que eles adoram se reconciliar. - disse Hugo, com um sorriso malicioso, esfregando as mãos.
- Tarado! - disse Rose batendo na cabeça do irmão.
- Olha só quem fala! - rebateu Hugo. - Não sou eu que fico me agarrando com Scorpius Malfoy pelos corredores de Hogwarts.
- Hugo Weasley! - ralhou Rose, ficando vermelha, não se sabe de raiva ou vergonha.
- Tudo bem, Rose, eu entendo o seu lado. Você tem quinze anos e esta com os hormonios à flor da pele. - disse Hugo, como se pedisse paz, antes que eles começassem a discutir.
- E você tem treze, mas já beijou mais garotas do que o papai! - retrucou a ruiva, cruzando os braços.
Nancy riu.
- Tudo bem, eu vou preparar o jantar, por que os meus patrões devem estar chegando. - disse e se levantou, indo em direção à cozinha.
Hugo se virou animado para Rose assim que a governanta desapareceu de vista.
- Aposto cinco galeões que eles vão chegar com um novo divórcio. - disse, sussurrando para que Nancy não pudesse ouvir.
- Aposto o dobro que eles vão chegar discutindo, mas o papai vai roubar um beijo dela, de modo que eles nem tenham tempo de ficarem chateados um com o outro. - disse Rose.
Hugo levantou as sobrancelhas.
- Está apostando alto. - observou.
Rose deu de ombros.
- Nunca deixe que o medo de perder, te impessa de jogar. - filosofou.
- Então está apostado.
Os irmãos trocaram um aperto de mão.
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Rony e Hermione estavam do lado de fora da casa, ambos enxarcados e vermelhos de raiva.
A mulher tinha o salto do sapato quebrado, o cabelo comprido e molhado estava colando no rosto, seus lábios tremiam de leve por causa do frio. No entanto, para Rony, ela estava ainda mais bonita.
- Eu não vou tolerar mais as suas canalhices! - berrava ela, apontando para o peito de Rony, as malas estavam esquecidas no chão.
- Eu não fiz nada! - ele negou.
- Não negue! Eu vi você aceitando as investidas daquela vadia! A tal da Jane! - continuou ela, cruzando os braços.
- Hermione, aquela "vadia" era uma aeromoça que estava nos atendendo no avião e o nome dela era Kate e não Jane. - Rony disse tentando manter a calma.
- Está vendo?! Você não tinha memória para se lembrar do nosso aniversário de casamento, mas para se lembrar do nome daquela loira, de olhos claros e saia curta, você usa todo o espaço do seu cerébro!
- A idéia de viajar de avião foi sua!
- Eu não pedi para você secar aquela vaca!
- Hermione, estávamos viajando para fazer as pazes. Eu queria ficar com você. Não vamos brigar agora.
O ruivo foi chegando perto da mulher, que tinha a respiração ofegante por estar brigando, e estendeu a mão para acariciar seu rosto, mas a morena retirou a mão dele de modo rude.
Hermione caminhou decidida até a casa, mancando por causa do salto quebrado e abriu a porta em um rompante com Rony em seu encalço.
Agora ambos estavam na sala, sob os olhares dos dois filhos.
- Eu não quero brigar agora. - disse Rony, segurando a mulher pelo braço.
- Você não parecia se importar com isso quando olhou para as pernas dela! - disse Hermione.
- Deixa de ciúmes! Você sabe perfeitamente que eu não faria isso!
- Ora, vamos! A mulher era linda e você é homem! Eu posso entender que ela tenha lhe chamado a atenção! - disse a morena, mas não parecia entender nada.
- Ela era bonita, sim. - começou Rony, fazendo Hermione fechar a cara e ele sorriu, malicioso. - Mas eu não usaria a palavra "linda".
- Ah, não?
- Não com você ali para comparar. - terminou Rony.
Hermione abriu a boca para contrariar, mas o marido calou-a, beijando a mulher calorosamente. A morena ainda tentou se soltar, mas ao sentir a parede atrás de si, se entregou, passando os braços ao redor do pescoço do ruivo.
Quando se soltaram, Hermione corou como uma adolescente e fingiu estar brava ao dizer:
- Ronald Weasley, como você me beija assim na frente das crianças? - ralhou, mas não pode deixar de sorrir no final da frase.
Rony suspirou ao perceber que estava perdoado.
- Eles superam. - disse antes de roubar um selinho dela. - Oi, pessoal. - disse aos filhos.
- Oi, pai. - disseram Rose e Hugo juntos.
- Eu e a mamãe não vamos mais nos separar. - contou um Rony animado, a felicidade transparecendo no rosto cheio de sardas.
- Acho que deu para perceber. - comentou Hugo, abraçando os pais e sendo seguido por Rose.
- Nancy! - chamou Hermione. A governanta apareceu afobada.
- Minha nossa! O que houve? - perguntou, pegando as malas dos patrões.
- Pegamos uma chuva de matar quando estávamos voltando. - esclareceu Hermione.
- Chuva? Nesta época do ano? - disse Nancy, descrente.
- Para você ver que não dá mais para confiar na meteorologia. - respondeu a mulher.
- Vamos tomar um banho e já descemos para jantar, Nancy. - avisou Rony, pegando a esposa pela mão e subindo as escadas com ela.
Quando os pais sumiram de vista, Rose olhou para Hugo e sussurrou para ele:
- Você está me devendo dez galeões.
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N/A: eita, essa fic ficou estilo "coisa-de-quem-não-tem-o-que-fazer". Mas eu não controlo a minha inspiração. Ela simplesmente decide se as idéias saem boas ou não. Coisa mais idiota. Mas é isso o que acontece quando se fica lendo fics até as cinco da manhã e acorda às quatro da tarde no dia seguinte.
"São esses meus momentos de loucura que tornam minha vida simplesmente espetacular." (modo filosófico off)
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