Plataforma 9 3/4
-Vicky? – ouvi meu pai gritar – vamos logo, já estamos atrasados.
Já era a milésima vez que ele me chamava. Será que ele não entende que quanto mais vezes ele chamar, mas tempo irei demorar?
-Vicky? Já está pronta? – meu pai gritou de novo. É sempre culpa minha. A Dominique e o Louis se safam de tudo nesta casa.
-Já estou pronta – falei descendo as escadas, levando o meu malão.
-Agora só falta a Nicky – meu pai falou.
-Quer dizer que ela ainda não está pronta? – falei.
-Exatamente – ele respondeu.
-Você me chamou um milhão de vezes e não chamou ela nenhuma vez, apesar dela estar mais atrasada do que eu. Por que tudo é pra Dominique? – quase gritei. Normalmente não sou assim. Normalmente sou a certinha, sabe. Faço tudo que mandam, tiro notas boas e meu namorado ainda é afilhado do meu tio! Sou um exemplo de filha perfeita. E ainda assim, meu pai sempre coloca toda a culpa pra cima de mim. Deve ser porque seu a mais velha. Mas estou indo para meu último ano em Hogwarts, e ano que vem, não vou mais ter que meu preocupar em atraso.
Depois que falei aquilo, ficamos todos em silêncio (eu, Louis, mamãe e papai) por uns 30 segundos, até que a Dominique resolveu aparecer.
-Estou pronta – ela anunciou – vamos logo, o que estão esperando?
Meu pai apenas sorriu, pegou o malão da Dominique e levou até o carro. Como sou a mais velha, tenho capacidade de levar meu próprio malão. Nos pensamentos do meu pai. Na verdade sinto falta de quando ele fazia brincadeiras comigo quando eu era pequena. Agora já sou grande e ele acha que só o que faço é reclamar. Mas tudo é culpa dele.
O caminho até a estação de King’s Cross foi um saco. O Louis não parava de reclamar que ainda iria ter que esperar um ano inteirinho pra ir pra Hogwarts e a Dominique não parava de dizer que não queria ser monitora-chefe da Gryffindor, enquanto mamãe e papai diziam o quanto queriam que ela fosse. Então o papai falou uma coisa para mamãe bem baixinho para que eu, a Dominique e o Louis não ouvíssemos:
-Está tudo bem, Fleur, se ela não quer ser monitora-chefe está tudo bem. Por tudo que ela já fez, já era de esperar que ela não fosse querer ser. Quer dizer, ela não tem a inteligência e tudo mais que a Vicky puxou de você.
Fiquei perplexa. Não sabia que meu pai pensava daquela maneira. Eu achava que meu pai pensava em mim como a mais independente e mais reclamona. Mas não. Ele pensava em mim como a mais inteligente e mais bonita. Afinal, ele sempre diz pra minha mãe como ela é bonita e inteligente. Acho que a Dominique não ouviu isso, porque ela continuou conversando com o Louis. Estava perdida em meus pensamentos, até que o papai falou:
-O que você está fazendo aí, Vicky? Vamos logo – quando olhei pra ele, havia um sorriso em seus olhos. Um sorriso de orgulho. O sorriso que ele fez quando soube que eu virei monitora-chefe, enquanto a Dominique apenas tirou nota baixa em Poções. Foi aí que percebi que todos estavam fora do carro me esperando. Saí calada e fomos todos andando. Atravessamos a plataforma e eu olhei para meu pai e sorri.
-Brigada, pai – falei.
-Pelo quê? – meu pai falou com cara de quem não estava entendo nada, mas percebi que lá no fundo ele estava sorrindo.
-Você sabe, pai – falei.
-De nada, Vicky – ele respondeu me abraçando – nem acredito que você está indo para seu último ano. Há pouco tempo você estava indo pro primeiro. Como você cresceu rápido.
-Ah, pai – falei olhando para seus olhos. Estavam vermelhos e cheios de lágrima – eu vou ser sempre a sua garotinha.
-Eu sei, Vicky Picky – ele falou. Vicky Picky era como ele me chamava quando eu era pequena. Fiquei com vontade de chorar, mas o Louis falou:
-Mãe, olha – ele apontou para a multidão – são o Fred e a Roxy.
O Louis puxou a mamãe e a Dominique para o meio da multidão deixando eu e meu pai sozinhos. Meu pai parou de me abraçar, olhou nos meus olhos e falou:
-Eu te amo, Vicky Picky.
-Eu também te amo, pai – respondi.
Ele deu um beijo na minha testa, bem na hora que o Teddy apareceu.
-Oi, Vicky, e aí, Bill? – ele falou.
-Tudo bem, Teddy, e você – falou meu pai.
-Tô ótimo, e você loirinha? – ele falou pra mim.
-Melhor do que nunca – respondi olhando pro meu pai. Ele olhou de volta e deu uma piscadinha.
-Encontro com vocês na entrada do trem – ele falou e saiu andando.
Teddy me deu um longo beijo e depois falou:
-Como foram as férias?
-Ótimas – respondi – exceto por uma coisa.
-Que coisa? – Teddy falou.
-Quando eu ficava com medo de alguma coisa, não tinha um certo Teddy Lupin para eu abraçar e beijar quantas vezes eu quisesse.
-Bom, tem um agora – ele respondeu com um sorrisinho que eu sabia que não vinha boa coisa depois – e você pode beijar e abraçar quantas vezes você quiser – ele me deu um beijo de leve e depois sorriu de novo. Não aguentei. Agarrei ele pelo pescoço e o beijei forte.
De repente o James (tinha que ser o James) apareceu lá e falou:
-O que vocês estão fazendo?
Acho que fiquei vermelha, porque sentir as bochechas arderem. Mas o Teddy apenas sorriu e falou:
-É particular, você não entende.
E depois disso ele me deu outro beijo. O James saiu correndo. Acho que foi contar pra o resto da família. Ótimo. Mas o Teddy apenas deu mais um sorrisinho e voltou a me beijar.
Fiquei lá beijando o Teddy por mais uns 10 minutos até que a Dominique apareceu (se é a Dominique, não é coisa boa).
-Papai e mamãe tão te chamando – ela disse pra mim.
Parei de beijar o Teddy, olhei pra ela e respondi:
-Já estou indo – falei e voltei a beijar o Teddy. Ia passar um semestre inteiro sem vê-lo, e tinha que aproveitar enquanto o tinha.
-O trem parte daqui a pouco – ela falou e saiu andando.
Parei de beijar o Teddy na mesma hora, puxei o braço dele e saí correndo para encontrar os outros. E lá estava a família toda reunida (não vou falar por que são muitos, mas todos estavam lá menos Charlie).
-Oi pessoal – falei.
-E aí? – o Teddy falou. Ele é quase parte da família então não tem vergonha de ninguém.
De repente senti alguém puxando meu braço. Olhei e era o meu pai. Disse um “peraí” pro Teddy e deixei meu pai me puxar.
-Vou sentir sua falta, Vicky Picky – ele falou.
-Vicky Picky é só em casa tá pai? – falei – em público é apenas Vicky.
-Desculpa, Vicky Picky – falou meu pai.
-Pai! – falei com voz séria.
-Desculpa, apenas Vicky – falou me pai.
-Tá bom, pai – falei rindo – também vou sentir a sua falta. E muito.
-Sério, Vicky – falou ele – me desculpa por ficar sempre te pressionado, é porque a Nicky é menor e ainda acho que ela é a minha bebêzinha.
-Se ela é a bebêzinha, eu sou o quê? – falei.
-A minha garotinha – ele respondeu.
Eu apenas sorri e falei:
-Tenho que me despedir do Teddy.
-Vá em frente – ele respondeu. Meu pai adora o Teddy assim como todos os meus tios e tias.
-Teddy – falei puxando ele para um lugar mais reservado.
-O quê? – o Teddy respondeu com um sorriso que me deixava com vontade de beijar ele mais do que nunca.
-Vou sentir saudade – falei lhe abraçando.
-Ah, Vicky! – ele falou com cara de reclamação – despedida melosa de novo?
-Só porque você já sabe que irei sentir a sua falta, eu não posso falar de novo não é? – falei com cara de quem estava dando um sermão, mas o Teddy continuava sorrindo. De novo não aguentei e lhe dei um longo beijo.
-Eu tenho que ir, Teddy – falei.
-Não vai não, Vicky Picky – ele falou.
-Você ouviu? – falei dando uma tapa no seu ombro.
-Calma – ele falou ainda rindo. Acho que ele nunca vai parar de sorrir, mas eu gosto dele assim.
-Você ouviu tudo não foi? E por que você está rindo? – falei séria, mas ele começou a fazer cócegas em mim e eu comecei a rir. E quando eu rio, eu rio muito e terrivelmente alto.
-Você... quer... parar? – falei entre os risos. O Teddy parou de fazer cócegas e começou a me beijar.
Coloquei as mãos na minha boca e falei:
- O trem já vai sair, Teddy, tenho que ir – falei tentando andar, mas ele estava me abraçando.
-Agora eu quero uma despedida melosa com muitos beijos – ele falou imitando som de beijo.
De repente o James apareceu (é, o James, o meu primo mais brincalhão) e falou:
-Eu sei o que vocês estão fazendo – ele falou com um sorrisinho – só tenham cuidado porque aqui é um local público e eu não quero ser tio tão jovem.
-James! –falei irritada.
-Que foi? – ele falou – sou mais inteligente do que pareço, tá?
-Sai daqui, James – falei ainda mais irritada.
-Me obriga – ele falou cruzando os braços.
-E aí, Teddy? E aí, Vicky? – o Fred apareceu (que ótimo).
-E aí, Fred? – o Teddy falou batendo na mão dele.
-O James me contou tudo – o Fred falou – mas apesar de ser mais velho que o James, também não quero ser tio.
-Saiam daqui, pestes – gritei irritada – será que é impossível uma garota beijar o namorado tranquilamente sem que os primos a atrapalhem?
-Relaxa, Vicky – o James falou.
-Você tá muito estressadinha, não é Teddy? – o Fred falou.
O Teddy ficou calado e não mexeu um fio de cabelo. Me acalmei e falei com uma voz bem educada:
-Vocês poderiam, por favor, nos dar licença? – falei pegando a mão do Teddy.
-Pra que toda essa educação, Vicky? – o Fred falou.
-Nós somos apenas os seus primos – o James falou.
-Quando eu sou grossa vocês pedem pra eu ser calma, quando eu sou clama, vocês dizem que eu fui calma demais, o que vocês querem afinal? – falei com a voz um pouco mais grossa.
De repente a pessoa que eu menos queria que aparecesse, apareceu.
-Oi, Teddy – a Dominique falou.
-Oi, Nicky – o Teddy falou. Como ele consegue ser simpático com todo mundo quando nós estávamos em um momento tão particular?
-Oi, Dominique – falei – eu e o Teddy estávamos tendo uma conversa particular, vocês podem fazer o favor de sair?
-Qual é Victoire, eu sou sua irmã – ela falou – não precisa ser tão educada comigo e eu sei que vocês estavam se agarrando.
-Nesse caso – falei calmamente – SAIAM DAQUI AGORA E DEIXEM EU O TEDDY NOS AGARRARMOS EM PAZ – nessa última parte eu berrei um pouquinho alto demais.
-Calma aê, Vicky – o James falou – ei, Fred, você não acredita com quem eu vi o Steve Petterson conversando?
-Quem? – o Fred falou.
-Com a Hannah Jinkle! – o James falou – vem ver – e os dois saíram correndo.
-Eu vou indo também – a Dominique falou saindo.
-Sozinhos de novo – falei beijando o Teddy e de repente ouvi:
-TEDDY! VICKY!
Reconheci aquela voz de longe. Me virei e me deparei com a minha avó.
-Oi vovó – falei.
-Oi Sra. Weasley – o Teddy falou.
-Olha como vocês estão grandes – vovó falou.
-Vovó, nós nos vimos 3 semanas atrás – falei.
-Mas vocês cresceram – ela falou abraçando eu e o Teddy e quase fazendo um novo sabor de suco, o: Tedtoire.
-Vovó, esse é o primeiro ano da Rose e do Al, você devia dar mais abraços neles e desejar boa sorte – falei.
-É mesmo – ela falou – tchau crianças – e ela saiu andando.
-Sozinhos de novo – falei lhe dando mais um beijo.
-VICKY! DIZ PRA LILY QUE EU TÔ CERTA! – ouvi uma voz aguda dizer.
-NÃO, VICKY, DIZ PRA ELA QUE EU TÔ CERTA – ouvi outra voz aguda.
Me virei e vi a Lucy e a Lily brigando.
-Eu não sei o que é – falei – mas a Lucy tá certa.
-Viu? – a Lucy falou.
-Mas ela disse que não sabia o que era – a Lily falou – oi, Teddy!
-Ah – a Lucy olhou pro Teddy – oi, Teddy!
-Oi, meninas – o Teddy falou. Ele não estava mais sorrindo. E ver o Teddy sem sorrir era uma raridade, então parecia que ele queria muito ficar sozinho comigo.
-Olhem só, meninas – falei calmamente – eu estava tendo uma conversa particular com o Teddy...
-James disse que vocês estavam se agarrando – a Lily falou.
-Ele falou pra família toda?? – falei.
-Acho que sim – a Lily respondeu.
-Continuando – falei – vocês podem nos deixar sozinhos e ir perguntar quem está certa para outra pessoa? Que tal pra tia Hermione?
-Nós não queremos saber quem está certa – a Lucy falou.
-Só queríamos uma desculpa pra ver vocês se beijando – a Lily falou.
-Mas vocês já viram a gente se beijando um bilhão de vezes – falei.
-É que vocês são tão fofos juntos – a Lily falou.
-É – a Lucy completou.
-Vocês querem ver um beijo de cinema? – o Teddy perguntou sorrindo para as meninas. Mas não era o sorriso sincero que ele faz pra mim. Era um sorriso falso apenas para que elas saíssem dali e eu sabia muito bem disso.
-Queremos – a Lily e a Lucy responderam.
O Teddy me pegou em seus braços, me deitou para o lado e me beijou. Ouvi as risadinhas da Lucy e da Lily de fundo. O Teddy parou de me beijar e fiquei em pé de novo. Por mais que aquele beijo tenha parecido bonito e tudo mais, não era um beijo real. Era só encenação para as meninas.
-O que vocês estão fazendo? – a Molly chegou.
-Eles estão se beijando igual aos beijos de cinema – a Lucy falou.
-Isso eu percebi, Lucy – a Molly falou – faz de novo!
-Até você, Molly? – falei – achei que você já estava grande o suficiente para isso.
-E eu tô – a Molly falou – tchau – ela saiu correndo atrás de uma menina que provavelmente é amiga dela.
O sino indicando que todos deveriam embarcar tocou.
-É melhor vocês irem se despedir do seus irmãos – falei para Lucy e para Lily.
-Se você queria que a gente saísse era só dizer – a Lily falou.
-Eu quero que vocês saiam – falei.
-Não precisa ser grossa – a Lucy falou e as duas saíram.
-Sozinhos finalmente – falei.
-Que tal mais um beijo de cinema – o Teddy falou sorrindo. Um sorriso de verdade. O sorriso que eu conhecia.
-Por quê não? – falei.
Ele me pegou com os seus braços de novo e me deu um beijo. Um beijo que eu pude sentir que era verdadeiro.
-Teddy, eu realmente preciso ir – falei quando ele parou de me beijar.
-Eu vou te escrever ainda hoje, quando chegar em casa – Teddy falou.
-Eu sei que você só tá dizendo isso pra eu não ficar com saudade – falei – você disse isso ano passado, mas só recebi uma carta sua um mês depois.
-Tudo bem – ele falou – quando você me escrever, eu respondo. Se você não escrever eu também não escrevo.
-Combinado – respondi.
-VICTOIRE! – minha mãe gritou me abraçando.
-Oi, mãe – falei.
-Você tem que embarcar, Vicky, o trem já está saindo – ela falou.
-Já estou indo, mãe – falei – onde está o Louis?
-LOUIS! – minha mãe gritou maluca para a multidão procurando meu irmão.
-Um beijo de despedida – Teddy falou.
-Não posso recusar – falei e ele me beijou.
-Vou sentir sua falta – falei andando em direção a porta do trem. Senti alguém puxando meu braço. Era meu pai de novo. E Louis estava do seu lado.
-Mamãe tá te procurando, Lou – falei.
-Ela já achou, agora ela tá procurando a Nicky – meu pai falou – tchau, filha. Vou sentir sua falta – ele falou me abraçando.
-Eu também, pai – falei.
O segundo sino tocou indicando que era realmente necessário embarcar.
-Tenho que ir, pai – falei. Ele deu um beijo na minha testa. Dei um abraço no Lou e andei em direção ao trem. Teddy apareceu na minha frente e me deu mais um beijo.
-Tenho que ir, Teddy – falei – até logo.
-Quando você voltar vou ter uma surpresa pra você, loirinha – ele falou.
Embarquei no trem e entrei em uma cabine onde meus amigos estavam.
-Oi, Jenny, oi Leah, oi Justin, oi Alex – falei entrando e abraçando todos eles.
-Oi Vicky – eles responderam. De repente alguém mais entrou.
-Oi pessoal – ele falou. Era meu outro amigo, Kevin.
-Oi, Kevin – todos responderam e abraçaram Kevin.
Esse ano tinha tudo pra ser o melhor: Estava tudo bem entre mim e meu pai. O Teddy tinha uma surpresa pra mim, e meus amigos e eu parecíamos mais unidos do que nunca. Tudo estava perfeito.
N/A: Essa é a primeira fic que eu escrevo, então por favor comentem!!!! Críticas, elogios, qualquer coisa. Valeu!
Comentários (4)
Anwt >< Ameeei
2013-08-24Ai, por que todo mundo tinha que atrapalhar?! hahaha adorei
2013-01-15O Teddy podia pedir a Vicky em casamento, quer dizer essa podia ser a surpresa...
2011-10-24awnnnnn que amor <3
2011-10-17