Olívio Wood
No outro dia, quando Charlotte e Angelina chegaram sonolentas ao Salão Principal para o café-da-manhã , Olívio as chamou e Charlotte viu que ele tinha guardado dois lugares ao seu lado para as duas. As garotas sentaram com Olívio. Charlotte olhou para a mesa dos professores, havia uma mulher muito bonita sentada ao lado de Snape. De cabelos escuros presos para trás, pele branca e olhos estranhamente vermelhos, a professora tinha um olhar sinistro e, quando seus olhos encontraram com os de Charlotte, fez uma brisa sinistra correr pelo Salão. Charlotte olhou em volta e viu que não foi a única a perceber isso. Jorge parecia seriamente perturbado olhando para os lados e esfregando os braços como se estivesse com frio.
- Olívio, quem é aquela professora sentada ao lado de Snape?
- É a professora Megan Frost, de Defesa Contra as Artes das Trevas. Não conhece? - Olívio ficou meio vermelho quando falou isso, Charlotte percebeu.
- Nós ainda não tivemos aula com ela, na quarta-feira ela faltou então tivemos o período livre.
Olívio ainda estava nervoso e ficava tentando desviar os olhos do olhar de Charlotte.
- Você está escondendo algo de mim, Olívio? - perguntou Charlotte desconfiada.
- É que essa professora, a Srta. Frost, ela me deixa nervoso. E eu sei que não sou só eu, todos os garotos têm uma “quedinha” por ela, sabe?
- Entendo...
- Você não ficou com ciúme por causa disso, né, Charlie?
- Não. - mentiu Charlotte, óbvio que ela estava com ciúmes. Olívio reparou que era fingimento de Charlotte então perguntou:
- Charlie, a sua aula de vôo pode ser hoje?
Deu certo, Charlotte esqueceu do ciúmes e os olhos dela brilharam:
- Claro! Eu adoraria! A que horas?
- Antes do jantar, pode ser?
- Perfeito! - disse Charlotte se levantando junto com Angelina e indo para a aula.
A primeira aula foi com a Srta. Frost que já estava escrevendo no quadro quando Charlotte entrou. A Srta. Frost se virou e olhou Charlotte com o mesmo olhar de mais cedo. Um arrepio atravessou as costas de da menina fazendo até os cabelos da nuca ficarem arrepiados. Jorge olhava para ela e depois para a professora sem entender o que acontecia, Charlotte sempre se dava bem com os professores. A garota se sentou em seu habitual lugar à frente da professora que começou a dar a sua aula sobre Kappas. A aula pareceu a Charlotte maçante, mas quando olhou em volta, todos, absolutamente todos os alunos homens estavam prestando atenção na aula. Até mesmo os gêmeos Weasley! Charlotte riu baixinho, que diferença um rostinho bonito podia fazer, a sala estava quieta e os alunos prestando atenção. Como se lesse a mente de Charlotte, a Srta. Frost olhou-a duramente com aqueles olhos sinistros e perguntou:
- Como se engana um Kappa, Srta... ?
- Adams, Srta Frost. Na verdade é bem fácil, dando-lhe um pepino com o nome da pessoa gravada.
- E como se faz vencê-lo de fato?
- É necessário fazer com que derrube a água que tem na cabeça, já que assim ele ficará sem forças.
Talvez tenha passado um olhar de admiração pelo olhar da Srta. Frost, mas é difícil dizer pois ela virou-se rapidamente e continuou a falar dos métodos que os Kappas utilizavam para enganar os humanos e enforcá-los. Quando o tédio ficou muito forte, Charlotte começou a desenhar na borda de seu pergaminho. Jorge a cutucou e passou um bilhete para a garota quando a professora virou para fazer uma anotação no quadro. O bilhete dizia:
Vai fazer o que hoje a noite?
Charlotte respondeu:
O Olívio vai me ensinar a voar, assim você não vai mais ter que ficar salvando minha vida.
E jogou em Jorge virando para frente rápido com a cara de inocência mais convincente que pôde fazer até que sentiu alguma coisa batendo nas suas costas: o bilhete de Jorge.
Ele é bem esperto, né? Toda vez que você cair ele vai estar lá para te pegar.
Charlotte virou para Jorge e fez uma careta como quem diz: “fica quieto, seu chato“. A professora olhou bem na hora em que Charlotte estava virada para Jorge. A Srta. Frost andou silenciosamente até Charlotte, que ainda estava distraída, e falou no ouvido dela:
- Alguma coisa para compartilhar com a turma?
- N-não, Srta. Frost. Está tudo bem, tudo tranqüilo... - Charlotte deu um pulo de susto e começou a esconder o bilhete dando um sorriso nervoso para a professora. - Tudo na paz...
- O que é isso? - perguntou a professora estendendo a mão. Charlotte olhou desesperada para a professora e, sem pensar, apontou a varinha para o papel e gritou:
- Labaredum ! - e o bilhete se desfez em chamas.
A Srta. Frost olhou de Charlotte para o bilhete e falou duramente:
- Espero que não tenha nada programado para as noites desse fim de semana, Srta Adams, pois a senhorita ficará comigo na detenção! - e se virou seguindo com a aula. Charlotte saiu pisando duro da sala e assim que passou pela porta, Olívio estava lá e ela contou para ele sobre a detenção.
- Calma, Charlie, é só durante o fim de semana, depois você tem o resto da semana livre. Se você não vai abstrair o que te irrita, nunca vai deixar a felicidade.. - apontou para sua própria mão“jasminum polyanthum” e uma flor branca apareceu do nada. - florescer.
Charlotte ficou toda vermelha, pegou a flor e deixou Olívio carregar os livros dela. Olívio levou Charlotte para a aula de Feitiços. Não que ela estivesse desistindo de seus ideais feministas, mas ela podia deixar Olívio fazer esse tipo de coisa às vezes.
Na aula de Feitiços, Charlotte ficou sem ter o que fazer já que era a única aluna que conseguia fazer um feitiço de levitação com perfeição, então ficou fazendo pequenos desenhos na capa interna de seu livro de Poções até uma garota da Corvinal se desconcentrar e deixar cair o copo com água que os alunos deviam fazer levitar cair em cima do desenho de Charlotte. No almoço, Charlotte e Olívio ficaram juntos. Já que Charlotte teria a tarde livre, Olívio foi para fora para a aula de Trato das Criaturas Mágicas depois que levou a garota para o Salão Comunal e se despediu dela.
Charlotte e Angelina aproveitaram o tempo livre para fazerem o dever de casa já que Charlotte não poderia fazer durante o fim de semana por causa da detenção com a Srta. Frost. Depois de terminarem a redação de Poções e o questionário de Transfiguração, Charlotte e Angelina passaram um tempo jogando xadrez de bruxo. Depois de duas partidas, as garotas ficaram entediadas e foram se juntar a Fred e Jorge que conversavam com Lino. Os gêmeos tiraram Feijõezinhos de Todos os Sabores do bolso e Angelina perguntou:
- Onde vocês arranjaram isso, garotos?
Os gêmeos se entreolharam e Jorge sorriu :
- Demos um jeito.
- Não me pergunte nada. - falou Lino dando de ombros.
Os cinco ficaram jogando Feijõezinhos um na boca do outro até que Charlotte quase vomitou com um feijãozinho amarelo que Jorge jogou na boca dela. Charlotte se levantou e pulou em cima do garoto fazendo cócegas até ele ficar vermelho. Entre um fôlego e outro, Jorge gritou:
- Ah, agora você vai ver, Charlie!- e começou a fazer cócegas na garota que acabou ficando sem forças e caindo no colo dele.
Olívio chegou a tempo de ver Charlotte no colo de Jorge e os dois vermelhos de tanto rir.
- Vamos, Charlotte ? - perguntou Olívio fingindo que não tinha visto os dois juntos.
- Claro! - falou Charlotte levantando num salto com o rosto queimando.
Olívio levou Charlotte até a quadra de quadribol que estava vazia. Carlinhos emprestara a vassoura (que ficou com Olívio “- A minha é mais segura, Charlie”) e Olívio ensinou Charlotte a segurar a vassoura . Depois de algumas tentativas, Charlie conseguiu voar razoavelmente a meio metro do chão.
- Acho melhor entrarmos. - falou Charlotte - Está ficando tarde.
- Antes, eu tenho uma coisa para te mostrar, Charlie.- falou Olívio pegando sua mão e fazendo-a montar junto com ele na vassoura. Tomou impulso e os dois começaram a voar cada vez mais alto. Olívio envolveu Charlotte em seus braços para dar mais equilíbrio e a garota que passou o braço em volta do pescoço dele. Sobrevoaram o lago que refletia a lua que começava a subir e algumas estufas pousando a frente da estufa numero cinco. Olívio olhou em volta furtivamente e abriu a porta da estufa segurando-a para Charlotte entrar. Ele a conduziu até uma mesa onde havia um pequeno arbusto em um pequeno vaso.
- Eu pedi para a professora Sprout me ajudar a plantar. - Olívio ficou um pouco vermelho- É uma Flor-da-Lua-Cheia. Hoje vai ser a primeira noite de lua cheia dela, então assim que a luz da lua bater nela, ela vai abrir. - Olívio tirou a mochila das costas e tirou de dentro uma manta que estendeu no chão ao lado da mesa. - Achei que talvez fosse mais confortável.
Os dois se sentaram juntos, Olívio colocou o braço em volta de Charlotte puxando-a para si num abraço aconchegante.
- Como foi a sua tarde? - perguntou Charlotte.
- Bem, o professor Kettleburn trouxe estonianas, que são cavalos alados, e nosso dever é cuidar deles até o fim do ano. Então hoje testamos o tipo de alimento favorito deles, o cavalo alado do meu grupo tem um fraco por maçãs verdes. - falou Olívio enquanto Charlotte se aconchegava melhor em seus braços encostando a cabeça em seu ombro e passando os braços em volta da cintura dele. Olívio falou animado : - Agora, Charlie, vai começar.
A lua estava cheia e branca acima de suas cabeças e sua luz brilhava sobre o pequeno arbusto. E então, surgiram pequenos botões brancos, Charlotte observou os botões abrirem em florezinhas de cinco pétalas levemente prateadas.
- Gostou? - perguntou Olívio meio inseguro.
- Se eu gostei? Eu amei! São as flores mais lindas que eu já vi! - falou Charlotte se virando de frente para Olívio.
- Não tão lindas quanto você - Olívio colocou a mão na nuca de Charlotte se inclinando para frente.
Charlotte fechou os olhos e então Olívio a beijou. Foi o primeiro beijo dos dois e Charlotte sentiu o característico “friozinho na barriga” e os pêlos do braço arrepiarem. Ela sabia que não podia existir beijo mais perfeito do que aquele em nenhum lugar no mundo.
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