Alemanha
CAPITULO 22 - Alemanha
N/A:
Espero que atenda a expectativa de vocês...
A primeira que leu esse capítulo foi a Vanessa Grendene. Obrigada por todas as idéias e críticas construtivas, me ajudou muito saber a sua opinião! Adorei conversar com você, Vanessa! (: hauhauhauhau
E obrigada ao Google, com todas as informações que uma cabeça oca como eu poderia precisar!
Boa leitura a todos!
***
- Eu preciso admitir uma coisa para você, forasteiro. – Ela falou antes de sairmos de Wiltshire.
- Que você me ama? – Eu perguntei feliz, colocando o braço em suas costas.
- Sim, também. - Ela me encarou de um modo estranho. – Quando falei que só havia sentido isso por uma pessoa antes...
- Por quem? – Perguntei com medo da resposta, teria sido Richard que agora estava com a prima? Zeki que havia sumido do mapa? Ou Phill que havia abandonado ela quando ela realmente precisou dele?
- Scorpius. – Ela falou com as bochechas pegando fogo. - Scorpius Malfoy.
- Hein? – Ela havia sentido isso por mim? Ela havia me amado? Entre todos os homens que tiveram uma queda por ela na época, eu havia sido o escolhido?
- Não é por ele que eu estou fazendo isso! – Ela afirmou desesperada. - Mas ele pode estar lá... E é bom que você saiba, sabe?
- Mas você o ama? – Perguntei sem pensar, percebendo que estava começando a sentir ciúmes de mim mesmo... Isso era loucura!
- Eu... Eu amo. – Ela respondeu como se pedisse desculpas. – Acho que o primeiro amor à gente nunca chega a esquecer... – Ela me encarou nervosa, esperando que eu falasse alguma coisa. - Mas eu te amo... – Um tom desesperado atingiu sua voz. – Com a mesma intensidade... Não consigo explicar como isso é possível... Mas eu juro que é verdade!
- Certo! – Não sabia o que responder. Estava um pouco confuso na verdade... Eu deveria estar feliz, certo? Eu e ele éramos a mesma pessoa... Porém ela não sabia disso... Loucura, loucura, loucura total! Wiltshire havia me deixado louco!?
- Você está bravo? Eu não devia ter falado nada...
*
Peguei minhas malas na senhora Sun enquanto Rose contava à velhota que estava indo para as casas dos pais por um tempo indeterminado. Andamos juntos pela cidade, até encontrar um lugar tranqüilo para aparatar. Ela ligou para a mãe no caminho, avisando onde estava indo e o motivo. Aproveitei para mandar um Patrono para o meu chefe, quando ela estava distraída, avisando que chegaríamos em instantes.
Durante todo o tempo fiquei pensando no que ela havia me contado, ela havia amado Scorpius Malfoy, ela ama Scorpius Malfoy, ela ama Jack Daniel’s, ela sempre amou a mim? Independente da minha aparência?
Eu a amaria também se ela fosse outra pessoa? Ou melhor, se ela fosse ela, mas com outro físico? Outra aparência? Sempre foi ela, sempre ela que me chamou a atenção! Depressiva ou eufórica, calma ou nervosa... Independente do extremo que era a emoção que a dominava, eu a amava, eu sempre amei cada parte da personalidade dela!
Ela segurou a minha mão para pegar a chave de portal, senti medo ao pensar que poderia perdê-la a qualquer instante. Eu acariciava seu cabelo, o cheiro dela me atraia, tudo nela me atraia. Como contaria para ela que eu, Jack Daniel’s, na verdade sou eu, Scorpius Malfoy? Isso importaria pra ela? Teria diferença? Ela me odiaria por isso? Ela ainda guardava rancor por aquele dia depois do jogo?
Depois daquele jogo ela queria me contar alguma coisa... Se ela não se casaria para ir para a Albânia, o que ela queria me contar? Que me amava? Será que isso era realmente possível? Era esse o motivo do desespero dela? Por isso a prima dela ficou tão nervosa quando viu a gente conversando?
- Aqui é tão bonito.
- Espere para ver o mundo bruxo, é de tirar o ar... – Balancei minha cabeça para os pensamentos que me assombravam, precisava permanecer no presente, meu pai dependia dela agora! - A entrada do ministério é logo ali. – Disse apontando para uma Caverna ao longe.
- Magnífico!
- É mesmo de tirar o ar... – Falei enquanto atravessávamos a entrada e aparecêssemos no corredor lotado, bruxos e mais bruxos nos encaravam enquanto andávamos pelo lugar.
- Preciso falar com meu chefe. Avisar que você chegou. Pode me esperar aqui?
- Claro. – Ela falou nervosa – Você vai voltar pra me buscar?
- Eu ou outro auror! – Depositei um beijo em seus lábios. – Te vejo depois, em todo caso. – Dei uma piscada para ela antes de me afastar.
****
- Ela está aqui, Heinz. – Falei olhando para o meu chefe. – Recebeu meu patrono?
- Sim, recebi Malfoy, já iremos começar. Leve a testemunha para a sala de interrogatórios três... – Ele se virou para me olhar. – O porque ainda está disfarçado?
- Por que? Bom... – Respirei fundo antes de olhar para o meu chefe mais uma vez, e preferi falar a verdade. – Porque a testemunha é uma Weasley, e ela nunca ajudaria meu pai sabendo que eu sou um Malfoy!
- Ela veio até a Alemanha para ajudar um Malfoy, Malfoy!
- Sim, e isso é difícil de acreditar, não é?
- Então vá buscá-la e leve-a para a sala de interrogatório... – Assenti com a cabeça e dei as costas para ele, indo em direção a saída de sua sala. – Mas antes, Scorpius, tire essa fantasia ridícula de trouxa.
***
- O que eu vou falar para ela agora? - Perguntei me olhando no espelho, lá estavam meus cabelos loiros, o físico de atleta, meus olhos cinzas me encarando no reflexo do espelho.
- Quem sabe ela não nota a diferença... – Alvo falou da porta do banheiro.
- E ai, cara, há quanto tempo. – Falei indo até ele e estendendo a mão para cumprimentá-lo.
- E então, quem é ela?
- Quem é ela quem? – Perguntei jogando o cabelo pra trás, a fim de disfarçar meu nervosismo.
- Aquela pra quem você não sabe o que falar... – Ele falou sorrindo, desentendido, ele sabia, eu sabia que ele sabia! - Você parece nervoso, cara! É alguém... Especial?
- Não, er, é uma testemunha... Na verdade é sua prima, Rose. Aliás, o que você está fazendo aqui? – Tentei mudar de assunto, rapidamente.
- Soube que seu pai estava preso, vim te dar apoio. – Ele falou antes de balançar a cabeça e por as idéias em ordem. - Rose é testemunha do seu pai?
- Pois é, nem me pergunte... – Falei enquanto saia, um tanto quanto atordoado.
*
- Weasley... – Ela estava de costas para mim, sentada segurando as duas mãos que tremiam freneticamente.
- Malfoy? – Ela falou espantada, olhando para mim com um pouco de ódio no olhar.
Era realmente estranho ver aquela postura surgindo dela, principalmente depois da semana que passamos juntos... Ela era a minha namorada, pelo amor de Mérlin! “É, mas ela não sabe disso, idiota”... Esse era o melhor tratamento que poderia receber sem o meu disfarce? Seu olhar respondia a minha pergunta silenciosa, sim, isso era o melhor que ganharia dela!
- Pode me acompanhar? – Perguntei sem tentar ser presunçoso.
- Estou esperando um auror, Malfoy. Não posso sair daqui. – Ela falou com a voz fria, voltando o olhar para frente.
- Então esse é seu dia de sorte! – Falei para as costas dela.
- Você? – Ela perguntou se virando novamente. – Um auror?
- Modéstia parte, Weasley, o melhor que tem por aqui... – Tentei fazê-la sorrir. Mas sendo eu, Scorpius Malfoy, ela levou a minha brincadeira a sério. – E então, pode começar a andar? – Perguntei apontando para o corredor da esquerda. Ela fechou a cara, se levantou e me acompanhou para a sala de interrogatório número três.
- Mérlin! – Ela suspirou ao olhar para o meu pai, cercado de dementadores ao seu redor, acorrentado a cadeira. – Eu farei o que estiver ao meu alcance. – Ela me garantiu sincera.
- Pode se sentar aqui. – Arrastei a cadeira que ficava no meio da grande sala, ela se sentou nervosa, ainda segurando uma mão na outra. Esforcei-me a não olhar para trás enquanto me dirigia a banca de aurores que estavam sentados em uma espécie de arquibancada.
Meus colegas de trabalho me olhavam com expectativa, alguns cobiçavam a testemunha, o que não me deixou nem um pouco feliz, outros me encaravam com algo semelhante à pena, enquanto a minoria só estava ali por obrigação, olhando para os lados impaciente para que tudo terminasse logo. Um estagiário, que eu não sabia o nome, colocou um copo cheio com um líquido transparente ao lado dela, e foi se sentar ao lado da cadeira de madeira no palco, a cadeira de Heinz.
Todos os quinze aurores acomodados na arquibancada. Minha mãe e meus avós na platéia, como parentes do acusado. Meu pai, o acusado, ao lado direito da sala, cercado pelos dementadores. O estagiário ao lado da cadeira principal. E, por fim, e a mais importante, Rose Weasley no meio de todas aquelas pessoas.
Heinz entrou na sala, todos ficaram em silencio em sinal de respeito ao chefe, esperamos ele se acomodar, ler os papéis que estavam sobre sua mesa... Ele respirou fundo e começou:
- Estamos aqui devido ao caso número vinte e oito mil e dezesseis, como acusado o senhor Draco Malfoy... – Ele leu os papéis mais uma vez. – Acusado do crime de ajudar na morte de trinta e um trouxas... Tcs... Tcs... – Ele olhou os papéis mais uma vez. – Por não termos provas suficientes o senhor Malfoy não foi obrigado a tomar a Poção Veritasserium, escolhendo uma testemunha para fazer isso por ele... Senhorita Rose Jane Granger Weasley, imagino como a senhorita pode ser útil nesse caso...
Ela se mexeu incomodada na cadeira, sem saber se deveria falar ou não. Ela se manteve em silencio enquanto Heinz remexia nas papeladas mais uma vez. Ele continuou...
- Podemos começar? – Ele falou olhando em volta, procurando por alguma objeção. – Senhorita Weasley, este copo ao seu lado contêm a Poção Veritasserium... Você sabe me dizer o que ela faz ou gostaria que eu explicasse? – Rose o olhou confusa, e resolveu falar por fim.
- A Poção Veritasserium, também conhecida como a Poção da Verdade foi desenvolvida no século II por um bruxo de nome desconhecido. Sabe-se que o nome da poção foi trazido do latim onde veritas significa verdade e serum suco, sendo então o suco da verdade. Ela não tem cheiro ou sabor tornando-se extremamente perigosa... Quem a beber entra em um transe, onde só responderá o que lhe é perguntado com a verdade, sendo incapaz de mentir ou omitir qualquer informação. Seu ingrediente básico são as penas do dedo-duro... Segundo a regulamentação do Ministério da Magia ela é terminantemente proibida dentro de escolas, podendo apenas ser usadas por aquele que infligir a lei, ou alguém disposto a assumir este lugar...
Apesar de todos já estarem em silencio, pude perceber as expressões que eles dirigiam a ela, até meus avós estavam assombrados com a descrição que ela dera da poção. Sem dúvida foi a melhor e mais completa descrição já mencionada em qualquer interrogatório. O chefe me olhou surpreso, tão encantado como qualquer outra pessoa ficaria ao falar com ela. Ela era incrível, eu sempre soube disso! Ninguém mais parecia impaciente para dar o fora dali, todos estavam maravilhados com a nova testemunha, a minha namorada, diga-se de passagem.
- Gostaria de ressaltar que essa poção foi feita por mim e que dentro dela eu coloquei um fio do meu cabelo, normalmente eu explicaria o que isso significa, mas você saberia me responder? – Ele perguntou desafiando, com um certo prazer e um pingo de humor na voz, algo próximo à: ela não vai saber isso!
- A grosso modo significa que quando uma pessoa tomar esta poção só terá a obrigação de responder o que o senhor pergunta. – Ela falou tranqüilamente, como se aquilo fosse óbvio.
- Hum... – Ele limpou a garganta antes de continuar, desconsertado. - A senhorita poderia então beber a poção para começarmos com o seu testemunho? - Sem objeções ela tomou o conteúdo do copo em cinco grandes goles.
- Nome?
- Rose Jane Granger Weasley. – Ela falou timidamente.
- Idade?
- Vinte e dois anos. – Cobiça de aurores ao meu redor...
- Estado civil?
- Solteira. – Se a cobiça era grande antes, agora parecia que todos aqueles aurores a queriam... Balancei a cabeça para espantar a neurose.
- Formação?
- Estudante do sétimo e último ano de Hogwarts.
- Estudante?
- Não terminei o curso... – Ela disse, deixando suas bochechas levemente rosadas.
- Não era uma boa aluna?
- Primeira da sala, Monitora Chefe da Grifinória e capitã do time de Quadribol. - Ele arregalou os olhos surpresos com a resposta, assim como todos os outros panacas.
- Então por que motivo largou os estudos? – Heinz perguntou divertido. – Tentou se rebelar?
- Fui expulsa antes das férias de Natal do sétimo ano.
- Ei, você... – Meu chefe falou ao estagiário. – Deu a poção certa para ela?
- Sim senhor! – O estagiário respondeu conferindo o nome no frasco da poção.
- Mas Potter disse que você terminou os estudos... – Ele falou dirigindo-se a ela.
- Meu tio estava sendo muito educado e gentil por tentar me proteger.
- Você não respondeu minha pergunta! – Falou como se dissesse “cheque-mate”. – Você não tomou a poção!
- O senhor não me fez nenhuma pergunta objetiva. – Ela respondeu confusa.
- Por que a senhorita foi expulsa se era a melhor da sala, monitora-chefe e todo o resto?
- Por causa da Lei nº 3.780 do Parágrafo 30 da Constituição Estudantil Bruxa de Hogwarts.
- Alguém me traga o livro de leis de Hogwarts. – Ele pediu, a encarando com o rosto assustado. Então percebi que ela tentava ganhar tempo... Tempo pra que?
- Aqui está senhor. - O estagiário falou entregando-lhe o livro de leis. Ele o folheou rapidamente enquanto lia a página que precisava. Ele tirou os olhos do livro, enquanto a olhava confuso.
- A senhorita estava grávida? – Um cochicho começou a se espalhar pela sala. – Essa é a história? Por isso Potter disse que você...
- Como eu disse, meu tio apenas evitou este tipo de cena. – Ela falou apontando para o local onde vinham os murmúrios.
- Mas a senhorita é solteira!
- Não gosto de ficar me repetindo...
- Você deu a poção certa a ela? – Heinz perguntou inquieto. - Tem certeza?
- Se o senhor está com dúvida, fique à vontade de preparar outra poção! – Ela o desafiou.
- Você sabe quanto tempo essa poção leva pra ficar pronta? – O chefe a olhou nervoso.
- Um ciclo plenilúnio para maturar e mais um mês, aproximadamente, para ficar totalmente pronta. É claro que pode variar se a lua...
- Eu sei disso. – Ele falou impaciente, fazendo com que a voz dela fosse apenas um sussurro no final da resposta. – Porque está me falando isso?
- Porque o senhor me perguntou.
- Porque eu te perguntei?
- Exato!
- Ok. Então senhorita Weasley. Digo, senhora. Foi expulsa de Hogwarts?
- Sim.
- Quando conheceu o senhor Malfoy?
- Na minha primeira ida à Estação 9¾.
- Como ele estava?
- O pai ou o filho?
- O pai. – Heinz falou impacientemente, era visível que ele estava ficando impaciente.
- Vestido como um bruxo digno e respeitável como ele é. – Ela falou sorrindo para o meu pai.
- Quero dizer se ele aparentava estar nervoso? Preocupado? – Meu chefe perguntou perdendo as estribeiras.
- Ele é um homem humilde. – Ela falou em meio a algumas risadas que surgiram quando ela falou isso. – Pode vir de uma família onde o dinheiro é a base para tudo, mas como qualquer homem respeitável e de família, ele estava radiante por acompanhar o filho até a estação em sua primeira viagem. Ele não se importou com todos os olhares que caíram sobre a família dele, ele baixou a cabeça...
- O que quer dizer com isso?
- Que ele errou no passado, mas pagou pelo que fez porque sabia que estava errado. – Ela colocou as mãos na cabeça. – E eu botaria a minha mão no fogo por esse homem! – Ela apontou para o meu pai. – Ele se redimiu, não age como um criminoso, ele salva vidas...
- Que ele é um medibruxo todos nós sabemos!
- Ele cometeu um erro no passado, e julgam-no por isso até hoje!
- O que quer dizer?
- Quero dizer que ele não mataria ninguém! – Ela falou firme, sem hesitar. - Que ele salva as pessoas não apenas como profissão, não precisa ganhar galeões para ajudar alguém... E se ele cometeu um erro, salvando com o seu silencio um homem perigoso, foi porque ele agiu de boa fé, não achou que o homem em questão fosse cometer o mesmo erro de novo... E quando se arrependeu por ficar em silencio, sabia que o julgariam como um Comensal e não como um homem que cometeu um péssimo julgamento sobre o caráter de uma pessoa.
- Então, a senhora sabe que estamos aqui por causa de Flink Morris?
- Sim.
- E você, sendo filha, sobrinha e prima de aurores não contou o que descobriu por que? Sentiu-se ameaçada? Ficou com medo que acontecesse algo com você?
- Não, não senti nada disso.
- Então porque não contou para ninguém?
- Por amor. – Ela respondeu envergonhada. Todas olhavam de meu pai para ela, e aquilo realmente foi estranho, até mesmo eu estava indignado, pensei em me levantar e sair correndo dali, mas abandonei essa idéia quando vi os braços de meu pai acorrentados... E porque queria saber o resto...
- Por amor? – Heinz perguntou confuso como todos nós.
- Não é essa a arma mais perigosa do mundo? – Ela perguntou com lágrimas nos olhos. Estava claro que ela queria sair dali o mais rápido possível, mais do que eu tinha vontade.
- Por amor a quem? A Draco Malfoy?
- Não. – Ela falou tentando se segurar, e me olhou antes de prosseguir, o que fez meu coração se encher de alegria. – Por amor a Scorpius Malfoy.
- Então o amor que sentia pelo filho fez você mentir pelo pai?
- Eu não menti para ninguém. – Ela respondeu corando. – Apenas aprendi com o filho que a família Malfoy é mais do que aparenta ser...
- O que uma coisa tem haver com a outra? – Heinz agora massageava as temporas...
- Se um garoto de onze anos sabe o valor de uma promessa é porque alguém digno e respeitável o ensinou a ser assim. – Ela respondeu com os olhos grudados nos meus, e devo admitir, parecia que eu tinha algo preso no meu estomago, algo que me deixou tão feliz, que demorou para entender onde ela queria chegar...
- Não estou entendendo onde quer chegar. – O chefe pronunciou, roubando meus pensamentos.
- Eu acreditei e continuo acreditando que a família Malfoy merece uma segunda chance, foi o meu modo de dar uma segunda chance para o homem que está sendo julgado agora.
- Como acha que pode ajudá-lo?
- Eu desmaiei... – Ela falou prontamente. – De brinde fui para o St. Mungus, onde o senhor Malfoy trabalha, eu havia batido a cabeça no desmaio e tive que passar a noite em observação...
“Já era bem tarde quando eu escutei uma conversa por de trás da porta, Malfoy conversava com outro medibruxo, eles estavam preocupados com os aurores investigando o crime que Flink Morris cometeu... Mas estavam certos que uma hora ou outra os aurores parariam de investigar!”.
“Malfoy garantiu ao outro medibruxo, Frank, que Morris não causaria mais problemas, que eles haviam conversado. Ele sabia que Morris estava errado por fazer aquilo, mas acreditava que o homem fazia por amor a esposa que o traiu... Nunca imaginou que o homem em questão fosse se tornar um assassino em série... Ele havia diagnosticado Morris com uma doença que na verdade o homem não tinha, mas que seria fácil provar o contrário caso necessário”.
“Sei que ele estava com medo do que tinha feito e que se afastou de tudo naquela época. Sei que ele não faria isso se pudesse voltar ao tempo... Mas ele errou, todo mundo erra sobre o caráter de alguém uma vez na vida... E essa foi à vez dele”.
- Então ele não estava metido com a morte em si de todas aquelas vitimas? Ele não era um cúmplice? Um comparsa?
- Ele acreditou que Flink Morris havia matado um único homem, e sim, o acobertou. Mas quando Flink Morris matou pela segunda vez, o senhor Malfoy não sabia de nada, ninguém sabia quem estava por trás de todas aquelas mortes... O senhor Malfoy agiu de boa fé, mas não deixou ser enganado por uma segunda vez.
- Você acredita mesmo que ele é inocente?
- Sim. Eu sei que ele não matou ninguém e nunca mataria.
- Você tem certeza absoluta disso?
- Sim, senhor... Como eu disse, eu colocaria a minha mão no fogo por ele.
- Tanto que está aqui por ele hoje?
- Tanto que estou aqui por ele hoje...
- Mas alguma coisa que desejaria compartilhar?
- Não, sobre o caso é tudo o que eu sei.
- A senhorita ainda tem um minuto com o efeito da poção... Posso te fazer mais uma pergunta? Uma pergunta pessoal?
*
- Claro.
- Como sabia o número da lei de Hogwarts?
- Quando você comete uma inflação tende a lembrar de cada detalhe dela. – Todos arregalaram os olhos para ela, sem exceção. Heinz demorou um tempo para absorver o que ela falara.
- Mas o número em si?
- Memória fotográfica... – Ela deu de ombros, como se aquilo não fosse nada.
- O que você teria feito se terminasse Hogwarts? Que profissão seguiria? – Ele perguntou curioso.
- Na época eu tentaria a Medibruxia no ramo de pesquisas.
- E hoje?
- Hoje não tem mais como!
- Mas a lei diz...
- Eu sei o que ela diz! – Rose falou séria, se ajeitando na cadeira. – Mas em nenhum momento ela explica o que fazer com uma criança de cinco anos enquanto você termina os estudos de um ano inteiro do outro lado do país!
- A criança pode ficar com o pai!
- Não, Sebastian não poderia. – Ela rebateu nervosa.
- E porque não?
- Porque o pai da criança em si, não sabe!
- O pai não foi expulso?
- Como eu disse, senhor Heinz, o pai não sabe... Então ele não foi expulso.
- Quem é o pai da criança? – Ele perguntou. Todos na sala de interrogatório ficaram em silencio, pude ver alguns pescoços chegando mais perto, curiosos, inclusive o meu... Ela sorriu para ele por alguns segundos.
- Sr. Heinz, o tempo do senhor, ou melhor, o meu tempo acabou a trinta e dois segundos atrás. – Ela sorriu mais uma vez para o meu chefe. – Eu espero ter colaborado com tudo o que eu sei, relevante ao caso... Mas agora eu realmente gostaria de ir embora!
- Desculpe-me se fui...
- Não culpo a curiosidade do senhor. – Ela falou se levantando, quando o estagiário se postou ao lado dela. – E o senhor Malfoy?
- O que tem o senhor Malfoy?
- Conhecendo o procedimento, o senhor dará o seu veredicto agora, não?
- Ah, sim. – Ele olhou sem graça para ela. – Podem soltar o homem.
- Até mais ver, senhor Heinz, foi um prazer! – Ela se dirigiu à porta, tentando acalmar as mãos frenéticas.
- Weasley. – Ele falou antes que ela saísse. – Se um dia terminar os estudos... Será bem vinda na Alemanha!
- Enquanto a lei continuar a mesma, eu apenas agradeço pelo convite. – Ela saiu da sala deixando para trás muitas pessoas curiosas.
***
Os dementadores foram afastados do meu pai assim que o senhor Heinz deu ordem para os aurores responsáveis o soltarem. Meu pai se levantou da cadeira que o prendia há instante atrás, ele tinha lágrimas nos olhos quando encontrou o abraço da minha mãe. Fui em sua direção, temeroso do que ele podia me falar... “Rose Weasley, uma traidora de sangue admitindo ter te amado no meio de um julgamento?” O que ele estava pensando? Era por isso que ele chorava? E se eu admitisse para ele que a amei também... E ainda a amo? Não, não poderia fazer isso, não agora, não hoje.
- Filho! – Meu pai falou me puxando para um abraço apertado. – Ah, filho, desculpe por tudo!
- Você não fez nada pai, é inocente.
- Onde está a Rose? – Ele falou desesperado, me soltando. – Não devia ter feito ela passar por isso...
- Eu vou procurá-la. – Prometi a ele. – Me espere aqui.
***
Quando sai no corredor não consegui encontrá-la em lugar algum, andei um pouco desesperado, esquecendo de colocar o disfarce de Jack Daniel’s. Eu perguntei para todas as pessoas que encontrei no enorme corredor. Avistei Marjorie parada enfrente ao banheiro e corri até ela. Assim que ela me viu, abriu um sorriso triste e me abraçou.
- Marjorie, você viu Rose Weasley? – Perguntei para ela enquanto tentava me soltar daquele abraço. – Ela é ruiva, tem mais ou menos a sua altura... Na verdade é bem mais baixa que você, bom... Ela tem olhos azuis e... Quer fazer o favor de me soltar? – Eu falei me soltando de seus braços.
- Ah, eu vi Scorpius. – Ela falou me soltando por fim. – Você deve estar precisando de apoio agora que seu pai foi preso... Eu estou aqui pra te ajudar! – E seus braços vieram em minha direção mais uma vez, eu me desvencilhei.
- Preso? – Perguntei estranhando a convicção em sua frase. – Porque acha isso? Você a viu? ... Onde ela está?
- Chorando, claro. – Ela respondeu erguendo os braços para mim mais uma vez. – Você pode chorar comigo se quiser, eu estou aqui pra isso, Scorpius.
- Ela está chorando? – Perguntei desesperado. – A onde?
- No banheiro... – Ela respondeu erguendo as sobrancelhas. – Onde mais as garotas choram? – Eu a empurrei com certa indelicadeza, e abri a porta atrás dela. – Ei, você não pode entrar ai!
- Rose? – Perguntei ao entrar e fechar a porta na cara de Marjorie. – Rose, você está ai? – Perguntei enquanto olhava embaixo de todas as portas, foi ai que eu vi os pés dela subindo rapidamente para cima do vaso sanitário. – Abre a porta, Rose, quero falar com você! - E ela abriu, seus olhos estavam vermelhos e seus cabelos despenteados.
- Malfoy... – Ela me olhou com os nervos a flor da pele. – Não quero falar com você!
- Porque não? – Perguntei assustado. –Qual o problema?
- Malfoy, vamos colocar os pingos nos “ís”... – Ela falou se postando na minha frente apontando o dedo para mim. – Eu não estou aqui por você... – Ela falou me cutucando. - Eu vim ajudar o seu pai... – Cutucadas e mais cutucada. - Eu prometi que nunca mais te procuraria e isso, definitivamente, não foi nenhuma recaída, pode ter certeza!
- Eu sei disso. – Falei bufando. – Eu sei de tudo isso.
- Não tenho o que falar com você, Malfoy! – Ela falou nervosa limpando o rosto na pia do banheiro. – PODE IR EMBORA!
- Vai gritar agora? – Perguntei me alterando, ela não olhava pra mim. – HÁ VINTE MINUTOS ATRÁS VOCÊ DIZ QUE ME AMA E AGORA NÃO TEM CORAGEM DE OLHAR NA MINHA CARA?
- EU ESTAVA SOBRE EFEITO DE UMA POÇÃO, SEU IDIOTA!
- A POÇÃO DA VERDADE, SABE-TUDO!
- AQUILO FOI HÁ MUITO TEMPO, MALFOY! – Ela falou respirando fundo. – Eu prometi nunca mais te procurar, e mantenho a minha promessa!
- E SE VOCÊ ME AMOU? – Eu perguntei sem medir palavras. – E SE EU TE AMEI, ROSE? QUAL O GRANDE PROBLEMA DISSO? VOCÊ VEIO ATÉ AQUI PELO MEU PAI, EU SEI DISSO, MAS... QUER FAZER O FAVOR DE OLHAR PARA MIM?
E ela olhou, seus olhos estavam ainda mais vermelhos do que antes enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto sem fazer pausa. Eu a abracei o mais forte que pude e percebi quando ela começou a se debater freneticamente. Aquilo com certeza era a tentativa dela me bater e se soltar.
- Você não vai vir até aqui falar sobre amor, Malfoy. – Ela respirou fundo. – Não retiro o que disse mais cedo, você pode saber muito bem o que é cumprir uma promessa, mas não sabe nada sobre amar outra pessoa!
- Eu sei sim, Rose. – Falei tentando abraçá-la mais uma vez. Ela se soltou com fúria dos meus braços.
- Não, você não sabe! – Ela falou me empurrando. – Já não basta tudo o que você fez e tudo pelo que você me fez passar?
- Que eu te fiz? EU NÃO FIZ NADA!
- ÓTIMO! Finja que os seus atos não têm conseqüências! – Ela falou abrindo a porta do banheiro feminino.
– Meu pai quer falar com você! – Dei o recado antes que acabasse o meu tempo. – Rose, volta aqui, por favor, entenda que eu me arrep...
- PRA VOCÊ MALFOY, É WEASLEY! ENTENDEU? WE-AS-LEY! – Ela se foi pela porta mais rápido do que meus olhos puderam ver...
***
N/A:
- LUMUS!
Adoraria saber o que acharam... então... COMENTEM!!!
Barbara Aguiar Azevedo: Já te adicionei no MSN, já mandei e-mails e NADA... Se possível, confira os pedidos pendentes no seu MSN, ou então, me adiciona...
[email protected]
Bjs a todos!
- NOX
Comentários (10)
OMG SIMPLISMENTE P-E-R-F-E-I-T-O ESSE CAP. A-M-E-I *.*O SCORPIUS VAI MORRER QUANDO SOUBER :PO RON MATARIA A ROSE POR ISSO kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk'#MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :)
2013-01-30Mano....Esse foi o capitulo mais foda até aqui...Envolveu muito sentimento.Lindo!!!
2012-02-01Oieee! Essa sua fic, é MT LEGAL!! No começo eu achava q n iria me apegar tanto a ela, mas derrepente, eu n tava conseguindo parar de ler!!! Qnd é q vc pretende postar o cap 23, ein??? To mt anciosa!!! E, como vc pediu, minha nota para sua fic é, com certeza, 10!!!! Bjos...
2012-01-30Se fosse dar uma nota seria 10 sempre sua fic é pefeiiita *-*
2012-01-24Oiiii Ana. Desculpa o tempo que demorei pra comentar é que tô ocupada esses dias :( então fica dificil. Sobre o capitulo eu ameiii. Desde o começo , Amor é isso Sentir ciumes de você mesmo kkk Scorpius é uma onda. Amoo a narração dele, cada dia fica melhor *-* A parte do capitulo que mais me impressionou e me deixou aflita foi o julgamento vixe como aquele chefe do Scorpius foi mal tentando fazer a Rose falar de qualquer jeito, pensei até que ela ia falar algo que não devia...Quer dizer ela disse que amava Scorpius isso já foi em si algo diferente pra se dizer em um julgamento ainda mais com ele assistindo. Ameii o jeito que ela defendeu o Draco *-* por essas e por outras que a Rose é super diva, Agora coitado dele ser punido por algo que nem sabe que cometeu kkk Rose apaixonada pelos dois que é um só ? kkk isso vai dar o que falar. Como disse amei o capitulo e espero anciosamente o proximo bjooos flr *-*
2012-01-24uhulll, eu adoreii, tava mt bom esse cap. to loca pra ler o proximo... imagina a cara do Scorpius quando ele descobrir que o Sebastian é filho dele? Nossa to até imaginando essa cena, vai ser d+ Continue assim, estarei sempre lendo *-*
2012-01-24vou te add Anaa, pa não tem nada no meu msn!
2012-01-23Ahhh esta perfeito o capitulo, é tão fofo a Rose com o Scorpios *--------*Ana espero que vc não demore muito para postar o proximo capitulo, estou muito anciosa para ler!A fic sta maravilhosa, a melhor que ja li com o shipper Rose/Scorpios, e olha que eu sou fanatica em fics Beijos quero muito muito o proximo capitulo *0*
2012-01-22Adoreiii sua fic.. espero que naum demore muito pra postar.. so quero ver a reação da rose quando o scorpios contar a verdade.. e a reação dele quando ela contar que o sebastian é filho dele... e naum se desmotive.. sei que é dificil pq muitas vezes eu mesmo leio e naum comento.. mas as vezes por preça ou por acabar esquecendo naum comento... ansiosa pelo proximoo capituloo !! *-*
2012-01-22Eu realmente gostaria de críticas, de comentários elaborados, a opinião de vocês!Uma NOTA de 0 a 10, quem sabe?Qualquer coisa que me deixe motivada a continuar escrevendo como venho fazendo?!Sei de muitas leitoras que vem aqui e leem a FIC, vão embora sem comentar... Isso desmotiva...Estão lendo para saber o que está acontecendo ou estão lendo por que estão gostando?Vamos lá gente, comentem e me deixem feliz... São 37 leitores, por Mérlin!Beijos a todos,Ana CR
2012-01-22