Férias Weasley



Capítulo 11 – Férias Weasley


 


         Depois daquele dia, evitei andar sozinha nos corredores, Scorpius e seus “amiguinhos” da sonserina, pareciam ter grudado um radar em mim. Onde quer que eu fosse, eles me encontravam, faziam todo tipo de piadas de mau gosto, e quando eu ficava cansada de ser humilhada por eles, tentava revidar, mas sozinha, perdia na maioria das vezes...


Até que junho chegou, e com ele, trouxe as provas anuais, não eram tão importantes, como os testes de NOMs (Nível Ordinário da Magia) e nem como os NIEMs ( Nível Incrivelmente Exaustivo da Magia), mas eram provas.


Estudávamos todos os dias, eu e Alvo ficávamos até tarde no salão comunal, tomando perguntas um do outro, e treinando feitiços. Tirava todas as duvidas que ele tinha, assim como ajudava Thiago e os outros, quando tinha tempo, exceto em Transfiguração, que eu descobrira agora que estávamos no fim do ano, que era péssima. Conseguia transformar as coisas, mas não conseguia realizar nada que não fosse matéria do meu ano, o que me deixava frustrada, a professora McGonagall, no entanto, havia me alertado que isso era normal, que contanto que eu conseguisse acompanhar minha turma, não tinha que me preocupar em avançar na matéria, mais do que eu havia avançado com as outras. Ironicamente, eu sabia, que se não fosse a matéria de Transfiguração, eu poderia realizar os testes de NOMS, junto com o 3º ano e me daria bem.


 


A Festa de Despedida foi realizada no Salão Principal, no ultimo dia de junho, na contagem de pontos, a Sonserina ganhou por apenas quinze da Grifinória, levando a Taça das Casas, Corvinal em terceiro lugar, e Lufa-lufa em quarto. A decoração no teto do salão possuía bandeiras verdes, com o símbolo em formato de cobra.


A diretora levantou mais uma vez, fazendo os gritos de vitória e decepção se aquietar, entregava prêmios, para os melhores alunos de cada ano, deixando um menino da Lufa-Lufa do sétimo ano chorando de emoção. Vários assovios e palmas para cada nome chamado e quando ela falou o meu nome para receber o premio do primeiro ano, eu não conseguia acreditar, tendo que ser levantada pelos braços pelos Marotos.


Foi uma noite perfeita, e o que mais me agradou foi ver o olhar de Scorpios, ele não aplaudiu e nem assoviou, mas me olhava de um modo, que parecia disfarçar um contentamento. As borboletas voltaram, apesar disso meu humor aquela noite era maravilhoso. Apenas olhar para ele me fazia bem, mesmo que ele me trata-se como um lixo, desde o primeiro dia.


 


Seguimos todos para Hogsmead, na manha seguinte, pegamos o trem em direção a Londres. Na estação de King Cross papai nos esperava, vi quando o trem parou que ele conversava cheio de raiva, com um homem, loiro e alto, de queixo fino, o homem era Draco Malfoy. Não pude escutar o que eles falavam, mas quando entramos no carro emprestado do ministério, papai começou a resmungar.


- Ah, eu pego aquela doninha um dia. – Dizia, batendo com as mãos no volante. – Ele diagnosticou Flink Morris com uma doença que nunca ouvi falar. – Socos e mais socos, no volante. - Eu e Harry estamos tentando pegar o sujeito há um bom tempo. – O volante agora parecia que ia quebrar. – Só precisávamos do diagnostico medico para provar que Flink está envolvido com artes das trevas! Quanto será que Malfoy recebeu por isso? Ah, ele me paga!


- Papai? O senhor está bem? – Disse enquanto meus primos seguravam as risadas. – Quem sabe o moço realmente estivesse doente, e o Senhor Malfoy apenas diagnosticou ele com a doença certa...


- Não se engane, minha querida. Nada que vem de um Malfoy é coisa boa. Eles são parasitas nesse mundo, todos eles deveriam... – Não escutei o resto da frase, meu coração estava apertado, pensando em Scorpios, e no quanto eu o amava.


- Tio, a nossa casa é pro outro lado. – Disse Alvo, apontando para rua que ficava para trás, Thiago agora estava roxo, por segurar uma gargalhada.


Papai fez o retorno na rua, de um jeito bem atrapalhado. Mamãe o obrigara a tirar carta, logo que descobriu que estava grávida de mim, ela tinha enjôo por qualquer outro meio de locomoção, mas isso não significava que ele dirigia bem, pelo contrario, todos desconfiavam que ele fez alguma magia no homem que passou ele no teste.


No fim de julho uma coruja chegou em casa com as notas das nossas provas. Tia Gina estava radiante, pois tanto Alvo como Thiago tiraram três ótimos, dois excede as expectativas e dois Aceitáveis.


- Olhe Hermione, olhe. – Dizia ela com os pergaminhos na mão. – Eles foram bem em todas! – Abraçou os dois com lágrimas nos olhos. – Esses são os meus garotos.


- Agradeça a Rose, mamãe, ela que nos ajudou. – Thiago tentava sair do abraço apertado.


- Mamãe, não precisa apertar tanto! – Alvo a todo custo, tentava se soltar.


- A Rose? – disse mamãe me fitando com o canto dos olhos. – Claro que não Thiago, como ela poderia? Ela está no primeiro ano, só podia ajudar o Alvo...


            Ela parou de falar, quando a terceira coruja chegou, com as minhas notas, abriu o pergaminho sem expressar nenhuma reação, estava quase chorando quando Tia Gina, finalmente quebrou o silencio.


- E então, Mione? – Perguntou, arrancando o pergaminho de sua mão. – Mérlin.


- Eu reprovei? – Meu corpo começou a ficar fraco. – Vou ter que fazer o primeiro ano de novo? – Sentei na cadeira mais próxima. – Papai vai me matar! – Minha respiração estava ao extremo, e foi ficando pior quando Hugo olhou o papel, e fez a mesma expressão que mamãe fazia. – Mamãe, me desculpa, eu...


- Não espere que eu seja igual a ela, mãe. – Hugo me fitou sorrindo. – Eu não sou anormal.


- Parabéns, filha. – mamãe tentou sorrir. – Só precisa melhorar em Transfiguração...


- Mione, melhorar? – Tia Gina encarou mamãe descrente. – Seis ótimos e um excede as expectativas está mais do que melhor... - Mas foi só quando eu contei a mamãe sobre o Troféu que ganhara, que ela imitou Tia Gina, me esmagou contra seu corpo.


 


FÉRIAS DA FAMÍLIA WEASLEY


Em um domingo, Feriado Nacional de Dumbledor, a família Weasley e Potter se reuniu no quintal da Toca, para comemorar a data especial, casa dos meus avós Arthur e Molly, todos mesmo...


Meus tios Gui e Fleur estavam com seus filhos: Victoire, Dominique e Louis.


Meu tio Carlinhos, como não era casado e não tinha filhos, foi sozinho.


Meus tios, Percy e Audrey estavam com suas filhas Molly II e Lucy.


Meus tios, Jorge e Angelina, levaram seus filhos, Fred II e Roxanne.


Meu tio Harry, e minha tia Gina levaram Thiago, Alvo, Lílian e Teddy (afilhado do meu tio Harry).


Meus pais Rony e Hermione levaram Hugo, e claro, a mim.


Foi montada uma tenda no quintal, para que todos pudessem ficar juntos, e devo admitir que por melhor que fosse a comida de Hogwarts, nada se comparava a da vovó, acredito que a família toda reunida deixava a comida ainda mais saborosa. Lá pelas duas horas da tarde, juntei-me aos meus primos, para nos separarmos em dois times, podendo, então, jogar Quadribol ao modo família, ao fim da separação, pedimos ao vovô, que fizesse um feitiço com nossas roupas, para nos separar por cor.


No meu time, o time Vermelho, eu fiquei de goleira. Lílian e Thiago como batedores. Teddy como apanhador. Dominique, Molly II e Lucy como artilheiras.


No time adversário, o time Dourado, Alvo ficou de goleiro. Tio Jorge e Louis de Batedores. Victorie de apanhadora. Fred II, Roxanne e Hugo de artilheiros.


A goles foi lançada pelo tio Carlinhos, que ficaria de juiz, podíamos escutá-lo devido ao feitiço que havia feito para ampliar sua voz, muito parecido com os microfones trouxas.


- Lá vai a goles. – Disse após soltar os balaços e o pomo, jogando a ultima bola no ar. – E é dada a partida. A posse fica com o time Vermelho, Lucy dribla um, dribla dois, dribla três, dribla quatro, sai um pouco de seu ritmo, mas logo volta, se livra espetacularmente de um balaço enfezado jogado por Jorge, driblando mais uma vez, foi para perto e é PONTO! – Os adultos que ficaram de platéia gritavam e aplaudiam. – Vai a loucura a torcida do time Vermelho! Time Dourado com a posse da goles agora, Hugo dribla bem, e ele vai, ele vai e... – Conhecia muito bem a técnica de Hugo, ele foi em direção a um aro, mas eu sabia que ele jogaria no outro, então... – Brilhante Rose! Time Vermelho defende. Agora Dominique e Molly II fazem uma magnífica tabela e, é mais dez pontos para o Vermelho. Vermelho na liderança do placar! Dourado se mostra bastante nervoso com a situação, Rose faz mais uma defesa brilhante. Hugo está ficando louco. – E estava mesmo, ainda mais depois da risada que não consegui segurar. – Louis acerta um balaço em Rose, é querida, é melhor não dar risada. Roxanne aproveita a desorientação de Rose e marca ponto pro time Dourado. A torcida vai a loucura! – Era engraçado ver uma platéia que aplaudia e gritava comemorações para os dois times. – Vermelho vinte, Dourado dez. – Preste atenção, Rose, e Dourado agora empata o placar. Agora é a briga dos apanhadores, Teddy se choca com a apanhadora Victoire, podemos observar o pomo fugindo dos dois. Agora o pomo está muito baixo, quase chegando ao chão, vassoura com vassoura, quem vai desistir é... – Todos olhavam para os dois agora. – Victorie! Teddy cai da vassoura, mas o que é isso? Teddy pega o pomo de ouro. Vermelho 170. Dourado 20.


            Jogamos mais duas partidas, até o céu começar a ficar escuro. O placar final foi duas vitórias para o meu time, e uma para o time Dourado. Quando voltamos pra casa, bem tarde da noite, podia ouvir meu irmão e Alvo reclamando do jogo, enquanto Lílian, Thiago e eu, ainda comemorávamos.


 


 


No dia seguinte, mamãe e tia Gina nos levou ao Beco Diagonal. Compramos as varinhas de Hugo e Lílian no Sr. Olivaras, e uma coruja para cada um, no Empório das Corujas. Passamos então na Madame Malkin, Trajes para Todas as Ocasiões, não eram apenas Hugo e Lílian que precisariam de vestes novas, mas sim, todos nós. Cada um de nós carregava uma sacola com nossos novos trajes: três conjuntos de vestes comuns de trabalho pretas, um chapéu pontudo simples preto, para uso diário, uma capa de inverno preta com botões prateados, e claro um par de luvas protetoras, feita de couro de dragão.


Eu não via a hora de ir a loja dos Floreios e Borrões, lá os livros se amontoavam até o teto. Compramos então dois conjuntos de livros para o primeiro ano, de Lílian e Hugo, incluindo o Livro padrão de feitiços 1ª série, História da Magia, Teoria da Magia, Guia de transfiguração para iniciantes, Mil ervas e Fungos Mágicos, Bebidas e Poções Mágicas, Animais Fantásticos e seu habitat, As Forças das Trevas: Um Guia de Auto Proteção. Para mim e para Alvo, compramos O livro Padrão de Feitiços 2ª série e As forças das Trevas: Um Guia de Auto Proteção 2ª série. Para Thiago, Os Livros Monstruosos dos Monstros, Esclarecendo o Futuro, Transfiguração para o Curso Médio, o livro Padrão de Feitiços 3ª série.


Passamos na loja de Caldeirões, onde vendiam todos os tipos e tamanhos de caldeirões, pegamos então dois caldeirões de estanho tamanho 2, dois tamanhos 3 e um tamanho 4 para Thiago, cinco conjuntos de frascos, dois telescópios e duas balanças de latão. Mas antes de ir embora para casa, passamos na Loja de Escribas Penas Especiais, lá compramos quilos de pergaminho e penas das mais diferentes cores e tamanhos. Agradeci a Mérlin por morarmos tão perto do Beco Diagonal, de tão pesada que as sacolas estavam...


Quando chegamos em casa, começamos a arrumar nossas malas, guardando tudo o que haviamos comprado aquele dia.


- Mãe, viu minha capa de inverno? – Perguntou Hugo, remexendo todas as sacolas. – Não está aqui!


- Veja na sacola da sua irmã, querido.


- Não está aqui também.


- Hugo, fala que não esqueceu na loja! – Mamãe o olhou de canto de olhos. – Eu tenho que ir trabalhar, não posso voltar na Madame Malkin agora.


- Se quiser eu vou com ele, mãe. – Falei sorrindo. – É aqui do lado, agente vai e volta correndo, não precisa se preocupar.


- Certo, Rose, vá com seu irmão então. – Mamãe andou em direção ao seu quarto, para trocar suas vestes e ir trabalhar, pude ouvir ela resmungar antes de fechar a porta. – Igualzinho o Rony, dos pés a cabeça...


- Vamos Hugo, antes que a mamãe mude de idéia.


            Andamos lentamente até o Beco Diagonal, demos muita risada com os trouxas que andavam na rua, vivia me perguntando, como eles viviam sem o auxilio da magia. Entramos no Caldeirão Furado, e pedimos a Tom, o dono do bar, que abrisse passagem para nós.


- Rose, tem alguma moeda ai? – Ele me olhava com olhos pidões. – Queria tanto um sorvete!


- Você já comeu todos os Sapos de Chocolate que tinham em casa – Minha expressão estava bem séria. –Só não fala pra mamãe, Hugo!  – Coloquei um nuque em sua mão. – ME ENCONTRA NA MADAME MALKIN! – Gritei porque ele já estava longe, mas um sinal de positivo apareceu de sua mão, o que me deixou tranqüila, que ele havia escutado.


- Não é muito educado gritar assim, Weasley! - Eu me virei na hora, em direção aquela voz familiar. – Muito menos no meio da rua...


- Não esperava aprender sobre educação com você, Vaughan. – Vaughan era a amiga de Scorpius. Harriet me encarava, assim como seu irmão Harold, que vinha em nossa direção. – Com licença. – Mas antes de conseguir sair, seu irmão entrou na minha frente.


- Weasley – uma cara de deboche estampou em seu rosto. - é um prazer encontrá-la novamente.


- Pena que não posso dizer o mesmo, agora, com licença, tenho mais o que fazer.


Passei no meio dos dois, não estava com medo, pois eles não podiam usar magia, assim como eu... Se fosse em Hogwarts, com certeza ficaria em silencio, por estar em minoria. Entrei na Madame Malkins correndo.


- Srta Weasley, seu irmão esqueceu uma sacola. – Ela me olhou sorrindo. – Só vou terminar essa roupa e já pego para você. Agora senhor Malfoy levante o braço para que eu possa costurar essa manga.


            Não nos cumprimentamos, meu estomago começou a apertar, era incrível como as borboletas se agitavam a sua presença. Ouvi quando a senhora atrás dele começou a dar palpites na roupa do filho, Astória estava lá, com um vestido roxo que descia dos pés a cabeça, tinha um coque em seus cabelos loiros e um chapéu de renda grudado a eles, da mesma cor do vestido. Madame Malkins deu os últimos retoques na roupa de Scorpius, e foi para trás do balcão, procurar a sacola de Hugo.


- Rose, comprei um pra você... – disse Hugo entrando na loja e me mostrando um segundo sorvete. – Não tinha de amora, então peguei de cereja.


- Ah, Hugo! Olha a sua roupa. – Disse olhando para a sua camisa azul, cheia de manchas de sorvete de chocolate. – Agora a mamãe vai me matar por ter te dado mais doce.


- Desculpa Rose. – Ele disse olhando para os dois sorvetes e para sua roupa. – Não percebi.


- Termina logo o seu sorvete, só falta uma dentada. – Ele me obedeceu, engoliu o sorvete que faltava, e eu pude ver sua cara de desejo, olhando o outro sorvete. – Ta Hugo, pode comer o meu também, mas tenta não se sujar mais.


Ele não pensou duas vezes, antes de começar a comer meu sorvete de cereja. E com a boca cheia tentou falar.


- Mma fai te mtr. – Como ele percebeu que eu não entendi, engoliu o resto e repetiu. – Eu disse que a mamãe vai te matar!


- Depois do que você fez com a sua camisa, eu já sou uma garota morta...


- Aqui Srta. Weasley. – Madame Malkin me entregou a sacola, mas ao olhar para Hugo, levou um grande susto. – Sr Weasley, o que pensa estar fazendo com esse sorvete dentro da minha loja? Espere aqui, vou pegar minha varinha, não posso deixar você sair assim... O que os clientes vão pensar...


- Não precisa Madame, deixe-me fazer isso. – Astória agora estava ao nosso lado e apontava sua varinha para a roupa de Hugo. – Pronto, bem melhor, não é querido?


- Obrigada, senhora Malfoy. – Dissemos, eu e Hugo juntos.


- Me chamem de Astória. – Ela disse, pegando uma sacola que a dona da loja entregava e pagando a mulher. – Vamos Scorpius, estamos indo embora. – Scorpius parou ao seu lado, segurando na mão de sua mãe, e me fitando de canto dos olhos. – Acredito que vocês se conheçam não? – Olhava para mim e seu filho enquanto falava.


- Boa tarde, Weasley.


- Boa tarde, Malfoy. – Tinha certeza que ele me cumprimentara somente porque a mãe estava ao seu lado. – Vamos Hugo, antes que escureça.


            Pude sentir o olhar da Sra Malfoy nos seguindo pela rua, só quando saímos pelo bar do Caldeirão Furado ficamos livres de seus olhares, caminhamos em silencio em direção a nossa casa, quando estávamos quase chegando, senti que Hugo me fitava.


- O que foi? – Parei de andar e olhei para Hugo.


- Ele gosta de você! – Hugo estava com sorriso no canto do rosto. – Não adianta revirar os olhos, Rose. Eu vi que ele não parava de te olhar...


- Isso porque ele me odeia. – Apertei o passo, mas meu irmão não andava. – O que foi agora? – Olhei para trás e ele tentava sorrir.


- Não consigo acreditar, ele gosta mesmo de você! E algo me diz que a mãe dele sabe tanto quanto eu...


- Não fale asneira, Hugo! Anda, aperta o passo, é possível que a mamãe volte antes que agente...


- Porque vocês se tratam tão mal? Se vocês se gostam, era de se esperar que se tratassem bem...


- Tenta entender uma coisa, ta? Eu gosto dele, MAS ELE NÃO GOSTA DE MIM! – Dei a conversa por encerrada, e voltei a andar, depois de um tempo, senti que meu irmão estava ao meu lado, e ficamos em silencio por um bom tempo.


 


            Dia 1º de setembro, dia de voltar para Hogwarts, seguimos para a Estação de King Cross, com o carro emprestado do Ministério da Magia, por ser maior e conseguir portar quatro adultos e cinco crianças. Lílian chegara em um ponto histérico, abraçava seus pais de cinco em cinco minutos, como se não lembrasse que já havia feito isso, milhares de vezes. Hugo estava tão calmo, que estava até me assustando, normalmente era ele o exagerado da família. Abracei meus pais bem apertado e dei um beijo no rosto de cada um deles. Os adultos nos desejaram boa sorte antes de entrarmos no trem.


Vi quando ele se aproximou, usava um terno muito elegante e estava acompanhado de sua esposa, que trajava um vestido comprido numa cor vermelho vibrante, seu cabelo estava preso em um coque firme, exatamente como da ultima vez que a vira, com um chapéu grudado à cabeça num tom exatamente igual ao do vestido.


            Meus pais acenaram para mim, e tudo que pude ouvir o Sr Malfoy falar foi “Weasley, Potter, precisamos conversar!”, o barulho do trem impossibilitou que qualquer outra coisa fosse ouvida, vi quando eles apertaram as mãos, pareciam irritados um com o outro, mas não podia ter certeza, pois o trem começara a andar nos trilhos, dei um ultimo aceno de tchau para minha mãe, que acenou de volta.


            O trem fez a curva, e resolvi sair da janela e para procurar a cabine que estavam meus primos. Encontrei Richard, Robert e John, já na cabine, junto com Thiago, Alvo, Lílian e Hugo, e sentei no único banco vago que sobrara para mim.


- E ai Rose? – Robert me olhou sorrindo. – Como foram as férias?


- Bem, tudo ótimo. Meu irmão e minha prima já se apresentaram?


- Claro! – Ele sorriu mais uma vez. – Está olhando para os mais novos Marotos!


- Marotos? – Olhei bem para Hugo, seu sorriso ocupava metade de seu rosto. - E quem eles tiveram que azarar para entrar?


- Azarar? – John parecia confuso, não mais que eu e Alvo. - Pra que azarar?


- Pra que? Porque eu e Alvo tivemos que azarar! – Quando falei isso, não esperava ver Richard, Robert, Thiago e John dando risadas histéricas.


- Tinha me esquecido disso. – Richard enxugava lagrimas dos olhos, que caíram enquanto ele ria.


- Qual é a graça? – Alvo estava confuso, mas eu já tinha imaginado aonde isso ia dar...


- Porque nunca existiu teste algum. – Thiago falou ainda rindo. – Não pra vocês!


- Então porque agente teve que fazer? – Alvo parecia mais confuso ainda.


- Porque? – John tentou se manter sério. – Ah, não podíamos deixar a oportunidade passar... Malfoy numa cabine sozinho? Não é todo dia que coisas assim acontecem...


- Ele estava ridículo, Rose, depois do que você e Thiago fizeram. – Richard me assustou quando falou isso, então ele sabia que não havia sido Alvo? – Caído no chão da cabine cheio de gosma nas vestes...


 


Inconformada era pouco, afinal, minhas brigas com Scorpius começaram exatamente por causa da “peça” que eu pregara nele. Os Marotos riam ao lembrar daquele dia, davam altas gargalhadas. Não, não era possível, será que seria diferente se isso não tivesse acontecido? Será que seria amiga de Scorpius? Namorada? Uma briga interna de borboletas entrando em depressão, e outras querendo lutar, invadiram meu corpo inteiro. Queria poder voltar ao tempo, mudar toda aquela situação, mas a parte que mais doía era pensar que se isso não tivesse acontecido, minhas brigas com Scorpius seriam as mesmas... Ele me odeia por quem eu sou, e não pelo que eu fiz. Dizia isso a mim mesma, tentando me conformar com a realidade. Eu e Thiago éramos os responsáveis pelas risadas dentro do nosso vagão, nós e o coitado de Scorpius, que não tinha feito nada para merecer aquilo!


Foi quando Hugo chamou minha atenção, que eu percebi, as risadas haviam cessado, tudo começou a se mexer em câmera lenta quando vi Scorpius parado na frente de nossa porta aberta. Ele escutara tudo? Olhei para seu rosto, e ele me devolveu o olhar com desprezo. Sim, ele escutara tudo! Se antes a câmera era lenta, agora tudo estava mais rápido, ele bateu a porta de nossa cabine, antes de sair. Todas aquelas borboletas foram de uma vez para o meu coração, elas estavam frenéticas, deixavam pouco espaço dentro do meu corpo, fazendo com que eu não conseguisse respirar. Precisava alcançá-lo, mas não lembrava como mexer minhas pernas. E como mágica, vi que eu estava no corredor, a porta do nosso vagão estava escancarada a alguns metros de onde eu corria.


- Scorpios, espera! – Minha voz não saiu, tentei lembrar como gritar, mas não consegui, então corri, corri feito louca em sua direção. – Scorpios, espera! – Puxei o braço dele, e ele se soltou. Fiz com que ele olhasse para mim, me arrependi no mesmo instante, se antes eu achava que ele me odiava, agora eu tinha certeza! – Scorpios, por favor, preciso explicar!


            Tudo nele me lembrava o pai, nunca o achei parecido, mas com aqueles olhos pegando fogo, a mandíbula travada, os punhos fechados... Era a cópia do pai dele.


- Explicar o que, Weasley? Você teve a cara de pau de falar que queria ser minha amiga, quando na verdade era tudo pra se vingar? Eu estava certo o tempo todo sobre você! – Seus olhos ferviam dentro dos meus. – Não sei como tive duvidas, não sei como pude pensar que você...


Ele não terminou a frase, mesmo eu perguntando “Que eu o que?”, varias vezes. Ele me deu as costas e foi embora. Minha voz voltara, e eu gritava chamando por ele, estava à beira de um colapso nervoso. Mas em nenhum momento, ele se virou. Continuou andando pelo corredor como se não me escutassem, o que era impossível, pois inúmeras cabeças estavam saindo pelas janelas da cabine, e me encarando no corredor, para ter o gostinho de ver o que estava acontecendo. Senti uma mão me puxando pra traz, demorei a perceber que era Hugo, assim como demorei a perceber que eu o seguia de volta para nossa cabine.


- O que foi isso, Rose? – Alvo me encarava. Dei-me ao luxo de não responder.


– O que ele quis dizer com você querer ser amiga dele? – Perguntou Thiago. Todos me olhavam, e eu não respondi, não tive coragem de responder. – Ele te odeia e você o odeia! – Com uma risada completou o pensamento. – Todos os Malfoy’s são loucos! – Todos se juntaram a Thiago nas gargalhadas.


- Falta muito para chegarmos? – perguntou Hugo mudando de assunto. Lílian me olhava assustada, por um momento achei que ela havia descoberto que aquele era o “Sonserino”, mas não, poucos segundos depois começou a conversar animadamente com Richard.


- É claro que falta, acabamos de entrar no trem! – John respondeu.


- Eu estou com fome! – Hugo era um bom ator, ainda mais com o estomago roncando. – Não tem nada para comermos?


- Só mais tarde. – Robert estava totalmente tranqüilo, no canto dele. – Vai passar um carrinho de comida, daqui umas duas horas.


- Ah, mas não dá pra esperar! – Hugo olhou pra mim, com um olhar tão autoritário que me lembrou papai na hora. – Rose, me ajuda a achar esse carrinho?


- Sim, claro. – Eu estava um pouco confusa, o que ele não entendera, que eu teria que explicar?


            Saímos de nossa cabine e andamos pelo corredor a procura da moça que empurrava o carrinho de comida. Até que Hugo me puxou tão forte pelo braço, para dentro de uma cabine vazia. Cai com o bumbum no meio de dois bancos quando vi Hugo trancando a porta e fechando todas as cortinas das janelas.


- Pode me explicar porque me puxou desse jeito? – Tentava me levantar para poder encará-lo melhor. – O que quer, Hugo?


- Nem ao menos eu sei! – Hugo bufou colocando as mãos na cabeça nervosamente. – Eu achei que ele gostasse de você, digo, no dia que fomos ao Beco Diagonal, era como se ele fosse outra pessoa!


- Eu já disse que ele me odeia, Hugo. Aquele Scorpius que você conheceu não existe!


- E é assim que ele te trata? – Hugo estava inconformado. - Quero que esqueça ele, eu tentei entender o que te fez gostar de um Malfoy. – Ele andava de um lado para o outro. – Achei até que eu estava errado por julgá-lo. – Agora meu irmão parecia que estava tentando fazer um buraco no chão. – Mas depois de hoje, digo, no final das contas tudo o que eu penso é que ele é o que é, um Malfoy, entende?


- Entendo melhor do que pode imaginar! – Respirei fundo, Hugo estava me deixando tonta de tanto andar de um lado para o outro. - Você realmente acha que eu queria gostar dele? Eu tento não pensar nele o dia inteiro, mas a imagem do rosto dele fica me assombrando até quando eu durmo.


- Promete com sangue, Rose? – Eu o olhei pasma. – Promete que vai esquecê-lo? Pelo menos tentar?


- Eu vou tentar, Hugo, na verdade... Eu já estou tentando.


            Nesse momento Hugo pegou um canivete do bolso, que ganhara de aniversario. Ele furou a ponta do dedo de leve e eu fiz o mesmo. Nos olhamos por um tempo e sorrimos um para o outro. A partir de hoje, Rose, você vai esquecê-lo pelo seu irmão, custe o que custar...


***


N/A:

- Lumus!


Faz um boooooom tempo que escrevi esse capitulo, eu realmente acho que ele tá fraquinho...
Mas vou deixar voces decidirem, ok?

(:


- Nox!



 

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Comentários (7)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :)OWN LINDO O HUGO PROTEJENDO A ROSE :)))))))))))))))) IGUAL O RON COM A MIONE *.*

    2013-01-30
  • Ally Greene

    TADINHOOOOOS

    2013-01-23
  • Lana Silva

    Nossa nosssa nossa tadinha da Rose e tadinho do Scorpion....

    2011-10-08
  • Ana CR

    Vitória,  como prometido... eu vou avançar com os capítulos...  e isso quer dizer... LEIA O PROXIMO CAPITULO! hauhauahuahau (;

    2011-08-12
  • Vitoria Weasley Malfoy

    Muito bom amo sua fic,mas avança mais uns anospor favor isso te da mais liberdade!! amo muito e desculpe pelo sumisso!!

    2011-08-12
  • Ana CR

    (: Brigada pelo comentário Leticia! Não acho ela tãaaao precoce assim, pq meu primeiro beijo foi com 11 anos... hauahauahuahaua Preciso concertar uns erros do proximo capitulo... ai eu posto!    (:    

    2011-08-09
  • Leticia Franciele Borghi

    1°) Eu não deixei comentários nos outros capitulos, porque NÃO CONSEGUI PARAR DE LER!! (uau!) 2º) Essa Rose é bem precoce, quer dizer, ela tem 12 anos! oO 3°) A fic é TDB ( Tudo De Bom), não para não!!!!   Beijinhos :*

    2011-08-09
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