Conversa com Hugo

CAPITULO 9 – CONVERSANDO COM HUGO

Eu gelei, afinal não disse nada em sã consciência, e imaginei o que poderia ter dito enquanto dormia, como um flash pensei nas minhas companheiras de Hogwarts, dizendo que eu falava dormindo, e sobre o que eu falava! E como o sonho dessa noite tinha sido tão real, fiquei muito preocupada com o que eu poderia estar resmungando e o quanto meu irmão ouvira.

- E o que eu dizia?

- Rose, quem é o loiro? E quem é o outro loiro?

- É você Hugo, o meu ruivo aloirado – Disse mexendo em seus cabelos e lhe dando as costas.

- Rose, não insulte a minha inteligência! Somos filhos da mesma mãe, caso a senhorita não se lembre! Ao menos que você esconda um amor secreto por mim, caso em que eu devia ficar muito, muito preocupado mesmo! Eu exijo saber quem são os loiros!

- É, er, o que eu disse enquanto dormia? – perguntei para ganhar tempo.

- Bom, assim que eu entrei no quarto, você disse “meu loiro, eu quero o meu loiro”, mas quando eu tentei te acordar você disse: “Eu não quero esse loiro, mãe, deixa-me ir com aquele! É o outro loiro que eu amo!”. E então minha querida irmã, quem é um e quem é o outro?

- Ah, Hugo!

E nesse momento eu comecei a chorar. Eu nunca havia ficado tão vulnerável como agora, nem ao menos na presença de Lílian, e meu irmão ficou tão desesperado que na hora, não soube o que fazer, ele me puxou pra perto dele, e me abraçou. Ele não falou nada e esperou enquanto eu me recompunha. Dava tapinhas nas minhas costas, de uma forma desajeitada, mas eu fiquei grata por ele não rir de mim.

- Esta mais calma agora? Já posso falar? – Disse me olhando dentro dos olhos, como eu não disse nada, o que ele falou depois foi em uma voz sussurrada. – Fala o que ta acontecendo, Rose. Eu não vou falar para ninguém, eu juro! Juro com sangue se você quiser!

- Tudo bem... É que tem um garoto que acho que gosta de mim, é amigo do Thiago, mas eu não gosto dele, eu gosto de alguém que o papai e a mamãe nunca vão aprovar. Ah, Hugo! – E voltei a chorar.

Meu irmão me levou até o sofá, ele sentou em uma ponta, me obrigando a deitar a cabeça em seu colo. E enquanto eu chorava, ele fazia um cafuné na minha cabeça, sem dizer uma palavra, apenas escutando.

- Eu não posso gostar do outro menino, entende? É mais do que horrível, ele é filho do... Nossos pais iriam me matar, se eu aparecesse aqui com um...  E Lílian uma vez escreveu que eu devia namorar o Richard, para esquecer o...  – Respirei fundo e continuei. - E desde que o Richard me beijou, eu acho que o outro nunca mais vai olhar pra mim, e é torturante essa situação!

- Mas não é assim que funciona, Rose. O papai e a mamãe teriam que entender! Uma hora ou outra. O ruim é que eu sou o único que sabe o como você está infeliz! E se contássemos para a mamãe?

- Como você sabe que eu estou infeliz? Só porque me viu falar enquanto eu dormia? E eu não vou contar pra mamãe, e nem se atreva a fazer isso, Hugo.

- Claro que não! Eu sei a mais tempo do que isso! Está todo mundo tão feliz com a sua presença aqui, mas ninguém parou para olhá-la de perto... Parece que você está na beira de um abismo, um pouco assustada e distraída.  – Puxando meu rosto para encará-lo, ele continuou. – Você só revira os olhos quando algo te desagrada, e normalmente, você só olha assim para mim... Mas você girou tanto os seus olhos para todo mundo a sua volta que eu cheguei a ficar preocupado...

- Ah, Hugo. O que eu faço? Eu já pensei em namorar o Richard pra esquecer o outro, mas eu não consigo. E depois o outro me beijou e foi a sensação mais perfeita do mundo, mas o outro menino, não olha pra mim, ele sempre arranja um modo de me magoar, e ainda mais, depois que eu beijei o Richard, imagina agora como ele vai me tratar. Ai, meu Merlin, o que foi que eu fiz?

- Quem é o outro cara, Rose?

- Eu não vou falar quem é!

- Mas é assim tão ruim? Você diz como se fosse alguém da Sonserina ou Você Sabe Quem em pessoa... – ele olhou para mim e viu a culpa estampada em meu rosto. – Ah, Rose, o que foi que você fez? Da Sonserina? O papai vai te matar! – Hugo me olhou decepcionado. – E você beijou os dois?

- Agora você entende? Você está bravo? Você me prometeu, Hugo! Quero fazer o pacto agora, vamos, jurou por sangue vai ter que cumprir...

- Agente faz, Rose, mas eu prometi e não vou contar. Fala quem é o outro cara!

- Não, nem que Merlin me obrigasse, você vai contar pra mamãe e pro papai e eles vão me expulsar de casa, isso sim, ai eles vão...

- Conta, Rose. Eu juro, fazemos o pacto de sangue agora se você quiser.

Hugo sabia me convencer a fazer qualquer coisa, ele sabia a hora certa de falar, e principalmente me pegar quando estava cansada. Fui até a gaveta do banheiro e peguei uma agulha, furei o meu dedo com ela, e Hugo fez o mesmo. Juntamos os nossos dedos, um no outro, juramos que tudo o que foi dito e o que seria falado ficaria entre nós dois. Eu sabia que aquele juramento não era nada de mais, nada como o Voto Perpétuo, tínhamos visto a cena em um filme trouxa, mas desde então, quando usávamos o pacto do sangue, nenhum dos dois foi decepcionado. Guardávamos o segredo um do outro, um pelo outro.

- Ok, pacto selado. Agora conta quem é!

- Scorpius.

- Sco o que? Quem é esse?

- S-c-o-r-p-i-u-s, Hugo.

- E qual é o problema? Porque tanto segredo? – ele parecia confuso.

- Hugo, ele é o filho do Draco!

- Draco? O medibruxo?

- Quantos Draco’s você conhece? – Eu perguntei irritada.

- Você quer dizer que esta apaixonada por um Malfoy? É Rose, nossos pais vão te matar. – Ele sorriu pra mim. – Não se eu matar o Malfoy primeiro.

- Não fale besteiras, Hugo.

- Eu ainda to processando a informação, ta. Não é todo dia que agente descobre que a sua irmã beijou alguém, ainda mais, dois alguém, e pra ajudar, um deles é o Você Sabe Quem!

- Hugo, falando assim, parece até que eu beijei Voldemort em pessoa...

- É, mas dentro dessa casa, isso é tão grave quanto. Porque Aquele Que Não Deve Ser Nomeado, agora tem outro nome.

 

Rimos juntos. Fiz Hugo prometer mais uma vez que guardaria segredo, até mesmo de Lílian, que não sabia, quem era o outro loiro. As piadas sobre Scorpius continuaram por um bom tempo enquanto íamos ficando cansados, até que adormecemos ali mesmo. Abraçados um no outro.

 

- Rose, acorda. – disse papai me sacudindo. – Anda Hugo, levanta.

- Bom dia, pai. – dissemos juntos nos soltando.

- Rose, quem é “meu loiro”? – Perguntou papai, nervoso com a cara vermelha.

- É o Hugo. – disse olhando pro meu irmão, enquanto ele confirmava com a cabeça – Meu ruivo aloirado.

- Ah, esses jovens inventam cada coisa, Mione. – Disse papai, olhando pra mamãe, e a seguindo para a cozinha. – Não precisa ficar preocupada, querida, ela estava falando sobre o Hugo.

- Eu não fiquei preocupada, Ron. – mamãe revirava os olhos.

- Bom, querida, e nem precisa... – disse papai, voltando a sua cor natural. – E então Harry, o que estava dizendo?

 

*****


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Tomara que voces gostem como a conversa se desenvolveu...

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