Doce veneno



 


Hermione estava sentada no salão comunal. Estava rodeada de falsos amigos e pessoas interesseiras. Sentiu um grande vazio no peito. Draco não estava ali. Sentiu uma dor forte no braço Esquerdo. Era como se fosse fogo. Olhou pros lados desorientada e viu Snape lhe olhando e Fez um pequeno aceno com a cabeça. Ele se levantou e Hermione entendeu que também deveria ir.
_ To indo... Tenho que fazer umas coisas...
_ AA... Eu vou com você!
_ Pode ficar ai, Pansy... Prefiro ir sozinha. Fui!
Hermione se levantou e correu para o banheiro. Aquela dor era insuportável. Ouviu a porta bater e viu Draco entrar no banheiro.
_ Você também?
_ Sim... Ele disse que nós não precisamos ir... Mas a dor é muito forte...
_ Agora sabe o que eu senti ontem a noite...
_ Agora você sabe o que eu senti minha vida inteira! Sendo humilhada por você e por todos. Você só está tomando do seu próprio veneno.
_ Hermione... Você poderia ser diferente...
Hermione se virou de costas para ele e ficou olhando para fora da janela.
_ Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre.- Hermione chorava no que lembrava do pequeno poema de sua escritora favorita...
_ Eu não menti pra você...
_ exatamente! Você matou meu gato! 
_ Dá pra esquecer essa porra de gato por um segundo? Eu também falei que te amo... Que quero passar a vida com você... Por que todos só me julgam pelos meus defeitos?
_ Talvez seja por que eles são muito mais do que suas qualidades.
Hermione saiu do banheiro. Aquela dor insuportável estava deixando-a desorientada. Tudo foi escurecendo e as vozes ficando distantes. Tudo escureceu. Ela não estava mais em seu corpo. 

***

Acordou assustada e a dor não tinha cessado. Dumbledore estava sentado do seu lado e parecia preocupado.
_ Professor Dumbledore...
_ Que bom que acordou Hermione. Precisamos conversar. Venha comigo até minha sala. 
Ele estava sério e não parecia brincar. Hermione levantou daquela maca da enfermaria e seguiu para a sala do diretor. Ela se sentou e ele se sentou em sua frente. A fênix não estava ali.
_ Me diga Hermione... O que levou você a desmaiar?
_ Não sei. Deve ter sido fraqueza.
_ Você pode ser da Sonserina, mais mente igual a uma aluna da Grifinória. Foi a marca não foi?
_ Que marca Dumbledore?
_ A marca negra... A que você tem no braço esquerdo. Não achou que poderia me enganar não é mocinha?
_ Desculpe Dumbledore...- Hermione estava vermelha.
_ Você quer mesmo segui-lo, Hermione?
_ Não... Mas já é tarde...
_ Alguém mais sabe que você tem a marca?
_ Professor Snape e o Draco... Não quero ser inconveniente, Dumbledore... Mas o Snape é fiel ao Voldemort. Ele esteve o tempo todo do lado dele...
_ Criança... Há muito coisa que você ainda tem que aprender... Quero lhe propor um trato. Volte pro lado do bem. Mas finja ser do mal. À hora dele e do Harry está se aproximando... E tudo pode mudar. Depende o lado que você escolher pra lutar.
_ Está certo, Dumbledore. Vou fazer o melhor que poço. Agora tenho que ir. Ele ainda está me chamando.

***
Hermione voava com toda a velocidade em direção a mansão Malfoy. A chuva caia fina e fria, sinal que o inverno chegara e logo nevaria. Chegou e entrou direto na casa. Estava encharcada, mas não estava se importando. Entrou na sala de jantar e Draco também estava lá. Todos a olharam com um jeito de 'você vai morrer'.
_ Vi que você resolveu se juntar ao Dumbledore...- Voldemort se levantou e a fitava com ódio e raiva.
_ Senhor. Lembra de minha missão? Saber todos os planos de Harry? Como esperava que eu o fizesse sendo considerada 'inimiga' de Dumbledore? Eu o sirvo lealmente e faço qualquer coisa para ter sua confiança.
Vesco ria disfarçadamente. Todos pensavam que a garota morreria naquele instante. Voldemort estava com mais raivo do que o normal.
_ Está certo, Hermione. Confio em você.
Todos se espantaram. Voldemort nunca confiou em ninguém. Como poderia confiar nela?
_ Tenho uma proposta a te fazer.- Ele andou até ela e ficou muito próximo.- Seja minha companheira. E assim que eu matar Harry Potter reine ao meu lado sobre o mundo bruxo e trouxa. Assim que eu voltar a ser completamente humano...- Ele começou a andar em volta dela sentiu o cheiro de seus cabelos e voltou a ficar de frente pra ela. Hermione percorreu a sala em busca de alguém que a ajudasse. Narcisa estava no canto da sala como da ultima vez e parecia não pertencer aquele lugar. Ela fez um breve aceno com a cabeça em sinal de afirmação. Procurou outra pessoa ali, mas todos estavam espantados. Olhou para o Draco e viu que a preocupação estava naqueles lindos olhos azuis.
_ Aceito.
Hermione não olhou para Voldemort. Todos começaram a se mexer na cadeira. Como podiam... Hermione sentiu uma forte dor no seu coração e olhou diretamente para Draco. Ele sentia a mesma dor. Voldemort voltou a sua cadeira na ponta da mesa, deixando Hermione ali de pé. Disse que todos poderiam ir. As pessoas se levantaram rapidamente e foram saindo da sala. Hermione estava indo para a porta, mais foi barrada por Vesco.
_ Quem você acha que é pra ser mais importante do que eu?
_ Acho que sou alguém mais importante do que você poça telha... Então não te devo satisfações.
_ Resposta errada. Crucio.
'Volvus Crucio'!
O feitiço voltou para Vesco que caiu no chão de tanta dor, mas conseguiu falar entre dentes.
_ Você sempre será uma sangue-ruim estúpida e idiota.
_ Resposta errada. Avada Kedavra.
Hermione saiu da casa e deixou o corpo de Vesco ali. Pegou sua vassoura e encarou Draco. Os dois começaram a voar lado a lado, mas não disseram uma palavra. Chegaram a Hogwarts e os dois pousaram as suas vassouras e ficaram em silencio.
_ Você está decidida mesmo a ser só de Voldemort?
_ Sim.
_ Mas e nós dois?
_ Não existe mais nós, Draco...
_ Eu já pedi desculpas!
_ Mas não sinceras! Na hora que você tiver se arrependido de verdade, agente conversa.
_ Eu vou provar pra você...
Hermione se levantou e foi pro seu quarto. Sua vida estava difícil de mais.
 


 


 

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