De volta a 1998



Harry chegou à casa um pouco triste, pois não pode falar com seus filhos. Mas logo voltou a seu estado normal de ânimo ao ver Lílian esperando-o na porta com um belo sorriso. Ele também sorriu e pegou a filha no colo, assim como fizera mais cedo. Ela adorava isso.


Encontrou Gina no sofá lendo, que logo parou a atividade para cumprimentar o marido. Ela lhe perguntou como tinha sido a conversa com Minerva e ele disse que correu tudo normalmente. Disse que a bruxa não falara muito e sugerira que ele contasse todos esses acontecimentos recentes a Rony e a Hermione.


-É isso mesmo que você deve fazer Harry.


-Eu sei. Vou falar com eles via flu. Quero tirar essa história de oitava Horcrux  a limpo.


-Como assim Harry?


-Eu estou disposto a voltar ao passado para saber se é verdade. Quem sabe o meu sonho estava certo? E se por acaso não for verdade, pelo menos teremos a chance de salvar vidas inocentes com a do Fred, do Lupin e do Snape.


-Você está certo querido.


Harry assentiu com a cabeça e segurou a mão da esposa.


Logo depois do almoço (em que Harry novamente comeu comida normal, tentando suprimir a vontade de comer outra coisa) ele colocou a cabeça na lareira, pegou um punhado do pó de flu e jogou na lareira e disse:


-Residência de Ronald e Hermione Weasley!


-Ele sentiu sua cabeça girar em alta velocidade, mas depois de um tempo muito breve, sua cabeça reapareceu em outra sala.


-Rony? Hermione?-Perguntou Harry.


-Harry?-Rony apareceu na porta da sala, seguido por Hermione.


-Oi Rony, Mione.  


-Oi cara, tudo beleza?-Rony perguntou, descontraído.


-Anh, para falar a verdade, não. Eu queria contar a vocês umas coisas.


Rony franziu o cenho e Hermione ficou pálida.


-Mas Harry, se você quer nos contar algo, não é melhor você vir até aqui a ficar ajoelhado em sua lareira?- Era a primeira vez que Hermione falava até ali.


-Mas é claro Mione. Só um minuto. – A cabeça de Harry desapareceu das chamas verdes que não se apagaram. Instantes depois, ele aparecia rodopiando e cheio de fuligem na sala dos Weasley. Cumprimentou os amigos direito, e os três se sentaram no sofá.


-Mas então Harry, o que você queria nos contar?- Perguntou Hermione, levemente temerosa.


Ele olhou para o chão, e lentamente iniciou o relato sobre tudo que tinha acontecido com eles nessas quase duas semanas. Hermione já sabia sobre o sonho que Harry teve com Snape, e também que ele ia procurar Lúcio Malfoy na França, mas só isso. Quando chegou à parte da sua transformação, ele teve que repetir duas vezes para um incrédulo Rony e uma aterrorizada Hermione. Os dois esperavam tudo, menos que Harry virasse um vampiro. Ele lhes contou também sobre a conversa que teve com Mcgonagall. 


 Ao término da narrativa, o casal estava boquiaberto.


-O que você pretende fazer agora Harry?-Perguntou Rony, pasmo.


-Bem, se Mione concordar, é claro, eu estava pensando em tirar essa história da oitava Horcrux  a limpo. Quer dizer, eu gostaria de voltar ao passado para ver se é verdade, pois, é muita coincidência eu sonhar que virarei um vampiro e na semana seguinte eu virar um! E se por acaso isso for mentira, pelo menos nós teríamos chance de salvar várias vidas inocentes que se foram com a guerra. – Rony levantou a cabeça e sorriu esperançoso para Harry- E então Mione, o que me diz?


Ela pensou por um tempo breve e logo depois sorriu.


-Eu topo!


Harry e Rony sorriram e abraçaram Hermione.


-Então o Vira-Tempo está liberado?- Perguntou Rony.


-Mas é claro! Vocês conhecem algum outro jeito de voltar ao passado?


Eles fizeram que não com a cabeça, ainda sorrindo.


-Bom, então eu vou falar com Gina. Que dia você acha que consegue aprontar o Vira-Tempo para voltarmos a dois de maio de 1998 Mione?


-Segunda-feira, tranquilamente.


-Ok, só se lembrem de irem com uma roupa que não de bandeira no meio da batalha, de preferência que tenha capuz.


- Ok.


-Vocês dois podem ajudar o pessoal da Ordem a vencer a batalha. Eu vou salvar o Snape.


-Por você vai salvar o Snape Harry?- Perguntou Rony, levemente enojado.


-Pois ele é o único que Voldemort confiaria o suficiente para contar onde está e o que é a oitava Horcrux .


-Ah, já ia me esquecendo, eu vou desaparatar da Casa dos Gritos com o Snape, provavelmente na casa dele. Fica perto da antiga casa dos meus tios Dursleys, só que na rua da fiação. A casa dele é a que tiver uma cruz na porta ok? Eu prefiro que vocês esperem a batalha acabar, mas se quiserem vir antes podem.


-Beleza.


- Então tchau.


Dizendo isso Harry desapareceu no meio de chamas verde-esmeralda. Rodopiou em alta velocidade e caiu de joelhos na sala de sua casa.


 Ouviu as vozes de Gina e Lílian na cozinha. Foi até lá. Elas estavam fazendo um bolo. O homem pigarreou anunciando sua presença. Elas se assustaram, mas logo depois correram para abraçar Harry. Era incrível o fato de como ele estava charmoso. Os vampiros, apesar de frios são criaturas muito atraentes.


-E então querido, conversou com Rony e Mione?  


-Claro Gi, nós partiremos na segunda-feira.


-Para onde vocês vão?


-Vamos voltar o passado Gi, eu te disse isso ontem.


-Ah é, me esqueci. Mas por que na segunda? É tão cedo. Você mal chegou em casa!


-Eu sei Gi, mas isso é muito importante para mim.


Ela bufou e assentiu.


O resto do final de semana foi normal. Harry descansou, matou as saudades da família e arrumou suas coisas para a volta ao passado. Isso seria a melhor coisa a se fazer. Mesmo se essa tal Horcrux  não existisse, ele salvaria grandes amigos que perdeu na guerra e um dos maiores diretores que Hogwarts já viu.


Quando se deu conta, a segunda-feira já tinha chegado. Ele conferiu tudo pela milésima vez, viu se a penseira estava na maleta com um feitiço para aumentar, ajeitou sua capa cor de marfim, esperando Rony e Hermione chegarem.


Harry estava vestido a la Robin Hood. Calça bege um pouco justa, camisa branca, um colete cor de marfim com detalhes em dourado nas mangas (ou na falta delas) na barra e na gola e finalmente, mas não menos importante, uma capa marfim como o colete, com capuz e uma parte que cobria o nariz e a testa de Harry. Sua maleta ia presa ao cinto de couro de dragão assim como sua varinha. Ele já estava ficando nervoso quando chamas verdes rugiram em sua lareira. Rony e Hermione saíram rodopiando da lareira. Eles cumprimentaram Gina e Lílian para depois se dirigirem a Harry. Rony usava vestimentas parecidas com a de Harry, mas elas eram em variados tons de azul com detalhes em dourado. Hermione usava uma longa veste vermelho-sangue com capuz.


-E então cara, está pronto?-Perguntou Rony animado. A ideia de ter Fred de volta o deixou muito confiante.


-Com certeza cara.


-Então vamos.


Hermione pegou o Vira-Tempo e passou a corrente em volta dos três. Harry mandou um beijou para Gina e Lílian, e segundos depois, Mione tocou a Vira-Tempo com a ponta da varinha.


Eles começaram a girar, e passou pelos olhos de Harry um pequeno filme de sua vida. O nascimento de seus filhos, seu casamento com Gina, a formatura na escola de aurores, as lembranças de Snape. 


Finalmente seus pés aterrissaram em chão firme. Era noite e a grande batalha já se iniciara.


Harry olhou no relógio, eram sete e meia.


-Ok gente, acho bom eu me dirigir a Casa dos Gritos, vocês fiquem ai.


-Ta, mas Harry, pelo sim, pelo não, acho bom nos lançarmos um feitiço desilusório em você.


-Claro.


-Harry, e se nos perguntarmos quem somos?- Perguntou Rony.


-Eu não tinha pensado nisso. Mas em hipótese alguma digam seus nomes verdadeiros.


Eles fizeram que sim com a cabeça. Depois disso, Hermione mandou Harry colocar o capuz, e logo depois que ele o fez, encostou sua varinha no topo da cabeça dele e murmurou um encantamento.


Gradativamente, Harry foi sumindo, o feitiço de Hermione era muito poderoso. Ele se despediu dos amigos e foi correndo para a Casa dos Gritos. Apertou o nó do tronco do Salgueiro Lutador que o imobilizava e sumiu por um buraco que havia entre suas raízes. Quando chegou ao final do caminho subterrâneo até a Casa dos Gritos, ele encontrou Rony, Hermione e a si próprio, só que dezenove anos mais novos. Passou por eles muito rápido, e entrou na casa. Viu Voldemort e Nagini  num canto da sala, e um embrulho preto no outro canto. Snape. Prestou atenção ao que diziam, mesmo já tendo visto aquela cena uma vez. Quando depois de um tempo breve, Voldemort emitiu um sibilo baixo, e Nagini avançou para Snape, Harry soube que era a hora de agir. Postou-se ao lado da vítima no mesmo momento em que Voldemort saia da casa. Se segurando para não morder Snape fora da hora, esperou o homem entregar as suas mais preciosas lembranças ao Harry do passado e o mordeu. Quando soltou o pescoço de Snape, que, pelo menos tentava gritar de dor, ele pegou em sua maleta um vidrinho com um líquido transparente dentro, lágrimas de fênix. Derramou metade do líquido na ferida causada pela cobra, e nem percebeu quando Hermione executou um feitiço muito complicado que revelou sua presença.


-Quem é você?- Perguntou ela, muito incerta.


-Alguém. – Respondeu Harry.


-Responda direito!- Devolveu ela.


-Não posso. – Harry derramou o resto das lágrimas na boca de Snape, que ainda gemia feito louco, mas não conseguia formar palavras com nexo.


 -Olha como fala com ela. – Disse o Harry do passado.


-É sério Harry, vai ver essas lembranças, elas são muito importantes. E antes que comece a perguntar, eu o conheço, e ele é só um pau-mandado de Dumbledore. - Disse Harry cansado.


-Q-quem é v-você para diz-zer o que eu s-sou?- Grunhiu Snape.


-Também não te interessa. Não por enquanto.


-Como você sabe que essas lembranças são importantes?-Perguntou Rony.


-Essa é outra pergunta que ficará no ar.


-Que pergunta nossa não ficará no ar?


-Que horas são? Que dia é hoje? E por ai vai.


-Estamos falando sério. Quem é você? De onde vem? O que fez com ele?


-Muito bem. Eu sou o segredo em pessoa, venho dos quintos dos infernos para roubar a alma dele e destroçar seu corpo. Estão satisfeitos?- Disse Harry, mais grosso do que esperava.


Os meninos se afastaram um pouco.


-Ok, o papo está bom, mas... Eu tenho que fazer isso. Obliviate!


Os garotos ficaram com o olhar perdido no espaço por um instante, que foi interrompido pelo som de uma porta batendo e se trancando.


-Rony, Mione, vocês vão ajudar os outros, eu tenho que ver essas lembranças.


O Harry do passado saiu decidido da Casa dos Gritos, seguido de perto por Rony e Hermione.


Enquanto isso, dentro da casa, Harry ajeitava Snape (que ainda gemia muito) numa cama improvisada.


-Vamos lá Snape. Você não pode morrer, eu preciso de você.


-Q- quem é você?


-Ainda não é a hora de você saber cara.


-C-cara?


-Desculpe. –Harry começou a andar em círculos pela sala. – Anda Snape, desmaia logo, assim poderei aparatar. – Ele murmurava para si mesmo.


Nem bem ele disse isso e a cabeça de Snape pendeu para o lado. Ele ainda tinha batimentos cardíacos, fraquíssimos, mas tinha. A mente de Harry ficou tranquila e ele aparatou dali com Snape em Little Whinging.  


 


 


  


 


 


 

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