Único



Uma vez perguntaram a ele o que ele veria se pudesse vislumbrar o profundo desejo de seu coração, ele diria que veria seus pais, aqueles que nunca tinha conhecido, mas que amava de uma maneira tão avassaladora que às vezes sufocava.



O tempo passou, e com ele vieram os mais terríveis desafios que a vida poderia impor a alguém, haviam lhe dito que ele teria de ser um assassino para trazer a paz. 


E então o desejo mudou, agora ele se veria não sendo ele, se veria como outra pessoa, alguém sem responsabilidades, sem um destino que ele pensava ser cruel.



Mas ele continuou lutando, mesmo quando queria parar, levou o que ele pensou ser o mundo em suas costas, sofreu, chorou. 


Mas então novamente o desejo mudou, de uma maneira que ele não pensou ser possível, por que derrepente a possibilidade de ser um assassino, a dor de ter de faze-lo não se comparava a olhar para ela e vê-la sofrer daquela forma.



Quando Ron os deixou, levado pelos sentimentos distorcidos que vinha do medalhão, Harry estava bravo demais para pensar em algo além de como aquele ruivo era idiota. 


Mas ao vê-la, sozinha, sentada enfrente aquele radio maldito Harry percebeu que preferia mil cruciatus e todos os ossos quebrados do que vê-la derramar uma única lagrima por alguém que segundo ele não merecia.



Nunca viu sua melhor amiga como alguém com quem teria algo sentimental, talvez toda pressão que sentia sobre seus ombros desde que tinha 11 anos tinha fechado seus olhos para coisas obvias. 


Ele a amava, de uma maneira avassaladora, derrepente percebia que ela era a única que mesmo sofrendo, mesmo quebrada, permanecia ao seu lado.



A única que sempre acreditou, confiou e o ajudou, mesmo quando ele próprio não queria se ajudar. 


Seus olhos se abriram para o obvio, ele a amava, mas ela não o amava, pelo menos não da mesma maneira.



Mas pelo menos uma única vez, uma única chance ele queria, um único momento para guardar na memória, foi então que ele a tirou para dançar, sequer ouviu a musica que estava tocando. 


Apenas o fato de tê-la em seus braços, mesmo que por meros minutos o fazia realizado, ali olhando em seus olhos castanhos, o mundo não parecia mais pesado, ele sequer o sentia.



Aquele momento permaneceu em sua mente, quando decidiu morrer por todos, era o que ele se dizia enquanto caminhava pela floresta, mas ele sabia no fundo da alma, que era por ela, apenas por ela que ele o fazia. 


Por que nenhuma dor se comparava a de vê-la nos braços de outro, feliz por finalmente tê-lo consigo, mas mesmo quebrado por dentro, ele estava feliz, por que ela estava feliz.



Quando viu a luz verde atravessar aquela pequena distancia ate ele, a ultima coisa que viu foi aquela dança, os preciosos momentos em que ela era apenas dele, de mais ninguém. 


Morrer não doía mais que não tê-la.



Parado em frente aquele espelho, ele a via ao seu lado, sorrindo, segurando sua mão, mas ela já não estava entre eles, muitos anos haviam passado, ele apesar de ter morrido, voltou à vida e matou o mau que o privou de uma vida comum e feliz.



Ele estava velho, com ralos cabelos brancos em sua cabeça, sucumbiu a algo que a muito havia prometido não fazê-lo, viveu sonhando. 


Por que para Harry viver no mundo real sem ela doía ainda mais do que vê-la feliz com outro.



Então derrepente ele sabia que o mais profundo desejo de seu coração, era a morte, apenas para poder viver eternamente naqueles breves minutos onde ela era apenas dele.


<hr>


 N/A: Minha primeira Short =D espero que curtam!


 

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