Uma criança forte



Capítulo 1 – Uma criança forte

 


 


Os gritos de Walburga Black no quadro da parede que seriam conhecidos anos depois pelos membros da Ordem da Fênix eram ainda piores quando Sirius Black III era apenas uma criança junto com seu irmão caçula Régulo Arturo Black. Era a milésima vez que Sirius arrancava todas as cabeças de elfos domésticos ao longo da escada do Grimmald Place, nº 12. Tinha apenas 10 anos e não aguentava aquilo, nesse momento Walburga chamava Orion Black para dar uma lição no filho. Numa família com costumes como o de matar elfos domésticos e expô-los na escadaria, divertir-se a custa de torturar trouxas, as lições aos seus filhos não eram simples castigos. Levado para o porão que parecia muito mais uma cadeia, o pequeno Sirius aprendia à lidar com a dor, que voltaria a ser sua companhia muitos anos mais tarde.


Sendo assistido pelo irmão de apenas 6 anos, em meio à risos de um e ódio de outro, o pai, Orion Black, um sanguinário seguidor de Voldemort, que, mais que isso, se achava mesmo superior ao Lorde das Trevas, torturava o filho com a maldição cruciatus até que o mesmo prometesse que jamais tornaria a fazer o que fizera. Mas era mentira, Sirius apenas acumulava o desprezo por aquela família. A mãe louca e cruel, o pai era o mesmo. Os tios, as primas. Odiava a todos e não via a hora do próximo ano chegar para poder ir para Hogwarts e ver-se livre daquela casa.


Porém, há males que vem para o bem, e numa família como aquela, Sirius desenvolvera desde muito cedo habilidades mágicas e mesmo sendo apenas uma criança aprendera a controlá-las razoavelmente. Trancava a porta do seu quarto com sua magia e ali construía outro mundo. Ouvia rock bruxo e se imaginava fugindo em uma moto e nunca mais vendo aquela casa horrível com toda aquela velharia maligna que chamavam de tradição. Queimar seu nome da tapeçaria que continha a árvore genealógica da família e viver pelo mundo.


Não queria saber da arte das trevas, nem a defesa, queria apenas sua vida. Não entendia a crueldade com que os pais o tratavam e também à Régulos. Cada um de sua forma, os irmãos se libertariam da opressão. Mas Sirius pagaria caros preços por isso.


Completaria 11 anos e iria para Hogwarts em dois meses quando Orion morreu em um duelo com alguns aurores. O velho bruxo havia sequestrado 4 trouxas e os torturava há dias no porão, o mesmo lugar onde torturava os filhos, porém, o ministério de alguma forma havia descoberto e fora buscá-lo para levá-lo para Azkaban. Ele jamais admitiria e morreu lutando após matar dois dos aurores que o enfrentavam. Tinha quase 60 anos e duelava como um mestre. Mas para Sirius, aquilo fora praticamente um alívio. Com culpa, pensava que a partir dali sua vida não seria mais tão horrível.


Ledo engano, sua piorara, tinha alucinações frequentes e se recusava à ser mandada para o St. Mungus.Sua tia Druella agora passava a maior parte do tempo ali e suas três primas também: Narcisa, Bellatrix e Andrômeda. Narcisa passava quase todo o tempo se comportando como se tivesse 40 anos e fosse uma lady, quando na verdade tinha 9 anos e era uma pirralhinha tímida. Já Bellatrix mostrava todo o seu gênio. Divertia-se torturando os elfos com seus poderes doentios, ria como uma louca, marca que permaneceria anos à fio. Andrômeda era a única que se aproximava de Sirius sem ser para brigarem, mas ela já tinha 15 anos e não tinha muito o que conversar com um garoto de 10.


Assim se passaram os primeiros anos de vida de Sirius Black. Incompreendido seria uma palavra muito trágica. Ele fora um garoto enérgico. Sempre destruindo tudo, aprontando com todos e atormentando a vida de todos que traziam o nome Black como um orgulho. Algumas vezes tentara botar fogo na tapeçaria da árvore genealógica, e muitas vezes havia prendido seu irmão no porão.


Mas o que não o abandonava eram os sonhos. Quando dormia vivia uma vida de aventuras, enfrentando dragões e conquistando exércitos. Sirius nascera para ser grande de uma forma que nenhum Black entenderia, nascera para ser grande de caráter.

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