Para sempre.

 Ele é tão lindo. Tão inteligente.

 Eu o amo tanto que chega a doer, não poderia viver sem ele, seria como viver sem grande parte do meu coração, entende?Pois desde que ele chegou, ocupou-o de uma maneira e irreversível e eu tenho certeza que para sempre, não importa o que aconteça.

  Nunca fui dada a pressentimentos, nunca acreditei muito em coisas que não tivessem explicação lógica e que não fossem compreensíveis e racionais, mas desde que fiquei grávida foi assim –por mais que eu desejasse que não fosse. Não em relação a ele, claro, o amo desde o primeiro momento, tanto quanto amo o meu James. Não, era um sentimento de que alguma coisa daria errada. Como se aquela felicidade sem tamanho que eu estava sentindo fosse acabar de repente, como se tudo fosse um sonho.Nunca desejei tanto estar errada na minha vida.

  Quando Dumbledore nos contou da profecia, eu vi que estava certa – e tive raiva de estar certa, tive raiva de Voldemort-. Não que isso fosse me impedir de lutar de todas as maneiras que podia pelo meu bebê, mas me fez temer, não tanto por mim, mas por ele. E por James. Porque eu sabia que talvez todas as minhas forças não fossem suficientes, e tinha mais medo disso do que posso expressar.

  Mas o vendo assim, com os olhinhos verdes brilhando (os meus olhos),o rostinho,tão absurdamente parecido com o de James,iluminado enquanto puxava o rabo do nosso gato, eu simplesmente não conseguia parar de pensar que,não importa o que acontecesse,ele tinha que viver,e que isso não era um desejo,não,era um necessidade.Ele precisava viver.

 Tomada de um medo urgência inexplicável - sentindo como se alguma coisa horrível fosse acontecer,como se eu não tivesse tempo-o peguei no colo, desejando poder protegê-lo de tudo, desejando que aquilo fosse apenas um pesadelo-um horrível pesadelo-, me acalmando com o pensamento que estava tudo bem, que ele não nos encontraria aqui, de que estávamos seguros.

 

 Mas a sensação não diminui com isso.

 

Ele me olhou, e estendeu a sua mãozinha para o meu rosto falando:

-papai?

-Ele já vem meu amor, está pegando algumas abóboras no pátio, para enfeitar a casa - Ele sorriu de novo.

A sensação não ia embora.

 

O vendo ali, sorrindo daquele jeito, tão inocente e inconsciente do perigo que corria, eu, tomada de um desespero inexplicável, prometi a mim mesma de novo que faria qualquer coisa por ele.

Ontem, hoje, a hora que em fosse preciso.

Sem pestanejar.

Sem desistir.

Sem medo.

Somente com a certeza de poder fazê-lo sobreviver.

 

Tudo por ele, pelo meu bebê.

Até o fim.

E se puder, além dele.

 

-Lembre-se disso Harry, para sempre.

 

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.