Capítulo único
Ano de 1969, Hogwarts
As três irmãs Black são muito diferentes, embora todas elas sigam as leis impostas pela família: dão o devido valor ao seu sangue puro e às tradições, como odiar trouxas, apoiar a morte de elfos domésticos, casar apenas com outros sangues puros, e se alguém da família for contra uma dessas tradições é imediatamente deserdado. Porém a Irmã do meio, Andrômeda Black, estava a um passo de ser queimada da arvore dos Black por ter se apaixonado por Ted Tonks, e as outras irmãs não podiam mais desapontar as família, uma solução mais agradável aos olhos da mais velha, Belatriz Black, era se unir ao grupo conhecido em toda a escola, mesmo que já fizesse anos que o seu líder e fundador saiu da escola, os comensais ainda tinham grande fama na escola, então Bela em seu último ano tentava convencer sua irmãzinha Ciça a unir-se também a este grupo, após uma reunião com um seleto grupo que escolhia e separava os puros das aberrações (abortos e Nascidos trouxas) Narcisa não se uniu realmente ao grupo, mas por ter grande afinidade com sua ideologia ela conseguiu ajudar a irmã em uma missão em Hogwarts, elas deveriam recrutar outros jovens na escola. E era exatamente o que Narcisa e Belatriz estavam fazendo, bem na verdade elas discutiam.
- Bela me escute, ele é o melhor em nossa turma de poções. – Argumentou Ciça.
- Narcisa, ele é um nascido trouxa.
- Eu sei mais ele está na sonserina.
- Isso não é o bastante.
- Não custa tentar, nós só precisamos o convencer a querer; e na próxima visita o próprio Lord poderá decidir se ele serve ou não.
- Mas Ciça, se o Lord descobrir que levamos um sangue ruim estaremos em apuros. Além do mais olhe para ele.
Belatriz apontou a cena que ocorria no pátio de transfiguração, Severus estava sendo suspenso no ar, enquanto um grupo de pessoas especialmente grifinórios falavam e o xingavam, então as irmãs se aproximaram.
- Parem com isso, imbecis deixem-no descer ou posso chamar um professor. – Narcisa o defendeu.
- Qual é priminha, quer namorar o ranhoso? – Caçoou Sirius.
- Por que você não vai namorar? Ah é mesmo o Potter não te quis ele prefere a sangue ruim da Evans. – Belatriz defendeu a irmã.
- Cadê o Lestrange, Bela? Se afogou no seu veneno? – Devolveu Sirius.
- Parem vocês. Potter coloque Snape no chão ou vou chamar a professora McGonagall.
- Ok. Está bem, vou colocar o ranhoso no chão.
James encerrou o feitiço e Snape caiu no chão quase machucando-se. Narcisa esperou Snape se levantar e pediu que ele fosse com ela para o salão comunal da Sonserina e Belatriz foi saber onde seria a reunião para selecionar novos comensais. Apenas quando entraram no salão foi que Narcisa começou a falar.
Ano de 1974, Hogwarts
Duas olheiras escuras marcavam sua pele pálida e ela parecia fazer esforço pra manter os olhos azuis fechados. Narcisa Black parou de lutar contra o sono e se sentou na cama, calçou as sandálias e se enrolou em seu robe verde-esmeralda. Seguiu andando até a porta. Guardada em seu malão, estava a carta que recebera no dia anterior. Os Malfoy haviam feito uma visita à seus pais e, as famílias decidiram pela união das duas famílias.
Com um sopro de contrariedade, Narcisa pensou em sua mãe que lhe instruíra a sempre sorrir pra sangues puro, principalmente para Lucius, onde deveria sempre demonstrar que estava animada e bonita. Pensou em alguém instantaneamente. Um rapaz de nariz adunco, cabelos negros e oleosos, e olhos igualmente negros. Um mestiço, mas sonserino, que lhe tirava a paciência muitas vezes (e ultimamente, também o sono).
Sentou-se em uma das cadeiras do salão comunal. Ainda pensando no mestiço. Será que ela estaria fazendo a coisa certa ao se casar com o Malfoy? Ora, mas que idiotice! Ela nunca contestaria a sábia decisão de seus pais. Por mais que seu noivo a entediasse, ele era a melhor opção.
Ouviu passos atrás de si. Quem seria?
- Também está sem sono Ciça? – Perguntou displicentemente. Usava um pijama tão preto quanto seu cabelo oleoso.
- Sim, estou sem sono. – Respondeu friamente.
Severo sentou-se numa cadeira ao lado dela. Era uma garota mimada e orgulhosa. Muito diferente de suas irmãs ela era a mais frágil. Mas apesar disso, tinha alguma coisa nela que o intrigou. Um semblante triste por baixo de toda a sua força e arrogância. Apesar da clássica beleza, ela tinha olheiras debaixo dos olhos.
- O que esta te incomodando? – Perguntou, tentando ser amigável.
- Não há nada me incomodando e se houvesse o que você teria a ver com isso? – Ela falou ríspida.
- Sim, tem alguma coisa. – Constatou Snape, cansado. – Tem a ver com o seu noivado?
Os olhos dela se injetaram de lágrimas, de dor, raiva e vários sentimentos.
- Não gosta do Malfoy, não é?! – Snape estava afirmando, não parecia uma pergunta.
- E se eu não gostasse? Que diferença faria? É o melhor pra mim, meus pais decidiram e eles estão certos! Tenho de casar com ele, a Belatriz já se casou e depois de Andrômeda tê-los traído se casando com um sangue ruim não posso decepcioná-los! – E como se essas palavras a ferissem, as lágrimas pularam de seus olhos. As mãos dela tremiam e ela fazia esforço pra parar as lágrimas.
- Ciça... - Snape sussurrou, levando uma de suas mãos para o rosto da moça, secando-lhe as lágrimas.
Ela segurou a mão dele e se aproximaram, ela acariciou a mão que tocava o seu rosto até que seus lábios se roçaram uma vez... Snape se afastou com se tivesse levado um choque, empurrou a garota pra longe com calma. E mesmo tendo sido ela que começara o beijo ela lhe deu um sonoro tapa.
- Isso nunca mais... Seu mestiço... Comprometida... - E com um soluço entrecortando a frase que ela pretendia falar, ela correu pro seu dormitório. Seu robe verde-esmeralda esvoaçando atrás de si, e deixando pra trás um Snape confuso no salão comunal.
E foi com esse pensamento que seguiu pro café da manhã no dia seguinte. Os olhos de Snape nunca lhe pareceram tão profundos e confusos. Mas ela fez questão de ignorá-lo.
Teria que ser a filha perfeita. Não iria sucumbir ao sentimento que nutria pelo sangue ruim. Malfoy era seu dono. Seu noivo e futuro marido. Era a ele que pertencia seu corpo e sua vida dali em diante. Seu corpo e sua vida. Mas não seus pensamentos, sonhos e desejos. Lucius nunca conseguiria fazer seu coração pular tanto quanto na noite em que ela beijou Snape. Nunca.
~Fim~
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