Único









Depois de ver Paaty e David conversando na escada perto da entrada, Daniel Zabine se dirigiu irritado ao Salão Comunal da Sonserina onde encontrou Scorpius e Alvo sentados no chão conversando. Danny se jogou no sofá sem falar nada.


 


- Ei, viu a Rose por aí? – Scorpius perguntou descontraído.


 


Danny levantou e começou a olhar nos bolsos das roupas com uma expressão intrigada no rosto.


 


- No meu bolso ela não está – respondeu mal humorado voltando a se sentar.


 


- Você esqueceu o bolso interno – Alvo falou indo até o amigo e olhando no bolso de suas vestes – É, também não está aqui – constatou o sonserino decepcionado voltando pro lugar.


 


- Nossa que mal humor é esse? Viu a Anna dando uns amassos no corredor outra vez? – Scorpius perguntou brincando.


 


- A ANNA O QUE? – Alvo deu um pulo assustando os amigos.


 


- Ouvi meu nome? – perguntou Anna curiosa entrando na sala – então gente, qual o assunto?


 


- Com quem você estava se agarrando no corredor dona Anna Banana? – Alvo perguntou nervoso.


 


Todos olharam para Anna esperando uma resposta, mas a garota era a que se sentia mais confusa no grupo.


 


- Do que você está falando? Eu estava com a Rose faz um tempão e ela com certeza não faz o meu tipo.


 


- Não faço? – Rose perguntou fazendo bico.


 


- Não me leve a mal amiga, mas eu não jogo nesse time.


 


- Então se você fosse homem me pegava? *-*


 


- Claro – Anna afirmou como se fosse óbvio.


 


Alvo, agora mais aliviado, olhou de Danny para Scorpius com uma expressão curiosa.


 


- Scorpius, se você fosse mulher me pegava?


 


- Não.


 


- Por quê? =(


 


- Eu prefiro os loiros – Scorpius falou passando a mão nos cabelos.


 


- Tem razão – falou Alvo pensativo – Eu te pegaria.


 


O.O


 


- Alvo você é tão gay – disse Rose rindo e sentando ao lado de Danny.


 


- Muito gay – concordou Anna também se sentando – mas por que a gente foi parar nessa pegação toda? Eu ainda não sei qual era o assunto.


 


- Teu irmão chegou todo estressadinho aqui, achei que tinha te visto ficando com alguém.


 


- EU NÃO TO ESTRESSADO – Danny gritou assustando a todos.


 


- Imagine se tivesse – Alvo sussurrou para as meninas.


 


- Aaah, isso não tem nada a ver com a Anna – Rose falou lembrando da cena que vira a pouco – ele deve ter visto a Paaty com o David na escada.


 


- Aaaaah – exclamaram todos.


 


- Tá explicado – disse Alvo – e aí? O que você fez? *-*


 


- Nada, o que eu podia fazer?


 


- Batesse nele – respondeu Scorpius se levantando e dando um pedala no amigo – Será que não te ensinei nada?


 


Todos olharam para Daniel decepcionados.


 


 


 


Olha pra mim do seu lado


 


O que há em mim assim de errado?


 


Por que sofrer tanto a procura de um alguém?


 


Olha pra mim seu amigo sim e daí?


 


Qual o perigo?


 


 


 


Daniel fechou a cara e durante todo o tempo em que o grupo ficou conversando ele mal prestara atenção. Ficou apenas de olho na entrada e sentia o coração acelerar cada vez que esta se abria e desacelerar quando via que não era Paaty quem entrara.


 


- Oh – Danny levou mais um pedala, dessa vez de Alvo – estamos subindo, não vem?


 


- Não vem? Isso foi gay Alvo – falou Anna que parecia ter dormido no sofá e acabado de ser acordada.


 


- Hum, vou ficar aqui mais um pouco.


 


- Esperando a Paaty? – perguntou Rose.


 


- Não tem nada a ver. Eu só não estou a fim de subir.


 


- Não está a fim de subir e quer esperar a Paaty – falou Alvo.


 


Danny tirou o tênis e jogou em Alvo enquanto se deitava mais confortável no sofá. Observou os amigos subindo para os dormitórios o deixando sozinho na sala.


 


Seus olhos começaram a pesar e Paaty ainda não tinha chegado, aliás, desde que os amigos foram dormir ninguém mais apareceu. Daniel já estava com os olhos fechados quando de repente ouviu o quadro da entrada se abrir e risos baixos e sussurros chegaram aos seus ouvidos.


 


- Cuidado – o sonserino reconheceu a voz da amiga – pro sofá.


 


Danny sentiu um peso cair em cima de si e, ao abrir os olhos, viu Paaty e David abraçados o encarando assustados.


 


- Oh oh. Oi Danny – Paaty falou sem jeito.


 


 


 


Seria tão mais fácil se você considerasse


 


Que eu já conheço as suas manias


 


Sei dos teus sonhos, fantasias


 


Sei do que você gosta


 


E sei que eu tenho o principal


 


 


 


Danny olhou incrédulo para Paaty, ela não era o tipo de garota que iria pra cama ou um sofá que fosse com qualquer um. Ou será que era? E aquilo no pescoço dela era um chupão?


 


- Paaty o que é isso? – ele perguntou se levantando – O que você pensa que está fazendo?


 


- Bom, eu pensei que estava beijando meu namorado, mas agora que você perguntou, eu me sinto confusa.


 


Danny arregalou os olhos com essa resposta. Namorado? Ela saiu com ele uma vez e já eram namorados?


 


- NAMORADO? – Paaty e David levaram um susto com o grito – VOCÊ FICOU MALUCA PAATY?


 


- Em primeiro lugar – Patrícia falou se levantando e colocando as mãos na cintura – pára de gritar antes que acorde Hogwarts inteira e em segundo: quem está ficando maluco aqui é você. Quem disse que eu tenho que te dar satisfação da minha vida senhor Zabine?


 


Danny abriu a boca várias vezes, mas nada saiu. De certo modo a loira tinha toda a razão, ela não tinha que lhe explicar nada, eles eram apenas amigos, melhores amigos. Danny sabia que não tinha o direito de exigir nada de Paaty, porém aquilo era tão injusto, ele tinha que fazer alguma coisa e apenas uma idéia lhe surgiu na cabeça.


 


- Paaty, eu amo você – disse ficando assustado com a própria frase.


 


- Ei, como assim...? – começou David.


 


- Você – Danny falou apontando para o outro sonserino – Cala a boca – e foi o que estranhamente David fez.


 


Paaty ficou olhando para Danny pasma e este, sem saber mais o que dizer, a beijou de modo intenso, suas mãos segurando firme a cintura da garota por medo de que ela se afastasse, mas, muito pelo contrário, Paaty enroscou suas mãos no pescoço de Danny o puxando pra mais perto, o que era difícil já que eles estavam praticamente colados um no outro. Por algum motivo muito esquisito David não disse nem fez nada pra parar com o beijo dos dois, mas para Danny pouco importava, estava tudo perfeito até Paaty começar a lhe bater sem mais nem menos.


 


- Danny me solta seu maluco.


 


Daniel abriu os olhos e, antes que pudesse se dar conta de que ainda estava deitado no sofá, caiu no chão levando junto Paaty que estava por cima dele.


 


- Ai droga – resmungou Paaty – Agora até dormindo você me agarra?!


 


 


 


Tenho Jesus como meu guia


 


E ele é a minha garantia


 


De que eu posso te fazer feliz como ninguém


 


 


 


Paaty tentava se soltar dos braços do amigo, mas Danny ainda estava confuso e parecia não conseguir associar o que acabara de acontecer.


 


-Danny me solta.


 


Paaty se levantou rapidamente quando o garoto a largou. Já Danny sentou no chão olhando em volta a procura de David.


 


- Cadê ele?


 


- Ele quem? – Paaty perguntou também olhando por toda a sala.


 


- O David.


 


- Já foi dormir faz tempo.


 


- O que aconteceu? – Danny perguntou sentando no sofá.


 


- O que aconteceu? – repetiu Paaty se sentando ao lado de Danny – O que aconteceu? Eu é que tenho que fazer essa pergunta senhor Zabine. Eu entrei aqui e te vi dormindo no sofá aí pensei: coitado do Danny amanhã vai ficar todo dolorido, é melhor o acordar pra ele ir pra cama. Então eu vim toda bondosa te acordar e o que você faz? Me beija. Será que nem dormindo teu fogo abaixa?


 


Quando Paaty terminou a bronca, Danny estava com um sorriso bobo no rosto.


 


- Você ouviu o que eu disse?


 


- Cada palavra – Danny respondeu sem desfazer o sorriso – esse sonho foi o melhor e mais real da minha vida.


 


Paaty ergueu as sobrancelhas, incrédula,


 


- Esquece, não dá mesmo pra falar com você – ela falou se levantando, mas Danny segurou em seu pulso e a puxou de volta.


 


- Espera. Eu preciso te falar uma coisa


 


 


 


Olha pra mim do seu lado


 


O que há em mim assim de errado?


 


Por que sofrer tanto a procura de um alguém?


 


Olha pra mim seu amigo sim e daí?


 


Qual o perigo?


 


 


 


- E? – Paaty falou tentando incentivar Danny.


 


- E... er... Por que você ta namorando aquele cara?


 


O queixo de Paaty foi lá embaixo com essa pergunta e ela se sentiu em pouco decepcionada. A verdade é que a garota esperava por qualquer outra coisa, uma declaração ou talvez nem tanto, mas um beijo que fosse, mas aquela pergunta era quase... quase broxante. Por que ele tinha que colocar o David em tudo?


 


- Eu... o David... ele não é meu namorado.


 


- Não? – Danny perguntou aliviado.


 


- Não. Se era só isso que você tinha pra dizer já disse...


 


- Não, não é só isso – Paaty o olhou começando a se sentir entediada – Eu queria te... aconselhar.


 


Patrícia começou a rir deixando Danny em pouco irritado pelo gesto.


 


- Essa foi engraçada Danny. Vou dormir mais bem humorada hoje.


 


- Patrícia – o garoto a repreendeu.


 


- Você está falando sério? – Daniel afirmou com a cabeça – Ok, vai em frente.


 


- É o seguinte, eu acho que esse David não serve pra você – Paaty o olhou curiosa – Quer dizer ele mal te conhece, não sabe dos teus gostos, das coisas importantes que aconteceram na sua vida. Raciocina comigo: seria muito melhor se você ficasse com alguém que te conhece há muito tempo, que esteve com você nos melhores e nos piores momentos da sua vida, que te animou quando você estava triste.


 


Paaty se fez de desentendida e fingiu pensar no que Daniel dissera.


 


- Tem razão – concordou sorrindo e Danny sorriu junto.


 


 


 


Seria tão mais fácil se você considerasse


 


Que eu já conheço os seus trejeitos


 


Sei tuas virtudes, seus defeitos


 


E eu sei amar você exatamente como você é


 


 


 


- Pena que eu não seja lésbica – Paaty falou tristonha.


 


- O que? – Danny perguntou perplexo.


 


- É que a Rose e a Anna se encaixam perfeitamente na sua descrição, só falta mesmo serem homens.


 


Danny ficou encarando a amiga de boca aberta. É claro que Paaty estava se fazendo de boba, pois ele tinha certeza que a cor do cabelo não afetava seu cérebro, depois de tantos anos convivendo com a loira, constatara que isso era realmente só um mito, mesmo que Scorpius tentasse provar o contrário ¬¬


 


De repente Paaty começou a rir da cara do sonserino.


 


- Brincadeira Danny. Eu já entendi: Alguém tipo o Scorpius – ela realmente tinha entendido, mas também não daria o braço a torcer – ou o Alvo ou... – Paaty e Danny se olharam ficando corados.


 


- Eu.


 


- É, você – Paaty afirmou sem graça.


 


- E o Scorpius ama a Rose e vice e versa, e você não o ama dessa forma.


 


- Verdade. Bom, também o Alvo a Anna...


 


- O que tem o Alvo a ver com a Anna? O.o


 


- Nada, eu quis dizer que também o Alvo ah não.


 


- Sei – Danny a olhou desconfiado, mas achou melhor voltar ao assunto que lhe interessava – Só sobrou...


 


- Vou pensar nessa conversa mais tarde – interrompeu Paaty – Agora é melhor a gente ir pra cama – Danny sorriu malicioso e Paaty tentou consertar o que havia dito – quer dizer é melhor eu ir pra minha cama e você pra sua, certo?! Boa noite.


 


Patrícia correu para a escada em direção ao seu dormitório deixando Danny sozinho no salão comunal novamente, mas desta vez com um sorriso estampado no rosto.


 


- Você ainda vai olhar pra mim de outro jeito Paaty, ah se vai – Daniel sussurrou para si mesmo antes de se dirigir para o dormitório.


 


 


 


Deixa desse seu pré conceito


 


De ter alguém pronto, alguém perfeito


 


Eu sou real, estou aqui tão perto


 


Olha pra mim.


 


 


 


N/B: Cara, eu não descreveria uma cena melhor entre a Paaty e o Daniel! Ficou tudo de bom! Perfeito! Lindo! Pelo visto você conhece direitinho as minhas personagens! Hehe


 


Parabéns! Beijoooos,


 


Ciça ;*******


 


 


 


N/A: EEEEEE a dona dos personagens gostou, agora espero que vocês gostem também. E pra quem ainda não leu a fic “GREENs: porque as cobras também rugem” leiam porque vale a pena gente. Bjos.


 

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