Capítulo Único!

- Você NUNCA irá ser amado, Severo Snape!

Lana Starmoon cuspiu as palavras em seu rosto os olhos negros se ergueram levemente e se focaram no rosto róseo e rechonchudo da mulher a sua frente.

Ele não estava prestando atenção à conversa, na verdade... Ele nem sabia que havia uma conversa por isso levou alguns segundos para organizar a mente.

 

Estou tão cansada de estar aqui... Reprimida por todos os meus medos infantis, e se você tiver que ir... Eu desejo que você vá logo...

- O que? – Perguntou ele aturdido quanto ao que ela havia dito os ombros se encolhendo levemente e a máscara de frieza que a muito não deixava seu rosto deixou seus olhos. – Do que está falando?

Lana inclinou-se para frente, os punhos fechados e os olhos azuis estavam em pura brasa, havia uma veia que saltava sobre sua testa e seus lábios tremiam levemente.

- Do que eu estou falando? – A loira rugiu jogando seus braços para trás. – Estou falando de VOCÊ! Estou falando do quão baixo e hipócrita você está sendo! Sabia que ela está sofrendo? Sabia que ela chora todas as noites? Já passou por essa sua cabeça doentia que essa é sua última chance de ser FELIZ?

 

Porque sua presença ainda permanece aqui... E isso não vai me deixar em paz...

Ele piscou inexpressivamente diante da fúria que ela exalava, naquele instante ele não era nem a sombra do homem que um dia fora, sua mente girava e girava e ele não conseguia se lembrar do porque de estar tão amuado.

- Não é ela...

- NÃO? – Lana gritou novamente, seu corpo recaindo para frente para que ela pudesse deixar seu rosto a centímetros de distancia do dele, os olhos azuis o ameaçavam, mais tudo que ele conseguia sentir era um grande nada em seu peito. – Então negue que ela tem os mesmos trejeitos, negue que você a encontrou naquele lugar... É naquele mesmo local ao qual você e Lilian se falaram pela última vez! Negue que você não se sentiu atraído a ela ao primeiro olhar, negue tudo àquilo que você sente com relação a ela e eu acredito nessa babaquice que está dizendo!

E ele negaria, negaria qualquer coisa que pudesse com o desespero de uma alma apaixonada e atormentada, mais ela havia tocado no ponto crucial da história, ele havia encontrado Hermione exatamente no local que pertencia a ele e Lilian...

 

Essas feridas parecem não querer cicatrizar... Essa dor é muito real... Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar...

“As botas negras estavam manchadas de branco no instante que Severo parou no começo da colina que ele teria de subir para chegar a seu lugar, no local que ele ia a mais de 25 anos todos os dias durante a tarde... Com o passar do tempo ele havia enfeitiçado a estrada de terra que se ligava a colina, ele não queria que ninguém jamais soubesse da existência daquele lugar, ele não queria sujar a imaculada imagem de Lilian que permanecia em cada recanto dali.

- POR QUÊ? – O som cristalino soou nos ouvidos de Snape como um rojão, seus músculos se retesaram e seus lábios se separaram em sinal de descrença... Será que agora além dos sonhos ele também a ouviria? – EU NÃO CONSIGO! EU NÃO CONSIGO! MAIS QUE DROGA!

 

Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas...

 

E a cada grito que a voz doce e suave soltava Snape corria mais e mais desesperado para que a alucinação não acabasse, desesperado para que finalmente a loucura houvesse o dominado e ele pudesse enfim sentir-se novamente completo. “Só mais uma vez” ele murmurava em seu cérebro entorpecido, ele só precisava vê-la novamente mais uma vez e implorar o seu perdão... Ele só precisava disso.

Mais a visão que teve fez seu corpo congelar e sua respiração se prender, não era Lilian, não podia ser!

 

Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos...

A menina estava ajoelhada sobre o gramado verde, seus punhos estavam fechados tão fortemente que os tendões de sua mão se sobressaiam por cima da pele clara, sua varinha havia sido jogado de qualquer jeito a sua frente, a blusa branca que ela vestia estava completamente respingada pelas lagrimas que rolavam de seus olhos e deixavam marcas pela pele delicada. Ela não era Lilian, mais o coração de gelo de Snape se amoleceu com a cena que se desenrolava a sua frente, os dedos de sua mão formigaram para que ele tocasse os cabelos sedosos e os empurrasse para trás, seus lábios se separam em uma angustia muda, a odor dela, as lágrimas dela, era tão surreal ele estar sentido a dor que sentia que ele se quer notou quando seus pés se moveram, ele também não reparou que havia abaixado ao lado da garota e muito menos notara que quando ele a envolvera com seus braços ela se assustara. Nada daquilo importava, ele apenas tinha de apreciar o momento.

Não era o corpo de Lilian, mais nenhuma outra mulher na Terra ou no inferno conseguiria causar aquilo a seu corpo.

 

Eu segurei a sua mão por todos esses anos... Mas você ainda tem tudo de mim...

Ele a apertou em seus braços quando ela tentou fugir, sua face escondeu-se nos cabelos dela e ele aspirou profundamente o cheiro tão conhecido, ela cheirava a luz do sol, doces e amoras frescas, todos os perfumes que Snape mais gostava de sentir misturados em um único frasco humano, ela era a sua predestinada e nunca poderia ser o contrario, ele não sabia como conseguira se manter longe e sano por tantos anos.

- O que? Quem é você? Solte-me, por favor, me solte! 

Com a parte de sua mente que não estava concentrada em abstrair o cheiro doce dela e a apertar a seu corpo até que ele sentisse dor física, ele notou que ela tentava desesperadamente alcançar sua varinha. Ela não o reconhecia? Com extremo cuidado ele a virou em seus braços, desviando cuidadosamente dos golpes que ela tentava lhe desferir no rosto.”

 

Você costumava me cativar... Pela sua luz ressonante...

Ele não agüentava mais pensar, não queria deixar-se ser invadido pelas lembranças dos momentos que tivera junto dela, não queria deixar-se rememorar o primeiro encontro, mais as fisgadas dolorosas em seu corações e cada pequeno arfar que rompia seus lábios trazia consigo a lembrança... O toque dos lábios dela, a maciez de sua boca, a textura de sua pele, o doce retumbar de sua voz, o brilho de seus olhos...

- Ela NÃO é a Lilian! Hermione Granger não é a Lilian! Ela é Hermione, apenas isso e eu a amo por ser quem é e não um fantasma! - O rugido rasgou seu peito e rompeu seus lábios antes que ele pudesse se impedir de fazer qualquer coisa, seus punhos desceram com violência sobre a mesa e ele se ergueu tão rápido que fizera Lana piscar incontáveis vezes. – Eu NÃO quero mais ouvir falar dessa história, entendeu?

- Ela irá se casar! – Lana disse entre os dentes, enquanto elevava o queixo e estreitava os olhos. – Ronald Weasley foi homem o suficiente para lhe pedir em casamento... E ela aceitou!

Toda e qualquer cor sumiu do rosto de Snape, seus olhos pareceram perder o foco ligeiramente e ele desabou pesadamente sobre a cadeira a qual estava sentado há poucos minutos.

 

Agora eu estou limitada pela vida que você deixou para trás...

“- Vamos nos casar aqui! Na nossa colina! – Hermione murmurou alegremente enquanto jogava-se nos braços de Snape. – Só nós dois e o padre que nos abençoará, só precisamos disso meu amor. EU só preciso de você!

- Como pode me amar? Depois de tudo que eu lhe fiz? – Ele perguntou beijando a testa dela, depois cada uma das bochechas, o buraquinho charmoso que ela tinha acima dos lábios e por fim seus lábios. – Como pode me chamar de amor depois de tudo que lhe contei?

- Oras é muito simples... – Ela respondeu enquanto soltava-se dos braços dele e dava uma pequena pirueta em meio às flores. – Eu te perdi como Lilian, fui uma tola, mais agora, eu sou Hermione Granger, tenho minha própria personalidade e não sou volúvel, sou jovem mais não ingênua. Eu te amo Severo, sempre te amei, te reconheci no mesmo instante que te olhei, eu já te perdi em uma vida, não vou te perder em outra!”

 

Seu rosto assombra todos os meus sonhos que já foram agradáveis...

Seus olhos se fecharam com amargura, ela havia lhe deixado em uma vida e ele... Cometeu o mesmo erro, abandonando-a e sumindo sem deixar explicações, infiltrando Lana na vida dela para que ele pudesse continuar tendo noticias, policiando-a ao longe, tendo a certeza de que ela estaria bem e não se culpando por nada, ele só queria que ela fosse feliz. Feliz com alguém que tivesse toda uma vida sem passado para lhe dar!

 

- Se sairmos daqui agora... Chegaremos a tempo de você impedir isso! Por favor Snape... Por favor, não repita os mesmos erros do passo! É ela! Você sabe que é ela! Ela retornou por você e você a está mandando embora novamente! – Gritou Lana esfregando as lágrimas de seus olhos.

- Eu quero que ela seja...

- Não se atreva a terminar essa frase Severo Snape! Eu irei preparar o carro e te espero em 10 minutos, juro por Deus que eu te mato se não estiver lá embaixo no prazo!

 
***

- Isso não vai dar certo! – Snape murmurou enquanto erguia o pescoço para que Lana fizesse um nó em sua gravata. – Você sabe disso, eu sei disso! Ela não é minha, ela não é para mim e nem nunca será!

- Cale a boca, Severo, cale a boca ou eu o esgano, falta 5 minutos e eu ainda estou dando o nó em sua gravata!

 

Mas embora você ainda esteja comigo... Eu tenho estado sozinha todo esse tempo...

Severo Snape saltou do carro em movimento mesmo, não tinha tempo, sabia disso, podia sentir em cada pequeno pedaço de seu corpo que seu tempo estava acabando, ela seria de outro. “NÃO” rugiu sua mente e no segundo seguinte ele avançando contra a porta da igreja, seus olhos mareados e a respiração tão ofegante quanto seu coração estava acelerado, o antes impecável smoking negro, agora estava amassado e parecendo desengonçado em seu corpo, mais ele não tinha tempo para isso, os sinos já haviam começado a tocar e a adrenalina estava invadindo suas veias.

O corpo dele chocou-se com força contra a pesada porta feita de madeira pura, suas mãos tatearam as cegas até encontrarem a maçaneta pesada feita de metal, seu corpo empurrou-se para frente e ele voltou a correr, disparando pelo estacionamento lotado de carros e vassouras, ao longe Snape ouvia os burburinhos e a imagem de Hermione de branco lhe invadiu a mente o fazendo perder o ar.

 

- HERMIONE! 

 

Ele gritou subindo as escadas de entrada saltando de dois em dois degraus, agora o altar parecia tão longe que ele começava a se desesperar, ela não poderia se casar, não com outro, ela pertencia a ele.

- HERMIONE, NÃO!

Ele gritou assim que conseguiu abrir a porta da igreja e correu pelo grosso tapete vermelho felpudo que encobria o longo corredor até o altar. Ele só não esperava que... Hermione estivesse sozinha no altar, virada para a porta com um largo sorriso em seus lábios pintados de vermelho.

- Uma vez a Lilian te perdeu... E por causa deste fato durante 18 anos da minha vida eu me senti vazia, fria, insegura e completamente sozinha na vida... – Ela murmurou enquanto avançavam pelo corredor, seus cabelos caiam graciosamente até sua cintura, com lindos e largos cachos, seu rosto de porcelana estava bem maquiado e revelava a beleza feminina, inocente e sexy que ela tinha, o vestido branco de renda caiam com uma perfeição exagerada até seus pés. Ela estava gloriosamente linda, mais linda do que qualquer coisa que Snape já havia visto na vida. – E então você me encontrou, naquele abraço que você me deu, quando eu vi a primeira vez o seu sorriso eu soube que tudo por que eu tinha passado, todas as provações que a vida tinha me imposto haviam acabado! Era você, só você do que eu precisava!

- O que... Onde está o Weasley? – Ele perguntou completamente desconcertado.

Os olhos de Hermione seguiram a vasta multidão de pessoas que estavam sentadas os olhando, analisando cada gesto deles e Snape apenas seguiu seu olhar, Ronald Weasley estava sentado na primeira fila com um pequeno sorriso em seus lábios, sua mão estava entrelaçada com a de outra garota também ruiva e os dois prostravam anéis no dedo anular da mão esquerda.

 

- Eu sabia que você não viria até mim... Então pedi gentilmente a Lana que me ajudasse... Severo Snape você é o homem mais teimoso que eu já conheci na vida! – Ela ralhou enquanto aproximava-se mais um passo, ela estava tão próxima que ele podia sentir seu perfume banhando seu rosto e o fazendo arfar. – Como acreditou que eu poderia em casar com outro homem? Eu voltei Severo! Eu voltei de muito longe para você e eu não vou te perder só porque você se acha velho demais para mim! Eu te amo te amo com todo meu ser, te amo tão desesperadamente que não me imagino um dia só a mais sem que eu possa te chamar de meu Marido! – Agora sua doce voz estava sendo transfigurada pelas lagrimas, suas mãos tremiam e ela havia estendido uma pequena caixinha aberta a sua frente, onde sobre o veludo negro descansavam duas argolas douradas. – Severo Snape... Você aceita se casar comigo?

Ele não respondeu, estava ocupado demais mandando a compostura para o inferno, seus braços estavam ávidos por envolver o corpo esguio em um abraço esmagador e seus lábios estavam desesperados por sorver o néctar dos Deuses perdido dentro dos lábios dela, lábios que a língua dele invadiu sem resistência e com desespero, suas línguas travaram uma batalha sem vencedor, massageando-se, apertando-se, puxando-se e por fim, quando nenhum dos dois tinha mais respiração, separaram-se o mínimo para que pudessem sorver o ar com ardor. 

Snape deixou sua testa pousada sobre a dela, enquanto o primeiro e verdadeiro sorriso que ele dava em meses nasceu em seus lábios.

 

- Eu te amo. – ele murmurou esganiçado pelas lagrimas que começavam a rolar de seus olhos.
- Para todo além da eternidade amor! – Ela completou sua frase com felicidade.

 

Mas você ainda tem tudo de mim
F i m!

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