Confissões



Capitulo 2. Confissões.


   Hermione sentou-se em sua cama, com o cabelo enrolado em uma toalha macia. As garotas em Hogwarts, muitas vezes riram dela quando fazia isso, secava os cabelos de maneira trouxa, mas com toda a honestidade, ela preferia fazer na maioria das vezes as coisas da maneira trouxa. O acidente no jantar ainda estava correndo através de sua mente. Ela quase gemeu da memória. Como ela poderia ter sido tão desajeitada? Felizmente, Fred tinha tomado toda a coisa na esportiva, e não tinha lhe causado muito constrangimento. Hermione correu até as escadas rapidamente, ansiosa para ficar longe dos olhos dos amigos. Ela franziu a testa, involuntariamente, lembrando o sorriso um tanto mal-intencionado que havia no rosto de Gina quando o incidente tinha acontecido. Ela tinha apenas pegado pelo canto do olho, mas tinha sido definitivamente lá.


   Hermione balançou a cabeça para tirar os pensamentos de sua mente quando Gina entrou na sala. Aquele olhar ainda estava lá; claro como o dia. Maldita. Aquele olhar significava uma coisa. Problema. Hermione levantou as sobrancelhas, Gina se sentou ao lado dela, jogando algumas roupas em sua direção. Ela olhou para si mesma. Tinha uma toalha enrolada em volta dela, como sempre fazia depois de um banho. Verdade, ela nem sempre se vestia logo após, geralmente após o seu cabelo secasse, mas não era sempre que Gina pressionava-a a se vestir.


   -Então?- Gina olhou para Hermione, inclinando o quadril para o lado dela. Hermione suspirou, sabendo que estava em uma batalha, e não estava indo para vencer. Então, ao invés de discutir, ou até mesmo questionar sua amiga, ela puxou o jeans em silêncio, não olhando Gina enquanto se vestia. Gina ficou boquiaberta de surpresa. Não era comum Hermione desistir sem uma luta, e foi uma agradável surpresa ao ver que ela não ia causar um motim. Discutir com Hermione era uma coisa que ela não gostava.


   -O que é Gina?- Hermione finalmente perguntou cansada do silêncio. Você poderia até ter ouvido um alfinete cair de tão silenciosa que a sala estava.


   -No jantar, esta noite... - Gina parou, sorrindo ao ver que sua amiga havia ficado um pouco verde.


   -Não podemos falar sobre isso, por favor?- Ela implorou. Já era ruim o suficiente que toda a família estivesse falando sobre isso lá embaixo enquanto elas conversavam, e que Rony provavelmente iria provocá-la impiedosamente sobre aquilo pelo resto de sua vida, mas Gina perguntando a ela sobre isso seria apenas um toque para cair fora da conversa.


   Gina abriu a boca para responder, pronta para persistir em questionamento. Ela parou de embora, vendo a cara que Hermione fazia.


   -Que tal um jogo da Verdade?- Gina finalmente sugeriu.


   -Há apenas nós duas - disse Hermione com ceticismo - O que você quer saber?


   “Ela me conhece muito bem”, Gina pensou consigo mesma. Estava pensando em como responder a pergunta de Hermione, enquanto Hermione sentou na cama, olhando para ela. Gina poderia ser direta, e apenas perguntar-lhe se ela gostava Fred, afinal, Gina era o tipo de pessoa que odiava enrolação. Um sentimento incômodo em seu estômago lhe disse que isso não era bem assim, mas tinha o direito de lidar com a situação, no entanto. Perguntaria a Hermione, mas o seu sexto sentido não era de deixa-la na mão.


   -Você gosta do meu irmão?


   -Acho melhor você me ajudar, não?- Hermione perguntou, tentando parecer calma - Você tem seis, de que irmão que você estaria falando? - Ela tentou parecer indiferente e desinteressada quando Gina olhou suas mãos, que estavam no colo, apertando-se nervosamente. Suas ações não enganaram Gina, que sorriu feliz.


   -Bem, Rony? Quero dizer, vocês são melhores amigos há muito tempo...


   Hermione prontamente explodiu em ataques de riso, apertando os lados.


   -Merlin, não!


   -E quanto Percy? - Gina não se incomodou tentando esconder seu tom de nojo quando mencionou seu nome - Vocês dois são muito parecidos.


   -Existe um ponto para isso?


   Com isso, Gina levantou a cabeça, olhos grandes como pires, parecendo um veado capturado pelos holofotes de um carro. Sim, Hermione sempre tinha sido inteligente, mas ela não era tão inteligente. Sendo sua melhor amiga, Gina sabia alguns truques que teria de usar para Hermione falar a verdade. Ou seja, tudo correria como planejado.


   -Você gosta de Percy! - exclamou ela, apontando um dedo acusador para Hermione - Eu não gosto dele, mas se ele te faz minha irmã, eu só posso perdoá-lo.


   -Não, não! - Hermione gaguejou nervosa - Eu gosto de seu irmão - acrescentou em um sussurro. Ela tinha abaixou a cabeça neste momento, não viu o riso que brilhava nos olhos de Gina.


   -Bem – Gina disse, fingindo inocência - Você está destinada a se tornar uma Weasley. Quem é o cara de sorte, então?


   Hermione murmurou algo baixinho, para grande desespero de Gina. Não, não, não! Se Jorge ia ajudá-la, Hermione tinha que falar pelo menos um pouco mais alto. Apenas alto o suficiente para alcançar a porta. Não seria tão difícil, não é? Mesmo que Gina tivesse visto as palavras formadas nos lábios de Hermione, ela tinha que perguntar de novo, na esperança de que ela dissesse mais alto desta vez. Merlin fingiria até que era surda, se isso significasse que Hermione deixasse suas palavras chegarem até a porta.


   -Fale mais alto, Hermione – Gina disse – não consegui ouvir.


   -Eu gosto do... - Hermione mordeu o lábio, obviamente, questionando-se, se era uma ideia inteligente ou não – Fred.


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   Jorge estava encostado na parede, com o ouvido colado à porta, muito semelhante à posição que Gina estava em poucas horas de antecedência. Ele foi forçando sua audição, devido ao fato de que não queria perguntar para Fred onde haviam escondido as orelhas Extensíveis. Jorge era o gêmeo esquecido, e muitas vezes esquecia onde as invenções eram escondidas. Foi chato ter que estar em uma posição tão estranha, mas estava tão curioso que valia a pena estar desconfortável por alguns minutos.


   Ele sempre soube que Gina e Hermione eram amigas íntimas, e parecia que as duas mantinham escondido muito pouco uma da outra. Isso foi surpreendente, considerando-se que os outros melhores amigos de Hermione eram meninos. Não era como se Harry e Rony não fossem bons amigos, afinal, havia algo sobre como salvar alguém de um troll que unia as pessoas de uma maneira que se tornavam automaticamente muito bons amigos, e no caso do trio é eram melhores amigos. Sendo a única menina que tinha passado algum tempo com Hermione, porém, e logo após o segundo ano, Hermione começou a inclinar-se muito para Gina. Gina tinha tido sorte. Ela tinha visto Hermione pela primeira vez como uma oportunidade para se aproximar de Harry, mas logo as duas se tornaram amigas genuínas.


   George tinha, porém, duvidado que Gina fosse capaz de fazer Hermione dizer aquelas três palavras. Como ela tinha dito anteriormente, Hermione era o tipo de garota com muitos segredos, e presa à regra, "Se você não quer que ninguém saiba, não conte a ninguém." Esta foi uma das muitas razões pelas qual Jorge tinha lutado para se manter na posição vertical quando o plano diabólico de Gina que pouco haviam trabalhado. Ele se levantou às pressas, para ir para o seu quarto. Havia uma pequena chance de que Gina deixasse Hermione sair do quarto agora, mas mesmo assim, você tinha que tomar precauções, não é?


   -Onde você esteve?- Fred perguntou, sem erguer os olhos do caldeirão na frente dele.


   -Mamãe queria que eu a ajudasse a limpar o sorvete - Jorge mentiu, caminhando para a poção borbulhante com juros - Ah, você descobriu o que estava faltando?- Ele reconheceu-a como uma das invenções em que estavam trabalhando de alguns dias atrás.


   - Suco de Sanguessuga - respondeu ele, fazendo uma careta - nojento.


   Jorge riu de todo o coração, antes de mudar o assunto.


   -A sobremesa foi um evento.


   -Sim - Fred concordou, sendo apenas um pouco cauteloso - Eu acho que ter sorvete caindo em você é muito agitado.


   -Caiu?- Jorge torceu sua sobrancelha.


   -Você não acha que ela jogou isso?


   -Hermione não é realmente conhecida por ser desajeitada - comentou ele se lembrando de sua conversa anterior com Gina - Talvez ela estivesse distraída.


Fred bufou


   -Por quê?


   -Alguém - foi à resposta curta. Jorge viu a expressão de Fred piorar. Não era comum ver qualquer um dos dois com uma expressão tão dolorosa, e Jorge foi surpreendido. Talvez não tivesse sido a melhor coisa a dizer depois de tudo. Ele olhou cabisbaixo, e levou toda a força de vontade de Jorge não gritar a notícia que acabara de ouvir em voz alta. Claro, ele não podia. Se ele fizesse isso, seria mais provável que arruinasse os planos de Gina, e ninguém gostava de estar na mira de sua azaração de bicho-papão. Ele suspirou, olhando seu irmão - Você está bem, companheiro?


   -Não quero falar sobre isso, está bem?- Fred não esperou por uma resposta e deu as costas rapidamente, pegando o pijama na gaveta do armário.


   -Boa noite - Jorge murmurou. Não pela primeira vez, ele estava começando a duvidar do esquema de sua irmã. Ele olhou para seu irmão gêmeo deitado na cama, tirando aqueles pensamentos da cabeça. Esperou alguns instantes e depois saiu do quarto, deixando a porta fechar silenciosamente atrás dele. Deveria haver alguma coisa que pudessem fazer.


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   Harry acordou abruptamente. Todo seu corpo estava coberto de uma camada de suor, e seu coração estava ameaçando pular do peito. Sentou-se, engolindo em bocados de ar. Sua mão agarrou na borda do colchão, ele estava dormindo em um colchão branco. Ele ficou lá, tendo controlar a respiração. Quando ele teve certeza que não estava prestes a desmaiar, se deitou de barriga.


   Era o mesmo pesadelo, sempre foi. Ele estava de volta ao cemitério, assistindo Cedrico ser morto. Não havia nada que pudesse fazer para detê-lo. Ele sentiu a dor de Voldemort o torturando, novamente e novamente. Era como se a memória ficasse presa em replay. Ele fechou os olhos e tentou tirar os pensamentos da cabeça. Ele não estava no cemitério novo, ele estava no quarto de Rony. Seguro no momento. Ele olhou na direção da cama de Rony. Estava dormindo, e Harry deu um suspiro de alívio. Sabia que seus pesadelos eram muitas vezes bastante vocais. Ele não queria que Rony acordasse e o encontrasse se contorcendo em torno de sua cama. Este era o seu problema e ele tinha que lidar com ele sozinho.


   Rolou para o lado para olhar para o relógio que estava entre sua cama e a de Rony. 1:26. Enterrou o rosto no travesseiro. Não queria voltar a dormir. Não queria ter que enfrentar Voldemort pela segunda vez naquela noite. Jogou o travesseiro no outro lado do quarto aborrecido, de imediato lamentando quando sua cabeça foi deixada sem nada para se apoiar. Gemendo em silêncio, ele balançou as pernas, se sentado do lado da cama. Não se importava, não voltaria a dormir naquela noite. Agarrou um suéter que foi empilhado sobre a mesa-de-cabeceira, puxou-o sobre sua cabeça e foi até a porta. Andou silenciosamente para não acordar Rony. Fechou a porta atrás dele e começou a descer a longa escadaria Weasley.


   Harry estava prestes a virar para a cozinha quando ouviu ruídos vindos da sala. Assaltantes pensou de uma vez, antes de perceber o quão absurdo fora o pensamento. Os Weasley tinha uma boa segurança para que assaltantes comuns entrassem, além disso, eram bruxos, não eram? Silenciosamente, caminhou em direção à porta. Sua mão estava na maçaneta da porta, pronto para virar quando ouviu uma voz.


   -Isso não iria funcionar, e você sabe disso - Levou um momento para conhecer a voz. Ele tinha certeza que ouvira o tom suave feminina antes. A segunda voz não fez nenhum esforço para manter-se baixa.


   -Vamos, Gina! Pensei que trancar os dois em um armário era uma boa ideia.


   Jorge e Gina, Harry finalmente percebeu. O que eles estavam fazendo até tão tarde? E, provavelmente, uma questão mais importante, quem eles queriam trancar em um armário?


   -Provavelmente é na teoria, mas você sabe que um feitiço de Hermione poderia acabar com um armário? Ela provavelmente explodiria a porta nas dobradiças. E então ela viria que nós a trancamos.


   Hermione. Estavam querendo trancar Hermione em um armário. A questão agora era por que eles queriam fazer isso? Será que eles não haviam percebido que provavelmente não conseguiriam, mesmo com os planos mirabolantes de Jorge?


   -Olha, nós estivemos nisso por horas e não temos um plano decente. Talvez devêssemos desistir - a voz pertencia a Jorge, mas foi uma coisa muito estranha de Jorge dizer.


   -Oi, você me prometeu que iria ajudar - Gina disse ferozmente. Harry quase podia imaginar o rubor de raiva no rosto sardento da garota.


   -Sim, eu sei. Mas eu não sabia que ia ser tão difícil - A dupla ficou em silêncio por um momento. Harry arrastou os pés, tentando ajustar sua posição. Ele imediatamente se arrependeu, seus pés causaram um rangido numa das tábuas de madeira da velha casa. Podia jurar que as pessoas na sala pularam de suas cadeiras.


   -Você ouviu isso?- Gina perguntou. Foi realmente uma pergunta estúpida. O barulho tinha sido alto e claro. Pessoas na cidade mais próxima provavelmente já ouviram falar dele.


   -Não, com todo esse tempo, você deve estar imaginando isso - disse Jorge. Harry tinha começado afastando-se da porta. Ele não queria ser pego escutando a conversa deles. Tinha ouvido falar da famosa azaração do bicho-papão de Gina.


   -Quem está aí?- Jorge chamado. Harry estava voltando, bateu no corrimão da escada, ele estava prestes a virar e correr quando a porta se abriu.


   Duas cabeças de fogo tinham suas varinhas apontada para ele. Suas mãos voaram no ar em sinal de rendição.


   Harry murmurou um estranho “Olá”, os olhos grudados em seus pés o tempo todo. Os irmãos abaixaram suas varinhas ligeiramente.


   -Que diabos você está fazendo Harry?- Gina disse entre dentes.


   -Hum, nada - Harry disse, ainda não tendo certeza se ela iria azara-lo ou não. Jorge revirou os olhos.


   -Nada, muito bom saber - disse ele, antes de pegar Harry pelo pulso e arrasta-lo para dentro sala.


   Gina e Jorge sentaram-se no sofá. Harry tomou o lugar oposto a eles. Ele sentiu-se um pouco como se estivesse sendo interrogado por detetives de seriados da TV, que Duda assistia.


   -Fale. Agora - Gina disse não se preocupar em rodeios. Harry começou a dizer-lhes sobre como ele teve um pesadelo. Ele percebeu um flash do rosto preocupação cruz de Gina como ele mencionou. Apressou-se o passado e explicou como ele tinha ido lá embaixo e tinha os ouvido conversarem.


   -Tudo o que eu ouvi foi que vocês estavam planejando prender Hermione no armário - Harry terminou.


   -Quantas vezes eu tenho que dizer? Não iriamos prende-la em um armário, não iria funcionar - Gina olhou para Jorge, como se fosse tudo culpa dele. Harry ainda estava confuso.


   -O que vocês dois estão tramando?- ele perguntou curioso. Os dois Weasley trocaram olhares, perguntando-se se eles deveriam falar para Harry.


   -Podemos dizer pra ele - Jorge decidiu finalmente - Hermione é sua melhor amiga. Ele quer que ela seja feliz - Harry não interrompeu mesmo se quisesse. O que estava acontecendo? Gina suspirou e começou a dizer-lhe a história.


   Harry ouviu sobre como ela tinha suspeitas de que Hermione gostava de seu irmão, e depois como ela havia descoberto que ele se sentia da mesma maneira. Ela explicou com mais detalhes o incidente de sorvete que tinha presenciado e sobre Hermione murmurando as pequenas três palavras, mas muito importantes. Houve silêncio na sala, Harry pensava sobre o que havia descoberto. Foi quem quebrou o silêncio primeiro.


   -Por que vocês não dizem logo tudo aos dois?- ele perguntou.


   Jorge o olhou chocado, e bastante chocado.


   -Harry, é muito fácil. Algo tão simples nunca iria funcionar.


   Harry ergueu as sobrancelhas.


   -Bem, então eu acho que nós precisamos pensar em um plano.


   -Então você está dentro?- ela perguntou, sorrindo para ele.


   -Definitivamente - Harry disse batendo a mão em cima da mesa.


   -Bom, porque eu acho que tenho uma ideia.


PS:O que acharam?Gostei muito do capitulo, fiquei bastante surpresa, para dizer a verdade. Espero que o plano deles de certo!

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