Capítulo único
Rony sentiu algo afundando ao seu lado, o que fez com que o homem acordasse. Não sabia, exatamente, que horas, mas tinha certeza de que sua esposa já tinha saído há algum tempo, então não era ela.
Foi nesse momento que sentiu a cama começar a se movimentar, como se alguém estivesse pulando nela.
- Acordada papai! - ouviu uma voz bem fininha o chamando.
Assim que se virou e encontrou a sua filha mais velha de pé em cima do colchão. A menina se abaixou para poder abraçar o pai.
- Você tem que acordar logo papai! - pediu – Vamos passar a manhã todinha juntos, hoje. Vai ser muito divertido.
- Eu sei disso, minha pequena! - a puxou para mais perto de si – Mas, o que você acha de dormimos só mais um pouco.
- Não! - balançou a cabeça negativamente e cruzou os braços – Eu quero ir brincar! Você me ensina a voar de vassoura, papai?
- Se eu fizer isso sua mãe vai ter um ataque quando chegar em casa – revirou os olhos – Vamos esperar até você ficar um pouco mais velha para isso.
- Tudo bem! - a menina suspirou pesadamente.
Rony e Hermione já estavam casados há mais de um ano quando ela ficou grávida, o ruivo não poderia estar mais feliz, os dois nunca tinha conversado sobre ter filhos e não sabia qual era a opinião da esposa, mas ele queria ter uma família grande, como a que estava acostumado desde pequeno. Hoje, a pequena Rose está com 4 anos e é tão inteligente quanto a mãe e, há um ano, nasceu Hugo.
- Já vi que não vou conseguir mesmo voltar a dormir! - se levantou e pegou a filha no colo – Você não acordou o seu irmão? Não é mesmo Rose, querida!
- Não! - respondeu – Tudo que ele sabe fazer é chorar, isso me irrita muito.
Eu já te falei que você fazia a mesma coisa quando tinha a idade dele! - lembrou – Agora vamos tomar o café da manhã.
Assim que desceram as escada, puderam sentir o cheiro de panquecas que vinha da cozinha. A maior surpresa foi encontrar Hermione de pé em frente ao fogão.
- O que você ainda está fazendo aqui, meu amor? - o homem perguntou, sentou a filha em uma das cadeiras que tinha no local – Pensei que você tivesse muito trabalho para fazer no ministério hoje.
- Ainda são sete meia, só preciso chegar lá as oito, como em qualquer dia da semana – lembrou – Só preciso aparatar próximo ao ministério, chego lá bem rápido.
- São sete e meia da manhã? - ficou espantado – Acho que nunca acordei tão cedo assim em um fim de semana!
- Você é muito dorminhoco, Ronald! - a morena revirou os olhos – Eu estou fazendo panquecas. Você quer panquecas, meu bebê? - dirigiu-se para Rose.
- Quero sim! - a garota disse, bem feliz – Eu amo panquecas.
- Pelo jeito a minha pequena aqui herdou os genes do pai para o apetite! - passou a mão pelos cabelos castanhos da menina.
- Você tem certeza de que consegue ficar tomando conta deles a manhã inteira? - Hermione pareceu um pouco incerta – Se você preferir, eu posso levá-los para a casa dos meus pais, ou posso até pedir para a Gina ficar com eles.
- Pode ficar tranqüila, meu amor! - garantiu – A Rose e o Hugo vão ficar muito bem comigo.
- Mãe! - era o filho caçula do casal que tinha que acabado de acordar no andar de cima.
- Deixa eu ir até lá! - a morena avisou – Ainda bem que eu já preparei a mamadeira dele.
- Deixa que eu vou até lá, Mione – Rony colocou a mão sob o ombro da esposa para que ela parasse – Você pode terminar de tomar o seu café da manhã, ou daqui a pouco você vai chegar a atrasado no ministério.
Ele subiu as escadas e foi até o quarto de Hugo. O menino estava estava em pé e com as duas mãos apoiadas na grade, tentava, de todos os modos, sair de dentro do berço.
- Ai está o meu garotão! - pegou o filho no colo – Daqui a pouco você já está pulando de dentro desse berço, ou, quem sabe, voando.
Quando voltou para a cozinha, Rose já comia as suas panquecas e Hermione terminava de tomar o café que estava na sua xícara. O ruivo colocou Hugo na sua cadeirinha e pegou a mamadeira dentro a geladeira.
- Aqui está! - entregou o objeto para o menino, que começou a beber imediatamente – Pelo jeito, ele estava mesmo com fome. Igualzinho ao pai dele.
- E me diga quando é que você não está com fome, Rony? - a mulher não pode deixar de rir – Ainda espero, ansiosamente por esse dia.
- Muito engraçado, Hermione! - ele revirou os olhos antes de se sentar ao lado de Rose e pegar uma panqueca.
Continuaram a tomar os seus cafés em total silêncio. Hermione foi a primeira a terminar.
- Já estou indo! - avisou – Rony, esse é a sua última chance. Tem certeza de que vai ficar bem sozinho com eles?
- Já disse que vamos ficar muito bem, meu amor! - afirmou – Não é verdade, Rose? Você não gosta de passar o dia com o papai?
- Claro! - ela concordou – O papai é muito divertido. E vai me ensinar a voar de vassoura para eu poder jogar quadribol quando estiver em Hogwarts.
- Rony! - olhou para o marido muito séria – Já disse que não me importo de você ensiná-los a voar, mas só quando forem mais velhos. A Rose só tem quatro anos.
- Eu sei muito bem disso, Mione, nunca faria nada que pudesse deixa-la brava – levantou as mãos em sinal de rendição – Ela só está brincando, não é mesmo princesinha?
- Pelo jeito ela também puxou o seu senso de humor! - revirou os olhos – Bom, não vou desligar o meu celular. Qualquer emergência você pode me ligar eu venho, correndo, para casa.
- Eu sei disso! - suspirou pesadamente, já tinha ouvido isso umas cinco vezes no dia anterior.
- Volto na hora do almoço! - lembrou – Deixei dinheiro para você pedir comida no restaurante, assim você não chega tarde na loja de tarde.
- Esta bem, Mione! - concordou, mais uma vez – Boa sorte no trabalho, imagino como deve ser chato ir para o ministério do sábado.
- Nem tem idéia do quanto! - concordou com a cabeça.
A mulher deu um selinho no marido e depois beijou a cabeça de Rose e Hugo antes de sair. Agora o ruivo estava sozinho com os filhos.
- Agora, Hugo! - se levantou para ir para perto do menino sentado na cadeirinha – Está na hora da sua papinha.
Pegou o prato com bananas amassadas que Hermione tinha deixado. Então, sentou-se na cadeira ao lado do bebê.
- Você quer ajuda papai? - a menina perguntou – Às vezes eu ajudo a mamãe a dar comida para o Hugo.
- Não precisa, minha princesinha! - respondeu – Posso fazer isso sozinho, afinal, eu já dei papinha para você quando tinha a idade do seu irmão.
Quando o caçulinha nasceu, Rose ficou com muito ciúmes do irmão. A mulher disse que isso era normal e logo essa fase iria passar, e era verdade. Agora ela adora ajudar a mãe a cuidar de Hugo.
- Você só não pode deixar o prato perto dele! - avisou – Ou então ele vai fazer a maior sujeira.
Mas já era tarde demais. Quando se virou o filho já tinha colocado as duas mãozinhas dentro do prato, que tinha caído em cima dele.
- Essa não Hugo! - retirou o prato de levou para a pia – Era para você comer a papinha não para tomar um banho com ela.
- Eu tentei avisar! - a menina deu de ombros.
- Rose, meu anjinho! - virou-se para a filha enquanto retirava Hugo de dentro da cadeirinha – Vai para a sala ver televisão enquanto eu vou lavar o seu irmão.
Foi necessário dar um banho no menino, mas logo ele estava limpinho novamente. Colocou uma blusa e um short azuis nele.
- Agora vamos para sala encontrar a sua irmã! - avisou, enquanto eles saíam de dentro do quarto.
Tomou um grande susto quando voltou para a sala. A televisão estava ligada em um desenho animado, mas Rose não estava lá.
- Essa não! - começou a andar em círculos, totalmente desesperado – A Mione vai me matar se eu perder a nossa filha.
Procurou em todos os lugares da casa, mas só encontrou a menina em seu quarto. Ela estava mexendo no armário de Hermione.
- Rose! - a chamou fazendo com que o olhasse – O que você está fazendo ai mexendo no armário da sua mãe.
- Vendo as roupas dela, elas são tão bonitas! - explicou – Quando eu crescer quero ter roupas bonitas assim.
- Eu sei disso, meu bem! - colocou Hugo sentado no chão e se ajoelhou para ficar na altura da menina – Mas você não pode mexer nas roupas da sua mãe, principalmente quando ela não está em casa.
- Tudo bem! - ela ficou encarando os próprios sapatos – Desculpa. Não conta nada para a mamãe.
- Claro que eu te desculpo! - deu um pequeno sorriso – Agora vai lá para baixo continuar a ver televisão.
- Está bem! - balançou a cabeça afirmativamente antes de sair pela porta.
- E você também vem! - olhou para o menino e ele estava segurando um rolo de papel – Deixa isso ai.
Deixou os filhos assistindo televisão e voltou para o quarto para arrumar a bagunça que tinha ficado. Foi quando percebeu os papeis que o Hugo tinha pego e ficaram no chão.
Eram vários envelopes endereçados a Hermione. Não tinha idéia de que a esposa guardava essas cartas, também não sabia quem tinha escrito, pois não tinha remetente.
Sabia que era invasão de privacidade, mas decidiu abrir uma dessas cartas, só de curiosidade.
19 de setembro de 1998.
Querida Hermione,
Hoje é o seu aniversário e eu não poderia deixar de te desejar parabéns, apesar de você estar, nesse momento, na Austrália para procurar os seus pais, juntamente com o Rony. Não tem idéia do quanto isso me corta do coração.
Sei que não nos falamos desde que eu te beijei na Toca logo depois do enterro daqueles que morreram na batalha de Hogwarts , você tem todo o direito de fazer isso. Mas eu também tenho o direito de te explicar o por quê de eu ter feito isso.
Sei muito bem que você e o Ron estão namorando e estão muito felizes, eu também já me acertei com a Gina e estamos juntos novamente. Mas, Mione, quero que você saiba que eu sou voltei com ela pois sabia que não tinha nenhuma chance com você.
Eu te amo, desde que ficamos sozinhos quando estávamos caçando as horcruxes de Voldemort. Mas você estava sofrendo tanto com a ausência do Rony que eu não pude te dizer nada, percebi os meus sentimentos por você um pouco tarde demais. Como não tinha mais jeito, tive que dizer que eu só te amava somente como minha irmã e essas, sem dívidas, foram as palavras mais difíceis que já saíram da minha boca.
Se esse beijou tiver mexido com alguma coisa dentro de você, me encontre quando você voltar para Londres, Rony e Gina nunca vão precisar ficar sabendo disso. Estarei esperando a sua respostar inquietamente.
Com amor,
Harry.
Rony ficou alguns instantes em choque depois de ler essa carta. Ainda se lembrava dessa aniversário de Hermione em que os dois passaram na Austrália, foi logo no inicio do namoro e os dois passaram momentos maravilhosos lá. Isso também o fazia lembrar que esposa ficou um bom tempo sem falar com Harry depois dos funerais das vítimas da guerra e voltou a conversar com o amigo depois que voltaram dessa viagem.
Pelo que estava escrito na carta, Harry queria que os dois se encontrassem escondidos. E, pela quantidade de cartas que tinham alí, ela aceitou a proposta.
Mas é claro que poderia estar completamente enganado, essas cartas poderiam ser somente pedidos de desculpas do amigo dizendo que falou aquilos sem pensar e, na verdade, amava Gina e que não se arrepende ter se casado com ela e de ter três maravilhosos filhos. Precisava continuar a ler para saber qual era a verdade.
Se fosse ler tudo, não terminaria antes de Hermione chegar, e precisaria de uma boa explicação para estar mexendo nas coisas dela. Então, decidiu pegar uma no meio do grande bolo.
30 de maio de 2003.
Querida Hermione,
Hoje é o dia do meu casamento com a Gina. Esse era para ser o dia mais especial da minha vida, mas, infelizmente, não posso dizes isso. Já que a noiva não é você.
Sei que já devo ter te falado isso milhares de vezes, mas quero deixar bem claro que só estou me casando com ela por causa do bebê. Fui um grande covarde não tendo terminado com ela antes e agora isso não depende mais de mim, essa criança não pediu para nascer e não tem culpa de todas as irresponsabilidades do pai. Como você mesma disse, todo mundo merece ter uma família e é isso que eu irei dar para o meu filho.
Sofri e ainda sofro todas as vezes que eu te vejo junto com o Rony, mas não posso te obrigar a terminar esse relacionamento, já que eu também não fiz isso. Mas, acredite em mim, o dia em que Rony anunciou que vocês dois estavam noivos, foi o mais triste da minha vida e eu não sei como vou fazer para assistir a esse casamento. E eu tenho certeza de que você está sentindo o mesmo em relação ao que vai acontecer daqui há algumas horas.
Sei que o que eu vou dizer é uma completa loucura, e que no momento em que você ler isso vai vir atrás de mim dizendo o quanto eu estou sendo infantil e tentando fugir das minhas responsabilidades, mas eu preciso tentar, somente mais uma vez. No momento em que eu estiver no altar esperando por Gina, você e Rony estarão ao meu lado como padrinhos do casamento, tudo que precisa fazer é dizer que aceita fugir comigo e faremos isso na mesma hora.
Nunca mais poderemos voltar a Toca e, talvez, os Weasleys nunca nos perdoem, mas é a nossa felicidade que está em jogo, acima de tudo. Lembre-se, só depende da sua escolha.
Com amor,
Harry.
Quando Harry e Gina se casaram, ela estava grávida de dois meses de James, o primeiro filho do casal. O ruivo lembrava-se de ter visto uma sombra de tristeza nos olhos do amigo e pensou que fosse pela circunstâncias em que tudo aconteceu, mas agora sabia que era por que ele estava se casando com a mulher errada.
Sabia que a esposa deve ter relutado muito em tomar uma decisão, mas acabou decidindo que, por mais que amasse o moreno, ele devia ficar ao lado do filho. A cerimônia ocorreu e Rony e Hermione também se casaram, dois meses depois.
Escolheu mais um dos envelopes que estavam naquele momento e retirou a folha de pergaminho para poder ler. Foi nesse momento que percebeu que suas mãos estavam tremendo, tinha que ficar calmo.
1º de junho de 2005.
Querida Hermione,
Em primeiro lugar, eu queria te pedir desculpas, nunca deveria ter gritado com você ontem no ministério, foi algo sem pensar, acho que foi a minha primeira ação ao saber da sua gravidez. Mas eu também fiquei muito feliz por saber que esse bebê é meu.
Eu já desconfiava de que isso poderia acontecer mais cedo ou mais tarde, já que você disse que estava tomando poção para evitar a gravidez sem que o Rony soubesse e nós dois nunca tomamos nenhum tipo de precaução.
Sei que você vai contar a novidade ao restante dos Weasleys amanhã no almoço da Toca, e pode ficar tranqüila, eu não vou dizer a verdade. Confesso que até pensei que fazer isso, mas depois de tudo que eu te ouvi dizer, mudei de idéia.
Isso não iria destruir somente o seu casamento com o Rony e o meu com a Gina, mas também tenho que pensar no James, não posso mais ser impulsivo como eu era quando estava em Hogwarts. Tenho que pensar no bem do meu filho antes do meu e, a partir de agora, também farei isso em relação a essa criança.
Você mesma disse que Rony está totalmente empolgado com a idéia de ser pai e eu também não poderia tirar isso dele. Espero que ele faça um bom trabalho criando o nosso filho ou filha, da mesma maneira que eu faria, ou até melhor.
Estarei aqui acompanhando tudo que acontece, à distancia.
Com amor, Harry.
Rony sentiu que perdeu o chão abaixo de si nesse momento, sorte que estava sentando, ou teria caído. O dia em que esposa contou que estava grávida foi maravilhoso e o dia em que Rose nasceu e ele pegou aquele pequeno bebê nos seus braços foi um dos momentos mais incríveis da sua vida.
Simplesmente não podia acreditar que ela não era sua filha. Era algo totalmente impossível de imaginar, pelo menos, até aquele momento.
- Pai! - virou-se para a porta e encontrou Rose parada.
- Oi minha princesinha! - deu um fraco sorriso – O que aconteceu? Por que você não está lá vendo televisão junto com o seu irmão?
Quando a garota se aproximou, pode começar a notar as evidências que sempre estiveram ali na sua frente. Rose não tinha, absolutamente, nada parecido com ele, como não tinha reparado antes?
Aqueles cabelos castanhos e quase todos o seu rosto era parecido com o da mãe, mas, o pior de tudo, eram aqueles olhos. Profundamente verdes, como duas esmeraldas. Na época, Hermione disse que uma de suas bisavós tinha os olhos dessa cor e a genética era algo incrível, esse tipo de coisa podia mesmo acontecer. Ele acreditou, nunca estudou em uma escola trouxa e não sabia como essas coisas aconteciam, agora sabia da verdade e não tinha nada a ver com ele ou com a esposa.
- Você não vai assistir desenho com a gente? - perguntou por fim – Quando a mamãe está em casa, sempre vai assistir desenho comigo.
- Eu já vou até lá! - avisou – Só preciso terminar de arrumar essas coisas aqui, enquanto isso fica lá com o seu irmão, você sabe que não pode deixar o Hugo lá em baixo sozinho.
- O é essa folha de pergaminho? - ela tentou pegar o papel, mas o Rony não a deixou pegar.
- Não é nada, minha princesinha! - respondeu – São só algumas anotações bem antigas. Estava dando uma olhada para ver o que eu posso jogar fora.
- Eu posso ajudar, papai! - sugeriu – Se quiser eu levo esses papéis lá para baixo e jogo no lixo da cozinha.
- Não precisa! - disse um pouco mais alto do que estava planejando e acabou assustando Rose – Eu posso fazer isso sozinho, já estou terminando.
- Eu queria tanto aprender a ler! - comentou, suspirando pesadamente – Mas a minha professora disse que a gente só vai aprender a ler daqui a dois anos.
- Tudo tem um tempo certo! - passou a mão pelos cabelos da menina – Eu não freqüentei a escola trouxa como você está fazendo. Mas só aprendi a ler quando tinha uns seis anos.
- Certo! - concordou dando um suspiro triste – Vou voltar lá para baixo. Os desenhos hoje estão muito divertidos e engraçados.
Rony deu um pequeno sorriso enquanto observava a filha saindo de dentro do quarto,Pegou mais uma das cartas, não poderia ter revelação pior do que essa que tinha acabado de descobrir.
15 de março de 2009.
Querida Hermione,
Estávamos há poucas horas em Nova York quando recebemos uma carta da senhora Weasley dizendo que o seu filho tinha nascido, mas eu só tive tempo de te escrever agora. Queria muito estar perto de você nesse momento, mas Gina insistiu em fazermos essa viagem, alegando que quase não tivemos tempo para nós dois depois que Lilian nasceu. Mesmo sabendo que você poderia entrar em trabalho de parto há qualquer momento, não tinha como eu dizer não.
Eu não fiz isso por estar com raiva de você por tudo que aconteceu, Mione, eu já disse que entendo o seu lado. Sei que Rony precisava ter um filho dele, mesmo ele pensando que Rose e sua filha.
Eu nunca poderia te impedir de fazer isso, afinal, por que estejamos juntos, ele ainda é o seu marido, além do mais, eu mesmo tenho três filhos com Gina e não posso te criticar por, absolutamente, nada.
Também fiquei sabendo que vocês decidiram chamá-lo de Hugo, é um nome muito bonito. Ainda me lembro do dia em que você me disse que estavam pensando no nome para dar a nossa filha e eu sugeri que fosse Rose.
Vou me despedir por aqui, imagino que você ainda esteja cansada por causa do parto e não deve estar com a menor vontade de ler uma carta longa. Gina sabe que iria escrever uma carta para vocês (é claro que ela não sabe de todo o conteúdo, pode ficar tranqüila) e está mandando beijos para você, para o Rony e para o bebê.
Com amor,
Harry.
Rony não pode deixar de sentir um certo alívio depois de ler essa carta. Todo mundo sempre disse que Hugo era uma copia perfeita sua quando tinha um ano de idade, mesmo assim, era muito bom saber que o menino era mesmo seu filho.
Ele e Hermione passaram quase uma semana tentando escolher um nome para Rose, logo quando souberam que teriam uma menina, um certo dia, a morena chegou dizendo que já tinha um nome perfeito para ela. Agora Rony sabia que tinha sido idéia de Harry, ele quem tinha escolhido o nome da filha no final de tudo.
O ruivo já tinha descoberto mais do que ele queria saber, mas ainda precisava ler mais carta, pelo menos mais uma. Pegou a última, que deve ter sido escrita há poucos dias.
Estava certo, a data era de dois dias atrás.
8 de julho de 2010.
Querida Hermione,
Sei que faz apenas um dia desde que nos encontramos pela última vez, a sós, mas eu não consigo ficar longe de você por nenhum minuto.
Simplesmente não agüento mais essa vida dupla que estamos vivendo, por mim, já tinha jogado tudo por alto há muito tempo. Sei que você vai dizer que isso não é possível e que temos muitas responsabilidades, não precisa repetir nada disso.
Mas, mesmo sabendo de tudo isso, nada me impede de querer estar ao seu lado mais do que uma vez por semana quando conseguimos nos encontrar durante a hora de almoço.
Vamos nos encontrar esse sábado. Você pode dizer ao Rony que precisa resolver uma coisa urgente no ministério e eu falo o mesmo para a Gina, não tem como ninguém descobrir a verdade. Dessa maneira podemos ficar a manhã inteira juntos.
Por favor, me responda se você aceita se encontrar comigo, até amanhã de manhã. Estarei te esperando na minha sala.
Com amor,
Harry.
Todas as perguntas que Rony ainda poderia ter foram respondidas nessa última carta. Quer dizer que eles se encontravam durante a semana. Várias vezes ele tinha chamado Hermione para almoçarem juntos no beco diagonal e, a maioria das vezes, ela disse não.
Mas esse não era o pior de tudo, eles estavam juntos, nesse mesmo momento. Hermione disse no dia anterior que precisaria ir trabalhar no sábado, Harry tinha razão, esse era um plano perfeito, não tinha como ninguém desconfiar.
Por mais que todas as evidencias estivessem bem ali diante dos seus olhos, algo não deixava que acreditasse sem ter outra prova. Pegou o telefone, precisava ligar para a casa da sua irmã.
- Alô! - ouviu a voz de Gina, ela parecia ter ido atender correndo, provavelmente por estar cuidando dos filhos – Residencia dos Potter.
- Oi Gina! - disse logo depois – Você está muito ocupada? Eu não quero te atrapalhar.
- Eu só estou fazendo as coisas para o jantar de hoje a noite! - explicou – É claro que nem sempre é uma tarefa fácil com três crianças pequenas em casa.
- Jantar de hoje de noite? - fez uma cara de dúvida, mesmo sabendo que a irmã não estava vendo nada – De que jantar você está falando?
- Do jantar que combinamos para hoje! - respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – Você, a Mione e as crianças vão vir jantar aqui, já se esqueceu?
Hermione tem lembrando a ele desse jantar durante toda a semana. Tinha acontecido tanta coisa que tinha até se esquecido disso.
- É verdade! - falou, tentando parecer calmo – É claro que eu me lembro do nosso jantar, como é que eu poderia me esquecer.
- Não estou querendo ser mal educado nem nada! - continuou - Mas eu não tenho muito tempo para ficar aqui conversando com você. Por que foi que você ligou mesmo?
- Na verdade eu preciso falar com o seu marido! - respondeu – Será que você pode chamar ele para mim?
- O Harry não está em casa! - avisou – Teve que ir até ao ministério terminar um trabalho urgente, mas tenta ligar um pouco mais tarde, ele não deve demorar muito pra chegar.
Isso foi como uma bomba caindo na cabeça de Rony. Era mesmo tudo verdade, não tinha mais como negar.
- Tudo bem, eu falo com ele hoje de noite no jantar ! - completou – Não vou mais te atrapalhar.
No momento em que ele desligou a ligação com a irmã, o telefone tocou novamente. O ruivo atendeu imediatamente.
- Rony! - ouviu a voz da esposa do outro lado da linha – Sou eu, a Hermione.
A vontade que ele tinha, nesse momento, era de xingar aquela mulher, por tudo que ela tinha feito. Mas não conseguia, ainda a amava, e muito.
- Oi meu amor! - sua voz falhou levemente, esperava que ela não tivesse percebido isso – Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem?
- Está sim! - garantiu – Acontece que eu tinha mais trabalho do que eu esperava e vou precisar ficar mais um pouco no ministério, espero que isso não seja um problema para você.
“É claro que é um problema”, pensou, “Eu fico aqui tomando conta das crianças enquanto você fica ai se divertindo com o seu amante”.
- Claro que não tem problema, Mione! - foi o que ele acabou respondendo – Você sabe que eu adoro ficar aqui tomando conta dos nossos filhos, eles não dão o menor trabalho.
- Sei que você precisa ir até a loja hoje de tarde! - continuou – Tem certeza de que não tem problema levá-los para o Beco Diagonal?
- Não tem problema nenhum! - garantiu – Vai ser ótimo levar eles até lá, depois nós damos uma volta pelas lojas.
- Então está bem! - completou – Deixe-me voltar para o meu trabalho, quem sabe eu consiga terminar um pouco mais cedo.
Eles iriam passar um pouco mais de tempo juntos. Deixaria que os dois se divertirem mais um poucos, as coisas não seriam mais tão legais daqui há algumas horas.
Guardou as cartas no local aonde tinha achado, Hermione não podia nem desconfiar que ele tinha mexido ali. Depois, voltou para o andar debaixo aonde os seus filhos ainda viam televisão.
- Oi papai! - Rose deu um enorme sorriso assim que viu o homem – Finalmente você veio assistir televisão com a gente.
- Na verdade, está na hora de vocês dois almoçarem! - avisou – Esperem aqui enquanto eu vou pedir a comida no restaurante.
- Mas e a mamãe? - a menina quis saber – Ela não vai vir almoçar com a gente não?
- Sua mãe teve alguns problemas no ministério! - explicou – Ela vai ficar um pouco mais de tempo lá.
- Eu não gosto dela ter que trabalhar no sábado! - a menina cruzou os braços emburrada – Espero que ela não tenha que fazer isso sempre.
- Não se preocupe, minha pequena! - deu um beijo no topo da cabeça dela – Vai ser só dessa vez.
Rose deu um pequeno sorriso. Hugo continuava a olhar, fixamente, para tela, totalmente alheio a conversa dos dois.
- Eu ainda preciso dar uma passada na gemialidade Weasley! - o ruivo se levantou -E vou ter que levar vocês dois comigo.
Levaram cerca de uma hora para almoçar e Rony fez os filhos irem trocar de roupa. Teve que ir de carro, pois não poderia aparatar juntamente com os dois, mas logo estavam no Beco Diagonal.
Quando entrou na Gemialidade Weasley, seu irmão mais velho estava atendendo a senhora Benson, uma de suas clientes mais fiel.
- Olá Rony! - a mulher disse assim que o viu – Esses são os seus filhos? São umas graças.
- Obrigado! - deu um fraco sorriso – Essa é a Rose e esse daqui é o Hugo.
- Se parecem muito com você! - completou – Bom, eu tenho que ir, ainda preciso enviar uma coruja para os meus netinhos em Hogwarts. Tenham um ótimo final de semana, vocês dois.
Assim que ela saiu, Jorge se aproximou dos recém chegado e se ajoelhou para pode ficar na altura da sobrinha.
- Oi Rose! - disse para a menina – Eu tenho uma bala aqui para você, sei que deve ser muito chato ficar aqui na loja, assim você se distrai enquanto eu e o seu o pai trabalhamos.
- Minha mãe disse que eu não posso aceitar nada comestível que venha de você, tio Jorge – explicou com uma expressão bem sério no rosto, que lembrava muito a sua mãe.
- Essa sua esposa é muito desconfiada, Rony! - reclamou, virando-se para o irmão – Até parece que daria alguma coisa que poderia fazer mal para a Rose.
- Acontece que a Mione ainda se lembra do dia em que você deu um caramelo incha-língua para o Fred e para o James – explicou – Angelina e Gina ficaram furiosas com você.
- Nem sei por que elas ficaram tão nervosas! - deu de ombros – Só demorou umas duas horas para eles voltarem ao normal.
- Bom crianças! - virou-se para os filhos – Vocês ficam lá dentro no estoque enquanto eu faço o balanço da loja com o tio Jorge. Depois eu levo vocês para tomar sorvete.
- Oba! - a menina ficou bem feliz nesse momento – Tudo bem, papai.
Os dois começaram a verificar todo o estoque da loja, em menos de meia hora já tinham conseguido fazer toda a verificação. Mas Rony parecia estar pensando em outra coisa completamente diferente.
- O que houve Rony! - o homem mais velho perguntou para o outro de repente – Você parece bem mais distraído do que o normal hoje.
- Eu estava apenas pensando! - começou, olhando para um ponto fixo na parede do outro lado da loja – Você acha mesmo que a Mione gosta da mim?
- Ela se casou com você e teve dois filhos seus – lembrou – Acho que ela deve gostar de você sim, ou então é maluca.
- Eu estou falando sério Jorge! - disse – Você acha que tem alguma possibilidade de ela nunca ter gostado de mim, ou então, de ter cansado de mim?
- Sempre achei que a Mione fosse apaixonada por você e quando vocês dois começaram a namorar, tive certeza disso – completou – Não se preocupe com isso irmãozinho, ela não vai embora levando as crianças e te deixando ai sozinho.
Mesmo ainda estando preocupado, o ruivo não pode deixa de rir do comentário que o o irmão fez.
Logo depois, Rony levou Rose e Hugo para tomar sorvete e depois voltaram para casa. A morena já tinha chegado.
- Oi meu amor! - ela deu um sorriso assim que viu o homem entrar no quarto – Espero que as crianças não tenham te dado muito trabalho.
- Já disse que elas não dão trabalho nenhum! - deu um beijo no topo da cabeça da esposa – E como foi lá no ministério.
- Cansativo! - suspirou pesadamente enquanto olhava o seu reflexo no espelho – Fico feliz que tenha acabado, é bom estar em casa.
Rony ficava impressionado com a capacidade da morena de fingir, não conhecia esse lado dela.
- Que horas nós iremos para a casa do Harry e da Gina? - mudou de assunto – É hoje o jantar que marcamos, não é mesmo?
- É sim! - balançou a cabeça afirmativamente – Você já pode começar a se arrumar, vou dar uma olhada nas crianças.
O homem terminou de se arrumar, quando Hermione voltou para o quarto e começou a se vestir também.
- Você parece preocupado com alguma coisa, Rony! - observou – Será que eu posso ajudar.
- Não é nada! - mentiu – É só que eu tive muita coisa para fazer hoje na loja e estou um pouco cansado.
- Se você preferir! - sugeriu – Eu posso ligar para a Gina e remarcar o jantar para outro dia.
- Não precisa! - garantiu – Vai ser divertido passar um tempo com o Harry e a Gina, para esfriar um pouco a cabeça.
Logo eles estava na casa da família Potter e tocou a campainha. Gina foi atender a porta.
- Oi gente! - cumprimentou a cunhada e, em seguida, o irmão – Que bom que vocês chegaram, Mione, será que você pode me ajudar aqui na cozinha.
- Claro! - concordou com a cabeça – Rony fica um pouco com as crianças, por favor.
- O Harry está lá em cima com o James, o Alvo e a Lilian – a ruiva completou – Por que você não vai até lá junto com ele.
O homem assentiu e pegou a filho caçula no colo antes de subir as escadas. Encontrou o amigo no quarto de James jogando Snap explosivos.
- Tio Harry! - Rose largou a mão do pai e saiu correndo em direção a morena – A quanto tempo que eu não te vejo.
- Oi Rose, princesinha! - abraçou a menina antes de olhá-la melhor – Você me viu no último almoço na Toca, semana passada.
- Mas faz muito tempo! - explicou – Eu adoro você, tio Harry.
- Por que você não joga com a gente, Rose? - Lilian perguntou – Estou jogando eu e o papai contra o James e o Alvo.
- Quero jogar sim! - avisou se sentando ao lado da prima – Adoro jogar Snap explosivo. Papai me ensinou a jogar, não foi papai?
- Sim! - ele confirmou.
Ficou observando Rose ao lado de Harry e não pode deixar de sentir ciúmes. Afinal, o moreno era o pai verdadeiro da menina e os dois sempre tiveram uma ligação especial.
- Acho que vou deixar eles aqui! - ele se levanto e se juntou ao amigo – Vamos lá para baixo.
Foram até a cozinha aonde as duas mulheres estavam. Harry foi cumprimentar a amiga.
- Oi Mione! - deu um beijo na bochecha dela – Acho que nem parece que trabalhamos no mesmo lugar, quase não nos vemos.
Esse era o momento perfeito para Rony desmascarar os dois, afinal, tinha provas de que os dois passaram o dia juntinhos.
- Não me diga que vocês não se encontraram hoje? - perguntou – Afinal, os dois estavam no ministério hoje.
- Não sabia que você também tinha ido trabalhar hoje, Harry! - pareceu surpresa – E como é que você sabia disso, Rony?
- Liguei hoje de tarde para falar com ele e a Gina me contou – explicou, tentando parecer o mais natural possível – Pensei que vocês fossem se esbarrar por lá e fossem almoçar juntos.
- Isso me lembra que agora você já pode falar o que tinha para falar com o Harry! - Gina lembrou – Você parece bem preocupado na hora em que ligou.
- Não era nada importante! - deu de ombros – Na verdade, nem me lembro mais o que era.
- Acho que eu vou até o banheiro! - a morena avisou – Com licença para vocês.
- E eu vou ver como estão as crianças! - Harry saiu logo atrás dela – Não é bom deixá-los sozinhos por muito tempo.
O ruivo não pode deixar de pensar que os dois poderiam estar juntos nesse exato momento, mas também não pode deixar de pensar que isso tudo poderia ser fruto da sua imaginação. Os dois falaram com tanta convicção que não se viram hoje, talvez aquilo fosse um grande plano de Hermione para provar a sua fidelidade. Precisa confirmar isso.
- O jantar já está pronto! - a mulher avisou – Rony, será que você poderia chamar os outros?
Não pensou duas vezes e saiu correndo para o andar de cima. Percebeu que a porta do quarto do casal estava aberta e foi até lá, encontrou os dois morenos bem próximos um do outros, foi quando viu que estavam se beijando.
- Harry, é melhor pararmos com isso! - Hermione se afastou – Alguém pode aparecer e nos ver assim.
- O Rony e a Gina estão lá em baixo! - lembrou, voltando os lábios para o pescoço dela – Mione, não sabe o quanto eu senti a sua falta.
- Nós nos vimos hoje! - lembrou – Passamos o dia inteiro juntos , até mais tempo do que tínhamos planejado.
- Já te disse que algumas poucas horas ao seu lado não são suficientes! - lembrou – Vamos fugir, Mione. Nós podemos ir para algum lugar na América do sul ou, quem sabe, a Austrália. Ninguém nunca vai descobrir aonde estamos.
- Você sabe que não podemos! - o olhou, bem séria – Você tem a Gina e as crianças e eu tenho o Rony e os meus filhos.
- Meu casamento com a Gina já está abalado, não vivemos como marido e mulher desde que Lilian nasceu. E eu posso manter contato com as crianças sem contar aonde estou – sugeriu – E você pode levar a Rose e o Hugo também. Vou adorar ter a minha filha perto de mim e eu também posso criar o seu filho como se fosse meu.
- Mas e como é que o Rony fica? - lembrou.
- O Rony tem a família dele para dar todo o apoio que precisa – explicou – É nossa felicidade que está em jogo.
- Mas eu também não posso deixar o Rony desamparado, é o meu marido – se afastou dele e começou a andar pelo quarto – Você sabe que eu não queria me casar com ele, mas foi necessário. Só que agora, não sei como seria a vida dele sem mim e sem as crianças, talvez ele não agüente.
Rony estava ouvindo tudo atentamente do outro lado a porta e acabou derrubando um porta retrato que estava perto, fazendo com que os outros dois se assustassem.
- Harry! Mione! - fingiu que estava subindo as escadas nesse momento – Aonde vocês dois.
Eles saíram de dentro do quarto.
- Oi cara! - Harry disse – Eu estava mostrando para a Mione um documento que recebi ontem e que pode ser importante para o departamento dela.
- O jantar já está pronto! - avisou – Gina me pediu para vir aqui avisar para vocês. É melhor irmos logo antes de a comida esfrie.
Então eles desceram para a sala de jantar aonde a mesa já estava arrumada e com todas as comidas em cima.
Mais tarde, quando se preparava para dormir, Rony começou a pensar em tudo que tinha descoberto sobre sua esposa e seu melhor amigo, decidiu que não iria contar para ninguém o que sabia, esse seria o seu segredo.
Sabia que não era bom viver uma mentira, mas também sabia que Hermione estava certa, não tinha idéia de como seria a sua vida longe da esposa e dos filhos e não estava com vontade de descobrir como seria.
- Já coloquei as crianças na cama! - a morena entrou no quarto – Rose quis ouvir uma historia, mas não demorou muito para dormir, já o Hugo dormiu no momento em que o coloquei no berço.
O ruivo permanecia deitado em cima da cama e olhava para o teto fixamente sem dizer uma palavra.
- Rony, eu estou falando com você! - o chamou, mais uma vez – Você está agindo estranho desde a hora em que chegou em casa, tem certeza de que está tudo bem?
- Está sim! - concordou com a cabeça – Só preciso de uma boa noite de sono.
- Certo! - deu de ombros – Vou escovar os dentes e também vou dormir. Foi mesmo um dia bem cheio.
No momento em que ela fechou a porta do banheiro, o homem virou na cama e fechou os olhos,. Aquele era um dia que, com certeza, queria esquecer.
Fim
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