A capa da invisibilidade
As palavras de Rose ecoaram em sua cabeça.
-Se não são seus, de quem são?
Ela se silenciou por um tempo, analisava o dente com muita precisão.
-Eu não tenho a menor ideia. Tem certeza que isso estava na casa dos gritos?
-Absoluta.
-Eu estou com medo. -Ela cochichou.
-Não se preocupe Rose, nós vamos descobrir.
Albus abraçou Rose, tentando demonstrar confiança. Ele olhou com o canto dos olhos para Ben, que estava sentado ao lado, olhando a cena. Estendeu o seu braço livre, tornando um abraço em trio. Os três ficaram por um bom tempo abraçados.
-Sabe, não importa oque aconteça, eu nunca vou desistir de vocês. -Falou Ben, cochichando, na esperança de que ninguém ouvisse.
Isso atingiu Rose em cheio, ela começou a chorar, ainda abraçada aos dois.
-Vocês prometem, prometem que nunca vão me esquecer? -Ela perguntou, no meio de soluços.
-Eu prometo. -Falou Albus.
-Prometo. -Concordou Ben.
Albus deixou escorrer uma lágrima sobre seu rosto, e rapidamente a limpou. Ele se soltou do abraço e olhou para seus amigos.
-Albus, você está chorando? -Perguntou Rose, incrédula.
-Claro que não! -Falou ele rindo. -É que entrou um cisco no meu olho. Alguém pode assoprar pra mim?
Ben começou a rir.
-Essa é a desculpa mais esfarrapada que eu já ouvi. -Ele parou, e olhou sério para Albus. -Aonde está sua capa da invisibilidade?
-Na casa dos gritos, eu ia voltar lá para pegá-la mais tarde.
Naquele mesmo momento James entrou na sala comunal da grifinória. Primeiramente ele olhou para Albus com seriedade e logo depois um sorriso enorme surgiu em seu rosto.
-Albus, você está chorando? -Falou ele, começando a rir.
-Claro que não.
-Claro que sim! Espere só até todo mundo saber que você chorou!
-Eu não estava chorando!
-Claro que estava, não vai me dizer que um cisco entrou no seu olho. -Ele saiu rindo.
-Não liga. -Falou Rose, percebendo a tristeza no olhar de seu primo. -Você o conhece, ele nunca vai mudar, nunca vai parar.
-Eu sei, esse é o problema.
-E então, você disse que deixou a capa na casa dos gritos? -Ben perguntou.
-Isso, eu pensei em voltar para buscá-la.
-E não passou pela sua cabeça que o suposto suspeito de entrar lá pode ter roubado a sua capa? -Perguntou Rose em um tom inocente.
Albus levantou em um pulo.
-Eu preciso ir lá. -Ele falou. -Agora.
-Não acha um pouco inapropriado? -Perguntou Ben. -E se alguém te vê?
-Não me importo, eu vou. Não posso perder aquela capa, você sabe quanto ela é importante pro meu pai? Se eu aparecer em casa sem ela, ele me mata.
E com isso, ele se levantou, mas Rose o segurou.
-Eu vou com você.
-Não, eu vou sozinho.
-Eu também vou com você. -Falou Ben se levantando.
-Vocês não podem, fiquem aqui.
-É isso que eu falei naquele dia. -Falou Rose. -Mas você não me ouviu. Agora você quer que eu te ouça? Nem pense nisso, eu e Ben vamos.
Albus ficou calado por um tempo, mas depois acabou cedendo. Os três saíram despercebidos da sala e foram andando lentamente até o salgueiro lutador. Como todas as vezes, Albus apertou o botão no centro da árvore e todos pularam no buraco, que dava entrada a casa dos gritos.
-Al, onde você a deixou? -Rose perguntou.
-Deixei bem ali. -Albus apontou para o piano. -Bem em cima do piano. Mas parece que ela já sumiu.
Albus se sentou e colocou a cabeça sobre as mãos.
-Quem sabe o vento não a levou para outro lugar? -Falou Ben, tentando dar esperanças.
-Vento? Que vento? Isso não ventila! -Falou Albus, irritado. -A capa sumiu, está em mãos erradas, e a culpa é minha.
-Não se desespere tanto Al, ela vai aparecer. -Falou Rose confiante. -E se ela não aparecer, nós vamos achá-la.
-Tudo bem. -Albus tentou se convencer. -Vamos dar o fora daqui.
Os três saíram de lá, mas por mais que tentassem não conseguiam esconder a preocupação. Eles andaram em silêncio até o salão principal e se sentaram na mesa da grifinória. Se saciaram no jantar e foram dormir, cançados de tanta confusão.
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