Novo dia [POV Rose]

Uma hora depois de pegar no sono, acordei. Meu lembrol apitava loucamente, me lembrando de que eu tinha aulas. Forcei-me a levantar. Estava exausta, nunca dormira tão pouco em toda a minha vida.

Olhei ao redor do local. Minhas ainda não conhecidas colegas de quarto já haviam descido. Suas camas estavam arrumadas. Mas eu ainda tinha tempo de chegar às aulas.

 Peguei de dentro de meu malão vestes passadas, uma escova e um espelho de mão. Fitei-me, tinha fundas olheiras, pus muito corretivo, ate elas estarem todas cobertas. Tia Gina me dera um kit de maquiagem no Natal, com, além do corretivo, base, gloss, batons, entre outras coisas. Nem estava aberto, eu nunca o usara, papai dizia que eu era muito jovem para qualquer maquiagem, mas o guardei no malão, esperando uma emergência como essa.

 Logo depois, desci as pressas para o salão. Bocejava muito. Avistei meus primos Alvo e Tiago. Fui ate elas, apressada.

-Rose! Onde você estava garota? – quis saber Alvo, parecendo irritado, mas aliviado.

Ele jogou uma carta envelopada pra mim, que eu reconheci pela caligrafia caprichosa de minha mãe ‘’chegou mais cedo’’ justificou Alvo.

Querida Rose,

Ficamos muito felizes com sua carta. Grifinoria! Realmente é um orgulho para a família. Mas, não se preocupe, eu e seu pai jamais a deserdariamos, não importa a casa em que ficasse você sabe como seu pai é. Enfim, tudo vai bem aqui, nós todos sentimos saudades infinitas de você, meu amor.

Carinhosamente,

Mamãe e Papai

Eu li a carta e sorri, guardei a na mochila.

-Rosinha! Finalmente apareceu, hein? Por onde andou? Já conseguiu sua primeira detenção do ano? Eu já, e o Fred também! Uma bobagem, andamos pelos corredores à noite. Bem, vi Fred agora de manhã, parece que pegamos o mesmo horário, algo bom pelo menos. Demais né? – bombardeou-me Tiago, assim que sentei, entre ele e Al.

Revirei os olhos. Só mesmo Tiago e o idiota do meu primo Fred para não acharem nada de mais, e ate ficarem felizes por terem detenção. Parece que para eles, estão honrando os costumes familiares. A Tradição da Detenção, como diziam. Tiago era do segundo ano e Fred do terceiro, portanto não tinham as mesmas aulas, então pelo jeito, gostavam de ter, pelo menos a detenção juntos. Típico, pensei.

De repente notei que Tiago ainda me encarava, querendo respostas.

-Mas, e claro que não peguei detenção!-exclamei- E como assim a´’primeira’’? Como se fosse haver alguma! E, pra sua informação, só me atrasei porque estava cansada.

-Oito horas de sono, que foi o mínimo que teve, suponho, se foi pra cama cedo, senhorita ‘’não-detenção’’, não foram o suficiente? Afinal, se não teve detenção não quebrou as regras, ou será que quebrou? Decidiu aprender com o mestre, Rosi?- exclamou de repente uma voz atrás de mim, travessa e em tom de provocação claro.

Virei-me rapidamente, com minha nova varinha já estendida, por precaução. Apesar de ter percebido que fora bobagem de minha parte. Era apenas o recém-mencionado Fred Weasley||. Eu suspirei quem mais seria? Acho que no fundo, esperava que fosse Scorpius, só não sabia por quê. Mas, como poderia? Dedução rápida, chegada silenciosa, ego-inflado e ainda por cima o uso, totalmente contrario aos meus apelos, de meu apelido de infância: Rosi. Tudo aquilo era característico de meu primo.

Novamente, percebi que me perdera em meus pensamentos, ainda tinha a varinha na cara de Fred, que tentava afasta-la, inutilmente. Minhas orelhas ficaram quentes, afastei a varinha rapidamente.

-Desculpe Fred- tentei sorrir.

-Ate que enfim tirou esse negocio da minha cara, hein, Rosi? Quem pensou que fosse? Estava obvio que era eu! E ai? Ainda não me respondeu!- repreendeu-me ele.

Suas palavras me deixaram irritada, (Quem ela pensa que é, para falar comigo desse modo?) evaporando a vergonha, que logo voltou, fervendo novamente minhas orelhas. Ele queria uma resposta, e agora?

Eu sabia que não lhe devia satisfação, mas não podia levantar suspeitas. Eu mentiria, era ruim nisso, mas tentaria.

-Primeiro não me chame de Rosi! Olha só: Eu apenas estou exausta de toda essa viagem, e, bem, com certeza merecia umas boas horas extras de sono. Não quebre regra alguma!- tentei. Mas enrubesci, mas ainda na ultima frase.

-Tsc, tsc, Rosi, Rosi-começou ele-esta que nem o tio Rony, hein? Papai disse que no começo do emprego na Geminialidades ele era o maior preguiçoso, sempre cochilava no expediente. Tal pai, tal filha!

Respirei, finalmente, aliviada que ele tivesse caído. Fred viu meu nervosismo, levantou uma sobrancelha, o olhar indagador, então jogou a cabeça pra trás rindo. Bateu um hi five junto a Tiago, bagunçou os cabelos de Alvo, gritou pra mim ‘’ a gente se vê Rosi!’’ e foi encontrar os amigos.

Assim fui, junto a Alvo, para nosso primeiro dia. Tiago já desaparecera na multidão de alunos excitados com um novo ano.

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