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Gina estava deitada em sua cama quando acordou com um grito agudo da Sra. Weasley. Levantou-se de um pulo: provavelmente Rony estava levando uma bronca daquelas e a garota não perderia a oportunidade de ver o espetáculo. Ainda de pijama desceu as escadas com um sorriso maroto no rosto, aos poucos prestando atenção nas palavras da mãe.
Os berros estressados de Molly faziam Gina rir para si mesma, imaginando os futuros castigos dos irmãos mais velhos. Chegara finalmente nos últimos degraus, colocando a cabeça na frente da porta da cozinha em silêncio, observando a mãe gesticular para Fred, Jorge, Rony e, para o choque de Gina, Harry Potter.
O sorriso da garota apagou-se instantaneamente, como se ela tivesse visto um fantasma agourento. Arregalou os olhos, empalideceu e subiu correndo as escadas após um simpático “Oi Gina” do garoto da cicatriz. A caçula dos Weasley teve certeza de que nunca correu tão rápido, atropelara-se na escada em direção ao seu quarto, o pânico e a vergonha tomando seus pensamentos.
O único pensamento da menina era o que Harry Potter estaria fazendo ali. Rony falara sobre o garoto em ocasiões passadas, mas ninguém avisara a garota de que ele estaria ali. Gina tinha uma paixão secreta pelo garoto que sobreviveu, pelo que seus irmãos falavam ele era divertido e ela o achava poderoso e interessante, sem contar suas habilidades de Quadribol.
A menina deitou na cama e apertou o travesseiro, imaginando o quê ele estaria pensando dela naquele exato momento. Maluca? Idiota? Tímida? Bonita? Perguntas que bagunçavam a mente da menina mesmo ela sabendo que não haveria resposta. Respirou fundo e tomou coragem: ia ao menos tomar o café decentemente.
Desceu as escadas lentamente, respirando ofegante, amedrontada. “Calma. Não é um bicho-papão. É só... Ele.”, pensava a garota com a boca seca. Apareceu na cozinha congelada, dura e robótica. Sentou-se ao lado de sua mãe e deu um falso sorriso para os presentes.
— Olá Gina, querida. Ãh, o que aconteceu esta manhã?
Todos pararam para olhar Gina que ficou da cor dos cabelos ruivos.
— Err... Eu... Eu enjoei mamãe.
Fred soltou uma risada esganiçada: sabia que com certeza enjôo não era coisa para Gina. Harry olhou para a garota de cabelos cor de fogo e deu um sorriso de lado, fazendo-a corar novamente.
O resto do café foi em silêncio, os bruxos apenas diziam “passe-me isso” e os únicos sons eram os tilintares dos talheres. Após comer, a família se dispersou e Gina subiu para o quarto de novo. Sentou-se na cama e colocou-se a pensar: afinal, o que fizera? O menino apenas tentou ser simpático ao dar oi e ela foi estúpida o suficiente para entrar em pânico.
Ela se sentia uma idiota, a pessoa mais ridícula do mundo. Fred bateu na porta fazendo a irmã se assustar e dar um pulo, caindo da cama. O rapaz abriu aporta sorrindo e chamou a caçula para uma partida de Quadribol.
— Posso ser a apanhadora?
— Primeiro vamos dividir os times.
— Ok...
Os dois foram juntos para fora, cada um com uma Cleansweep. Gina estava ansiosa, em sua opinião, Quadribol era o melhor esporte do planeta e o mais divertido também. Rony estava com as mãos dentro dos bolsos dos jeans surrados e Jorge vestia o suéter que ganhara de Natal. Um silêncio tenso começou quando os irmãos adentraram no quintal e o primeiro a ter coragem de falar algo foi Jorge.
— Bem,somos em cinco... Rony, vem escolher comigo.
— Ok.
— Hãn... Como vamos jogar? — perguntou Harry, timidamente empurrando os óculos no nariz.
— Um goleiro e um apanhador. Ah, o goleiro também é artilheiro...
— Vamos começar?
— Agora mesmo, Gina.
Fred, Gina e Jorge subiram, um dos gêmeos no gol e a menina a procura do pomo. No outro time, Rony era o artilheiro e o goleiro e Harry obviamente o apanhador. Uma bola dourada transfigurada era o pomo que foi solto e esvoaçava por ai, aguardando uma mão pegá-lo e encerrar a partida. A apanhadora foi rápida, viu a bolinha quase no chão e desceu com tudo que podia para pegá-la.
Harry vislumbrou o pontinho dourado e seguiu Gina, descendo com extrema rapidez com a Nimbus 2001. A garota foi esperta, bloqueava o caminho do adversário, ainda assim estava caçando o pomo. Ambos aumentaram a velocidade, o coração da garota disparava e, de repente ela alcançou a bolinha. A vassoura da menina capotou e ela caiu na grama com o pomo na mão.
Para sua surpresa, Harry também caiu e em cima dela. Os três irmãos ruivos que estama no alto desceram rapidamente para saber o que acontecera. Ao perceber os cabelos negros a sua frente, Gina ficou escarlate e saiu correndo, abandonando o jogo para refugiar-se em seu quarto pela terceira vez.
Na corrida pela Toca, ouviu sua mãe avisar-lhe que chegara uma carta de Hogwarts mandando-lhe a lista do material escolar. A garota fingiu não dar ouvidos e, assim que chegou em sua torre trancou-se e sentou no chão, terrível e desnecessariamente apavorada.
A ruivinha juntou as pernas e apoiou ali a cabeça, observando atentamente os garotos na janela, um turbilhão de pensamentos confundindo sua mente. Harry Potter voou novamente, rapidamente capturando o pomo. Gina não sabia o que era, mas todas as vezes que via aqueles cabelos negros e bagunçados sentia algo forte no peito, coração batia forte simplesmente não conseguia mais controlar suas ações.
A timidez era algo natural, mas perto do menino virava algo fora do normal. Isso a deixava confusa era acostumada a viver com garotos, machucados, pobreza; mas aquilo era algo que nunca sentira. A Sra. Weasley chamou a filha mais uma vez e a ruiva sabia que seria a última, mais uma vez correu pelas escadas e chegou na cozinha.
O cheiro da comida invadiu as narinas de Gina e a garota percebeu o quanto a fome a afetava. Já era a hora do almoço e os jogadores entraram na casa com inconfundível cansaço. Os garotos estavam vermelhos e Fred foi repreendido por tentar fisgar um pedaço de frango.
Todos se sentaram à mesa, Gina próxima a mãe como forma de proteção olhava nos profundos olhos verdes de Harry e todas as vezes que este retribuía o olhar ela mudava o rumo de seus olhos. A família comeu tranquilamente, até mesmo conversando. Molly Weasley não parava de falar deHogwarts. Os livros estavam caros e com a renda baixa teriam deusar segunda mão.
— Em breve seu pai estará aqui. E poderemos ir ao Beco Diagonal para comprar seus materiais. Ganhará sua varinha, Gina. Não está ansiosa?
— Gina não vai ter varinha. Ãs va-nhas xó ‘colhem as pessoas corajosas — disse Rony colocando um enorme pedaço de carne na boca, fazendo a irmã ficar com medo.
— Sua irmã é corajosa, Roniquinho!
— Não é não. Ela morre de medo do Harry. É só chegar perto dele que sai correndo.
Gina engoliu em seco e ficou da cor de seus cabelos. Harry corou também, mas engasgou e desviou o olhar para seu prato. Um silêncio mortal pairou durante o resto do almoço e quando todos finalmente acabaram de comer, o Sr. Weasley apareceu, sorridente, n’ A Toca.
Todos foram para seus respectivos quartos para se trocar e ir para o Beco Diagonal fazer compras escolares. Iriam se transportar via Pó-de-Flu, algo nada confortável, porém muito eficiente. A matriarca da família foi a primeira, jogou o pozinho na lareira e exclamou “Beco Diagonal!” e sumiu nas chamas. Isso foi seguido por toda a família até todos chegarem ao maior centro comercial bruxo.
Os Weasley estavam aonde queriam, sete cabeças ruivas andando por entre as grandes lojas. Sete e não oito. Harry Potter errara o caminho.
— Mamãe... Onde está o Harry? — perguntou Rony, apreensivo.
— O quê? Harry? Ah meu Merlin!
A Sra. Weasley foi com as crianças fazer as compras enquanto seu marido procurava por Harry. O desaparecido chegou na Floreios e Borrões com Hermione, sujo e suado.
— Harry querido, onde você estava?
— Na Travessa do Tranco... Hagrid me achou e me tirou de lá...
— Ah, graças a Deus! Grande Hagrid...
Havia certo tumulto na loja, um homem louro e bonito estava sentado numa das mesas autografando livros e a Sra. Weasley foi pegar os livros de todos.
— Quem é esse? — perguntou Harry;
—Gilderoy Lockhart— falou Gina com paixão — É um escritor famoso no mundo bruxo...
O moço que dava autógrafos vislumbrou Potter na multidão e não perdeu a chance: chamou o garoto com um belo sorriso e posou para o Profeta Diário. Junto com a foto, ainda entregou livros de graça autografados e revelou que ocuparia o cargo de professor de Defesa Contra As Artes Das Trevas neste ano letivo. Mione e Gina soltaram suspiros animados e Rony revirou os olhos.
Os Malfoy apareceram na livraria com aquele sorriso esnobe e sem felicidade. O único filho, Draco, caçoava Harry por este sair no jornal e o xingava descaradamente de aparecido. Logo, ele, Lúcio e Narcisa decidiram falar com a pobre e humilde família Weasley.
— Livros de segunda mão? Pobres crianças...
— O que faz aqui, Lúcio? — perguntou entre dentes Sr. Weasley;
— Obviamente comprando livros para o Draco. E você, Potter?O que faz aqui?
— Não perde uma chance de se aparecer... Idiota — murmurou Draco.
— Não é verdade! O Harry não fez nada, Lockhart é que o puxou para tirar a foto!— disse Gina surpreendendo a todos e corando pouco.
— Puxa Potter! Não sabia que você namorava a Weasley aqui!
Gina ficou escarlate e saiu correndo da loja, Mione saiu em seu encalço. A garota nunca ficara tão aborrecida na vida e também nunca tão envergonhada.
— Gina? Hãn, você está bem?
— Hermione, me deixa sozinha?
E assim, a garota terminou as compras num canto do Beco Diagonal, esperando a família, mal sabendo que carregando um livro maldito em seu inocente caldeirão.
Comentários (1)
Perfeito adorei, com certeza vou acompanhar a sua fic, eu amo a Gina, ela é muito fera é minha personagem favorita concerteza.
2012-05-08