Capítulo I
Capítulo I
“He was a boy, she was a girl. Can I make it anymore obvious? He was a punk, she did ballet. What more can I say?”
Se eu me lembrava de como tínhamos nos conhecido? Talvez, vagamente. Mentira. Se agora você está dentro da minha mente, precisa saber tudo exatamente como aconteceu... Claro que eu me lembro. Talvez eu nunca venha a esquecer. O que acontece, é que agora, eu francamente busco não lembrar do que nós vivemos.
Voltando do começo, eu diria que este se deu naquele maldito lual para o qual Lily cismou de me arrastar. Todos os alunos da prep school estariam lá, então precisávamos ir. Melhor dizendo: James precisava ir. Logo, Lilian teria de ir. E eu entraria nessa de boba, porque meus dois melhores amigos estariam lá.
Lily era minha melhor amiga desde... bem, desde sempre. Fomos criadas juntas, e quando ela começou a namorar o James, ele também se tornou muito querido. Portanto, eu os acompanharia, depois da grande insistência do casal vinte da escola.
O que exatamente eu vestiria? Estava frio para uma noite a beira mar...! Mesmo assim, me convenci de colocar um short jeans branco, larguinho e desbotado, uma blusa preta de uma manga só, All Star branco que eu certamente tiraria assim que chegasse, e um casaco preto, só pra garantir. Arrumei os cabelos e a franja na frente do espelho exatamente no segundo em que Lily buzinou na porta, me dando tempo apenas para checar melhor o rímel.
_Hola, bonita! – ela piscou de dentro do conversível vermelho de James, fazendo seu melhor sotaque espanhol.
_Como vai, Lenezinha? – James riu do banco do motorista, assim que eu pulei para dentro.
_Oi, gente. – sorri do banco de trás, beijando a bochecha de ambos – Que fique claro que se eu morrer de hipotermia hoje a noite, a culpa será exclusivamente de vocês, Bonnie & Clyde...
Os dois riram enquanto James arrancava com o carro em uma velocidade exageradamente alta. Ele tinha 18, já dirigia. Eu e Lily, entretanto, sairíamos dos 17 apenas no ano seguinte. Ele dirigiu por um longo tempo, pois a praia escolhida era premeditadamente afastada do centro, o que me levava a pensar no estado em que os adolescentes lá estariam.
James parou o carro no ponto da praia em que começamos a escutar o som de música e conversas bastante animadas. Descemos, e, como eu previra, logo tive que tirar meu tênis para andar na areia. O mesmo com Lily, exceto pelo fato de que ela tivera brilhante idéia de colocar saltos. Sim, saltos! Por isso eu sou declaradamente, a parte racional da nossa amizade.
Descemos a duna que levava até a pequena multidão distribuída em toda a areia, perto de uma fogueira, de um bar improvisado, e alguns loucos que se divertiam em empurrar os outros na água. James parou várias vezes para cumprimentar alguns amigos, o mesmo comigo e Lilian. Depois de alguns minutos, pudemos finalmente chegar à festa. A questão é que, como sempre, ali estavam meus amigos fofos com seu namoro-perfeição, e eu sozinha.
Maldita hora em que tive aquele pensamento. Menos de cinco minutos depois, eu pude ver que ele se aproximava. Com “ele”, me refiro a Lucas Smash, que costumava ser meu namorado até três meses atrás.
_Oi, minha linda... – ele se aproximou por trás, me abraçando. Me abraçando como se não tivéssemos terminado, que fique claro.
_Oi, Luke, - respondi, trocando de mãos os tênis que segurava, desconfortável.
_Você tá linda, Lene... – ele disse, e me soltei do abraço com delicadeza.
_Obrigada. – sorri por educação. Ele não podia entender as coisas de maneira errada...
_Quer beber alguma coisa? – ele perguntou, segurando minha mão.
_Na verdade... – forcei um sorriso – eu estava procurando a Lily – comecei a me afastar – Então depois a gente se fala, ok?
_Mas Lene, eu... – ele chamou, enquanto eu me enfiava no meio dos outros alunos, literalmente fugindo do meu passado. Não que eu não gostasse do Luke. Eu gostava de verdade, caso contrário não teríamos namorado por quase um ano, mas o problema é que, desde que rompemos, ele continua a, insistentemente, procurar meios de reatar. O que eu não quero. Não quero mesmo.
_Lil’s... – quase suspirei de alívio ao vê-la sozinha.
_Oi, amiga. – ela sorriu.
_Cadê o Jay? – perguntei, feliz por ele ter deixado a namorada livre por pelo menos um minuto na vida. O exato minuto em que eu precisava que ela me salvasse.
_Foi ali em cima... – ela indicou a orla – Tem um amigo dele chegando...
_Amigo? – sorri maliciosamente – Qual?
_Sirius. – Lily sorriu – Já devo ter te falado dele...
_O pegador maravilhoso? – perguntei arqueando uma das sobrancelhas.
_Não, esse é o Jeff. – Lilian riu – Sirius é o Deus Grego e Senhor da perfeição.
_Você já deve ter mencionado... – ri de canto – É bonito mesmo?
_Sem comentários... – Lily se abanou discretamente, como moça comprometida que era... – Mas não é exatamente o seu tipo de cara...
_Como assim? – inquiri
_Nada de notas brilhantes, ou família tradicional, ou preocupações com o futuro...
_Você é muito implicante, Lily... – revirei os olhos – Eu não escolho os caras devido a suas notas, ou família ou... talvez o futuro, mas eu não sou assim, Lil’s! – disse, negando aquilo mais para mim mesma que para ela.
_Amiga... Não me entenda errado... – ela sorriu de canto – Preste atenção, eu não disse que é isso que você sempre escolhe, nem que escolhe por isso. Mas olhe para os seus últimos namorados! Pierre... Matt... Luke... – ela enumerava todos os meus últimos relacionamentos, que, pela primeira vez eu percebia, pareciam se resumir a um perfil fixo do cara que meus pais sonhariam em ter como genro, morando com sua menina em uma casa bem localizada, passando férias no campo com os filhos, e todo aquele blá blá blá desinteressante que eu escutara minha vida inteira.
_Talvez você esteja certa... – revirei os olhos e Lily riu.
_Ali estão eles. – ela apontou para o reconhecível à distância James, e o amigo desconhecido, que eu já podia categorizar como o cara de cuja aparência chamaria minha atenção e de qualquer mulher na face da Terra.
_Olá, meninas. – James sorriu, abraçando Lily, mas eu simplesmente não conseguia tirar meus olhos daquele garoto ao lado dele. Os olhos eram de um tom absolutamente deslumbrante, o queixo quadrado, mandíbula aparente. Os cabelos levemente desarrumados, de um modo que parecia até milimetricamente calculado. E o físico... bem, invejável, sem dúvidas, e bastante visível sob a camisa preta – Six, da Lilian você lembra, não? – James desviou minha atenção do Deus Grego que ele chamava de amigo.
_Claro. – ele sorriu de canto, e nesse momento eu senti que podia morrer feliz – Como vai, Lily? – ele beijou o rosto dela.
_Ótima, Sirius. – Lilian correspondeu ao sorriso parecendo uma boba, como eu também deveria estar – Essa é Marlene McKinnon, minha melhor amiga. – ela sorriu para mim – Lene, esse é o Six.
_Muito prazer. – sorri instintivamente, e os olhos dele se detiveram na minha boca por um segundo a mais que o necessário.
_Muito prazer. – ele respondeu com um sorriso, me dando um beijo no rosto da mesma forma que fizera com Lily – Eu vou pegar alguma coisa pra beber... – seus olhos voaram para o bar e ele saiu dali com rapidez.
_Não sabia que ele vinha... – Lily disse a James.
_Ele me ligou há pouco tempo. Acabou de sair de uma festa que foi parada pela polícia e resolver vir pra cá.
Os dois riram, particularmente acostumados àquilo. Eu dei uma risada nervosa, enquanto o procurava discretamente com os olhos. Cercado de várias garotas, como era de se esperar. Ele sorria abertamente a todas, me dando a impressão de se divertir muito com o comportamento delas.
A maior parte da noite se passou da mesma forma: Lilian e James juntos o tempo todo, Sirius sempre cercado de mulheres e eu conversando com todos, procurando sempre o ponto da praia mais afastado de Lucas. Eram quase seis da manhã e eu estava sentada na areia, cansada demais para ficar de pé. Senti o peso de alguém ao meu lado, e percebi ser Sirius.
_Você é linda. – ele disse com um sorriso, apoiando a cabeça nos joelhos e me observando.
_Você tá bêbado. – constatei um fato e ele riu.
_Não o suficiente para chamar uma mulher feia de linda. – ele piscou, um pouco afetado, mas sorri. – Eu quero ficar com você. – disse, ainda sorrindo.
_Quer? – perguntei, erguendo uma sobrancelha.
_Aham... – ele concordou com a cabeça – Sabe por que? – aproximou seu rosto do meu – Porque você me deixou curioso.
_Curioso com o que? – inquiri, tentando não pensar em quão tentadora era aquela boca perto da minha.
_Curioso com como seria quando você saísse desse pedestal... Como seria se você não fingisse ser tão perfeitinha o tempo todo... Como seria ver você sem essa pose de boa menina mimada. Você não deve ser assim o tempo todo...
Aquelas palavras ecoaram na minha mente por um longo tempo. Ele me encarava em desafio. Queria uma resposta. Mas não foi exatamente o que eu fiz. Justo eu, Marlene McKinnon, a racional, pensei apenas em virar um tapa naquele rosto lindo do cara que dizia um monte de coisas sobre mim sem me conhecer. Sem saber nada sobre mim. Sem ter a mínima idéia do que estava falando... Ele não tinha aquele direito, certo?
Sirius sorriu de canto, e lembro-me de pensar que ele provavelmente já passara por aquela situação diversas vezes. Me levantei, carregando a bolsa e batendo a areia das pernas. Passei por James e Lily e apenas murmurei um “vou de táxi”, antes de ir embora, pensando em como alguém podia estragar meu dia com meia dúzia de palavras.
Mas eu estava convicta de que provaria que Sirius Black estava muito enganado sobre mim. Eu não era aquela menina mimada que ele pensava. E ele saberia disso. Um dia ele saberia.
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N.A.: Hello, there!
Olá, pessoinhas lindas do meu coração!
Se alguém anda lendo isso, o que eu espero com toda a minha vontade, agradeço muito.
Estão gostando, gente? *--* Tomaraaa!
Espero comentários, hein? haha
beeijos.
Comentários (1)
Six deixa qualquer uma descontrolada KKKKK Marlene ficou bastante irritada com o comentario dele... kkk amando *-*
2011-12-03