A casa dos infernos



Terça-feira

Querido diário, se eu ficar mais um dia nessa casa eu me mato, minha mãe e meu pai viajaram numa segunda lua-de-mel, o que na minha opinião é nojento, e abandonou a mim e as minhas irmãs, desumanamente na casa da tia Úrsula, no início tudo tava um tédio, depois teve movimento demais para o meu gosto.

Eu sei que não escrevo desde que vim parar aqui, mas agora eu vou recapitular tudo Tim-tim por Tim-tim:

Minha mãe deixou a gente aqui, viemos de chave de portal, Narcisa começou a analisar para vê se estava tudo nos seus padrões e se a casa era digna de receber a sua ilustre presença e começou a queixar-se que era muito empoeirada e mal-iluminada, na verdade, a mansão da Tia Úrsula é linda e espaçosa, Andrômeda pareceu também notar a nobreza do local, nunca havíamos vindo aqui, normalmente, a família da Tia Úrsula que ia a nossa casa.

Bom, desde pequena eu não suporto Sirius, mas não é só uma implicância sem fundamento, ele realmente me tirava (e me tira) do sério. Lembro-me de um natal, que ele, Régulos e família foram passar lá em casa, Régulos ainda era um bebê, eu tinha uns 5 anos, Narcisa 6, Andy 13 e Sirius 7.

Ele, que sempre adorou me irritar, o por que eu sinceramente não sei, puxou os meus cabelos delicadamente pelo rabo-de-cavalo.

“Cretino! Eu odeio você...Larga o meu cabelo, caralho!” eu disse irritada.

“Pronto! Soltei!” falou ele, fazendo carinha de cachorrinho desamparado.

Aquela carinha, por alguma razão, sempre mexeu comigo, não sei o que dá em mim quando a vejo, eu acho que perco os meus sentidos, fico fora de mim.

“Feliz natal, priminha.” Ele me disse, sorrindo.

No segundo seguinte, ele me abraçou, meio que me pegou no colo e me deu um beijo estalado. Fiquei corada, por que diabos eu fiquei corada, eu também não sei.

Bom, voltando ao assunto inicial, eu ouvi vozes vindas da cozinha quando cheguei aqui, vozes que pareciam irritadas.

Eu, que realmente adoro uma intriga, não posso negar, fui ver o que estava havendo.

Tia Úrsula estava literalmente espancando Sirius, e Sirius, revidava com fervor, mal pareciam mãe e filho, às vezes eu acho até que eles se odeiam.

Acho não, tenho certeza.

“O que ele fez tia?” perguntei, despreocupada.

“Ele nasceu, querida, simplesmente isso.”respondeu Tia Úrsula. “Esse garoto é impossível.”

Fui até a geladeira, pequei uma caixa de suco de abóbora, e tomei na caixa mesmo, de repente, Sirius derrubou a mãe no chão, e saiu da cozinha pisando forte, irritado.

“Desculpe toda essa confusão, Bella!” desculpou-se minha Tia.

“Não faz mal.” Respondi, sincera, até me divertia assistindo eles brigarem toda hora. “Mas o que foi que ele fez de tão grave?” eu estava verdadeiramente curiosa.

“Eu peguei esse cafajeste com uma garota no quarto dele, fazendo..., fazendo, bem, você sabe, fazendo.”

Eu segurei o meu riso.

“Ora, tia, é melhor isso do que ele estar com um homem, não acha?” disse maldosamente.

“Bom, mas também, só faltava essa...seria muito desgosto para uma mãe só.”respondeu, desesperada, parecia estar imaginando a cena.

Na hora do jantar, todos estavam muito calados, exceto Narcisa que ficava falando o quanto a sua vida é maravilhosa, como se alguém quisesse realmente saber.

Sirius não olhava para lugar algum, só para o seu prato de comida, que ele ficava remexendo com o talher, sem pôr nada na boca, não que eu estivesse preocupada com as condições nutricionais dele, não mesmo, mas eu realmente acho que não comer absolutamente nada no jantar faz um mal danado, por isso fui imbecil o bastante, para lhe dizer (e o pior: em tom preocupado):

“Coma um pouco, Sirius.”

Quase me suicidei àquelas palavras, elas simplesmente voaram da minha boca, eu não queria falar aquilo, não sei o que tinha dado em mim naquele momento.

“Bellatrix tem razão, você precisa comer, primo, o jantar é a refeição mais importante do dia.”disse Andrômeda, para piorar ainda a minha situação, só pode ser um complô contra mim.

Narcisa e Tia Úrsula, assim como Sirius, me olharam surpresos, eu corei, escorregando levemente da minha cadeira.

Sirius, imediatamente, começou a levar a comida goela abaixo, me olhando muito estranhamente para o meu gosto, com aquele olhar malicioso dele, meio maroto. E sorriu, gosto de ver ele sorrir, é a única coisa vindo dele de que gosto, e mais uma vez, não sei o porque.

O dia passou voando, tão rápido que eu nem notei que já havia anoitecido, mas a minha paz foi quebrada quando alguém bateu na porta do meu quarto.

“Entra.”falei, me levantando da cama.

A porta rangeu e Sirius entrou.

“Ah, eu mereço...”reclamei,num suspiro impaciente.

“Oi, para você também, Bellinha”

Aquele sarcasmo habitual dele me irritou profundamente.

“Cai fora, Sirius.” Eu murmurei entre os dentes.

“Calma, não crie rugas à toa, priminha.” Disse ele, afastando os cabelos negros dos olhos.

“Você me irrita!” disse, com sinceridade.

Ele me olhou, e, sem dizer mais nada,me beijou.

O pior? Sabe qual é o pior? O maldito pior?

Eu correspondi.

Quando recuperei a minha sã consciência, dei um belo de um tabefe nele, ele mereceu.

Opa, alguém vem vindo, continuo escrevendo o resto amanhã!!!



Quarta-feira

Hum...voltando a narrar as minhas maravilhosas férias até agora:

Depois da porrada que eu dei no Sirius, ele simplesmente riu da minha cara, nossa, eu devo ter uma baita cara de palhaça, não é não?

Fiquei indignada, levar um beijo roubado já é bastante ruim, mas ser chamada de palhaça logo depois piora a situação.

“A quem você puxou, heim?” eu disse, com total desprezo.

“Sei lá, nenhum dos Black tem a minha beleza incomparável.”Falou, sorrindo maroto.

Olhei-o com desdém, apontei para a porta e virei de costas para guardar o meu livro, me virei novamente e ele ainda estava lá.

“Você não entendeu?” perguntei apreensiva. “Caia fora!”

“Por que?”perguntou, se fazendo de desentendido.

“Como assim ‘por que’, você é retardado, ou algo assim?Só te mandei sair...”

Ele ficou me encarando com cara de cão sem dono, apontei para a saída novamente, na esperança de que ele realmente entendesse que eu não estava para brincadeiras naquele dia...

Ele não saiu. Continuou lá. Me encarando. Fiquei com raiva, pequei o meu vasinho de flor e taquei nele, ele desviou, e o vaso partiu-se, num estrondo, caído ao chão.

“Viu o que você fez?! Quebrou o meu vaso!” berrei, com raiva.

“Eu quebrei? Você é maluca!” agora, finalmente, ele parecia realmente aborrecido comigo. “Você poderia ter me machucado, sua doente!”

Sorri, estava satisfeita de tê-lo irritado.

“Você tem algum problema comigo?” indagou, doido de raiva.

“Não...imagina!” respondi, irônica.

Ele me fitou, sério, nunca havia visto ele com tal expressão em sua face brincalhona.

Foi se aproximando de mim, achei que fosse me bater, mas apenas olhou dentro dos meus olhos, preferia que ele tivesse me batido, pois quando ele olhou nos meus olhos, senti que ele enxergava-me a alma, senti que aqueles olhos me possuíam pouco a pouco e tornavam-se parte de mim, involuntariamente, sorri, sorri mesmo, o sorriso mais sincero que já dei na vida,mas tive medo, perante aquele olhar dele, tive medo de algo que eu não sei bem o que foi.

Aí, quando eu senti que estaria presa àquele olhar, para sempre, ele se virou e foi embora, deixando, uma estranha sensação se aflorar em meu corpo, uma sensação completamente nova e desconhecida.Uma sensação excitante.











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